RIO - A Petrobras fechou o segundo trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 28,7 bilhões, 47% a menos do que há um ano. O resultado se deve a fatores como redução na produção de petróleo, queda na cotação internacional da commodity e valorização do real frente ao dólar. É também 24,6% menor do que o registrado no trimestre imediatamente anterior, segundo informou a companhia à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta quinta-feira, 3.
O tombo no preço do petróleo em relação a um ano atrás chegou a 31,1%. Na comparação com um ano atrás pesam ainda os chamados “efeitos não recorrentes”, receitas extras que a empresa teve em 2022 e que não se repetiram dessa vez, como valores oriundos da venda de ativos e do acordo de coparticipação em grandes campos do pré-sal (Sépia e Atapu).
Os dados mostram que também contribuiu para a piora no resultado o recuo na receita com combustíveis, ligada às seguidas reduções nos preços dos combustíveis da Petrobras, em que pese o aumento na produção das refinarias. A receita com a venda de petróleo e derivados somou R$ 113,8 bilhões, um recuo de 33,4% frente ao segundo trimestre do ano passado.
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Esse foi o primeiro balanço trimestral com a diretoria escolhida por Jean Paul Prates à frente da companhia. Prates tem boa relação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas vem sofrendo fritura política na Esplanada, sobretudo no Ministério de Minas e Energia, comandado por Alexandre Silveira (PSD).
Entre as rusgas, que começaram no início do ano, durante negociação pelas indicações ao Conselho de Administração da estatal, estão recentes acusações sobre baixa oferta de gás natural ao mercado nacional e o volume de dividendos a serem pagos aos acionistas.
Nesta semana, porém, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse publicamente que a cadeira de Prates não entra na cota de acomodação política da base aliada do governo e, portanto, não entra na reforma ministerial em discussão.
Os críticos do dirigente podem, agora, mencionar o lucro menor, mas os números já eram esperados pelo mercado financeiro em função da conjuntura e a leitura é que o resultado ainda é “sólido”.
Resultados
Além do lucro líquido de R$ 28,7 bilhões no segundo trimestre do ano, a receita de vendas no período caiu 33,4%, para R$ 113,8 bilhões, frente ao segundo trimestre de 2022.
Já o Ebitda, que mede a capacidade de geração de caixa da companhia, ficou em R$ 56,6 bilhões, uma queda de 42,3% contra o segundo trimestre do ano passado.
A dívida bruta da Petrobras alcançou US$ 57,9 bilhões no segundo trimestre de 2023, uma alta de 8,2% em relação à igual período do ano passado e 8,7% acima do registrado ao fim do primeiro trimestre do ano, em 31 de março. Já os investimentos ficaram em US$ 3,2 bilhões, uma alta de 5,5% ante o mesmo período do ano passado e 30,5% na comparação com o primeiro trimestre.