Rio – Com queda nas vendas e preços mais baixos, a Vale fechou o primeiro trimestre um lucro de R$$ 9,5 bilhão, resultado 59% menor do que no mesmo período do ano passado. O desempenho mais fraco surpreendeu as projeções dos analistas e se refletiu em uma receita de R$ 43,8 bilhões, sendo 30,1% menor no período.
As chuvas no Terminal Ponta da Madeira (MA), além de uma manutenção não programada em equipamentos do porto, contribuíram para reduzir o embarque de produtos da mineradora e a qualidade do produto vendido aos clientes, o que resultou em uma receita mais fraca.
Leia mais sobre economia
O balanço financeiro do terceiro trimestre divulgado pela companhia mostra que foi apurado uma geração de caixa medida pelo EBITDA de US$ 3,5 bilhões, sendo 43,5% inferior ao revelado no igual período do ano passado.
A Vale, contudo, informou que espera compensar esse impacto no segundo semestre, mantendo seu plano anual de vendas inalterado.
“Apesar das restrições climáticas para o embarque que impactaram nossas vendas, permanecemos confiantes em nossa habilidade para alcançar nossas metas para 2023″, disse o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo.
Nesta sexta-feira, a Vale realiza sua Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária, com a formação do Conselho de Administração. O Comitê de Indicação e Governança indicou 12 candidatos, e um décimo terceiro foi escolhido pelos empregados.
Provisões
No front judicial, a Justiça Federal de Minas Gerais determinou que a companhia e a BHP, sua sócia na Samarco, façam um depósito de R$ 10,3 bilhões para garantir a execução das ações de reparação relativas ao desastre de Mariana (MG). Por isso, a Genial Investimentos aumentou a projeção de provisão, neste ano, de US$ 1,9 bilhão US$ 2,3 bilhões. Até o final de 2028, alcançaria US$ 4,2 bilhões. Além da cifra mais alta, dizem os analistas, o que preocupa é a insegurança jurídica, uma vez que a mineradora faria o custeio da reparação sem ter em mãos um valor final. E os desembolsos poderiam atrapalhar o planejamento de dividendos.