Economista e ex-diretor de Política Monetária do Banco Central, Luís Eduardo Assis escreve quinzenalmente

Opinião|Afrontar mitos do mercado é custoso, pois a reação é vender títulos e forçar a elevação dos juros


Como o próximo governo quer crescimento e preços sob controle, convém moderar a incontinência verbal

Por Luís Eduardo Assis

O Brasil é mesmo curioso. O maior faniquito no mercado financeiro com a eleição presidencial de 2022 se deu vários dias após a proclamação do vencedor. Foi quando o presidente eleito questionou “a tal da estabilidade fiscal”, em discurso a parlamentares feito em 10 de novembro.

O abalo sísmico foi grande. E continua sendo com as notícias da tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que diz muito pouco sobre para onde vamos transitar.

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente eleito para o terceiro mandato Foto: Ahmad Gharabli/AFP
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O mercado é assim mesmo. Tratá-lo como se fosse uma instância que emite opiniões políticas é grande equívoco. Ele não tem ideologia, mas cultiva um punhado de convicções, em geral corruptelas de conceitos mais complexos de algum “economista defunto”, como dizia John Maynard Keynes.

O mercado não julga nem pune, apenas faz preço. Tudo o que se discute no mercado deve ser filtrado, mastigado e resumido para uma decisão que é essencialmente binária: comprar ou vender. Não há espaço para nuances, qualificações ou raciocínios sofisticados. O ambiente é o de um jogo de espelhos.

Não se trata de saber o que vai acontecer, mas sim de adivinhar o que os outros pensam que acontecerá. Isso tudo favorece a reprodução de mantras e verdades absolutas, dentre as quais a austeridade fiscal é uma das que mais se destacam pelo seu poder hipnótico.

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Cabe ao próximo governo entender as regras e jogar o jogo, para seu próprio benefício. É desnecessário e custoso afrontar os mitos do mercado, porque a reação, típica de manada, é vender títulos e forçar a elevação dos juros, o que atrapalha o crescimento, e vender reais e comprar dólares, o que faz a inflação subir.

Como o próximo governo quer, certamente, a economia em crescimento e preços sob controle, convém moderar a incontinência verbal. Mais que isso, é preciso anunciar algum tipo de regime fiscal cuja regra impeça que o mercado pense que não há limite para gastos. Não é tão difícil.

O mercado, na sua simplicidade dicotômica, é capaz de engolir lorotas, como vem ocorrendo durante toda a gestão do ministro da Economia, Paulo Guedes. Basta contar uma mentira verossímil.

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O que não tem sentido é regredirmos décadas no debate econômico e considerarmos mutuamente excludentes a urgência de combater a miséria e a necessidade de uma gestão fiscal responsável. Todos perdemos se formos levados a escolher entre alternativas que são plenamente conciliáveis.

O Brasil é mesmo curioso. O maior faniquito no mercado financeiro com a eleição presidencial de 2022 se deu vários dias após a proclamação do vencedor. Foi quando o presidente eleito questionou “a tal da estabilidade fiscal”, em discurso a parlamentares feito em 10 de novembro.

O abalo sísmico foi grande. E continua sendo com as notícias da tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que diz muito pouco sobre para onde vamos transitar.

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente eleito para o terceiro mandato Foto: Ahmad Gharabli/AFP

O mercado é assim mesmo. Tratá-lo como se fosse uma instância que emite opiniões políticas é grande equívoco. Ele não tem ideologia, mas cultiva um punhado de convicções, em geral corruptelas de conceitos mais complexos de algum “economista defunto”, como dizia John Maynard Keynes.

O mercado não julga nem pune, apenas faz preço. Tudo o que se discute no mercado deve ser filtrado, mastigado e resumido para uma decisão que é essencialmente binária: comprar ou vender. Não há espaço para nuances, qualificações ou raciocínios sofisticados. O ambiente é o de um jogo de espelhos.

Não se trata de saber o que vai acontecer, mas sim de adivinhar o que os outros pensam que acontecerá. Isso tudo favorece a reprodução de mantras e verdades absolutas, dentre as quais a austeridade fiscal é uma das que mais se destacam pelo seu poder hipnótico.

Cabe ao próximo governo entender as regras e jogar o jogo, para seu próprio benefício. É desnecessário e custoso afrontar os mitos do mercado, porque a reação, típica de manada, é vender títulos e forçar a elevação dos juros, o que atrapalha o crescimento, e vender reais e comprar dólares, o que faz a inflação subir.

Como o próximo governo quer, certamente, a economia em crescimento e preços sob controle, convém moderar a incontinência verbal. Mais que isso, é preciso anunciar algum tipo de regime fiscal cuja regra impeça que o mercado pense que não há limite para gastos. Não é tão difícil.

O mercado, na sua simplicidade dicotômica, é capaz de engolir lorotas, como vem ocorrendo durante toda a gestão do ministro da Economia, Paulo Guedes. Basta contar uma mentira verossímil.

O que não tem sentido é regredirmos décadas no debate econômico e considerarmos mutuamente excludentes a urgência de combater a miséria e a necessidade de uma gestão fiscal responsável. Todos perdemos se formos levados a escolher entre alternativas que são plenamente conciliáveis.

O Brasil é mesmo curioso. O maior faniquito no mercado financeiro com a eleição presidencial de 2022 se deu vários dias após a proclamação do vencedor. Foi quando o presidente eleito questionou “a tal da estabilidade fiscal”, em discurso a parlamentares feito em 10 de novembro.

O abalo sísmico foi grande. E continua sendo com as notícias da tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que diz muito pouco sobre para onde vamos transitar.

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente eleito para o terceiro mandato Foto: Ahmad Gharabli/AFP

O mercado é assim mesmo. Tratá-lo como se fosse uma instância que emite opiniões políticas é grande equívoco. Ele não tem ideologia, mas cultiva um punhado de convicções, em geral corruptelas de conceitos mais complexos de algum “economista defunto”, como dizia John Maynard Keynes.

O mercado não julga nem pune, apenas faz preço. Tudo o que se discute no mercado deve ser filtrado, mastigado e resumido para uma decisão que é essencialmente binária: comprar ou vender. Não há espaço para nuances, qualificações ou raciocínios sofisticados. O ambiente é o de um jogo de espelhos.

Não se trata de saber o que vai acontecer, mas sim de adivinhar o que os outros pensam que acontecerá. Isso tudo favorece a reprodução de mantras e verdades absolutas, dentre as quais a austeridade fiscal é uma das que mais se destacam pelo seu poder hipnótico.

Cabe ao próximo governo entender as regras e jogar o jogo, para seu próprio benefício. É desnecessário e custoso afrontar os mitos do mercado, porque a reação, típica de manada, é vender títulos e forçar a elevação dos juros, o que atrapalha o crescimento, e vender reais e comprar dólares, o que faz a inflação subir.

Como o próximo governo quer, certamente, a economia em crescimento e preços sob controle, convém moderar a incontinência verbal. Mais que isso, é preciso anunciar algum tipo de regime fiscal cuja regra impeça que o mercado pense que não há limite para gastos. Não é tão difícil.

O mercado, na sua simplicidade dicotômica, é capaz de engolir lorotas, como vem ocorrendo durante toda a gestão do ministro da Economia, Paulo Guedes. Basta contar uma mentira verossímil.

O que não tem sentido é regredirmos décadas no debate econômico e considerarmos mutuamente excludentes a urgência de combater a miséria e a necessidade de uma gestão fiscal responsável. Todos perdemos se formos levados a escolher entre alternativas que são plenamente conciliáveis.

O Brasil é mesmo curioso. O maior faniquito no mercado financeiro com a eleição presidencial de 2022 se deu vários dias após a proclamação do vencedor. Foi quando o presidente eleito questionou “a tal da estabilidade fiscal”, em discurso a parlamentares feito em 10 de novembro.

O abalo sísmico foi grande. E continua sendo com as notícias da tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que diz muito pouco sobre para onde vamos transitar.

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente eleito para o terceiro mandato Foto: Ahmad Gharabli/AFP

O mercado é assim mesmo. Tratá-lo como se fosse uma instância que emite opiniões políticas é grande equívoco. Ele não tem ideologia, mas cultiva um punhado de convicções, em geral corruptelas de conceitos mais complexos de algum “economista defunto”, como dizia John Maynard Keynes.

O mercado não julga nem pune, apenas faz preço. Tudo o que se discute no mercado deve ser filtrado, mastigado e resumido para uma decisão que é essencialmente binária: comprar ou vender. Não há espaço para nuances, qualificações ou raciocínios sofisticados. O ambiente é o de um jogo de espelhos.

Não se trata de saber o que vai acontecer, mas sim de adivinhar o que os outros pensam que acontecerá. Isso tudo favorece a reprodução de mantras e verdades absolutas, dentre as quais a austeridade fiscal é uma das que mais se destacam pelo seu poder hipnótico.

Cabe ao próximo governo entender as regras e jogar o jogo, para seu próprio benefício. É desnecessário e custoso afrontar os mitos do mercado, porque a reação, típica de manada, é vender títulos e forçar a elevação dos juros, o que atrapalha o crescimento, e vender reais e comprar dólares, o que faz a inflação subir.

Como o próximo governo quer, certamente, a economia em crescimento e preços sob controle, convém moderar a incontinência verbal. Mais que isso, é preciso anunciar algum tipo de regime fiscal cuja regra impeça que o mercado pense que não há limite para gastos. Não é tão difícil.

O mercado, na sua simplicidade dicotômica, é capaz de engolir lorotas, como vem ocorrendo durante toda a gestão do ministro da Economia, Paulo Guedes. Basta contar uma mentira verossímil.

O que não tem sentido é regredirmos décadas no debate econômico e considerarmos mutuamente excludentes a urgência de combater a miséria e a necessidade de uma gestão fiscal responsável. Todos perdemos se formos levados a escolher entre alternativas que são plenamente conciliáveis.

O Brasil é mesmo curioso. O maior faniquito no mercado financeiro com a eleição presidencial de 2022 se deu vários dias após a proclamação do vencedor. Foi quando o presidente eleito questionou “a tal da estabilidade fiscal”, em discurso a parlamentares feito em 10 de novembro.

O abalo sísmico foi grande. E continua sendo com as notícias da tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que diz muito pouco sobre para onde vamos transitar.

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente eleito para o terceiro mandato Foto: Ahmad Gharabli/AFP

O mercado é assim mesmo. Tratá-lo como se fosse uma instância que emite opiniões políticas é grande equívoco. Ele não tem ideologia, mas cultiva um punhado de convicções, em geral corruptelas de conceitos mais complexos de algum “economista defunto”, como dizia John Maynard Keynes.

O mercado não julga nem pune, apenas faz preço. Tudo o que se discute no mercado deve ser filtrado, mastigado e resumido para uma decisão que é essencialmente binária: comprar ou vender. Não há espaço para nuances, qualificações ou raciocínios sofisticados. O ambiente é o de um jogo de espelhos.

Não se trata de saber o que vai acontecer, mas sim de adivinhar o que os outros pensam que acontecerá. Isso tudo favorece a reprodução de mantras e verdades absolutas, dentre as quais a austeridade fiscal é uma das que mais se destacam pelo seu poder hipnótico.

Cabe ao próximo governo entender as regras e jogar o jogo, para seu próprio benefício. É desnecessário e custoso afrontar os mitos do mercado, porque a reação, típica de manada, é vender títulos e forçar a elevação dos juros, o que atrapalha o crescimento, e vender reais e comprar dólares, o que faz a inflação subir.

Como o próximo governo quer, certamente, a economia em crescimento e preços sob controle, convém moderar a incontinência verbal. Mais que isso, é preciso anunciar algum tipo de regime fiscal cuja regra impeça que o mercado pense que não há limite para gastos. Não é tão difícil.

O mercado, na sua simplicidade dicotômica, é capaz de engolir lorotas, como vem ocorrendo durante toda a gestão do ministro da Economia, Paulo Guedes. Basta contar uma mentira verossímil.

O que não tem sentido é regredirmos décadas no debate econômico e considerarmos mutuamente excludentes a urgência de combater a miséria e a necessidade de uma gestão fiscal responsável. Todos perdemos se formos levados a escolher entre alternativas que são plenamente conciliáveis.

Opinião por Luís Eduardo Assis

Economista. Autor de 'O Poder das Ideias Erradas' (Ed.Almedina). Foi diretor de Política Monetária do Banco Central e professor de Economia da PUC-SP e FGV-SP

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