O cenário para o crescimento é desafiador por fatores como o esfriamento da economia global, o aumento da volatilidade dos ativos, as cotações internacionais das commodities e os problemas conjunturais locais de alguns setores econômicos. Apesar dessa agenda de alta complexidade, o Brasil continua a exercer sua vocação para o desenvolvimento.
A marca de 1,5 milhão de empregos formais criados no primeiro semestre, com saldos líquidos em todos os setores verificados pelo Caged, pode ser saudada no contexto de resiliência da economia brasileira e também como uma reafirmação do senso de oportunidade dos empresários.
O índice de 6,9% de desocupação pelo IBGE é o mais baixo desde dezembro de 2014. Ao mesmo tempo, o crescimento na renda média da população ocupada foi de 5,8% na comparação anual. Em junho, a produção industrial apresentou alta de 4,1%, elevando a projeção do PIB do segundo trimestre.
São evidências de que a economia brasileira, diversificada, tecnológica e com fortalezas como o agronegócio e o setor exportador, tem pilares robustos de solidez e eficiência. Formam os elementos que dão confiança no futuro.
As informações do mercado de trabalho e da indústria apontam para um segundo semestre virtuoso na atividade. Correções para cima estão ocorrendo nas previsões para o PIB. O Focus apontava 1,51% de projeção em janeiro. Na última semana de julho, apontou elevação de 2,19%. Vale lembrar que, como tendência, a economia brasileira cresce mais na parte final do ano.
A força da economia brasileira se mostra em ambiente de juros restritivos. Essa ambivalência evidencia os riscos inerentes ao processo de condução da política monetária exclusivamente pelas expectativas do mercado.
A permanente observação das variantes econômicas tem, a partir dos números mais recentes do emprego e da produção, um poderoso elemento de reflexão sobre como equilibrar desenvolvimento e estabilidade.
O Brasil tem demanda reprimida por crescimento há um bom tempo, e isso exige sutileza e inteligência.
No mercado, formou-se o consenso de que o Fed irá iniciar a esperada redução dos juros em setembro, em um movimento reforçado por dados que indicariam uma queda no ritmo de atividade nos EUA. Para o Brasil, seria adequado observar essa situação com a sagacidade necessária para decidir os próximos passos da política monetária.
O momento é de refinamento e tempestividade, pois a política monetária é uma arte de equilíbrio.