Lula: ‘Quem quer o Banco Central autônomo é o mercado’


‘Eu estou há dois anos com o presidente do Banco Central do Bolsonaro’, afirmou Lula, em novas críticas a Campos Neto em meio a apreensões do mercado sobre uma futura interferência nos juros

Por Victor Ohana e Sofia Aguiar
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a reivindicação de autonomia do Banco Central (BC) parte do “mercado” e defendeu a prerrogativa dos presidentes da República de indicar o chefe do BC. “Quem quer o Banco Central autônomo é o mercado”, disse em entrevista à Rádio Princesa, em Feira de Santana, na Bahia, nesta segunda-feira, 1º.

As críticas à condução do BC por Roberto Campos Neto, o primeiro a ter autonomia no cargo estabelecida em lei, vêm sendo associadas por analistas à alta do dólar nos últimos dias ao serem interpretadas pelo mercado como indício de que Lula vai interferir nas decisões do BC assim que seu indicado assumir.

Na entrevista à Rádio Princesa nesta segunda-feira, também voltou a associar Campos Neto ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “O Banco Central tem que ser de uma pessoa que seja indicada pelo presidente. Como é que pode um presidente da República ganhar as eleições e depois não poder indicar o presidente do Banco Central? Eu estou há dois anos com o presidente do Banco Central do Bolsonaro. Então, não é correto”, reclamou.

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Lula, que no domingo, 30, participou da entrega de habitações na zona oeste do Rio, disse que 'inflação baixa é uma obsessão'  Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Lula acrescentou: “O que não dá é o cidadão ter um mandato e ser mais importante do que o presidente da República. É isso o que está equivocado”.

Na sequência, o presidente disse ter “paciência” para “esperar a hora” de indicar um novo presidente do Banco Central. Em 2024, Campos Neto encerra o seu mandato, o que abre a possibilidade de Lula indicar um substituto.

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“Vamos ver se a gente consegue, com a maior autonomia possível e decência política das pessoas, ter um presidente do Banco Central que olhe o Brasil como ele é e não do jeito que o sistema financeiro fala”, afirmou.

Inflação

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Lula voltou a dizer que teve um Banco Central “independente” com o comando de Henrique Meirelles nos anos 2000. O presidente também criticou novamente a manutenção da taxa de juros em 10,5%.

“O que você não pode é ter um Banco Central que não está combinando adequadamente com aquilo que é o desejo da nação. Nós não precisamos ter política de juro alto neste momento. A taxa Selic a 10,50% está exagerada”, afirmou.

O presidente da República também declarou que “a inflação está controlada” para argumentar que os juros deveriam estar mais baixos.

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“A inflação baixa para mim não é um desejo, é uma obsessão”, disse.

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a reivindicação de autonomia do Banco Central (BC) parte do “mercado” e defendeu a prerrogativa dos presidentes da República de indicar o chefe do BC. “Quem quer o Banco Central autônomo é o mercado”, disse em entrevista à Rádio Princesa, em Feira de Santana, na Bahia, nesta segunda-feira, 1º.

As críticas à condução do BC por Roberto Campos Neto, o primeiro a ter autonomia no cargo estabelecida em lei, vêm sendo associadas por analistas à alta do dólar nos últimos dias ao serem interpretadas pelo mercado como indício de que Lula vai interferir nas decisões do BC assim que seu indicado assumir.

Na entrevista à Rádio Princesa nesta segunda-feira, também voltou a associar Campos Neto ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “O Banco Central tem que ser de uma pessoa que seja indicada pelo presidente. Como é que pode um presidente da República ganhar as eleições e depois não poder indicar o presidente do Banco Central? Eu estou há dois anos com o presidente do Banco Central do Bolsonaro. Então, não é correto”, reclamou.

Lula, que no domingo, 30, participou da entrega de habitações na zona oeste do Rio, disse que 'inflação baixa é uma obsessão'  Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Lula acrescentou: “O que não dá é o cidadão ter um mandato e ser mais importante do que o presidente da República. É isso o que está equivocado”.

Na sequência, o presidente disse ter “paciência” para “esperar a hora” de indicar um novo presidente do Banco Central. Em 2024, Campos Neto encerra o seu mandato, o que abre a possibilidade de Lula indicar um substituto.

“Vamos ver se a gente consegue, com a maior autonomia possível e decência política das pessoas, ter um presidente do Banco Central que olhe o Brasil como ele é e não do jeito que o sistema financeiro fala”, afirmou.

Inflação

Lula voltou a dizer que teve um Banco Central “independente” com o comando de Henrique Meirelles nos anos 2000. O presidente também criticou novamente a manutenção da taxa de juros em 10,5%.

“O que você não pode é ter um Banco Central que não está combinando adequadamente com aquilo que é o desejo da nação. Nós não precisamos ter política de juro alto neste momento. A taxa Selic a 10,50% está exagerada”, afirmou.

O presidente da República também declarou que “a inflação está controlada” para argumentar que os juros deveriam estar mais baixos.

“A inflação baixa para mim não é um desejo, é uma obsessão”, disse.

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a reivindicação de autonomia do Banco Central (BC) parte do “mercado” e defendeu a prerrogativa dos presidentes da República de indicar o chefe do BC. “Quem quer o Banco Central autônomo é o mercado”, disse em entrevista à Rádio Princesa, em Feira de Santana, na Bahia, nesta segunda-feira, 1º.

As críticas à condução do BC por Roberto Campos Neto, o primeiro a ter autonomia no cargo estabelecida em lei, vêm sendo associadas por analistas à alta do dólar nos últimos dias ao serem interpretadas pelo mercado como indício de que Lula vai interferir nas decisões do BC assim que seu indicado assumir.

Na entrevista à Rádio Princesa nesta segunda-feira, também voltou a associar Campos Neto ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “O Banco Central tem que ser de uma pessoa que seja indicada pelo presidente. Como é que pode um presidente da República ganhar as eleições e depois não poder indicar o presidente do Banco Central? Eu estou há dois anos com o presidente do Banco Central do Bolsonaro. Então, não é correto”, reclamou.

Lula, que no domingo, 30, participou da entrega de habitações na zona oeste do Rio, disse que 'inflação baixa é uma obsessão'  Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Lula acrescentou: “O que não dá é o cidadão ter um mandato e ser mais importante do que o presidente da República. É isso o que está equivocado”.

Na sequência, o presidente disse ter “paciência” para “esperar a hora” de indicar um novo presidente do Banco Central. Em 2024, Campos Neto encerra o seu mandato, o que abre a possibilidade de Lula indicar um substituto.

“Vamos ver se a gente consegue, com a maior autonomia possível e decência política das pessoas, ter um presidente do Banco Central que olhe o Brasil como ele é e não do jeito que o sistema financeiro fala”, afirmou.

Inflação

Lula voltou a dizer que teve um Banco Central “independente” com o comando de Henrique Meirelles nos anos 2000. O presidente também criticou novamente a manutenção da taxa de juros em 10,5%.

“O que você não pode é ter um Banco Central que não está combinando adequadamente com aquilo que é o desejo da nação. Nós não precisamos ter política de juro alto neste momento. A taxa Selic a 10,50% está exagerada”, afirmou.

O presidente da República também declarou que “a inflação está controlada” para argumentar que os juros deveriam estar mais baixos.

“A inflação baixa para mim não é um desejo, é uma obsessão”, disse.

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