Lula convoca Haddad para reunião em meio à crise na Petrobras, mas adia encontro para segunda


Ministro da Fazenda estava em São Paulo e foi chamado pelo presidente para encontro às 20h em Brasília, mas reunião foi postergada para segunda; conversa ocorrerá em meio a dúvidas sobre a permanência de Prates na estatal e a distribuição de dividendos extraordinários

Por Bianca Lima, Eduardo Gayer e Caio Spechoto
Atualização:

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi convocado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma reunião na noite deste domingo, 7, em Brasília, em meio à crise na Petrobras e a dúvidas sobre a permanência de Jean Paul Prates no comando da estatal. O encontro, porém, foi postergado para esta segunda-feira, 8, às 18h.

Haddad estava em São Paulo e só retornaria a Brasília na segunda, mas antecipou sua volta ao ser chamado pelo presidente para a agenda às 20h no Palácio da Alvorada, residência oficial de Lula. Segundo aliados, o presidente, porém, se irritou com o vazamento do encontro e cancelou a reunião.

Segundo a Coluna do Estadão, também participariam os ministros Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação).

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Além do futuro de Prates, há, ainda, o impasse em torno da distribuição dos dividendos extraordinários da petrolífera, que também será arbitrado por Lula e é de grande interesse da equipe econômica. Se o pagamento for integral, isso significará R$ 43,9 bilhões, sendo R$ 12,6 bilhões devidos à União, que é a principal acionista da estatal.

Haddad antecipou volta a Brasília para se reunir com Lula na noite deste domingo, mas encontro foi adiado para segunda. Foto: Adriano Machado/Reuters

Nas conversas internas da Fazenda, como mostrou o Estadão, o clima é de torcida: tanto para que a distribuição se confirme como para que ocorra o mais rapidamente possível.

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Isso porque o valor servirá para tapar o “buraco” deixado pela desoneração da folha dos pequenos municípios, uma derrota imposta a Haddad pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Como consequência, isso aumentará as chances de o governo abrir espaço para gastos extras de até R$ 15,7 bilhões neste ano. Em um período de três anos, até 2026, isso significará R$ 50 bilhões a mais no Orçamento.

Na última quinta-feira, Haddad, Costa e Silveira acertaram, em reunião fechada, a distribuição desses valores extraordinários. A proposta, porém, ainda precisa do aval de Lula e do conselho de administração da companhia.

Na reunião de março, o conselho da estatal decidiu pela retenção dos valores, frustrando os investidores e deixando evidentes as divergências dentro da gestão petista. Enquanto Silveira e Costa opinaram, à época, por não fazer a distribuição, Prates defendeu o pagamento de 50%.

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A principal exigência do governo é de que a distribuição não prejudique o plano de investimento da empresa, com o qual o Planalto espera gerar empregos e turbinar a economia.

Em meio ao fogo cruzado e a escalada da tensão, o nome do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, vem sendo ventilado como possível substituto de Prates. Trata-se de um político da confiança de Lula, mas que gera temor no mercado por ser visto como intervencionista.

Investidores de olho na Petrobras

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Os investidores monitoram com atenção as duas frentes: uma eventual substituição na presidência da estatal e a possibilidade de pagamento dos dividendos extraordinários. A percepção, dentre os analistas, é de que a Petrobras tem mantido resultados sólidos, com lucros expressivos, aumento de investimentos e manutenção da dívida em patamares baixos - o que possibilitaria o pagamento dos proventos.

A relação entre a dívida líquida da empresa e a geração de caixa em um ano (Ebitda ajustado em dólares), por exemplo, fechou 2023 em 0,85. A grosso modo, se a empresa utilizasse todo o caixa gerado para pagar a dívida, conseguiria quitar o passivo em menos de um ano.

Um analista de óleo e gás de um grande banco internacional explica que esse número é maior do que o de 2022 (0,63), ou seja, o endividamento aumentou, mas permanece sob controle.

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Para efeito de comparação, esse patamar é menor do que o do último ano do segundo mandato de Lula, que ficou em 1,09 em 2010. E muito menor do que o pior momento vivido pela empresa, em 2015, no governo Dilma Rousseff, quando atingiu 4,27 e a Petrobras quase precisou receber aportes do Tesouro.

Em 2023, os investimentos da Petrobras somaram US$ 12,67 bilhões, segundo o balanço da empresa, um aumento de 29% em relação aos US$ 9,84 bilhões de 2022. Ao mesmo tempo, o lucro líquido em dólares atingiu US$ 25,73 bilhões, segundo Einar Rivero, da Elos Ayta Consultoria.

A expectativa é de que esses argumentos sejam levados ao presidente Lula em meio às discussões sobre a empresa. Outro ponto que pode ser decisivo é que o caixa do Tesouro reforçado pelos dividendos da estatal diminuiria a chance de bloqueio de recursos voltados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), umas das principais vitrines do governo.

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi convocado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma reunião na noite deste domingo, 7, em Brasília, em meio à crise na Petrobras e a dúvidas sobre a permanência de Jean Paul Prates no comando da estatal. O encontro, porém, foi postergado para esta segunda-feira, 8, às 18h.

Haddad estava em São Paulo e só retornaria a Brasília na segunda, mas antecipou sua volta ao ser chamado pelo presidente para a agenda às 20h no Palácio da Alvorada, residência oficial de Lula. Segundo aliados, o presidente, porém, se irritou com o vazamento do encontro e cancelou a reunião.

Segundo a Coluna do Estadão, também participariam os ministros Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação).

Além do futuro de Prates, há, ainda, o impasse em torno da distribuição dos dividendos extraordinários da petrolífera, que também será arbitrado por Lula e é de grande interesse da equipe econômica. Se o pagamento for integral, isso significará R$ 43,9 bilhões, sendo R$ 12,6 bilhões devidos à União, que é a principal acionista da estatal.

Haddad antecipou volta a Brasília para se reunir com Lula na noite deste domingo, mas encontro foi adiado para segunda. Foto: Adriano Machado/Reuters

Nas conversas internas da Fazenda, como mostrou o Estadão, o clima é de torcida: tanto para que a distribuição se confirme como para que ocorra o mais rapidamente possível.

Isso porque o valor servirá para tapar o “buraco” deixado pela desoneração da folha dos pequenos municípios, uma derrota imposta a Haddad pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Como consequência, isso aumentará as chances de o governo abrir espaço para gastos extras de até R$ 15,7 bilhões neste ano. Em um período de três anos, até 2026, isso significará R$ 50 bilhões a mais no Orçamento.

Na última quinta-feira, Haddad, Costa e Silveira acertaram, em reunião fechada, a distribuição desses valores extraordinários. A proposta, porém, ainda precisa do aval de Lula e do conselho de administração da companhia.

Na reunião de março, o conselho da estatal decidiu pela retenção dos valores, frustrando os investidores e deixando evidentes as divergências dentro da gestão petista. Enquanto Silveira e Costa opinaram, à época, por não fazer a distribuição, Prates defendeu o pagamento de 50%.

A principal exigência do governo é de que a distribuição não prejudique o plano de investimento da empresa, com o qual o Planalto espera gerar empregos e turbinar a economia.

Em meio ao fogo cruzado e a escalada da tensão, o nome do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, vem sendo ventilado como possível substituto de Prates. Trata-se de um político da confiança de Lula, mas que gera temor no mercado por ser visto como intervencionista.

Investidores de olho na Petrobras

Os investidores monitoram com atenção as duas frentes: uma eventual substituição na presidência da estatal e a possibilidade de pagamento dos dividendos extraordinários. A percepção, dentre os analistas, é de que a Petrobras tem mantido resultados sólidos, com lucros expressivos, aumento de investimentos e manutenção da dívida em patamares baixos - o que possibilitaria o pagamento dos proventos.

A relação entre a dívida líquida da empresa e a geração de caixa em um ano (Ebitda ajustado em dólares), por exemplo, fechou 2023 em 0,85. A grosso modo, se a empresa utilizasse todo o caixa gerado para pagar a dívida, conseguiria quitar o passivo em menos de um ano.

Um analista de óleo e gás de um grande banco internacional explica que esse número é maior do que o de 2022 (0,63), ou seja, o endividamento aumentou, mas permanece sob controle.

Para efeito de comparação, esse patamar é menor do que o do último ano do segundo mandato de Lula, que ficou em 1,09 em 2010. E muito menor do que o pior momento vivido pela empresa, em 2015, no governo Dilma Rousseff, quando atingiu 4,27 e a Petrobras quase precisou receber aportes do Tesouro.

Em 2023, os investimentos da Petrobras somaram US$ 12,67 bilhões, segundo o balanço da empresa, um aumento de 29% em relação aos US$ 9,84 bilhões de 2022. Ao mesmo tempo, o lucro líquido em dólares atingiu US$ 25,73 bilhões, segundo Einar Rivero, da Elos Ayta Consultoria.

A expectativa é de que esses argumentos sejam levados ao presidente Lula em meio às discussões sobre a empresa. Outro ponto que pode ser decisivo é que o caixa do Tesouro reforçado pelos dividendos da estatal diminuiria a chance de bloqueio de recursos voltados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), umas das principais vitrines do governo.

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi convocado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma reunião na noite deste domingo, 7, em Brasília, em meio à crise na Petrobras e a dúvidas sobre a permanência de Jean Paul Prates no comando da estatal. O encontro, porém, foi postergado para esta segunda-feira, 8, às 18h.

Haddad estava em São Paulo e só retornaria a Brasília na segunda, mas antecipou sua volta ao ser chamado pelo presidente para a agenda às 20h no Palácio da Alvorada, residência oficial de Lula. Segundo aliados, o presidente, porém, se irritou com o vazamento do encontro e cancelou a reunião.

Segundo a Coluna do Estadão, também participariam os ministros Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação).

Além do futuro de Prates, há, ainda, o impasse em torno da distribuição dos dividendos extraordinários da petrolífera, que também será arbitrado por Lula e é de grande interesse da equipe econômica. Se o pagamento for integral, isso significará R$ 43,9 bilhões, sendo R$ 12,6 bilhões devidos à União, que é a principal acionista da estatal.

Haddad antecipou volta a Brasília para se reunir com Lula na noite deste domingo, mas encontro foi adiado para segunda. Foto: Adriano Machado/Reuters

Nas conversas internas da Fazenda, como mostrou o Estadão, o clima é de torcida: tanto para que a distribuição se confirme como para que ocorra o mais rapidamente possível.

Isso porque o valor servirá para tapar o “buraco” deixado pela desoneração da folha dos pequenos municípios, uma derrota imposta a Haddad pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Como consequência, isso aumentará as chances de o governo abrir espaço para gastos extras de até R$ 15,7 bilhões neste ano. Em um período de três anos, até 2026, isso significará R$ 50 bilhões a mais no Orçamento.

Na última quinta-feira, Haddad, Costa e Silveira acertaram, em reunião fechada, a distribuição desses valores extraordinários. A proposta, porém, ainda precisa do aval de Lula e do conselho de administração da companhia.

Na reunião de março, o conselho da estatal decidiu pela retenção dos valores, frustrando os investidores e deixando evidentes as divergências dentro da gestão petista. Enquanto Silveira e Costa opinaram, à época, por não fazer a distribuição, Prates defendeu o pagamento de 50%.

A principal exigência do governo é de que a distribuição não prejudique o plano de investimento da empresa, com o qual o Planalto espera gerar empregos e turbinar a economia.

Em meio ao fogo cruzado e a escalada da tensão, o nome do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, vem sendo ventilado como possível substituto de Prates. Trata-se de um político da confiança de Lula, mas que gera temor no mercado por ser visto como intervencionista.

Investidores de olho na Petrobras

Os investidores monitoram com atenção as duas frentes: uma eventual substituição na presidência da estatal e a possibilidade de pagamento dos dividendos extraordinários. A percepção, dentre os analistas, é de que a Petrobras tem mantido resultados sólidos, com lucros expressivos, aumento de investimentos e manutenção da dívida em patamares baixos - o que possibilitaria o pagamento dos proventos.

A relação entre a dívida líquida da empresa e a geração de caixa em um ano (Ebitda ajustado em dólares), por exemplo, fechou 2023 em 0,85. A grosso modo, se a empresa utilizasse todo o caixa gerado para pagar a dívida, conseguiria quitar o passivo em menos de um ano.

Um analista de óleo e gás de um grande banco internacional explica que esse número é maior do que o de 2022 (0,63), ou seja, o endividamento aumentou, mas permanece sob controle.

Para efeito de comparação, esse patamar é menor do que o do último ano do segundo mandato de Lula, que ficou em 1,09 em 2010. E muito menor do que o pior momento vivido pela empresa, em 2015, no governo Dilma Rousseff, quando atingiu 4,27 e a Petrobras quase precisou receber aportes do Tesouro.

Em 2023, os investimentos da Petrobras somaram US$ 12,67 bilhões, segundo o balanço da empresa, um aumento de 29% em relação aos US$ 9,84 bilhões de 2022. Ao mesmo tempo, o lucro líquido em dólares atingiu US$ 25,73 bilhões, segundo Einar Rivero, da Elos Ayta Consultoria.

A expectativa é de que esses argumentos sejam levados ao presidente Lula em meio às discussões sobre a empresa. Outro ponto que pode ser decisivo é que o caixa do Tesouro reforçado pelos dividendos da estatal diminuiria a chance de bloqueio de recursos voltados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), umas das principais vitrines do governo.

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi convocado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma reunião na noite deste domingo, 7, em Brasília, em meio à crise na Petrobras e a dúvidas sobre a permanência de Jean Paul Prates no comando da estatal. O encontro, porém, foi postergado para esta segunda-feira, 8, às 18h.

Haddad estava em São Paulo e só retornaria a Brasília na segunda, mas antecipou sua volta ao ser chamado pelo presidente para a agenda às 20h no Palácio da Alvorada, residência oficial de Lula. Segundo aliados, o presidente, porém, se irritou com o vazamento do encontro e cancelou a reunião.

Segundo a Coluna do Estadão, também participariam os ministros Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação).

Além do futuro de Prates, há, ainda, o impasse em torno da distribuição dos dividendos extraordinários da petrolífera, que também será arbitrado por Lula e é de grande interesse da equipe econômica. Se o pagamento for integral, isso significará R$ 43,9 bilhões, sendo R$ 12,6 bilhões devidos à União, que é a principal acionista da estatal.

Haddad antecipou volta a Brasília para se reunir com Lula na noite deste domingo, mas encontro foi adiado para segunda. Foto: Adriano Machado/Reuters

Nas conversas internas da Fazenda, como mostrou o Estadão, o clima é de torcida: tanto para que a distribuição se confirme como para que ocorra o mais rapidamente possível.

Isso porque o valor servirá para tapar o “buraco” deixado pela desoneração da folha dos pequenos municípios, uma derrota imposta a Haddad pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Como consequência, isso aumentará as chances de o governo abrir espaço para gastos extras de até R$ 15,7 bilhões neste ano. Em um período de três anos, até 2026, isso significará R$ 50 bilhões a mais no Orçamento.

Na última quinta-feira, Haddad, Costa e Silveira acertaram, em reunião fechada, a distribuição desses valores extraordinários. A proposta, porém, ainda precisa do aval de Lula e do conselho de administração da companhia.

Na reunião de março, o conselho da estatal decidiu pela retenção dos valores, frustrando os investidores e deixando evidentes as divergências dentro da gestão petista. Enquanto Silveira e Costa opinaram, à época, por não fazer a distribuição, Prates defendeu o pagamento de 50%.

A principal exigência do governo é de que a distribuição não prejudique o plano de investimento da empresa, com o qual o Planalto espera gerar empregos e turbinar a economia.

Em meio ao fogo cruzado e a escalada da tensão, o nome do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, vem sendo ventilado como possível substituto de Prates. Trata-se de um político da confiança de Lula, mas que gera temor no mercado por ser visto como intervencionista.

Investidores de olho na Petrobras

Os investidores monitoram com atenção as duas frentes: uma eventual substituição na presidência da estatal e a possibilidade de pagamento dos dividendos extraordinários. A percepção, dentre os analistas, é de que a Petrobras tem mantido resultados sólidos, com lucros expressivos, aumento de investimentos e manutenção da dívida em patamares baixos - o que possibilitaria o pagamento dos proventos.

A relação entre a dívida líquida da empresa e a geração de caixa em um ano (Ebitda ajustado em dólares), por exemplo, fechou 2023 em 0,85. A grosso modo, se a empresa utilizasse todo o caixa gerado para pagar a dívida, conseguiria quitar o passivo em menos de um ano.

Um analista de óleo e gás de um grande banco internacional explica que esse número é maior do que o de 2022 (0,63), ou seja, o endividamento aumentou, mas permanece sob controle.

Para efeito de comparação, esse patamar é menor do que o do último ano do segundo mandato de Lula, que ficou em 1,09 em 2010. E muito menor do que o pior momento vivido pela empresa, em 2015, no governo Dilma Rousseff, quando atingiu 4,27 e a Petrobras quase precisou receber aportes do Tesouro.

Em 2023, os investimentos da Petrobras somaram US$ 12,67 bilhões, segundo o balanço da empresa, um aumento de 29% em relação aos US$ 9,84 bilhões de 2022. Ao mesmo tempo, o lucro líquido em dólares atingiu US$ 25,73 bilhões, segundo Einar Rivero, da Elos Ayta Consultoria.

A expectativa é de que esses argumentos sejam levados ao presidente Lula em meio às discussões sobre a empresa. Outro ponto que pode ser decisivo é que o caixa do Tesouro reforçado pelos dividendos da estatal diminuiria a chance de bloqueio de recursos voltados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), umas das principais vitrines do governo.

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi convocado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma reunião na noite deste domingo, 7, em Brasília, em meio à crise na Petrobras e a dúvidas sobre a permanência de Jean Paul Prates no comando da estatal. O encontro, porém, foi postergado para esta segunda-feira, 8, às 18h.

Haddad estava em São Paulo e só retornaria a Brasília na segunda, mas antecipou sua volta ao ser chamado pelo presidente para a agenda às 20h no Palácio da Alvorada, residência oficial de Lula. Segundo aliados, o presidente, porém, se irritou com o vazamento do encontro e cancelou a reunião.

Segundo a Coluna do Estadão, também participariam os ministros Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação).

Além do futuro de Prates, há, ainda, o impasse em torno da distribuição dos dividendos extraordinários da petrolífera, que também será arbitrado por Lula e é de grande interesse da equipe econômica. Se o pagamento for integral, isso significará R$ 43,9 bilhões, sendo R$ 12,6 bilhões devidos à União, que é a principal acionista da estatal.

Haddad antecipou volta a Brasília para se reunir com Lula na noite deste domingo, mas encontro foi adiado para segunda. Foto: Adriano Machado/Reuters

Nas conversas internas da Fazenda, como mostrou o Estadão, o clima é de torcida: tanto para que a distribuição se confirme como para que ocorra o mais rapidamente possível.

Isso porque o valor servirá para tapar o “buraco” deixado pela desoneração da folha dos pequenos municípios, uma derrota imposta a Haddad pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Como consequência, isso aumentará as chances de o governo abrir espaço para gastos extras de até R$ 15,7 bilhões neste ano. Em um período de três anos, até 2026, isso significará R$ 50 bilhões a mais no Orçamento.

Na última quinta-feira, Haddad, Costa e Silveira acertaram, em reunião fechada, a distribuição desses valores extraordinários. A proposta, porém, ainda precisa do aval de Lula e do conselho de administração da companhia.

Na reunião de março, o conselho da estatal decidiu pela retenção dos valores, frustrando os investidores e deixando evidentes as divergências dentro da gestão petista. Enquanto Silveira e Costa opinaram, à época, por não fazer a distribuição, Prates defendeu o pagamento de 50%.

A principal exigência do governo é de que a distribuição não prejudique o plano de investimento da empresa, com o qual o Planalto espera gerar empregos e turbinar a economia.

Em meio ao fogo cruzado e a escalada da tensão, o nome do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, vem sendo ventilado como possível substituto de Prates. Trata-se de um político da confiança de Lula, mas que gera temor no mercado por ser visto como intervencionista.

Investidores de olho na Petrobras

Os investidores monitoram com atenção as duas frentes: uma eventual substituição na presidência da estatal e a possibilidade de pagamento dos dividendos extraordinários. A percepção, dentre os analistas, é de que a Petrobras tem mantido resultados sólidos, com lucros expressivos, aumento de investimentos e manutenção da dívida em patamares baixos - o que possibilitaria o pagamento dos proventos.

A relação entre a dívida líquida da empresa e a geração de caixa em um ano (Ebitda ajustado em dólares), por exemplo, fechou 2023 em 0,85. A grosso modo, se a empresa utilizasse todo o caixa gerado para pagar a dívida, conseguiria quitar o passivo em menos de um ano.

Um analista de óleo e gás de um grande banco internacional explica que esse número é maior do que o de 2022 (0,63), ou seja, o endividamento aumentou, mas permanece sob controle.

Para efeito de comparação, esse patamar é menor do que o do último ano do segundo mandato de Lula, que ficou em 1,09 em 2010. E muito menor do que o pior momento vivido pela empresa, em 2015, no governo Dilma Rousseff, quando atingiu 4,27 e a Petrobras quase precisou receber aportes do Tesouro.

Em 2023, os investimentos da Petrobras somaram US$ 12,67 bilhões, segundo o balanço da empresa, um aumento de 29% em relação aos US$ 9,84 bilhões de 2022. Ao mesmo tempo, o lucro líquido em dólares atingiu US$ 25,73 bilhões, segundo Einar Rivero, da Elos Ayta Consultoria.

A expectativa é de que esses argumentos sejam levados ao presidente Lula em meio às discussões sobre a empresa. Outro ponto que pode ser decisivo é que o caixa do Tesouro reforçado pelos dividendos da estatal diminuiria a chance de bloqueio de recursos voltados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), umas das principais vitrines do governo.

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