Lula impõe derrota a Haddad para controlar crise que cresce com fake news do Pix; leia bastidor


Notícias falsas sobre taxação do meio de pagamento provocaram danos à imagem do Planalto; novo ministro da Comunicação Social enfrenta prova de fogo

Por Vera Rosa

BRASÍLIA – Foi do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva a decisão de revogar a medida da Receita Federal que ampliava a fiscalização de transações financeiras com Pix. O recuo representou uma derrota para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas ocorreu diante da constatação de que o governo tinha perdido a batalha da comunicação na sociedade.

Mal assumiu o cargo, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Sidônio Palmeira, já enfrentou a primeira prova de fogo: a fake news sobre a taxação do Pix se espalhou como rastilho de pólvora e virou uma crise de grandes proporções no governo.

Governo anunciou a revogação de medida da Receita que ampliava monitoramento de transações financeiras, incluindo o Pix.  Foto: João Risi/SEAUD/Presidência da República
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A inesperada turbulência preocupa o Palácio do Planalto justamente no momento em que a Meta – empresa controladora do WhatsApp, do Facebook e do Instagram – decidiu acabar com o sistema de checagem dos fatos nas plataformas.

Na avaliação de ministros, é preciso criar, o mais rápido possível, um método de pronta-resposta nas redes sociais porque o governo tem demorado muito a reagir.

Não foi à toa que, nesta quarta-feira, 15, até mesmo o Banco Central, agora sob o comando de Gabriel Galípolo, entrou nas redes com linguagem de TikTok para pedir à população que não acreditasse em “lorota”.

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O receio no Planalto é de que a oposição, animada com o sucesso da investida sobre o Pix – e com a “mão amiga” da Meta –, adote a tática do “quanto pior, melhor” para provocar queda na aprovação do governo e inviabilizar uma possível candidatura de Lula à reeleição, em 2026.

Em apenas um único dia, um vídeo postado pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), especulando sobre tributação em operações com Pix, teve mais de 237 milhões de visualizações. Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Nikolas disse que “se a gente não parar o Lula, o Lula vai parar o Brasil”. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também atacou duramente a instrução normativa da Receita Federal.

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Criticado por Haddad, para quem Flávio deveria explicar as rachadinhas – e também como angariou um “patrimônio espetacular, sem nunca ter trabalhado” –, o senador ironizou a revogação da medida. “Ué, mas não era mentira? O povo venceu”, postou ele nas redes sociais.

No Planalto, o dano causado à imagem do governo foi atribuído justamente a um erro de comunicação. Após conversar com Haddad e Sidônio, na manhã desta quarta-feira, 15, Lula convocou uma reunião de emergência, à tarde. Desta vez, também com a participação do secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, e do ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias.

Diante do sucesso da estratégia da oposição, a equipe econômica foi obrigada a capitular. Interlocutores de Lula disseram ao Estadão que o governo não tem um sistema eficaz de monitoramento de redes sociais para combater a desinformação.

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Sidônio prometeu fazer “imediatamente” uma nova licitação para contratar serviços de comunicação digital. Aberto na gestão de Paulo Pimenta, que deixou a Secom, um processo de R$ 197,7 milhões foi suspenso pelo Tribunal de Contas da União (TCU), no ano passado, após os nomes das empresas vencedoras serem publicados de forma cifrada no site O Antagonista. No último dia 9, porém, o TCU decidiu liberar a licitação, alegando não ter encontrado irregularidades.

Nos poucos dias em que está na Secom, Sidônio ja chegou à conclusão de que o governo trabalha de forma analógica. No seu diagnóstico, Lula precisa focar nas redes sociais, dar mais entrevistas e criar marcas para os vários programas do governo.

Embora aliados do presidente, principalmente no PT, digam que ele não deveria ter recuado na novela do Pix, sob o argumento de que, agindo assim, pareceu dar razão aos adversários, a avaliação no Planalto foi a de que não havia outra opção. O governo estava “sangrando” e era preciso agir rápido. Agora, a próxima batalha, na reabertura dos trabalhos do Congresso, em fevereiro, será em torno da regulamentação das redes sociais.

BRASÍLIA – Foi do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva a decisão de revogar a medida da Receita Federal que ampliava a fiscalização de transações financeiras com Pix. O recuo representou uma derrota para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas ocorreu diante da constatação de que o governo tinha perdido a batalha da comunicação na sociedade.

Mal assumiu o cargo, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Sidônio Palmeira, já enfrentou a primeira prova de fogo: a fake news sobre a taxação do Pix se espalhou como rastilho de pólvora e virou uma crise de grandes proporções no governo.

Governo anunciou a revogação de medida da Receita que ampliava monitoramento de transações financeiras, incluindo o Pix.  Foto: João Risi/SEAUD/Presidência da República

A inesperada turbulência preocupa o Palácio do Planalto justamente no momento em que a Meta – empresa controladora do WhatsApp, do Facebook e do Instagram – decidiu acabar com o sistema de checagem dos fatos nas plataformas.

Na avaliação de ministros, é preciso criar, o mais rápido possível, um método de pronta-resposta nas redes sociais porque o governo tem demorado muito a reagir.

Não foi à toa que, nesta quarta-feira, 15, até mesmo o Banco Central, agora sob o comando de Gabriel Galípolo, entrou nas redes com linguagem de TikTok para pedir à população que não acreditasse em “lorota”.

O receio no Planalto é de que a oposição, animada com o sucesso da investida sobre o Pix – e com a “mão amiga” da Meta –, adote a tática do “quanto pior, melhor” para provocar queda na aprovação do governo e inviabilizar uma possível candidatura de Lula à reeleição, em 2026.

Em apenas um único dia, um vídeo postado pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), especulando sobre tributação em operações com Pix, teve mais de 237 milhões de visualizações. Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Nikolas disse que “se a gente não parar o Lula, o Lula vai parar o Brasil”. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também atacou duramente a instrução normativa da Receita Federal.

Criticado por Haddad, para quem Flávio deveria explicar as rachadinhas – e também como angariou um “patrimônio espetacular, sem nunca ter trabalhado” –, o senador ironizou a revogação da medida. “Ué, mas não era mentira? O povo venceu”, postou ele nas redes sociais.

No Planalto, o dano causado à imagem do governo foi atribuído justamente a um erro de comunicação. Após conversar com Haddad e Sidônio, na manhã desta quarta-feira, 15, Lula convocou uma reunião de emergência, à tarde. Desta vez, também com a participação do secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, e do ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias.

Diante do sucesso da estratégia da oposição, a equipe econômica foi obrigada a capitular. Interlocutores de Lula disseram ao Estadão que o governo não tem um sistema eficaz de monitoramento de redes sociais para combater a desinformação.

Sidônio prometeu fazer “imediatamente” uma nova licitação para contratar serviços de comunicação digital. Aberto na gestão de Paulo Pimenta, que deixou a Secom, um processo de R$ 197,7 milhões foi suspenso pelo Tribunal de Contas da União (TCU), no ano passado, após os nomes das empresas vencedoras serem publicados de forma cifrada no site O Antagonista. No último dia 9, porém, o TCU decidiu liberar a licitação, alegando não ter encontrado irregularidades.

Nos poucos dias em que está na Secom, Sidônio ja chegou à conclusão de que o governo trabalha de forma analógica. No seu diagnóstico, Lula precisa focar nas redes sociais, dar mais entrevistas e criar marcas para os vários programas do governo.

Embora aliados do presidente, principalmente no PT, digam que ele não deveria ter recuado na novela do Pix, sob o argumento de que, agindo assim, pareceu dar razão aos adversários, a avaliação no Planalto foi a de que não havia outra opção. O governo estava “sangrando” e era preciso agir rápido. Agora, a próxima batalha, na reabertura dos trabalhos do Congresso, em fevereiro, será em torno da regulamentação das redes sociais.

BRASÍLIA – Foi do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva a decisão de revogar a medida da Receita Federal que ampliava a fiscalização de transações financeiras com Pix. O recuo representou uma derrota para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas ocorreu diante da constatação de que o governo tinha perdido a batalha da comunicação na sociedade.

Mal assumiu o cargo, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Sidônio Palmeira, já enfrentou a primeira prova de fogo: a fake news sobre a taxação do Pix se espalhou como rastilho de pólvora e virou uma crise de grandes proporções no governo.

Governo anunciou a revogação de medida da Receita que ampliava monitoramento de transações financeiras, incluindo o Pix.  Foto: João Risi/SEAUD/Presidência da República

A inesperada turbulência preocupa o Palácio do Planalto justamente no momento em que a Meta – empresa controladora do WhatsApp, do Facebook e do Instagram – decidiu acabar com o sistema de checagem dos fatos nas plataformas.

Na avaliação de ministros, é preciso criar, o mais rápido possível, um método de pronta-resposta nas redes sociais porque o governo tem demorado muito a reagir.

Não foi à toa que, nesta quarta-feira, 15, até mesmo o Banco Central, agora sob o comando de Gabriel Galípolo, entrou nas redes com linguagem de TikTok para pedir à população que não acreditasse em “lorota”.

O receio no Planalto é de que a oposição, animada com o sucesso da investida sobre o Pix – e com a “mão amiga” da Meta –, adote a tática do “quanto pior, melhor” para provocar queda na aprovação do governo e inviabilizar uma possível candidatura de Lula à reeleição, em 2026.

Em apenas um único dia, um vídeo postado pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), especulando sobre tributação em operações com Pix, teve mais de 237 milhões de visualizações. Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Nikolas disse que “se a gente não parar o Lula, o Lula vai parar o Brasil”. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também atacou duramente a instrução normativa da Receita Federal.

Criticado por Haddad, para quem Flávio deveria explicar as rachadinhas – e também como angariou um “patrimônio espetacular, sem nunca ter trabalhado” –, o senador ironizou a revogação da medida. “Ué, mas não era mentira? O povo venceu”, postou ele nas redes sociais.

No Planalto, o dano causado à imagem do governo foi atribuído justamente a um erro de comunicação. Após conversar com Haddad e Sidônio, na manhã desta quarta-feira, 15, Lula convocou uma reunião de emergência, à tarde. Desta vez, também com a participação do secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, e do ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias.

Diante do sucesso da estratégia da oposição, a equipe econômica foi obrigada a capitular. Interlocutores de Lula disseram ao Estadão que o governo não tem um sistema eficaz de monitoramento de redes sociais para combater a desinformação.

Sidônio prometeu fazer “imediatamente” uma nova licitação para contratar serviços de comunicação digital. Aberto na gestão de Paulo Pimenta, que deixou a Secom, um processo de R$ 197,7 milhões foi suspenso pelo Tribunal de Contas da União (TCU), no ano passado, após os nomes das empresas vencedoras serem publicados de forma cifrada no site O Antagonista. No último dia 9, porém, o TCU decidiu liberar a licitação, alegando não ter encontrado irregularidades.

Nos poucos dias em que está na Secom, Sidônio ja chegou à conclusão de que o governo trabalha de forma analógica. No seu diagnóstico, Lula precisa focar nas redes sociais, dar mais entrevistas e criar marcas para os vários programas do governo.

Embora aliados do presidente, principalmente no PT, digam que ele não deveria ter recuado na novela do Pix, sob o argumento de que, agindo assim, pareceu dar razão aos adversários, a avaliação no Planalto foi a de que não havia outra opção. O governo estava “sangrando” e era preciso agir rápido. Agora, a próxima batalha, na reabertura dos trabalhos do Congresso, em fevereiro, será em torno da regulamentação das redes sociais.

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