Lula tenta afastar percepção de fracasso na negociação Mercosul-União Europeia


Em Berlim, presidente brasileiro disse que até o fim da Cúpula do Rio tentará convencer o presidente da Argentina e da França a apoiarem o acordo

Por João Caminoto

ENVIADO ESPECIAL A BERLIM - Embora a possibilidade de assinatura de um acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE) no encontro de cúpula no Rio de janeiro, nesta semana, tenha sido descartada nos bastidores por todos os principais atores da negociação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta afastar uma percepção de derrocada do processo.

Durante uma coletiva à imprensa ao lado do chanceler alemão Olaf Scholz, Lula disse que vai tentar até o final da reunião no Rio convencer o presidente da Argentina, Alberto Fernández, e da França, Emmanuel Macron, a apoiarem o acordo, cujas negociações já duram 23 anos.

Foi a primeira vez que Lula mencionou publicamente o chefe de Estado argentino como um dos focos de resistência na consagração do entendimento. Apesar de apoiar um acordo Mercosul-UE, Fernández teria decidido não interferir sobre algo tão relevante poucos dias antes de transferir o cargo ao presidente eleito Javier Milei, que durante a campanha eleitoral teceu duras críticas à própria existência do Mercosul.

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Sobre Macron, o presidente brasileiro voltou a atribuir a oposição ao acordo ao forte movimento protecionista na França, principalmente no setor agrícola. Evitou, no entanto, tecer críticas ao colega francês. “Respeito a posição dele.”

Chanceler alemão recebeu o presidente Lula em Berlim e reafirmou o apoio ao acordo Mercosul-UE Foto: Clemens Bilan/EFE/EPA

Scholz reafirmou o conhecido apoio do governo alemão ao acordo Mercosul-UE, mas também evitou comentar a fala de Macron, que, durante a COP-28 em Dubai, na semana passada, criticou duramente a proposta do Mercosul no lado ambiental e disse que a França não apoiaria uma aprovação do acordo no Rio.

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O chefe de governo alemão observou que o mandato para a negociação com o Mercosul está nas mãos da Comissão Europeia e que qualquer acordo teria que passar por outras instâncias, entre elas o Parlamento europeu.

Lula e Scholz foram também questionados sobre temas cujo posicionamento de Brasília e Berlim apresentam diferenças. Sobre a guerra na faixa de Gaza, Lula voltou a classificar o Hamas como “terrorista” e inclusive o responsabilizou também pelas mortes de milhares de palestinos provocada pela resposta militar de Israel. O presidente brasileiro evitou críticas diretas a Israel, embora tenha dito que “tem gente importante que não quer acabar com essa guerra”.

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Scholz ressaltou seu alinhamento com o Brasil sobre a necessidade da solução de “dois Estados” na região, mas usou palavras mais duras para descrever os atos cometidos pelo Hamas contra civis israelenses. Além disso, ressaltou “o direito de Israel se defender” e fazer o que for necessário para derrotar o Hamas.

Lula, questionado sobre as diferenças entre o posicionamento dos dois países em relação à Ucrânia, evitou uma saia-justa com o colega alemão afirmando que seria errado e inadequado comentar sobre um tema tão sensível para a Alemanha.

Os jornalistas alemães perguntaram a Lula se o presidente russo Vladimir Putin seria convidado para a reunião de cúpula do G-20 no Brasil - que ocupa a presidência rotativa do bloco. E se líder russo seria preso caso aceitasse participar. Evitando polêmicas criadas no passado, Lula disse que convidará Putin para a reunião, mas que a questão da prisão cabe à Justiça decidir. E que por isso, provavelmente, Putin seria sim preso no Brasil.

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Brasil e Alemanha assinaram mais de 20 acordos de cooperação em diversas áreas, com destaque para a ambiental, energética, tecnologia e agrícola. Mas, para a frustração de alguns integrantes da delegação brasileira, Scholz não prometeu novos investimentos financeiros relevantes no País. O governo alemão enfrenta uma crise orçamentária e está sendo forçado a promover uma série cortes a apoios financeiros externos.

ENVIADO ESPECIAL A BERLIM - Embora a possibilidade de assinatura de um acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE) no encontro de cúpula no Rio de janeiro, nesta semana, tenha sido descartada nos bastidores por todos os principais atores da negociação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta afastar uma percepção de derrocada do processo.

Durante uma coletiva à imprensa ao lado do chanceler alemão Olaf Scholz, Lula disse que vai tentar até o final da reunião no Rio convencer o presidente da Argentina, Alberto Fernández, e da França, Emmanuel Macron, a apoiarem o acordo, cujas negociações já duram 23 anos.

Foi a primeira vez que Lula mencionou publicamente o chefe de Estado argentino como um dos focos de resistência na consagração do entendimento. Apesar de apoiar um acordo Mercosul-UE, Fernández teria decidido não interferir sobre algo tão relevante poucos dias antes de transferir o cargo ao presidente eleito Javier Milei, que durante a campanha eleitoral teceu duras críticas à própria existência do Mercosul.

Sobre Macron, o presidente brasileiro voltou a atribuir a oposição ao acordo ao forte movimento protecionista na França, principalmente no setor agrícola. Evitou, no entanto, tecer críticas ao colega francês. “Respeito a posição dele.”

Chanceler alemão recebeu o presidente Lula em Berlim e reafirmou o apoio ao acordo Mercosul-UE Foto: Clemens Bilan/EFE/EPA

Scholz reafirmou o conhecido apoio do governo alemão ao acordo Mercosul-UE, mas também evitou comentar a fala de Macron, que, durante a COP-28 em Dubai, na semana passada, criticou duramente a proposta do Mercosul no lado ambiental e disse que a França não apoiaria uma aprovação do acordo no Rio.

O chefe de governo alemão observou que o mandato para a negociação com o Mercosul está nas mãos da Comissão Europeia e que qualquer acordo teria que passar por outras instâncias, entre elas o Parlamento europeu.

Lula e Scholz foram também questionados sobre temas cujo posicionamento de Brasília e Berlim apresentam diferenças. Sobre a guerra na faixa de Gaza, Lula voltou a classificar o Hamas como “terrorista” e inclusive o responsabilizou também pelas mortes de milhares de palestinos provocada pela resposta militar de Israel. O presidente brasileiro evitou críticas diretas a Israel, embora tenha dito que “tem gente importante que não quer acabar com essa guerra”.

Scholz ressaltou seu alinhamento com o Brasil sobre a necessidade da solução de “dois Estados” na região, mas usou palavras mais duras para descrever os atos cometidos pelo Hamas contra civis israelenses. Além disso, ressaltou “o direito de Israel se defender” e fazer o que for necessário para derrotar o Hamas.

Lula, questionado sobre as diferenças entre o posicionamento dos dois países em relação à Ucrânia, evitou uma saia-justa com o colega alemão afirmando que seria errado e inadequado comentar sobre um tema tão sensível para a Alemanha.

Os jornalistas alemães perguntaram a Lula se o presidente russo Vladimir Putin seria convidado para a reunião de cúpula do G-20 no Brasil - que ocupa a presidência rotativa do bloco. E se líder russo seria preso caso aceitasse participar. Evitando polêmicas criadas no passado, Lula disse que convidará Putin para a reunião, mas que a questão da prisão cabe à Justiça decidir. E que por isso, provavelmente, Putin seria sim preso no Brasil.

Brasil e Alemanha assinaram mais de 20 acordos de cooperação em diversas áreas, com destaque para a ambiental, energética, tecnologia e agrícola. Mas, para a frustração de alguns integrantes da delegação brasileira, Scholz não prometeu novos investimentos financeiros relevantes no País. O governo alemão enfrenta uma crise orçamentária e está sendo forçado a promover uma série cortes a apoios financeiros externos.

ENVIADO ESPECIAL A BERLIM - Embora a possibilidade de assinatura de um acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE) no encontro de cúpula no Rio de janeiro, nesta semana, tenha sido descartada nos bastidores por todos os principais atores da negociação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta afastar uma percepção de derrocada do processo.

Durante uma coletiva à imprensa ao lado do chanceler alemão Olaf Scholz, Lula disse que vai tentar até o final da reunião no Rio convencer o presidente da Argentina, Alberto Fernández, e da França, Emmanuel Macron, a apoiarem o acordo, cujas negociações já duram 23 anos.

Foi a primeira vez que Lula mencionou publicamente o chefe de Estado argentino como um dos focos de resistência na consagração do entendimento. Apesar de apoiar um acordo Mercosul-UE, Fernández teria decidido não interferir sobre algo tão relevante poucos dias antes de transferir o cargo ao presidente eleito Javier Milei, que durante a campanha eleitoral teceu duras críticas à própria existência do Mercosul.

Sobre Macron, o presidente brasileiro voltou a atribuir a oposição ao acordo ao forte movimento protecionista na França, principalmente no setor agrícola. Evitou, no entanto, tecer críticas ao colega francês. “Respeito a posição dele.”

Chanceler alemão recebeu o presidente Lula em Berlim e reafirmou o apoio ao acordo Mercosul-UE Foto: Clemens Bilan/EFE/EPA

Scholz reafirmou o conhecido apoio do governo alemão ao acordo Mercosul-UE, mas também evitou comentar a fala de Macron, que, durante a COP-28 em Dubai, na semana passada, criticou duramente a proposta do Mercosul no lado ambiental e disse que a França não apoiaria uma aprovação do acordo no Rio.

O chefe de governo alemão observou que o mandato para a negociação com o Mercosul está nas mãos da Comissão Europeia e que qualquer acordo teria que passar por outras instâncias, entre elas o Parlamento europeu.

Lula e Scholz foram também questionados sobre temas cujo posicionamento de Brasília e Berlim apresentam diferenças. Sobre a guerra na faixa de Gaza, Lula voltou a classificar o Hamas como “terrorista” e inclusive o responsabilizou também pelas mortes de milhares de palestinos provocada pela resposta militar de Israel. O presidente brasileiro evitou críticas diretas a Israel, embora tenha dito que “tem gente importante que não quer acabar com essa guerra”.

Scholz ressaltou seu alinhamento com o Brasil sobre a necessidade da solução de “dois Estados” na região, mas usou palavras mais duras para descrever os atos cometidos pelo Hamas contra civis israelenses. Além disso, ressaltou “o direito de Israel se defender” e fazer o que for necessário para derrotar o Hamas.

Lula, questionado sobre as diferenças entre o posicionamento dos dois países em relação à Ucrânia, evitou uma saia-justa com o colega alemão afirmando que seria errado e inadequado comentar sobre um tema tão sensível para a Alemanha.

Os jornalistas alemães perguntaram a Lula se o presidente russo Vladimir Putin seria convidado para a reunião de cúpula do G-20 no Brasil - que ocupa a presidência rotativa do bloco. E se líder russo seria preso caso aceitasse participar. Evitando polêmicas criadas no passado, Lula disse que convidará Putin para a reunião, mas que a questão da prisão cabe à Justiça decidir. E que por isso, provavelmente, Putin seria sim preso no Brasil.

Brasil e Alemanha assinaram mais de 20 acordos de cooperação em diversas áreas, com destaque para a ambiental, energética, tecnologia e agrícola. Mas, para a frustração de alguns integrantes da delegação brasileira, Scholz não prometeu novos investimentos financeiros relevantes no País. O governo alemão enfrenta uma crise orçamentária e está sendo forçado a promover uma série cortes a apoios financeiros externos.

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