Fala de Lula sobre não estar disposto a mudar comando da Caixa agora irrita Centrão


Aliados de Lira avaliam que ele ficou incomodado com declarações recentes do presidente sobre a negociação para a troca no comando da Caixa Econômica Federal.

Por Iander Porcella
Atualização:

BRASÍLIA - Aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), avaliam que ele ficou incomodado com declarações recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a negociação para a troca no comando da Caixa Econômica Federal. O deputado alagoano admitiu, recentemente, que seu partido deve indicar o nome que substituirá Rita Serrano na chefia do banco público, mas o petista disse não estar disposto a fazer a troca agora.

Deputados do Centrão e da própria esquerda admitiram ao Estadão/Broadcast que esse foi um dos motivos para “azedar” o clima na Câmara nesta terça-feira, 26, o que contribuiu para que nenhum projeto tenha sido votado no plenário. A obstrução da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que faz ofensiva contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de derrubar o marco temporal das terras indígenas, também paralisou a pauta de votações do Congresso.

De acordo com um deputado governista, a fala de Lula sobre a Caixa “mudou um pouco os astros” na Câmara. Na visão de uma liderança partidária, o próprio fato de Lira não ter realizado ontem a tradicional reunião do Colégio de Líderes para definir a pauta de votações da semana indica que o sentimento é de incômodo. “O recado dele é: parei os trabalhos da Casa”, disse, sob reserva. Para um petista, as declarações de Lula e de Lira são um “jogo de cena” para mostrar “quem manda mais”. O presidente da República, na visão desse deputado, vai entregar o comando do banco público, mas “no tempo dele”.

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”Acho que ele [Lula] manda recado para Lira, mas pagará um preço alto”, afirmou um deputado do PP. A presidência da Caixa faz parte de um acordo feito em julho entre o governo e o Centrão. Lula prometeu abrir espaço na Esplanada para o partido de Lira e o Republicanos, além de entregar ao grupo político o comando do banco, o que garantiu a aprovação do projeto de lei que retomou o voto de desempate a favor da Receita nos julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

Aliados de Lira avaliam que ele ficou incomodado com declarações recentes do presidente sobre a negociação para a troca no comando da Caixa Econômica Federal.  Foto: WILTON JUNIOR

A minirreforma ministerial, que alçou André Fufuca (PP) ao Esporte e Silvio Costa Filho (Republicanos) à pasta de Portos e Aeroportos, concretizou-se mais de dois meses depois, no começo de setembro. Essa demora já havia irritado o Centrão, que agora também ficou contrariado com a sinalização de Lula de que a troca na Caixa deve se arrastar ainda mais.

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O governo tem uma série de projetos para aprovar na Câmara até o fim do ano. O pacote do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para aumentar a arrecadação e zerar o déficit das contas públicas ano que vem inclui propostas polêmicas, como o fim da dedução de juros sobre capital próprio (JCP) e a tributação de fundos exclusivos e offshores.

Lula disse nesta segunda-feira, 25, que só ele “coloca ou tira” alguém da presidência da Caixa. “O único cargo que eu não posso mexer é no meu e no do Alckmin, que foi o povo brasileiro que deu. Mas o restante eu posso mexer em qualquer um e posso dizer que, por enquanto, não estou disposto a mexer com nada”, emendou o petista.

Lira, por sua vez, havia confirmado na semana passada que o Centrão indicaria cargos na Caixa. Em entrevista à Folha de S. Paulo publicada em 17 de setembro, o presidente da Câmara também admitiu que as nomeações passarão por ele.

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A ex-deputada federal Margarete Coelho (PP-PI), aliada de Lira, chegou a ser cotada para a presidência do banco público, mas o partido já descartou o nome dela, tanto pela falta de experiência no setor, quanto para não perder a diretoria financeira do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), posto que ela ocupa hoje.

De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, a ex-deputada queria assumir a presidência do banco público, e a indicação era bem vista pelo Palácio do Planalto, mas o partido recuou. No início do ano, uma ala do PT chegou a fazer uma ofensiva para tirar Margarete do Sebrae. Depois de vencer a disputa, o PP não quer abrir mão do posto agora.

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Parlamentares do partido voltaram a citar o ex-ministro Gilberto Occhi como candidato à presidência do banco público, cargo que ele chegou a ocupar no governo Michel Temer. Occhi também foi ministro no governo Dilma Rousseff (PT). De acordo com essas fontes, Occhi seria um nome mais “neutro politicamente”. Margarete, por exemplo, rodou o País ano passado em campanha pela reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro na companhia da ex-primeira-dama Michelle.

Além de Occhi, também circulou para a presidência da Caixa o nome da ex-vice-presidente de Gestão Corporativa do banco Danielle Calazans, que atualmente é secretária de Planejamento do Rio Grande do Sul. Ela foi funcionária da Caixa entre os anos 2000 e 2010, e migrou para o Ministério da Fazenda durante o governo Dilma Rousseff (PT).

Um dos principais impasses para o anúncio da troca de comando na Caixa, segundo fontes que acompanham as negociações, é a vice-presidência de Habitação do banco. O cargo é ocupado hoje por Inês Magalhães, apoiada pelo PT, que não abre mão da indicação. O União Brasil, contudo, tem interesse no posto. A ideia do Centrão é que as vice-presidências da Caixa sejam distribuídas entre PP, União e Republicanos.

BRASÍLIA - Aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), avaliam que ele ficou incomodado com declarações recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a negociação para a troca no comando da Caixa Econômica Federal. O deputado alagoano admitiu, recentemente, que seu partido deve indicar o nome que substituirá Rita Serrano na chefia do banco público, mas o petista disse não estar disposto a fazer a troca agora.

Deputados do Centrão e da própria esquerda admitiram ao Estadão/Broadcast que esse foi um dos motivos para “azedar” o clima na Câmara nesta terça-feira, 26, o que contribuiu para que nenhum projeto tenha sido votado no plenário. A obstrução da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que faz ofensiva contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de derrubar o marco temporal das terras indígenas, também paralisou a pauta de votações do Congresso.

De acordo com um deputado governista, a fala de Lula sobre a Caixa “mudou um pouco os astros” na Câmara. Na visão de uma liderança partidária, o próprio fato de Lira não ter realizado ontem a tradicional reunião do Colégio de Líderes para definir a pauta de votações da semana indica que o sentimento é de incômodo. “O recado dele é: parei os trabalhos da Casa”, disse, sob reserva. Para um petista, as declarações de Lula e de Lira são um “jogo de cena” para mostrar “quem manda mais”. O presidente da República, na visão desse deputado, vai entregar o comando do banco público, mas “no tempo dele”.

”Acho que ele [Lula] manda recado para Lira, mas pagará um preço alto”, afirmou um deputado do PP. A presidência da Caixa faz parte de um acordo feito em julho entre o governo e o Centrão. Lula prometeu abrir espaço na Esplanada para o partido de Lira e o Republicanos, além de entregar ao grupo político o comando do banco, o que garantiu a aprovação do projeto de lei que retomou o voto de desempate a favor da Receita nos julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

Aliados de Lira avaliam que ele ficou incomodado com declarações recentes do presidente sobre a negociação para a troca no comando da Caixa Econômica Federal.  Foto: WILTON JUNIOR

A minirreforma ministerial, que alçou André Fufuca (PP) ao Esporte e Silvio Costa Filho (Republicanos) à pasta de Portos e Aeroportos, concretizou-se mais de dois meses depois, no começo de setembro. Essa demora já havia irritado o Centrão, que agora também ficou contrariado com a sinalização de Lula de que a troca na Caixa deve se arrastar ainda mais.

O governo tem uma série de projetos para aprovar na Câmara até o fim do ano. O pacote do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para aumentar a arrecadação e zerar o déficit das contas públicas ano que vem inclui propostas polêmicas, como o fim da dedução de juros sobre capital próprio (JCP) e a tributação de fundos exclusivos e offshores.

Lula disse nesta segunda-feira, 25, que só ele “coloca ou tira” alguém da presidência da Caixa. “O único cargo que eu não posso mexer é no meu e no do Alckmin, que foi o povo brasileiro que deu. Mas o restante eu posso mexer em qualquer um e posso dizer que, por enquanto, não estou disposto a mexer com nada”, emendou o petista.

Lira, por sua vez, havia confirmado na semana passada que o Centrão indicaria cargos na Caixa. Em entrevista à Folha de S. Paulo publicada em 17 de setembro, o presidente da Câmara também admitiu que as nomeações passarão por ele.

A ex-deputada federal Margarete Coelho (PP-PI), aliada de Lira, chegou a ser cotada para a presidência do banco público, mas o partido já descartou o nome dela, tanto pela falta de experiência no setor, quanto para não perder a diretoria financeira do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), posto que ela ocupa hoje.

De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, a ex-deputada queria assumir a presidência do banco público, e a indicação era bem vista pelo Palácio do Planalto, mas o partido recuou. No início do ano, uma ala do PT chegou a fazer uma ofensiva para tirar Margarete do Sebrae. Depois de vencer a disputa, o PP não quer abrir mão do posto agora.

Parlamentares do partido voltaram a citar o ex-ministro Gilberto Occhi como candidato à presidência do banco público, cargo que ele chegou a ocupar no governo Michel Temer. Occhi também foi ministro no governo Dilma Rousseff (PT). De acordo com essas fontes, Occhi seria um nome mais “neutro politicamente”. Margarete, por exemplo, rodou o País ano passado em campanha pela reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro na companhia da ex-primeira-dama Michelle.

Além de Occhi, também circulou para a presidência da Caixa o nome da ex-vice-presidente de Gestão Corporativa do banco Danielle Calazans, que atualmente é secretária de Planejamento do Rio Grande do Sul. Ela foi funcionária da Caixa entre os anos 2000 e 2010, e migrou para o Ministério da Fazenda durante o governo Dilma Rousseff (PT).

Um dos principais impasses para o anúncio da troca de comando na Caixa, segundo fontes que acompanham as negociações, é a vice-presidência de Habitação do banco. O cargo é ocupado hoje por Inês Magalhães, apoiada pelo PT, que não abre mão da indicação. O União Brasil, contudo, tem interesse no posto. A ideia do Centrão é que as vice-presidências da Caixa sejam distribuídas entre PP, União e Republicanos.

BRASÍLIA - Aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), avaliam que ele ficou incomodado com declarações recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a negociação para a troca no comando da Caixa Econômica Federal. O deputado alagoano admitiu, recentemente, que seu partido deve indicar o nome que substituirá Rita Serrano na chefia do banco público, mas o petista disse não estar disposto a fazer a troca agora.

Deputados do Centrão e da própria esquerda admitiram ao Estadão/Broadcast que esse foi um dos motivos para “azedar” o clima na Câmara nesta terça-feira, 26, o que contribuiu para que nenhum projeto tenha sido votado no plenário. A obstrução da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que faz ofensiva contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de derrubar o marco temporal das terras indígenas, também paralisou a pauta de votações do Congresso.

De acordo com um deputado governista, a fala de Lula sobre a Caixa “mudou um pouco os astros” na Câmara. Na visão de uma liderança partidária, o próprio fato de Lira não ter realizado ontem a tradicional reunião do Colégio de Líderes para definir a pauta de votações da semana indica que o sentimento é de incômodo. “O recado dele é: parei os trabalhos da Casa”, disse, sob reserva. Para um petista, as declarações de Lula e de Lira são um “jogo de cena” para mostrar “quem manda mais”. O presidente da República, na visão desse deputado, vai entregar o comando do banco público, mas “no tempo dele”.

”Acho que ele [Lula] manda recado para Lira, mas pagará um preço alto”, afirmou um deputado do PP. A presidência da Caixa faz parte de um acordo feito em julho entre o governo e o Centrão. Lula prometeu abrir espaço na Esplanada para o partido de Lira e o Republicanos, além de entregar ao grupo político o comando do banco, o que garantiu a aprovação do projeto de lei que retomou o voto de desempate a favor da Receita nos julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

Aliados de Lira avaliam que ele ficou incomodado com declarações recentes do presidente sobre a negociação para a troca no comando da Caixa Econômica Federal.  Foto: WILTON JUNIOR

A minirreforma ministerial, que alçou André Fufuca (PP) ao Esporte e Silvio Costa Filho (Republicanos) à pasta de Portos e Aeroportos, concretizou-se mais de dois meses depois, no começo de setembro. Essa demora já havia irritado o Centrão, que agora também ficou contrariado com a sinalização de Lula de que a troca na Caixa deve se arrastar ainda mais.

O governo tem uma série de projetos para aprovar na Câmara até o fim do ano. O pacote do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para aumentar a arrecadação e zerar o déficit das contas públicas ano que vem inclui propostas polêmicas, como o fim da dedução de juros sobre capital próprio (JCP) e a tributação de fundos exclusivos e offshores.

Lula disse nesta segunda-feira, 25, que só ele “coloca ou tira” alguém da presidência da Caixa. “O único cargo que eu não posso mexer é no meu e no do Alckmin, que foi o povo brasileiro que deu. Mas o restante eu posso mexer em qualquer um e posso dizer que, por enquanto, não estou disposto a mexer com nada”, emendou o petista.

Lira, por sua vez, havia confirmado na semana passada que o Centrão indicaria cargos na Caixa. Em entrevista à Folha de S. Paulo publicada em 17 de setembro, o presidente da Câmara também admitiu que as nomeações passarão por ele.

A ex-deputada federal Margarete Coelho (PP-PI), aliada de Lira, chegou a ser cotada para a presidência do banco público, mas o partido já descartou o nome dela, tanto pela falta de experiência no setor, quanto para não perder a diretoria financeira do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), posto que ela ocupa hoje.

De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, a ex-deputada queria assumir a presidência do banco público, e a indicação era bem vista pelo Palácio do Planalto, mas o partido recuou. No início do ano, uma ala do PT chegou a fazer uma ofensiva para tirar Margarete do Sebrae. Depois de vencer a disputa, o PP não quer abrir mão do posto agora.

Parlamentares do partido voltaram a citar o ex-ministro Gilberto Occhi como candidato à presidência do banco público, cargo que ele chegou a ocupar no governo Michel Temer. Occhi também foi ministro no governo Dilma Rousseff (PT). De acordo com essas fontes, Occhi seria um nome mais “neutro politicamente”. Margarete, por exemplo, rodou o País ano passado em campanha pela reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro na companhia da ex-primeira-dama Michelle.

Além de Occhi, também circulou para a presidência da Caixa o nome da ex-vice-presidente de Gestão Corporativa do banco Danielle Calazans, que atualmente é secretária de Planejamento do Rio Grande do Sul. Ela foi funcionária da Caixa entre os anos 2000 e 2010, e migrou para o Ministério da Fazenda durante o governo Dilma Rousseff (PT).

Um dos principais impasses para o anúncio da troca de comando na Caixa, segundo fontes que acompanham as negociações, é a vice-presidência de Habitação do banco. O cargo é ocupado hoje por Inês Magalhães, apoiada pelo PT, que não abre mão da indicação. O União Brasil, contudo, tem interesse no posto. A ideia do Centrão é que as vice-presidências da Caixa sejam distribuídas entre PP, União e Republicanos.

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