Retaliar os EUA ou buscar OMC? Lula discutirá com ministros resposta do Brasil às tarifas sobre aço


Segundo pessoas a par das conversas, desejo do petista era o de dar uma resposta à altura a Trump; preocupação do governo é com os impactos que as tarifas possam ter sobre a inflação

Por Célia Froufe
Atualização:

BRASÍLIA - No dia em que entram em vigor as novas tarifas de importação do aço e alumínio impostas pelos Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne, ainda pela manhã desta quarta-feira, 12, com um grupo de ministros para debater o tema.

No encontro, Lula deve receber duas linhas de aconselhamento de sua equipe. A primeira seria a de partir para retaliação, como já anunciou a União Europeia, por exemplo. Outra possibilidade é a de o Brasil acessar a Organização Mundial do Comércio (OMC) para fazer valer seus direitos.

A sobretaxa é de 25%, e o Brasil é um dos países mais afetados pela medida porque é o segundo maior exportador do produto para os EUA, atrás somente do Canadá. A medida foi anunciada pelo presidente Donald Trump em 9 de fevereiro e entra em vigor nesta quarta-feira. Além do aço e alumínio, há taxas de 25% de importação também para outros produtos, como cobre e madeira serrada.

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De acordo com pessoas a par das discussões, o desejo do chefe do Executivo, desde o anúncio feito por Donald Trump no início de fevereiro, era o de dar uma resposta à altura. Na terça-feira, 11, o presidente disse que o Brasil não quer ser maior do que outros países, mas também não aceita ser menor e que o que deseja é ter um tratamento igual ao de outras nações. Esta seria uma indicação já adiantada pelo mandatário em relação ao que deseja fazer.

Lula se reúne com Alckmin e outros ministros para discutir tarifas de Trump sobre o aço e o alumínio do Brasil
Lula se reúne com Alckmin e outros ministros para discutir tarifas de Trump sobre o aço e o alumínio do Brasil Foto: Wilton Junior/Estadão

O desenho de como seria a reciprocidade será debatido na reunião, ainda que Lula tenha sido aconselhado por uma parte do governo a coordenar a questão com serenidade.

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Uma das recomendações dada ao chefe do Executivo desde o início foi a de o Brasil não chamar atenção para o caso e deixar que a artilharia de Trump acabe se voltando aos países que subirem o tom sobre a questão. O presidente, no entanto, já deixou claro que tende a optar por um posicionamento mais duro, dentro do possível.

Outra possibilidade diz respeito à OMC. O problema é que o organismo multilateral perdeu força nos últimos anos e a sua reforma foi um dos temas de discussão no grupo das 20 maiores economias do mundo (G20) no ano passado, quando estava sob a presidência rotativa do Brasil.

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Ainda que se tenha esse panorama de descrédito da instituição, que já foi criticada por Trump inúmeras vezes, Lula deve ouvir de algumas alas da Esplanada que uma questão crucial como a de sobretaxas que afeta tantos países possa ser justamente um impulso para que a OMC volte a ganhar relevância e seja modernizada.

Uma das maiores preocupações do governo é com os impactos que a medida dos Estados Unidos possa ter sobre a inflação, tema caro para o Planalto e que está no foco de Lula, principalmente em relação aos alimentos. Teoricamente, com a alta de taxas de importação por outros países, a tendência é a de que se venda menos para esses destinos, o que acabaria por aumentar a oferta de produtos localmente. Por esse raciocínio, os preços internos tendem a cair.

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Como se tratam de insumos cruciais para a retomada da indústria americana desejada por Trump, o governo acredita que as compras dos EUA podem manter o ritmo, até porque costumam ser contratos volumosos e de fornecimento de médio e longo prazo e que não se cancelam de uma hora para outra. Dessa forma, o que ocorreria aqui seria uma manutenção da oferta, mas com preços mais altos para o exterior, o que tende a elevar também os valores comercializados internamente.

Além disso, com insumos mais caros, os EUA tendem a elevar os preços de produtos finais que são vendidos fora do país e chegariam a outras partes do globo mais caros. Isso poderia igualmente afetar a inflação brasileira, já que os Estados Unidos são uma das principais correntes de comércio do Brasil.

Devem estar presentes representantes de áreas que têm ligação direta com o tema, como o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin e o titular de Relações Exteriores, Mauro Vieira. Não está certo ainda se o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participará do encontro porque ele se reunirá com representantes do setor produtivo desse setor.

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Apesar de não ter relação direta com o tema, o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, também deve participar do encontro no Palácio do Planalto. Uma de suas principais funções tem sido a de tratar da forma como o governo se posiciona sobre os assuntos, principalmente num momento de trajetória de baixa da opinião pública em relação ao Lula 3.

BRASÍLIA - No dia em que entram em vigor as novas tarifas de importação do aço e alumínio impostas pelos Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne, ainda pela manhã desta quarta-feira, 12, com um grupo de ministros para debater o tema.

No encontro, Lula deve receber duas linhas de aconselhamento de sua equipe. A primeira seria a de partir para retaliação, como já anunciou a União Europeia, por exemplo. Outra possibilidade é a de o Brasil acessar a Organização Mundial do Comércio (OMC) para fazer valer seus direitos.

A sobretaxa é de 25%, e o Brasil é um dos países mais afetados pela medida porque é o segundo maior exportador do produto para os EUA, atrás somente do Canadá. A medida foi anunciada pelo presidente Donald Trump em 9 de fevereiro e entra em vigor nesta quarta-feira. Além do aço e alumínio, há taxas de 25% de importação também para outros produtos, como cobre e madeira serrada.

De acordo com pessoas a par das discussões, o desejo do chefe do Executivo, desde o anúncio feito por Donald Trump no início de fevereiro, era o de dar uma resposta à altura. Na terça-feira, 11, o presidente disse que o Brasil não quer ser maior do que outros países, mas também não aceita ser menor e que o que deseja é ter um tratamento igual ao de outras nações. Esta seria uma indicação já adiantada pelo mandatário em relação ao que deseja fazer.

Lula se reúne com Alckmin e outros ministros para discutir tarifas de Trump sobre o aço e o alumínio do Brasil Foto: Wilton Junior/Estadão

O desenho de como seria a reciprocidade será debatido na reunião, ainda que Lula tenha sido aconselhado por uma parte do governo a coordenar a questão com serenidade.

Uma das recomendações dada ao chefe do Executivo desde o início foi a de o Brasil não chamar atenção para o caso e deixar que a artilharia de Trump acabe se voltando aos países que subirem o tom sobre a questão. O presidente, no entanto, já deixou claro que tende a optar por um posicionamento mais duro, dentro do possível.

Outra possibilidade diz respeito à OMC. O problema é que o organismo multilateral perdeu força nos últimos anos e a sua reforma foi um dos temas de discussão no grupo das 20 maiores economias do mundo (G20) no ano passado, quando estava sob a presidência rotativa do Brasil.

Ainda que se tenha esse panorama de descrédito da instituição, que já foi criticada por Trump inúmeras vezes, Lula deve ouvir de algumas alas da Esplanada que uma questão crucial como a de sobretaxas que afeta tantos países possa ser justamente um impulso para que a OMC volte a ganhar relevância e seja modernizada.

Uma das maiores preocupações do governo é com os impactos que a medida dos Estados Unidos possa ter sobre a inflação, tema caro para o Planalto e que está no foco de Lula, principalmente em relação aos alimentos. Teoricamente, com a alta de taxas de importação por outros países, a tendência é a de que se venda menos para esses destinos, o que acabaria por aumentar a oferta de produtos localmente. Por esse raciocínio, os preços internos tendem a cair.

Como se tratam de insumos cruciais para a retomada da indústria americana desejada por Trump, o governo acredita que as compras dos EUA podem manter o ritmo, até porque costumam ser contratos volumosos e de fornecimento de médio e longo prazo e que não se cancelam de uma hora para outra. Dessa forma, o que ocorreria aqui seria uma manutenção da oferta, mas com preços mais altos para o exterior, o que tende a elevar também os valores comercializados internamente.

Além disso, com insumos mais caros, os EUA tendem a elevar os preços de produtos finais que são vendidos fora do país e chegariam a outras partes do globo mais caros. Isso poderia igualmente afetar a inflação brasileira, já que os Estados Unidos são uma das principais correntes de comércio do Brasil.

Devem estar presentes representantes de áreas que têm ligação direta com o tema, como o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin e o titular de Relações Exteriores, Mauro Vieira. Não está certo ainda se o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participará do encontro porque ele se reunirá com representantes do setor produtivo desse setor.

Apesar de não ter relação direta com o tema, o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, também deve participar do encontro no Palácio do Planalto. Uma de suas principais funções tem sido a de tratar da forma como o governo se posiciona sobre os assuntos, principalmente num momento de trajetória de baixa da opinião pública em relação ao Lula 3.

BRASÍLIA - No dia em que entram em vigor as novas tarifas de importação do aço e alumínio impostas pelos Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne, ainda pela manhã desta quarta-feira, 12, com um grupo de ministros para debater o tema.

No encontro, Lula deve receber duas linhas de aconselhamento de sua equipe. A primeira seria a de partir para retaliação, como já anunciou a União Europeia, por exemplo. Outra possibilidade é a de o Brasil acessar a Organização Mundial do Comércio (OMC) para fazer valer seus direitos.

A sobretaxa é de 25%, e o Brasil é um dos países mais afetados pela medida porque é o segundo maior exportador do produto para os EUA, atrás somente do Canadá. A medida foi anunciada pelo presidente Donald Trump em 9 de fevereiro e entra em vigor nesta quarta-feira. Além do aço e alumínio, há taxas de 25% de importação também para outros produtos, como cobre e madeira serrada.

De acordo com pessoas a par das discussões, o desejo do chefe do Executivo, desde o anúncio feito por Donald Trump no início de fevereiro, era o de dar uma resposta à altura. Na terça-feira, 11, o presidente disse que o Brasil não quer ser maior do que outros países, mas também não aceita ser menor e que o que deseja é ter um tratamento igual ao de outras nações. Esta seria uma indicação já adiantada pelo mandatário em relação ao que deseja fazer.

Lula se reúne com Alckmin e outros ministros para discutir tarifas de Trump sobre o aço e o alumínio do Brasil Foto: Wilton Junior/Estadão

O desenho de como seria a reciprocidade será debatido na reunião, ainda que Lula tenha sido aconselhado por uma parte do governo a coordenar a questão com serenidade.

Uma das recomendações dada ao chefe do Executivo desde o início foi a de o Brasil não chamar atenção para o caso e deixar que a artilharia de Trump acabe se voltando aos países que subirem o tom sobre a questão. O presidente, no entanto, já deixou claro que tende a optar por um posicionamento mais duro, dentro do possível.

Outra possibilidade diz respeito à OMC. O problema é que o organismo multilateral perdeu força nos últimos anos e a sua reforma foi um dos temas de discussão no grupo das 20 maiores economias do mundo (G20) no ano passado, quando estava sob a presidência rotativa do Brasil.

Ainda que se tenha esse panorama de descrédito da instituição, que já foi criticada por Trump inúmeras vezes, Lula deve ouvir de algumas alas da Esplanada que uma questão crucial como a de sobretaxas que afeta tantos países possa ser justamente um impulso para que a OMC volte a ganhar relevância e seja modernizada.

Uma das maiores preocupações do governo é com os impactos que a medida dos Estados Unidos possa ter sobre a inflação, tema caro para o Planalto e que está no foco de Lula, principalmente em relação aos alimentos. Teoricamente, com a alta de taxas de importação por outros países, a tendência é a de que se venda menos para esses destinos, o que acabaria por aumentar a oferta de produtos localmente. Por esse raciocínio, os preços internos tendem a cair.

Como se tratam de insumos cruciais para a retomada da indústria americana desejada por Trump, o governo acredita que as compras dos EUA podem manter o ritmo, até porque costumam ser contratos volumosos e de fornecimento de médio e longo prazo e que não se cancelam de uma hora para outra. Dessa forma, o que ocorreria aqui seria uma manutenção da oferta, mas com preços mais altos para o exterior, o que tende a elevar também os valores comercializados internamente.

Além disso, com insumos mais caros, os EUA tendem a elevar os preços de produtos finais que são vendidos fora do país e chegariam a outras partes do globo mais caros. Isso poderia igualmente afetar a inflação brasileira, já que os Estados Unidos são uma das principais correntes de comércio do Brasil.

Devem estar presentes representantes de áreas que têm ligação direta com o tema, como o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin e o titular de Relações Exteriores, Mauro Vieira. Não está certo ainda se o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participará do encontro porque ele se reunirá com representantes do setor produtivo desse setor.

Apesar de não ter relação direta com o tema, o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, também deve participar do encontro no Palácio do Planalto. Uma de suas principais funções tem sido a de tratar da forma como o governo se posiciona sobre os assuntos, principalmente num momento de trajetória de baixa da opinião pública em relação ao Lula 3.