‘Maior lição de Pastore foi a ética e o respeito à ciência’, diz Marcos Lisboa


Para o economista, Affonso Celso Pastore tratava os temas econômicos com rigor das evidências e tinha o cuidado de separar os interesses privados dos interesses públicos

Por Márcia De Chiara
Atualização:
Foto: WERTHER
Entrevista comMarcos LisboaEconomista

A principal marca do economista Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central entre 1983 e 1985, graduado e com doutorado pela Universidade de São Paulo (USP), era a ética e o respeito à ciência, disse ao Estadão o economista Marcos Lisboa.

Na manhã desta quarta-feira (21), sob o impacto da morte de Pastore, Lisboa disse que tinha “imensa admiração por ele”, frisando que o cuidado do economista na gestão pública era impressionante.

“Ele tinha o cuidado de separar a vida privada da vida pública neste País confuso, no qual as pessoas se beneficiam de informações privilegiadas, do acesso ao governo. Isso era impensável para Affonso”, afirmou Lisboa. A seguir os principais trechos da entrevista.

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Qual a importância do economista Affonso Celso Pastore?

O Affonso (Affonso Celso Pastore) fez parte de uma geração incrível (de economistas) da USP (Universidade de São Paulo) dos anos 1950, 1960, que procurava trazer a melhor teoria econômica e análise de dados para avaliar conjecturas sobre os problemas, diagnósticos e soluções para os problemas do País. Ele fez uma tese de doutorado fantástica para testar uma conjectura dominante de que a agricultura brasileira não reagia a preços como os demais setores da economia. Ele pegou os microdados, as diversas hipóteses e observou que (isso) não (acontecia). A agricultura funcionava como os demais setores da economia. Depois, ele se moveu para a macro (macroeconomia), estudando os temas de política monetária, fiscal e foi deixando incríveis contribuições nas décadas seguintes. Acho que o rigor do Affonso ao analisar os dados e verificar o que a evidência indica é a maior marca do seu trabalho.

Qual o papel que ele teve nos últimos anos no Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP) e na organização do Manifesto pela Democracia no governo de Jair Bolsonaro?

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O Affonso sempre teve um papel muito importante no debate sobre política econômica no Brasil. Além de ter sido um gestor público (presidiu o Banco Central entre 1983 e 1985) que lidou com problemas graves do País, como a crise dos anos 1980, ele foi parte importante para tirar o País daquela crise gigantesca que nós vivíamos. Ele sempre colaborou com o debate público, trazendo as evidências e os temas mais importantes e tudo que a pesquisa indicava que eram os problemas do País.

Qual o ponto a destacar da sua atuação?

O Affonso tinha uma ética impressionante. Acho que a maior lição que eu tirei foi a ética. A ética na ciência: respeitar os dados e buscar a melhor pesquisa científica disponível. Ele tinha um cuidado impressionante na gestão pública. Acho que a ética dele e o respeito à ciência são as suas maiores marcas.

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Qual foi o papel dele na formação dos economistas?

É um exemplo de vida, de ciência, de cuidado com a política pública.

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Qual é a influência dele na sua carreira?

Imensa. Eu o conheci quando já tinha terminado o doutorado e de volta para o Brasil nos anos 1990. Aquela obsessão dele de entender os problemas, trazer dados, discutir evidências. O rigor que ele tinha com isso e a preocupação que tinha com o País, para mim, são exemplos de vida. Além do mais, essa ética impressionante. Ele tinha o cuidado de separar a vida privada da vida pública neste País confuso, no qual as pessoas se beneficiam de informações privilegiadas, do acesso ao governo. Isso era impensável para Affonso.

Qual o legado maior que ele deixa?

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Acho que o legado foi o último livro dele (Erros do passado, soluções para o futuro: A herança das políticas econômicas brasileiras do século XX). Com cuidado meticuloso, ele resgata tudo que fez ao longo da sua carreira e usa técnicas mais recentes para testar as hipóteses e conjecturas dos trabalhos que fez no passado, nos anos 1960, 1970, e 1980. Esse rigor era impressionante.

E a sua relação pessoal com ele?

Tinha imensa admiração por ele.

A principal marca do economista Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central entre 1983 e 1985, graduado e com doutorado pela Universidade de São Paulo (USP), era a ética e o respeito à ciência, disse ao Estadão o economista Marcos Lisboa.

Na manhã desta quarta-feira (21), sob o impacto da morte de Pastore, Lisboa disse que tinha “imensa admiração por ele”, frisando que o cuidado do economista na gestão pública era impressionante.

“Ele tinha o cuidado de separar a vida privada da vida pública neste País confuso, no qual as pessoas se beneficiam de informações privilegiadas, do acesso ao governo. Isso era impensável para Affonso”, afirmou Lisboa. A seguir os principais trechos da entrevista.

Qual a importância do economista Affonso Celso Pastore?

O Affonso (Affonso Celso Pastore) fez parte de uma geração incrível (de economistas) da USP (Universidade de São Paulo) dos anos 1950, 1960, que procurava trazer a melhor teoria econômica e análise de dados para avaliar conjecturas sobre os problemas, diagnósticos e soluções para os problemas do País. Ele fez uma tese de doutorado fantástica para testar uma conjectura dominante de que a agricultura brasileira não reagia a preços como os demais setores da economia. Ele pegou os microdados, as diversas hipóteses e observou que (isso) não (acontecia). A agricultura funcionava como os demais setores da economia. Depois, ele se moveu para a macro (macroeconomia), estudando os temas de política monetária, fiscal e foi deixando incríveis contribuições nas décadas seguintes. Acho que o rigor do Affonso ao analisar os dados e verificar o que a evidência indica é a maior marca do seu trabalho.

Qual o papel que ele teve nos últimos anos no Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP) e na organização do Manifesto pela Democracia no governo de Jair Bolsonaro?

O Affonso sempre teve um papel muito importante no debate sobre política econômica no Brasil. Além de ter sido um gestor público (presidiu o Banco Central entre 1983 e 1985) que lidou com problemas graves do País, como a crise dos anos 1980, ele foi parte importante para tirar o País daquela crise gigantesca que nós vivíamos. Ele sempre colaborou com o debate público, trazendo as evidências e os temas mais importantes e tudo que a pesquisa indicava que eram os problemas do País.

Qual o ponto a destacar da sua atuação?

O Affonso tinha uma ética impressionante. Acho que a maior lição que eu tirei foi a ética. A ética na ciência: respeitar os dados e buscar a melhor pesquisa científica disponível. Ele tinha um cuidado impressionante na gestão pública. Acho que a ética dele e o respeito à ciência são as suas maiores marcas.

Qual foi o papel dele na formação dos economistas?

É um exemplo de vida, de ciência, de cuidado com a política pública.

Qual é a influência dele na sua carreira?

Imensa. Eu o conheci quando já tinha terminado o doutorado e de volta para o Brasil nos anos 1990. Aquela obsessão dele de entender os problemas, trazer dados, discutir evidências. O rigor que ele tinha com isso e a preocupação que tinha com o País, para mim, são exemplos de vida. Além do mais, essa ética impressionante. Ele tinha o cuidado de separar a vida privada da vida pública neste País confuso, no qual as pessoas se beneficiam de informações privilegiadas, do acesso ao governo. Isso era impensável para Affonso.

Qual o legado maior que ele deixa?

Acho que o legado foi o último livro dele (Erros do passado, soluções para o futuro: A herança das políticas econômicas brasileiras do século XX). Com cuidado meticuloso, ele resgata tudo que fez ao longo da sua carreira e usa técnicas mais recentes para testar as hipóteses e conjecturas dos trabalhos que fez no passado, nos anos 1960, 1970, e 1980. Esse rigor era impressionante.

E a sua relação pessoal com ele?

Tinha imensa admiração por ele.

A principal marca do economista Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central entre 1983 e 1985, graduado e com doutorado pela Universidade de São Paulo (USP), era a ética e o respeito à ciência, disse ao Estadão o economista Marcos Lisboa.

Na manhã desta quarta-feira (21), sob o impacto da morte de Pastore, Lisboa disse que tinha “imensa admiração por ele”, frisando que o cuidado do economista na gestão pública era impressionante.

“Ele tinha o cuidado de separar a vida privada da vida pública neste País confuso, no qual as pessoas se beneficiam de informações privilegiadas, do acesso ao governo. Isso era impensável para Affonso”, afirmou Lisboa. A seguir os principais trechos da entrevista.

Qual a importância do economista Affonso Celso Pastore?

O Affonso (Affonso Celso Pastore) fez parte de uma geração incrível (de economistas) da USP (Universidade de São Paulo) dos anos 1950, 1960, que procurava trazer a melhor teoria econômica e análise de dados para avaliar conjecturas sobre os problemas, diagnósticos e soluções para os problemas do País. Ele fez uma tese de doutorado fantástica para testar uma conjectura dominante de que a agricultura brasileira não reagia a preços como os demais setores da economia. Ele pegou os microdados, as diversas hipóteses e observou que (isso) não (acontecia). A agricultura funcionava como os demais setores da economia. Depois, ele se moveu para a macro (macroeconomia), estudando os temas de política monetária, fiscal e foi deixando incríveis contribuições nas décadas seguintes. Acho que o rigor do Affonso ao analisar os dados e verificar o que a evidência indica é a maior marca do seu trabalho.

Qual o papel que ele teve nos últimos anos no Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP) e na organização do Manifesto pela Democracia no governo de Jair Bolsonaro?

O Affonso sempre teve um papel muito importante no debate sobre política econômica no Brasil. Além de ter sido um gestor público (presidiu o Banco Central entre 1983 e 1985) que lidou com problemas graves do País, como a crise dos anos 1980, ele foi parte importante para tirar o País daquela crise gigantesca que nós vivíamos. Ele sempre colaborou com o debate público, trazendo as evidências e os temas mais importantes e tudo que a pesquisa indicava que eram os problemas do País.

Qual o ponto a destacar da sua atuação?

O Affonso tinha uma ética impressionante. Acho que a maior lição que eu tirei foi a ética. A ética na ciência: respeitar os dados e buscar a melhor pesquisa científica disponível. Ele tinha um cuidado impressionante na gestão pública. Acho que a ética dele e o respeito à ciência são as suas maiores marcas.

Qual foi o papel dele na formação dos economistas?

É um exemplo de vida, de ciência, de cuidado com a política pública.

Qual é a influência dele na sua carreira?

Imensa. Eu o conheci quando já tinha terminado o doutorado e de volta para o Brasil nos anos 1990. Aquela obsessão dele de entender os problemas, trazer dados, discutir evidências. O rigor que ele tinha com isso e a preocupação que tinha com o País, para mim, são exemplos de vida. Além do mais, essa ética impressionante. Ele tinha o cuidado de separar a vida privada da vida pública neste País confuso, no qual as pessoas se beneficiam de informações privilegiadas, do acesso ao governo. Isso era impensável para Affonso.

Qual o legado maior que ele deixa?

Acho que o legado foi o último livro dele (Erros do passado, soluções para o futuro: A herança das políticas econômicas brasileiras do século XX). Com cuidado meticuloso, ele resgata tudo que fez ao longo da sua carreira e usa técnicas mais recentes para testar as hipóteses e conjecturas dos trabalhos que fez no passado, nos anos 1960, 1970, e 1980. Esse rigor era impressionante.

E a sua relação pessoal com ele?

Tinha imensa admiração por ele.

Entrevista por Márcia De Chiara

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