Mercado vê Selic em 9,25% no fim do ciclo de cortes; maioria espera queda de 0,5 ponto em junho


Copom reduziu taxa para 10,75% ao ano nesta quarta-feira, mas indicou possível mudança no ritmo de cortes

Por Marianna Gualter e Gabriela Jucá

A mediana para a taxa Selic no fim do atual ciclo de cortes subiu para 9,25% após o comunicado da reunião de quarta-feira, 20, do Comitê de Política Monetária (Copom). Até então, a previsão era de 9%. As estimativas variam de 7,5% a 10,0%, segundo levantamento do Projeções Broadcast.

Pela sexta vez seguida, o Banco Central reduziu nesta quarta a Selic em 0,50 ponto porcentual. Os juros básicos da economia caíram de 11,25% para 10,75% ao ano, em decisão unânime. O Copom também alterou a sinalização para os próximos passos. No comunicado, o órgão se comprometeu com apenas mais um corte de 0,50 ponto e mudou a indicação que até aqui vinha sendo feita de manutenção no ritmo de cortes para as “próximas reuniões”, no plural. O termo foi usado, desta vez, no singular. A próxima reunião está marcada para maio, quando o juro deve cair para 10,25%.

O fim do atual ciclo de afrouxamento monetário segue esperado para setembro de 2024. Mesmo com a retirada do plural, o cenário majoritário segue de cortes de 0,50 ponto porcentual em maio e junho. Entre as 50 casas que enviaram estimativas para os dois encontros, 30 (60%) preveem manutenção do ritmo em junho, contra 20 (40%) que esperam redução para 0,25 ponto.

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A mediana para a taxa no fim de 2024 também subiu de 9% para 9,5%. As estimativas intermediárias para 2025 e 2026 permaneceram em 8,50%.

Edifício sede do Banco Central Foto: André Dusek / Estadão

As interpretações sobre a alteração do comunicado do Copom dividiram o mercado. Para alguns analistas, a modificação só deu mais flexibilidade para o comitê e, portanto, as portas seguem abertas para a continuidade dos cortes de 0,50 ponto porcentual. Outros avaliam que a mudança sinaliza desaceleração no ritmo de cortes na reunião de junho e uma possível taxa terminal maior.

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Na esteira do comunicado, instituições com diferentes apostas de Selic terminal conservaram seus cenários, a exemplo da Warren Investimentos (9,0%), Bank of America (9,50%) e Citi (10,0%). Houve, em contrapartida, quem mantivesse suas previsões, mas adicionasse viés altista, como a XP Investimentos (9,0%). Outros conservaram temporariamente a projeção, mas ponderaram que podem alterá-la após a ata, como a ASA Investments (8,50%).

Algumas instituições, no entanto, já realizaram alterações. A Nova Futura Investimentos aumentou a projeção de Selic no fim do atual ciclo de cortes de 9% para 9,50%. Já o UBS BB conservou a projeção de que a taxa chegará a 8%, porém, alterou a trajetória esperada; a casa previa um corte de 0,75 ponto em junho, agora vê uma redução de 0,50 ponto na reunião.

O economista Leonardo Costa, da ASA Investments, afirma que o caminho neste começo de ano ficou um pouco mais acidentado no cenário econômico. Ele pondera, no entanto, que não esperava já no comunicado de quarta-feira a mudança na apresentação das previsões do BC.

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“O cenário de começo de ano está pior; temos a inflação na parte de núcleos mais elevada, o efeito do El Niño em alimentação e a parte de atividade ainda está em ritmo de crescimento forte”, enumera. “Mas ainda faltam dados, foram poucos os dados no começo de ano nessa direção.”

O economista, que interpretou o comunicado como hawkish, manteve, por ora, a projeção de Selic terminal de 8,5%. Ele irá esperar mais detalhes na ata da reunião antes de alterá-la, mas diz que é possível que em 2024 a Selic estacione em uma variação mais elevada e somente prossiga para esse nível em 2025.

O comunicado de quarta foi mais hawkish do que o esperado também para o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi. Ele já pretendia elevar sua antiga projeção de Selic terminal, de 9,0%, diante dos dados recentes de atividade econômica mais forte, mas previa uma alteração menor, para 9,25%.

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“A comunicação oficial foi mais conservadora do que imaginávamos”, pontua o economista, que alterou o cenário para um último corte de 0,50 ponto em maio, seguido por três de 0,25 ponto. O economista avalia que ainda está aberta a possibilidade de um corte de 0,50 ponto também em junho, mas faz a ressalva de que a evolução do cenário e o tom adotado pelo comitê tornam mais natural a opção por desacelerar o ritmo.

“Se fosse para manter 0,50 ponto, ele não teria por que mudar o ‘próximas reuniões’, ele poderia ter mantido e somente adicionado o trecho ‘em se confirmando o cenário esperado’.”

As interpretações diferem da expressa pelo economista-chefe da Porto Asset, Felipe Sichel, que manteve o cenário base de cortes de 0,50 ponto nas próximas três reuniões do comitê. Ele prevê o fim do ciclo em julho, com Selic terminal em 9,25%. A estimativa, porém, tem viés altista.

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Para Sichel, a mudança do comunicado adiciona graus de liberdade para o Copom, ao passo em que ele se aproxima do fim do ciclo. “Considerando um juro neutro entre 5,5% e 6,0%, uma inflação não tão problemática como a do ano passado e a possibilidade de os riscos externos diminuírem, ainda vemos espaço para o BC incluir esses cortes residuais.”

A mediana para a taxa Selic no fim do atual ciclo de cortes subiu para 9,25% após o comunicado da reunião de quarta-feira, 20, do Comitê de Política Monetária (Copom). Até então, a previsão era de 9%. As estimativas variam de 7,5% a 10,0%, segundo levantamento do Projeções Broadcast.

Pela sexta vez seguida, o Banco Central reduziu nesta quarta a Selic em 0,50 ponto porcentual. Os juros básicos da economia caíram de 11,25% para 10,75% ao ano, em decisão unânime. O Copom também alterou a sinalização para os próximos passos. No comunicado, o órgão se comprometeu com apenas mais um corte de 0,50 ponto e mudou a indicação que até aqui vinha sendo feita de manutenção no ritmo de cortes para as “próximas reuniões”, no plural. O termo foi usado, desta vez, no singular. A próxima reunião está marcada para maio, quando o juro deve cair para 10,25%.

O fim do atual ciclo de afrouxamento monetário segue esperado para setembro de 2024. Mesmo com a retirada do plural, o cenário majoritário segue de cortes de 0,50 ponto porcentual em maio e junho. Entre as 50 casas que enviaram estimativas para os dois encontros, 30 (60%) preveem manutenção do ritmo em junho, contra 20 (40%) que esperam redução para 0,25 ponto.

A mediana para a taxa no fim de 2024 também subiu de 9% para 9,5%. As estimativas intermediárias para 2025 e 2026 permaneceram em 8,50%.

Edifício sede do Banco Central Foto: André Dusek / Estadão

As interpretações sobre a alteração do comunicado do Copom dividiram o mercado. Para alguns analistas, a modificação só deu mais flexibilidade para o comitê e, portanto, as portas seguem abertas para a continuidade dos cortes de 0,50 ponto porcentual. Outros avaliam que a mudança sinaliza desaceleração no ritmo de cortes na reunião de junho e uma possível taxa terminal maior.

Na esteira do comunicado, instituições com diferentes apostas de Selic terminal conservaram seus cenários, a exemplo da Warren Investimentos (9,0%), Bank of America (9,50%) e Citi (10,0%). Houve, em contrapartida, quem mantivesse suas previsões, mas adicionasse viés altista, como a XP Investimentos (9,0%). Outros conservaram temporariamente a projeção, mas ponderaram que podem alterá-la após a ata, como a ASA Investments (8,50%).

Algumas instituições, no entanto, já realizaram alterações. A Nova Futura Investimentos aumentou a projeção de Selic no fim do atual ciclo de cortes de 9% para 9,50%. Já o UBS BB conservou a projeção de que a taxa chegará a 8%, porém, alterou a trajetória esperada; a casa previa um corte de 0,75 ponto em junho, agora vê uma redução de 0,50 ponto na reunião.

O economista Leonardo Costa, da ASA Investments, afirma que o caminho neste começo de ano ficou um pouco mais acidentado no cenário econômico. Ele pondera, no entanto, que não esperava já no comunicado de quarta-feira a mudança na apresentação das previsões do BC.

“O cenário de começo de ano está pior; temos a inflação na parte de núcleos mais elevada, o efeito do El Niño em alimentação e a parte de atividade ainda está em ritmo de crescimento forte”, enumera. “Mas ainda faltam dados, foram poucos os dados no começo de ano nessa direção.”

O economista, que interpretou o comunicado como hawkish, manteve, por ora, a projeção de Selic terminal de 8,5%. Ele irá esperar mais detalhes na ata da reunião antes de alterá-la, mas diz que é possível que em 2024 a Selic estacione em uma variação mais elevada e somente prossiga para esse nível em 2025.

O comunicado de quarta foi mais hawkish do que o esperado também para o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi. Ele já pretendia elevar sua antiga projeção de Selic terminal, de 9,0%, diante dos dados recentes de atividade econômica mais forte, mas previa uma alteração menor, para 9,25%.

“A comunicação oficial foi mais conservadora do que imaginávamos”, pontua o economista, que alterou o cenário para um último corte de 0,50 ponto em maio, seguido por três de 0,25 ponto. O economista avalia que ainda está aberta a possibilidade de um corte de 0,50 ponto também em junho, mas faz a ressalva de que a evolução do cenário e o tom adotado pelo comitê tornam mais natural a opção por desacelerar o ritmo.

“Se fosse para manter 0,50 ponto, ele não teria por que mudar o ‘próximas reuniões’, ele poderia ter mantido e somente adicionado o trecho ‘em se confirmando o cenário esperado’.”

As interpretações diferem da expressa pelo economista-chefe da Porto Asset, Felipe Sichel, que manteve o cenário base de cortes de 0,50 ponto nas próximas três reuniões do comitê. Ele prevê o fim do ciclo em julho, com Selic terminal em 9,25%. A estimativa, porém, tem viés altista.

Para Sichel, a mudança do comunicado adiciona graus de liberdade para o Copom, ao passo em que ele se aproxima do fim do ciclo. “Considerando um juro neutro entre 5,5% e 6,0%, uma inflação não tão problemática como a do ano passado e a possibilidade de os riscos externos diminuírem, ainda vemos espaço para o BC incluir esses cortes residuais.”

A mediana para a taxa Selic no fim do atual ciclo de cortes subiu para 9,25% após o comunicado da reunião de quarta-feira, 20, do Comitê de Política Monetária (Copom). Até então, a previsão era de 9%. As estimativas variam de 7,5% a 10,0%, segundo levantamento do Projeções Broadcast.

Pela sexta vez seguida, o Banco Central reduziu nesta quarta a Selic em 0,50 ponto porcentual. Os juros básicos da economia caíram de 11,25% para 10,75% ao ano, em decisão unânime. O Copom também alterou a sinalização para os próximos passos. No comunicado, o órgão se comprometeu com apenas mais um corte de 0,50 ponto e mudou a indicação que até aqui vinha sendo feita de manutenção no ritmo de cortes para as “próximas reuniões”, no plural. O termo foi usado, desta vez, no singular. A próxima reunião está marcada para maio, quando o juro deve cair para 10,25%.

O fim do atual ciclo de afrouxamento monetário segue esperado para setembro de 2024. Mesmo com a retirada do plural, o cenário majoritário segue de cortes de 0,50 ponto porcentual em maio e junho. Entre as 50 casas que enviaram estimativas para os dois encontros, 30 (60%) preveem manutenção do ritmo em junho, contra 20 (40%) que esperam redução para 0,25 ponto.

A mediana para a taxa no fim de 2024 também subiu de 9% para 9,5%. As estimativas intermediárias para 2025 e 2026 permaneceram em 8,50%.

Edifício sede do Banco Central Foto: André Dusek / Estadão

As interpretações sobre a alteração do comunicado do Copom dividiram o mercado. Para alguns analistas, a modificação só deu mais flexibilidade para o comitê e, portanto, as portas seguem abertas para a continuidade dos cortes de 0,50 ponto porcentual. Outros avaliam que a mudança sinaliza desaceleração no ritmo de cortes na reunião de junho e uma possível taxa terminal maior.

Na esteira do comunicado, instituições com diferentes apostas de Selic terminal conservaram seus cenários, a exemplo da Warren Investimentos (9,0%), Bank of America (9,50%) e Citi (10,0%). Houve, em contrapartida, quem mantivesse suas previsões, mas adicionasse viés altista, como a XP Investimentos (9,0%). Outros conservaram temporariamente a projeção, mas ponderaram que podem alterá-la após a ata, como a ASA Investments (8,50%).

Algumas instituições, no entanto, já realizaram alterações. A Nova Futura Investimentos aumentou a projeção de Selic no fim do atual ciclo de cortes de 9% para 9,50%. Já o UBS BB conservou a projeção de que a taxa chegará a 8%, porém, alterou a trajetória esperada; a casa previa um corte de 0,75 ponto em junho, agora vê uma redução de 0,50 ponto na reunião.

O economista Leonardo Costa, da ASA Investments, afirma que o caminho neste começo de ano ficou um pouco mais acidentado no cenário econômico. Ele pondera, no entanto, que não esperava já no comunicado de quarta-feira a mudança na apresentação das previsões do BC.

“O cenário de começo de ano está pior; temos a inflação na parte de núcleos mais elevada, o efeito do El Niño em alimentação e a parte de atividade ainda está em ritmo de crescimento forte”, enumera. “Mas ainda faltam dados, foram poucos os dados no começo de ano nessa direção.”

O economista, que interpretou o comunicado como hawkish, manteve, por ora, a projeção de Selic terminal de 8,5%. Ele irá esperar mais detalhes na ata da reunião antes de alterá-la, mas diz que é possível que em 2024 a Selic estacione em uma variação mais elevada e somente prossiga para esse nível em 2025.

O comunicado de quarta foi mais hawkish do que o esperado também para o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi. Ele já pretendia elevar sua antiga projeção de Selic terminal, de 9,0%, diante dos dados recentes de atividade econômica mais forte, mas previa uma alteração menor, para 9,25%.

“A comunicação oficial foi mais conservadora do que imaginávamos”, pontua o economista, que alterou o cenário para um último corte de 0,50 ponto em maio, seguido por três de 0,25 ponto. O economista avalia que ainda está aberta a possibilidade de um corte de 0,50 ponto também em junho, mas faz a ressalva de que a evolução do cenário e o tom adotado pelo comitê tornam mais natural a opção por desacelerar o ritmo.

“Se fosse para manter 0,50 ponto, ele não teria por que mudar o ‘próximas reuniões’, ele poderia ter mantido e somente adicionado o trecho ‘em se confirmando o cenário esperado’.”

As interpretações diferem da expressa pelo economista-chefe da Porto Asset, Felipe Sichel, que manteve o cenário base de cortes de 0,50 ponto nas próximas três reuniões do comitê. Ele prevê o fim do ciclo em julho, com Selic terminal em 9,25%. A estimativa, porém, tem viés altista.

Para Sichel, a mudança do comunicado adiciona graus de liberdade para o Copom, ao passo em que ele se aproxima do fim do ciclo. “Considerando um juro neutro entre 5,5% e 6,0%, uma inflação não tão problemática como a do ano passado e a possibilidade de os riscos externos diminuírem, ainda vemos espaço para o BC incluir esses cortes residuais.”

A mediana para a taxa Selic no fim do atual ciclo de cortes subiu para 9,25% após o comunicado da reunião de quarta-feira, 20, do Comitê de Política Monetária (Copom). Até então, a previsão era de 9%. As estimativas variam de 7,5% a 10,0%, segundo levantamento do Projeções Broadcast.

Pela sexta vez seguida, o Banco Central reduziu nesta quarta a Selic em 0,50 ponto porcentual. Os juros básicos da economia caíram de 11,25% para 10,75% ao ano, em decisão unânime. O Copom também alterou a sinalização para os próximos passos. No comunicado, o órgão se comprometeu com apenas mais um corte de 0,50 ponto e mudou a indicação que até aqui vinha sendo feita de manutenção no ritmo de cortes para as “próximas reuniões”, no plural. O termo foi usado, desta vez, no singular. A próxima reunião está marcada para maio, quando o juro deve cair para 10,25%.

O fim do atual ciclo de afrouxamento monetário segue esperado para setembro de 2024. Mesmo com a retirada do plural, o cenário majoritário segue de cortes de 0,50 ponto porcentual em maio e junho. Entre as 50 casas que enviaram estimativas para os dois encontros, 30 (60%) preveem manutenção do ritmo em junho, contra 20 (40%) que esperam redução para 0,25 ponto.

A mediana para a taxa no fim de 2024 também subiu de 9% para 9,5%. As estimativas intermediárias para 2025 e 2026 permaneceram em 8,50%.

Edifício sede do Banco Central Foto: André Dusek / Estadão

As interpretações sobre a alteração do comunicado do Copom dividiram o mercado. Para alguns analistas, a modificação só deu mais flexibilidade para o comitê e, portanto, as portas seguem abertas para a continuidade dos cortes de 0,50 ponto porcentual. Outros avaliam que a mudança sinaliza desaceleração no ritmo de cortes na reunião de junho e uma possível taxa terminal maior.

Na esteira do comunicado, instituições com diferentes apostas de Selic terminal conservaram seus cenários, a exemplo da Warren Investimentos (9,0%), Bank of America (9,50%) e Citi (10,0%). Houve, em contrapartida, quem mantivesse suas previsões, mas adicionasse viés altista, como a XP Investimentos (9,0%). Outros conservaram temporariamente a projeção, mas ponderaram que podem alterá-la após a ata, como a ASA Investments (8,50%).

Algumas instituições, no entanto, já realizaram alterações. A Nova Futura Investimentos aumentou a projeção de Selic no fim do atual ciclo de cortes de 9% para 9,50%. Já o UBS BB conservou a projeção de que a taxa chegará a 8%, porém, alterou a trajetória esperada; a casa previa um corte de 0,75 ponto em junho, agora vê uma redução de 0,50 ponto na reunião.

O economista Leonardo Costa, da ASA Investments, afirma que o caminho neste começo de ano ficou um pouco mais acidentado no cenário econômico. Ele pondera, no entanto, que não esperava já no comunicado de quarta-feira a mudança na apresentação das previsões do BC.

“O cenário de começo de ano está pior; temos a inflação na parte de núcleos mais elevada, o efeito do El Niño em alimentação e a parte de atividade ainda está em ritmo de crescimento forte”, enumera. “Mas ainda faltam dados, foram poucos os dados no começo de ano nessa direção.”

O economista, que interpretou o comunicado como hawkish, manteve, por ora, a projeção de Selic terminal de 8,5%. Ele irá esperar mais detalhes na ata da reunião antes de alterá-la, mas diz que é possível que em 2024 a Selic estacione em uma variação mais elevada e somente prossiga para esse nível em 2025.

O comunicado de quarta foi mais hawkish do que o esperado também para o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi. Ele já pretendia elevar sua antiga projeção de Selic terminal, de 9,0%, diante dos dados recentes de atividade econômica mais forte, mas previa uma alteração menor, para 9,25%.

“A comunicação oficial foi mais conservadora do que imaginávamos”, pontua o economista, que alterou o cenário para um último corte de 0,50 ponto em maio, seguido por três de 0,25 ponto. O economista avalia que ainda está aberta a possibilidade de um corte de 0,50 ponto também em junho, mas faz a ressalva de que a evolução do cenário e o tom adotado pelo comitê tornam mais natural a opção por desacelerar o ritmo.

“Se fosse para manter 0,50 ponto, ele não teria por que mudar o ‘próximas reuniões’, ele poderia ter mantido e somente adicionado o trecho ‘em se confirmando o cenário esperado’.”

As interpretações diferem da expressa pelo economista-chefe da Porto Asset, Felipe Sichel, que manteve o cenário base de cortes de 0,50 ponto nas próximas três reuniões do comitê. Ele prevê o fim do ciclo em julho, com Selic terminal em 9,25%. A estimativa, porém, tem viés altista.

Para Sichel, a mudança do comunicado adiciona graus de liberdade para o Copom, ao passo em que ele se aproxima do fim do ciclo. “Considerando um juro neutro entre 5,5% e 6,0%, uma inflação não tão problemática como a do ano passado e a possibilidade de os riscos externos diminuírem, ainda vemos espaço para o BC incluir esses cortes residuais.”

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