Meirelles diz que Lula está no ‘modo campanha’ e que é preciso aguardar nomes da equipe econômica


Fala do ex-ministro da Fazenda em encontro do BTG causou ruído e mal-estar com integrantes da equipe de transição

Por Adriana Fernandes
Atualização:

BRASÍLIA - Em dia de estresse no mercado em reação às críticas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à estabilidade fiscal, uma fala do ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, sobre a política econômica no próximo governo, em encontro organizado pelo BTG, acabou causando ruído e mal-estar com integrantes da equipe de transição. Meirelles, no entanto, disse ao Estadão que foi mal-interpretado e que é cedo para saber qual será a política econômica seguida pelo governo eleito.

O conteúdo do encontro, que era fechado para clientes do banco, foi disparado na forma de “headlines” (manchetes curtas) aos investidores por participantes do evento, o que amplificou o mau humor dos investidores.

Meirelles apoiou Lula na campanha e é um dos cotados para o cargo de ministro da Fazenda Foto: Diogo Moreira/Governo de São Paulo
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Entre as falas relatadas pelos clientes do BTG, obtidas pelo Estadão, está a avaliação pessimista de que Lula começou a sinalizar uma direção “à Dilma”, que está “fazendo uma opção que é a opção mais fácil, de agradar lá dentro” e que “suponha que o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin chamou o Persio dizendo que eles teriam condições de influenciar mais à frente”.

Procurado pelo Estadão, Meirelles disse que um cliente qualquer divulgou a fala de forma enviesada. “A pessoa que vaza só escreve um dos lados da equação e não os dois, a minha visão”, disse. “Pegou um pedaço e divulgou o que pensa”, enfatizou.

Meirelles disse que, na reunião, falou de duas “linhas” de políticas. Uma que ele defende, que é o caminho de política adotada por Lula quando era presidente, principalmente no primeiro mandato (2003-2006).

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“Eu acho que é o certo. Acredito que ele deva seguir uma linha como essa, mas existe outra linha do pensamento que defende assim e assado. Vamos aguardar definições porque está muito cedo para saber disso”, explicou o ex-ministro. “Existe um linha do pensamento que defende um maior investimento público sem muita preocupação porque geraria receitas. Eu descrevi as duas possibilidades. Essa possibilidade que está aí não é que a que eu acredito que vá prevalecer”, completou Meirelles, que apoiou Lula nas eleições deste ano.

Modo campanha

Para Meirelles, Lula ainda está no “modo campanha”. “É normal. Ele ainda está no modo campanha. Vamos aguardar a definição dos nomes e aí teremos uma visão mais clara da política econômica”, disse.

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O ex-ministro, que foi presidente do Banco Central no governo Lula, defendeu a PEC da Transição para acomodar uma “excepcionalidade” de gastos só em 2023, mas ponderou que será preciso fazer uma série de cortes, inclusive de empresas estatais que não têm mais razão de continuarem ativas. Para ele, é viável aumentar despesas 2023 desde que se faça depois ajuste nos gastos.

O discurso de Lula, aliado às falas de Meirelles, tiveram efeito desastroso no mercado, que apelidou a quinta-feira de “Boa sorte day” – uma referência ao que o ex-ministro teria dito no evento do BTG.

BRASÍLIA - Em dia de estresse no mercado em reação às críticas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à estabilidade fiscal, uma fala do ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, sobre a política econômica no próximo governo, em encontro organizado pelo BTG, acabou causando ruído e mal-estar com integrantes da equipe de transição. Meirelles, no entanto, disse ao Estadão que foi mal-interpretado e que é cedo para saber qual será a política econômica seguida pelo governo eleito.

O conteúdo do encontro, que era fechado para clientes do banco, foi disparado na forma de “headlines” (manchetes curtas) aos investidores por participantes do evento, o que amplificou o mau humor dos investidores.

Meirelles apoiou Lula na campanha e é um dos cotados para o cargo de ministro da Fazenda Foto: Diogo Moreira/Governo de São Paulo

Entre as falas relatadas pelos clientes do BTG, obtidas pelo Estadão, está a avaliação pessimista de que Lula começou a sinalizar uma direção “à Dilma”, que está “fazendo uma opção que é a opção mais fácil, de agradar lá dentro” e que “suponha que o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin chamou o Persio dizendo que eles teriam condições de influenciar mais à frente”.

Procurado pelo Estadão, Meirelles disse que um cliente qualquer divulgou a fala de forma enviesada. “A pessoa que vaza só escreve um dos lados da equação e não os dois, a minha visão”, disse. “Pegou um pedaço e divulgou o que pensa”, enfatizou.

Meirelles disse que, na reunião, falou de duas “linhas” de políticas. Uma que ele defende, que é o caminho de política adotada por Lula quando era presidente, principalmente no primeiro mandato (2003-2006).

“Eu acho que é o certo. Acredito que ele deva seguir uma linha como essa, mas existe outra linha do pensamento que defende assim e assado. Vamos aguardar definições porque está muito cedo para saber disso”, explicou o ex-ministro. “Existe um linha do pensamento que defende um maior investimento público sem muita preocupação porque geraria receitas. Eu descrevi as duas possibilidades. Essa possibilidade que está aí não é que a que eu acredito que vá prevalecer”, completou Meirelles, que apoiou Lula nas eleições deste ano.

Modo campanha

Para Meirelles, Lula ainda está no “modo campanha”. “É normal. Ele ainda está no modo campanha. Vamos aguardar a definição dos nomes e aí teremos uma visão mais clara da política econômica”, disse.

O ex-ministro, que foi presidente do Banco Central no governo Lula, defendeu a PEC da Transição para acomodar uma “excepcionalidade” de gastos só em 2023, mas ponderou que será preciso fazer uma série de cortes, inclusive de empresas estatais que não têm mais razão de continuarem ativas. Para ele, é viável aumentar despesas 2023 desde que se faça depois ajuste nos gastos.

O discurso de Lula, aliado às falas de Meirelles, tiveram efeito desastroso no mercado, que apelidou a quinta-feira de “Boa sorte day” – uma referência ao que o ex-ministro teria dito no evento do BTG.

BRASÍLIA - Em dia de estresse no mercado em reação às críticas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à estabilidade fiscal, uma fala do ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, sobre a política econômica no próximo governo, em encontro organizado pelo BTG, acabou causando ruído e mal-estar com integrantes da equipe de transição. Meirelles, no entanto, disse ao Estadão que foi mal-interpretado e que é cedo para saber qual será a política econômica seguida pelo governo eleito.

O conteúdo do encontro, que era fechado para clientes do banco, foi disparado na forma de “headlines” (manchetes curtas) aos investidores por participantes do evento, o que amplificou o mau humor dos investidores.

Meirelles apoiou Lula na campanha e é um dos cotados para o cargo de ministro da Fazenda Foto: Diogo Moreira/Governo de São Paulo

Entre as falas relatadas pelos clientes do BTG, obtidas pelo Estadão, está a avaliação pessimista de que Lula começou a sinalizar uma direção “à Dilma”, que está “fazendo uma opção que é a opção mais fácil, de agradar lá dentro” e que “suponha que o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin chamou o Persio dizendo que eles teriam condições de influenciar mais à frente”.

Procurado pelo Estadão, Meirelles disse que um cliente qualquer divulgou a fala de forma enviesada. “A pessoa que vaza só escreve um dos lados da equação e não os dois, a minha visão”, disse. “Pegou um pedaço e divulgou o que pensa”, enfatizou.

Meirelles disse que, na reunião, falou de duas “linhas” de políticas. Uma que ele defende, que é o caminho de política adotada por Lula quando era presidente, principalmente no primeiro mandato (2003-2006).

“Eu acho que é o certo. Acredito que ele deva seguir uma linha como essa, mas existe outra linha do pensamento que defende assim e assado. Vamos aguardar definições porque está muito cedo para saber disso”, explicou o ex-ministro. “Existe um linha do pensamento que defende um maior investimento público sem muita preocupação porque geraria receitas. Eu descrevi as duas possibilidades. Essa possibilidade que está aí não é que a que eu acredito que vá prevalecer”, completou Meirelles, que apoiou Lula nas eleições deste ano.

Modo campanha

Para Meirelles, Lula ainda está no “modo campanha”. “É normal. Ele ainda está no modo campanha. Vamos aguardar a definição dos nomes e aí teremos uma visão mais clara da política econômica”, disse.

O ex-ministro, que foi presidente do Banco Central no governo Lula, defendeu a PEC da Transição para acomodar uma “excepcionalidade” de gastos só em 2023, mas ponderou que será preciso fazer uma série de cortes, inclusive de empresas estatais que não têm mais razão de continuarem ativas. Para ele, é viável aumentar despesas 2023 desde que se faça depois ajuste nos gastos.

O discurso de Lula, aliado às falas de Meirelles, tiveram efeito desastroso no mercado, que apelidou a quinta-feira de “Boa sorte day” – uma referência ao que o ex-ministro teria dito no evento do BTG.

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