Após a notícia de que o ex-secretário do Tesouro Nacional Joaquim Levy poderá assumir o Ministério da Fazenda, o mercado brasileiro esboçou uma reação positiva. O Ibovespa - principal índice do mercado acionário brasileiro -, que estava testando o patamar de 54 mil pontos atingiu a máxima de 56.214 pontos (alta de 5,26%).
No fechamento, registrou alta de 5,02%, aos 56.084 pontos, a maior valorização desde 9 de agosto de 2011, quando subiu 5,1%. Na semana, acumulou elevação de 8,33%, mais do que apagando a perda de 2,72% acumulada até sexta-feira passada. No mês, o índice registra alta de 2,67% e, no ano, ganho de 8,89%. O giro financeiro totalizou R$ 12,233 bilhões.
O anúncio do novo ministro da Fazenda era esperado para esta sexta-feira, mas foi adiado, segundo fontes do Palácio do Planalto. Não há detalhes sobre o motivo de Dilma deixar a divulgação para depois. A notícia, porém, foi suficiente para influenciar a Bolsa e o dólar, que fechou em queda de 2,26%.
A alta da Bolsa pela manhã se deu em razão de China e Europa. Pequim anunciou um corte na taxa de juros, pela primeira vez desde julho de 2012, de modo a incentivar o avanço da economia. Com a notícia, os preços das empresas vendedoras de commodities foram estimulados, com destaque para Vale e as mineradoras europeias. Vale ON teve alta de 6,45% e Vale PNA subiu 6,93%.
A China também anunciou pela primeira vez dados de suas reservas de petróleo, ao comentar que elas são formadas por 91 milhões de barris, e disse trabalhar para ter instalações capazes de armazenar 500 milhões de barris até 2020. A título de comparação, nos EUA as reservas somam 727 milhões de barris.
Neste cenário, Petrobrás disparou tanto nos papéis ON quanto nos PN, com os investidores também aproveitando para ir às compras após os recuos mais recentes. O papel ordinário da estatal teve alta de 11,17% e o preferencial avançou 11,89%.
Outros ministros. Além de Levy, circulou na imprensa que o ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda Nelson Barbosa, que também estava sendo cogitado para a Fazenda, deve assumir o Ministério do Planejamento. Carlos Hamilton, diretor de Política Econômica do Banco Central, deve deixar a instituição para assumir a Secretaria do Tesouro. Alexandre Tombini deverá permanecer na presidência do BC.
Também circulou a informação de que a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) assumiria o comando do Ministério da Agricultura no segundo mandato de Dilma. (Com Fabrício de Castro e Tânia Monteiro, da Agência Estado)