Depois de devolver apenas na sessão de ontem boa parte da alta recente acumulada nos nove pregões anteriores, a Bovespa iniciou esta quarta-feira novamente pressionada pelo nervosismo dos mercados internacionais por causa da ata do Federal Reserve. Porém, até a divulgação do documento, à tarde, a renda variável doméstica tende a ficar "de lado", com ligeiro viés de baixa, sob a ameaça de vir abaixo dos 50 mil pontos no mercado à vista. O cenário para a inflação no Brasil, em meio à arrancada do dólar e à aceleração da prévia do índice oficial de preços, também pode influenciar no desempenho local. Às 10h05, o Ibovespa caía 0,33%, aos 50.323,13 pontos.Operadores afirmam que a principal fonte de estresse entre os mercados financeiros, principalmente os emergentes, continua sendo a expectativa quanto ao fim do programa de recompra de títulos pelo Federal Reserve e sobre como se dará a retirada desses estímulos à economia dos Estados Unidos. Por isso, os investidores no exterior adotam a postura de "esperar para ver", o que retrai as bolsas nos dois lados do Atlântico Norte. Ainda no horário acima, em Wall Street, o futuro do S&P 500 cedia 0,27%. Já a Bolsa de Frankfurt oscilava em queda de 0,14%.Internamente, o governo segue firme na tentativa de conter a apreciação do dólar ante o real. Mas, depois de as intervenções do Banco Central terem surtido efeito ontem, interrompendo uma sequência de seis altas consecutivas, a moeda norte-americana volta a ser negociada em alta na abertura do mercado de balcão hoje, cotada acima da marca de R$ 2,40.Esse desempenho da taxa de câmbio tende a beneficiar as exportadoras, mas pode prejudicar as importadoras. Nesse panorama, o destaque fica com Petrobras, que vive um cenário preocupante em relação à questão de endividamento, elevando as expectativas quanto a um possível novo aumento nos preços dos combustíveis. Jogando contra essa aposta, porém, está a alta de 0,16% em agosto da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), acelerando-se ante a taxa de 0,07% em julho. O resultado, divulgado nesta manhã pelo IBGE, ficou acima da mediana estimada, após coleta do AE Projeções, de 0,15%. Nos últimos 12 meses até agosto, o IPCA-15 sobe 6,15%.