Após três perdas seguidas, a Bolsa brasileira (B3) conseguiu se manter em alta até o final dos negócicios desta terça-feira, 20, fechando com ganho de 0,81%, aos 125.401,36 pontos, apoiada no bom desempenho do mercado de Nova York e também dos contratos de petróleo, que também subiram. No câmbio, o dólar recuou 0,37%, cotado a R$ 5,2311.
O movimento hoje foi de recomposição de parte das perdas da véspera, embora o cenário ainda seja de cautela diante dos riscos de desaceleração da economia global, a partir da disseminação da variante Delta do coronavírus, cuja transmissibilidade é superior às demais.
Os índices do mercado americano também fecharam em alta hoje, com Dow Jones e S&P 500 avançando 1,62% e 1,52% cada - ontem, o primeiro atingiu seu pior nível desde outubro de 2020. Já o Nasdaq subiu 1,57%, com investidores à espera do balanço da Netflix, que sai apenas depois do fechamento do mercado. Ainda no exterior, o petróleo teve leve recuperação, acima de 1%. O resultado apoiou o ganho de Petrobrás ON e PN, com altas de 1,64% e 1,33% para cada.
Na B3, desde a manhã, a reiteração pelo presidente Jair Bolsonaro de que pretende vetar o fundo eleitoral, elevado para R$ 5,7 bilhões na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), manteve o foco do mercado no cenário política, que tem mostrado nas últimas semanas obstáculos ao avanço da agenda reformista. Ele também voltou a atacar o presidente do TSE e ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, e disse que vai apresentar provas de que teria havido fraude no segundo turno das eleições de 2014, em que a ex-presidente petista Dilma Rousseff derrotou o candidato tucano Aécio Neves.
Ainda assim, com o exterior positivo, o dia foi de alguma retomada para as ações. Após a divulgação de dados de produção ontem à noite, Vale ON fechou hoje em alta de 0,84%. Sem direção única mais cedo, as ações de bancos se alinharam em alta ao longo da tarde, com Bradesco PN registrando ganho de 1,54%, Banco do Brasil ON, de 1,77% e Itaú PN, de 1,31%.
Com o apetite por risco desde o exterior, a recuperação firmada nesta tarde foi "impulsionada pelo setor financeiro que, por sua liquidez, é a porta de entrada dos investidores estrangeiros na Bolsa brasileira", observa Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora. "A queda recente do setor, com os papéis retornando para os níveis de março, e as expectativas de bons resultados no segundo trimestre ajudam a explicar o movimento de recuperação", acrescenta o analista, chamando atenção, no trimestre, para a expectativa por "menores provisões, aumento da receita de serviços, como reflexo da retomada da economia, e a sequência de redução de custos vinda desde o ano passado".
"Houve recuperação hoje no mercado europeu e, em Nova York, recuo ainda de manhã no VIX, o índice de volatilidade, com as ações em correção após as perdas de ontem. No âmbito político, o presidente Jair Bolsonaro disse que pretende vetar o fundo eleitoral, o que pode acirrar sua relação com o Congresso", diz Bruno Madruga, head de renda variável da Monte Bravo Investimentos.
"Tivemos hoje uma correção no Ibovespa, após o índice ter brigado pela manhã na faixa de 124,6 mil pontos. O mercado ainda repercute temores sobre a retomada da covid [com a variante Delta]. Por mais que se tenha acostumado a este fator de risco, e o mundo esteja mais bem preparado, nova onda de contaminação pode atrasar a recuperação econômica. Com agenda um pouco mais fraca, o dia foi de correção, com os índices de Nova York", diz Stefany Oliveira, analista da Toro Investimentos.
Na ponta do Ibovespa, JBS fechou em alta de 6,69%, à frente de Embraer, com 5,90% e de Lojas Americanas, com 5,44%. No lado oposto, Hapvida cedeu 3,02%, Intermédica, 2,36% - dois grupos da área de saúde que têm capitaneado o movimento de consolidação do setor - e MRV, 1,99%. html, body { height: 100%; } table { background-color: #FFFFFF;color:#000000 } body { font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana; margin-top:0px; padding-top:0px; scrollbar-arrow-color: #272727; scrollbar-3dlight-color: #2a2a2a; scrollbar-highlight-color: #6d6d6d; scrollbar-face-color: #686868; scrollbar-shadow-color: #2a2a2a; scrollbar-darkshadow-color: #2a2a2a; scrollbar-track-color: #646464; } ._ct_news_video_container { width: 100%; height: 70%; } video { width:100%; height: 100% ;} #divTitle { padding-bottom: 7px; } a { color: #48C4FF; } a:link { color: #48C4FF; text-decoration:underline; } a:visited { color: #48C4FF; } a:hover { color: #48C4FF; } Na semana, o índice cede 0,44% e, no mês, 1,10%, limitando o ganho do ano a 5,36%.
Câmbio
Depois de uma manhã de forte volatilidade, em meio ao fortalecimento da moeda americana lá fora e a certo ruído político por conta de declarações de Bolsonaro, o dólar perdeu força à tarde e fechou em queda, embora distante das mínimas. A avaliação é a de que a volta do apetite ao risco, com avanço das Bolsas americanas e das commodities, abriu espaço para realização de lucros e correção técnica no mercado de câmbio local. Operadores lembram que ontem, o dólar havia subido 2,64%, levando o real a amargar o pior desempenho entre divisas emergentes.
Nas primeiras horas de negócios, o dólar chegou a se aproximar do nível de R$ 5,30 ao correr até a máxima de R$ 5,2939, o que gerou expectativa de possível intervenção do Banco Central, mas logo o movimento comprador cedeu com a melhora do ambiente externo. Na mínima, a moeda era cotada a R$ 5,2026. Com o desempenho de hoje, o dólar reduziu a alta nos dois primeiros pregões desta semana a 2,26%. No acumulado de julho, o dólar ainda apresenta valorização de 5,19%.
"Tecnicamente, o mercado está devolvendo um pouco do exagero de ontem, já que o ambiente é positivo para ativos de risco. Até porque ontem foi uma anomalia, com o real sendo a pior moeda do mundo", afirma Sérgio Zanini, sócio e gestor da Galapagos Capital. /LUÍS EDUARDO LEAL, ANTONIO PEREZ E MAIARA SANTIAGO