Bolsa sobe 0,45%, mas acumula queda de 3,73% na semana


A moeda norte-americana fechou esta sexta-feira em queda de 0,52%, com alívio externo, mas encerra semana em alta de 2,60%

Por Luis Eduardo Leal e Antonio Perez

Com giro ainda enfraquecido, o Ibovespa acompanhou em sinal mas não em grau a recuperação vista nas bolsas europeias e de Nova York nesta sexta-feira, 15, ao final de semana negativa para o apetite por risco aqui como lá, em que as referências globais para ações acumularam, na maioria, perdas - entre as exceções, Paris (+0,05%) e, na Ásia, Tóquio (+1,02%). Mas, enquanto em NY a retração na semana chegou a 1,57% (Nasdaq) e nos maiores mercados da Europa a 1,16% (Frankfurt), em São Paulo a correção foi a 3,73% - não muito distante da vista em Milão (-3,86%), em semana na qual o premiê Mario Draghi apresentou renúncia, não aceita pelo presidente italiano, Sergio Mattarella.

Hoje, o Ibovespa subiu 0,45% aos 96.551,00 pontos, com o dólar em baixa semelhante no fechamento (-0,52%), a R$ 5,4049, ainda em patamar elevado.  giro financeiro ficou em R$ 20,6 bilhões. A perda de 3,73% na semana ocorre após duas semanas de leve recuperação, de 1,35% e 0,29%, para o Ibovespa. Em julho, cede 2,02% e, no ano, cai 7,89%. O cenário externo desafiador - com elevação de juros em boa parte das maiores economias, inflação ainda pressionada e desaquecimento da atividade global - prossegue em momento no qual a proximidade de outubro - e as manobras fiscais do governo para chegar lá em condições de competir pela reeleição - deteriora a perspectiva para a situação fiscal, também no próximo ano.

Estimativa feita pela BGC Liquidez, com base em gastos novos para União, Estados e municípios, bem como em perda de arrecadação tributária, coloca o impacto fiscal das medidas tomadas até agora no ano em R$ 249,8 bilhões - deste montante, cerca de R$ 53,2 bilhões circunscritos a esses últimos seis meses de 2022, de medidas a princípio em vigor até 31 de dezembro. O cálculo inclui iniciativas de adoção bem recente, como o piso para enfermagem, com efeito de R$ 26,5 bilhões. E abrange também R$ 19,1 bilhões referentes à redução do IPI, suspensa por liminar concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

continua após a publicidade

Além das persistentes preocupações com a situação fiscal doméstica, que limita o potencial de recuperação do Ibovespa, o mercado segue tomando o pulso da economia global - hoje, foi a vez de conhecer o PIB da China no segundo trimestre, mais fraco conforme já se antevia.

"A desaceleração do ritmo de crescimento da economia chinesa tem impacto mundial, a começar pela produção de insumos como chips e componentes. Há uma redução de produção por conta da política de Covid zero. E o país é também um grande consumidor de commodities. A manutenção dessa tendência de desaceleração da atividade chinesa, que é o mais provável, afetará no médio prazo as exportações brasileiras de uma forma mais importante", diz Nicola Tingas, economista-chefe da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento).

Assim como o PIB do segundo trimestre, a produção industrial da China em junho ficou aquém do esperado, com efeito direto para o desempenho do minério de ferro nesta sexta-feira, em queda de 4,24%, que colocou a tonelada abaixo dos US$ 100 em Qingdao, a US$ 96,04 - na semana, a perda acumulada pela commodity chegou a 15,51%. Na B3, Vale ON virou ao longo da tarde e fechou a sessão em alta de 0,62%, acumulando perda de 9,32% na semana e de 10,70% até aqui no mês. As siderúrgicas conseguiram mitigar a correção da semana com desempenho positivo nesta sexta-feira, que chegou a 5,94% para Gerdau PN - na semana, o papel subiu 0,68%, frente a perdas dos pares que chegaram a 8,04% (CSN ON).

continua após a publicidade

Na ponta vencedora da sessão desta sexta-feira, destaque, além de Gerdau PN (+5,94%), para Braskem (+5,33%), Gerdau Metalúrgica (+4,92%), BB Seguridade (+4,21%), Usiminas (+4,10%) e Yduqs (+4,03%). No lado oposto, Hapvida (-5,22%), CVC (-4,55%), Magazine Luiza (-4,47%) e BRF (-4,43%).

"Chegamos à metade do mês com Bolsa na mínima do ano nesta semana - juros também mais estressados, com ponta longa abrindo, e câmbio que se aproximou de R$ 5,50. A semana foi de surpresas negativas sobre a inflação americana, tanto ao consumidor como ao produtor, ambas acima do esperado. Uma história de inflação bem pior do que se imaginava para 2022, e com choque de juros pior também, mais forte do que se antecipava (para o ano)", diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, destacando ainda o "abre e fecha" na China em meio à política de Covid zero, e o prolongamento, sem fim à vista, para a guerra no leste europeu.

B3, a Bolsa de Valores de São Paulo; Ibovespasobiu 0,45% nesta sexta-feira, 15, mas acumula queda de 3,73% na semana Foto: Werther Santana/ Estadão
continua após a publicidade

Dólar

Uma recuperação dos ativos de risco no exterior, com alta das Bolsas em Nova York e queda global da moeda americana, abriu espaço para que o dólar recuasse na sessão desta sexta-feira, 15, no mercado doméstico de câmbio. Afora uma alta leve e pontual pela manhã, a divisa operou em baixa ao longo de todo dia, registrando mínima a R$ 5,3756, no início da tarde. No fim da sessão, a moeda recuava 0,52%, cotada a R$ 5,4049. Apesar do refresco hoje, o dólar termina a semana com ganhos de 2,60%, o que leva a valorização acumulada no mês a 3,25%.

O alívio nos mercado hoje veio na esteira de redução, ainda que modesta, das expectativas de inflação nos EUA e da melhora do sentimento do consumidor americano. Trata-se de uma combinação que desautoriza apostas em alta de 100 pontos-base na taxa de juros - que haviam ganhando força após índices inflação ao consumidor (CPI) e ao produtor (PPI) em junho acima do esperado - e mitiga parcialmente os temores de recessão.

continua após a publicidade

Dirigentes do Federal Reserve vieram a campo para pontuar que o ritmo de elevação dos Fed Funds em 75 pontos-base é apropriado e reforçar a tese de "pouso suave" da economia americana. O presidente da Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse hoje que subir os juros "muito dramaticamente" pode minar a tendência positiva da atividade. Maior falcão do BC dos EUA, o dirigente da distrital de St. Louis, James Bullard, disse que os dados de emprego "contrariam totalmente a ideia da recessão". A fala foi temperada com alerta sobre inflação disseminada e, por tabela, necessidade de que a taxa básica atinja uma faixa para 3,75% a 4% até o fim do ano.

O diretor de produtos de câmbio da Venice Investimentos, André Rolha, vê a movimentação dos mercados hoje como um ajuste após a forte rodada de deterioração dos ativos de risco nas sessões anteriores, em meio a índices de inflação "ainda muito salgados" nos EUA. "Houve uma busca forte por segurança. Basta olhar a curva do DXY ao longo da semana, superando os 108 pontos", diz Rolha, ressaltando que as falas de dirigentes do Fed foram "muito importantes" para "dar um norte" aos investidores. "Aqui, o dólar chegou a se aproximar dos R$ 5,50, com as commodities em baixa e a pacote de bondades fora do teto aprovação da PEC dos Benefícios".

Com giro ainda enfraquecido, o Ibovespa acompanhou em sinal mas não em grau a recuperação vista nas bolsas europeias e de Nova York nesta sexta-feira, 15, ao final de semana negativa para o apetite por risco aqui como lá, em que as referências globais para ações acumularam, na maioria, perdas - entre as exceções, Paris (+0,05%) e, na Ásia, Tóquio (+1,02%). Mas, enquanto em NY a retração na semana chegou a 1,57% (Nasdaq) e nos maiores mercados da Europa a 1,16% (Frankfurt), em São Paulo a correção foi a 3,73% - não muito distante da vista em Milão (-3,86%), em semana na qual o premiê Mario Draghi apresentou renúncia, não aceita pelo presidente italiano, Sergio Mattarella.

Hoje, o Ibovespa subiu 0,45% aos 96.551,00 pontos, com o dólar em baixa semelhante no fechamento (-0,52%), a R$ 5,4049, ainda em patamar elevado.  giro financeiro ficou em R$ 20,6 bilhões. A perda de 3,73% na semana ocorre após duas semanas de leve recuperação, de 1,35% e 0,29%, para o Ibovespa. Em julho, cede 2,02% e, no ano, cai 7,89%. O cenário externo desafiador - com elevação de juros em boa parte das maiores economias, inflação ainda pressionada e desaquecimento da atividade global - prossegue em momento no qual a proximidade de outubro - e as manobras fiscais do governo para chegar lá em condições de competir pela reeleição - deteriora a perspectiva para a situação fiscal, também no próximo ano.

Estimativa feita pela BGC Liquidez, com base em gastos novos para União, Estados e municípios, bem como em perda de arrecadação tributária, coloca o impacto fiscal das medidas tomadas até agora no ano em R$ 249,8 bilhões - deste montante, cerca de R$ 53,2 bilhões circunscritos a esses últimos seis meses de 2022, de medidas a princípio em vigor até 31 de dezembro. O cálculo inclui iniciativas de adoção bem recente, como o piso para enfermagem, com efeito de R$ 26,5 bilhões. E abrange também R$ 19,1 bilhões referentes à redução do IPI, suspensa por liminar concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Além das persistentes preocupações com a situação fiscal doméstica, que limita o potencial de recuperação do Ibovespa, o mercado segue tomando o pulso da economia global - hoje, foi a vez de conhecer o PIB da China no segundo trimestre, mais fraco conforme já se antevia.

"A desaceleração do ritmo de crescimento da economia chinesa tem impacto mundial, a começar pela produção de insumos como chips e componentes. Há uma redução de produção por conta da política de Covid zero. E o país é também um grande consumidor de commodities. A manutenção dessa tendência de desaceleração da atividade chinesa, que é o mais provável, afetará no médio prazo as exportações brasileiras de uma forma mais importante", diz Nicola Tingas, economista-chefe da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento).

Assim como o PIB do segundo trimestre, a produção industrial da China em junho ficou aquém do esperado, com efeito direto para o desempenho do minério de ferro nesta sexta-feira, em queda de 4,24%, que colocou a tonelada abaixo dos US$ 100 em Qingdao, a US$ 96,04 - na semana, a perda acumulada pela commodity chegou a 15,51%. Na B3, Vale ON virou ao longo da tarde e fechou a sessão em alta de 0,62%, acumulando perda de 9,32% na semana e de 10,70% até aqui no mês. As siderúrgicas conseguiram mitigar a correção da semana com desempenho positivo nesta sexta-feira, que chegou a 5,94% para Gerdau PN - na semana, o papel subiu 0,68%, frente a perdas dos pares que chegaram a 8,04% (CSN ON).

Na ponta vencedora da sessão desta sexta-feira, destaque, além de Gerdau PN (+5,94%), para Braskem (+5,33%), Gerdau Metalúrgica (+4,92%), BB Seguridade (+4,21%), Usiminas (+4,10%) e Yduqs (+4,03%). No lado oposto, Hapvida (-5,22%), CVC (-4,55%), Magazine Luiza (-4,47%) e BRF (-4,43%).

"Chegamos à metade do mês com Bolsa na mínima do ano nesta semana - juros também mais estressados, com ponta longa abrindo, e câmbio que se aproximou de R$ 5,50. A semana foi de surpresas negativas sobre a inflação americana, tanto ao consumidor como ao produtor, ambas acima do esperado. Uma história de inflação bem pior do que se imaginava para 2022, e com choque de juros pior também, mais forte do que se antecipava (para o ano)", diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, destacando ainda o "abre e fecha" na China em meio à política de Covid zero, e o prolongamento, sem fim à vista, para a guerra no leste europeu.

B3, a Bolsa de Valores de São Paulo; Ibovespasobiu 0,45% nesta sexta-feira, 15, mas acumula queda de 3,73% na semana Foto: Werther Santana/ Estadão

Dólar

Uma recuperação dos ativos de risco no exterior, com alta das Bolsas em Nova York e queda global da moeda americana, abriu espaço para que o dólar recuasse na sessão desta sexta-feira, 15, no mercado doméstico de câmbio. Afora uma alta leve e pontual pela manhã, a divisa operou em baixa ao longo de todo dia, registrando mínima a R$ 5,3756, no início da tarde. No fim da sessão, a moeda recuava 0,52%, cotada a R$ 5,4049. Apesar do refresco hoje, o dólar termina a semana com ganhos de 2,60%, o que leva a valorização acumulada no mês a 3,25%.

O alívio nos mercado hoje veio na esteira de redução, ainda que modesta, das expectativas de inflação nos EUA e da melhora do sentimento do consumidor americano. Trata-se de uma combinação que desautoriza apostas em alta de 100 pontos-base na taxa de juros - que haviam ganhando força após índices inflação ao consumidor (CPI) e ao produtor (PPI) em junho acima do esperado - e mitiga parcialmente os temores de recessão.

Dirigentes do Federal Reserve vieram a campo para pontuar que o ritmo de elevação dos Fed Funds em 75 pontos-base é apropriado e reforçar a tese de "pouso suave" da economia americana. O presidente da Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse hoje que subir os juros "muito dramaticamente" pode minar a tendência positiva da atividade. Maior falcão do BC dos EUA, o dirigente da distrital de St. Louis, James Bullard, disse que os dados de emprego "contrariam totalmente a ideia da recessão". A fala foi temperada com alerta sobre inflação disseminada e, por tabela, necessidade de que a taxa básica atinja uma faixa para 3,75% a 4% até o fim do ano.

O diretor de produtos de câmbio da Venice Investimentos, André Rolha, vê a movimentação dos mercados hoje como um ajuste após a forte rodada de deterioração dos ativos de risco nas sessões anteriores, em meio a índices de inflação "ainda muito salgados" nos EUA. "Houve uma busca forte por segurança. Basta olhar a curva do DXY ao longo da semana, superando os 108 pontos", diz Rolha, ressaltando que as falas de dirigentes do Fed foram "muito importantes" para "dar um norte" aos investidores. "Aqui, o dólar chegou a se aproximar dos R$ 5,50, com as commodities em baixa e a pacote de bondades fora do teto aprovação da PEC dos Benefícios".

Com giro ainda enfraquecido, o Ibovespa acompanhou em sinal mas não em grau a recuperação vista nas bolsas europeias e de Nova York nesta sexta-feira, 15, ao final de semana negativa para o apetite por risco aqui como lá, em que as referências globais para ações acumularam, na maioria, perdas - entre as exceções, Paris (+0,05%) e, na Ásia, Tóquio (+1,02%). Mas, enquanto em NY a retração na semana chegou a 1,57% (Nasdaq) e nos maiores mercados da Europa a 1,16% (Frankfurt), em São Paulo a correção foi a 3,73% - não muito distante da vista em Milão (-3,86%), em semana na qual o premiê Mario Draghi apresentou renúncia, não aceita pelo presidente italiano, Sergio Mattarella.

Hoje, o Ibovespa subiu 0,45% aos 96.551,00 pontos, com o dólar em baixa semelhante no fechamento (-0,52%), a R$ 5,4049, ainda em patamar elevado.  giro financeiro ficou em R$ 20,6 bilhões. A perda de 3,73% na semana ocorre após duas semanas de leve recuperação, de 1,35% e 0,29%, para o Ibovespa. Em julho, cede 2,02% e, no ano, cai 7,89%. O cenário externo desafiador - com elevação de juros em boa parte das maiores economias, inflação ainda pressionada e desaquecimento da atividade global - prossegue em momento no qual a proximidade de outubro - e as manobras fiscais do governo para chegar lá em condições de competir pela reeleição - deteriora a perspectiva para a situação fiscal, também no próximo ano.

Estimativa feita pela BGC Liquidez, com base em gastos novos para União, Estados e municípios, bem como em perda de arrecadação tributária, coloca o impacto fiscal das medidas tomadas até agora no ano em R$ 249,8 bilhões - deste montante, cerca de R$ 53,2 bilhões circunscritos a esses últimos seis meses de 2022, de medidas a princípio em vigor até 31 de dezembro. O cálculo inclui iniciativas de adoção bem recente, como o piso para enfermagem, com efeito de R$ 26,5 bilhões. E abrange também R$ 19,1 bilhões referentes à redução do IPI, suspensa por liminar concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Além das persistentes preocupações com a situação fiscal doméstica, que limita o potencial de recuperação do Ibovespa, o mercado segue tomando o pulso da economia global - hoje, foi a vez de conhecer o PIB da China no segundo trimestre, mais fraco conforme já se antevia.

"A desaceleração do ritmo de crescimento da economia chinesa tem impacto mundial, a começar pela produção de insumos como chips e componentes. Há uma redução de produção por conta da política de Covid zero. E o país é também um grande consumidor de commodities. A manutenção dessa tendência de desaceleração da atividade chinesa, que é o mais provável, afetará no médio prazo as exportações brasileiras de uma forma mais importante", diz Nicola Tingas, economista-chefe da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento).

Assim como o PIB do segundo trimestre, a produção industrial da China em junho ficou aquém do esperado, com efeito direto para o desempenho do minério de ferro nesta sexta-feira, em queda de 4,24%, que colocou a tonelada abaixo dos US$ 100 em Qingdao, a US$ 96,04 - na semana, a perda acumulada pela commodity chegou a 15,51%. Na B3, Vale ON virou ao longo da tarde e fechou a sessão em alta de 0,62%, acumulando perda de 9,32% na semana e de 10,70% até aqui no mês. As siderúrgicas conseguiram mitigar a correção da semana com desempenho positivo nesta sexta-feira, que chegou a 5,94% para Gerdau PN - na semana, o papel subiu 0,68%, frente a perdas dos pares que chegaram a 8,04% (CSN ON).

Na ponta vencedora da sessão desta sexta-feira, destaque, além de Gerdau PN (+5,94%), para Braskem (+5,33%), Gerdau Metalúrgica (+4,92%), BB Seguridade (+4,21%), Usiminas (+4,10%) e Yduqs (+4,03%). No lado oposto, Hapvida (-5,22%), CVC (-4,55%), Magazine Luiza (-4,47%) e BRF (-4,43%).

"Chegamos à metade do mês com Bolsa na mínima do ano nesta semana - juros também mais estressados, com ponta longa abrindo, e câmbio que se aproximou de R$ 5,50. A semana foi de surpresas negativas sobre a inflação americana, tanto ao consumidor como ao produtor, ambas acima do esperado. Uma história de inflação bem pior do que se imaginava para 2022, e com choque de juros pior também, mais forte do que se antecipava (para o ano)", diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, destacando ainda o "abre e fecha" na China em meio à política de Covid zero, e o prolongamento, sem fim à vista, para a guerra no leste europeu.

B3, a Bolsa de Valores de São Paulo; Ibovespasobiu 0,45% nesta sexta-feira, 15, mas acumula queda de 3,73% na semana Foto: Werther Santana/ Estadão

Dólar

Uma recuperação dos ativos de risco no exterior, com alta das Bolsas em Nova York e queda global da moeda americana, abriu espaço para que o dólar recuasse na sessão desta sexta-feira, 15, no mercado doméstico de câmbio. Afora uma alta leve e pontual pela manhã, a divisa operou em baixa ao longo de todo dia, registrando mínima a R$ 5,3756, no início da tarde. No fim da sessão, a moeda recuava 0,52%, cotada a R$ 5,4049. Apesar do refresco hoje, o dólar termina a semana com ganhos de 2,60%, o que leva a valorização acumulada no mês a 3,25%.

O alívio nos mercado hoje veio na esteira de redução, ainda que modesta, das expectativas de inflação nos EUA e da melhora do sentimento do consumidor americano. Trata-se de uma combinação que desautoriza apostas em alta de 100 pontos-base na taxa de juros - que haviam ganhando força após índices inflação ao consumidor (CPI) e ao produtor (PPI) em junho acima do esperado - e mitiga parcialmente os temores de recessão.

Dirigentes do Federal Reserve vieram a campo para pontuar que o ritmo de elevação dos Fed Funds em 75 pontos-base é apropriado e reforçar a tese de "pouso suave" da economia americana. O presidente da Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse hoje que subir os juros "muito dramaticamente" pode minar a tendência positiva da atividade. Maior falcão do BC dos EUA, o dirigente da distrital de St. Louis, James Bullard, disse que os dados de emprego "contrariam totalmente a ideia da recessão". A fala foi temperada com alerta sobre inflação disseminada e, por tabela, necessidade de que a taxa básica atinja uma faixa para 3,75% a 4% até o fim do ano.

O diretor de produtos de câmbio da Venice Investimentos, André Rolha, vê a movimentação dos mercados hoje como um ajuste após a forte rodada de deterioração dos ativos de risco nas sessões anteriores, em meio a índices de inflação "ainda muito salgados" nos EUA. "Houve uma busca forte por segurança. Basta olhar a curva do DXY ao longo da semana, superando os 108 pontos", diz Rolha, ressaltando que as falas de dirigentes do Fed foram "muito importantes" para "dar um norte" aos investidores. "Aqui, o dólar chegou a se aproximar dos R$ 5,50, com as commodities em baixa e a pacote de bondades fora do teto aprovação da PEC dos Benefícios".

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.