Em uma sessão de bastante volatilidade, o dólar oscilou entre altas e baixas em diferentes momentos, até encerrar com avanço de 0,20% ante o real no balcão, cotado a R$ 2,030. Sinais mistos vindos do exterior, expectativas com a captação do BNDES e uma operação feita por um grande banco no mercado futuro influenciaram as cotações ao longo do dia.O dólar abriu a quinta-feira, 16, em alta ante o real e outras moedas com elevada correlação com commodities, mas perdeu força gradativamente, reagindo aos números ruins da economia norte-americana. Entre os dados, destaque para os pedidos de auxílio-desemprego na semana até 11 de maio, que subiram 360 mil, abaixo dos 330 mil esperados. Já as construções de moradias iniciadas caíram 16,5% em abril nos EUA, ante previsão de queda de 6,4%.No Brasil, a expectativa com uma possível emissão do BNDES, após a Petrobras ter captado US$ 11 bilhões na segunda-feira, 13, também contribuiu para o viés de baixa para a moeda americana. Na cotação mínima do dia, verificada às 12h23, a moeda atingiu R$ 2,023, em baixa de 0,15%. Este cenário, no entanto, mudou no início da tarde. Às 14h38, a moeda já subia mais de R$ 2,030 e, às 14h54, ela marcou a máxima do dia de R$ 2,0340, em alta de 0,39%. A mudança abrupta das cotações, segundo profissionais ouvidos pelo Broadcast, foi resultado de operação feita por um grande banco no mercado futuro. "Deu uma puxada rápida, bem na hora do almoço, num horário de pouca liquidez, porque um grande banco estaria comprando dólar. O banco estaria desmontando posição especulativa, que estava muito vendida no futuro", comentou uma fonte. "Está se criando um estigma curioso no mercado de câmbio: o de que, na hora do almoço, alguma coisa sempre pode acontecer", comentou outro profissional. Com a compra de dólares no mercado futuro, a cotação da moeda para junho recuou, também puxando para baixo as cotações no mercado à vista. Na máxima do dia, o dólar para junho foi cotado a R$ 2,04350 (+0,74%). Às 17h07, a moeda era cotada a R$ 2,0340, em alta de 0,27%. Ao longo da tarde, apesar deste cenário, a moeda americana no balcão voltou a desacelerar a alta e chegou, em alguns momentos, a oscilar no território negativo. Segundo João Paulo de Gracia Corrêa, gerente de câmbio da Correparti Corretora, de Curitiba, o discurso do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, em evento no Rio de Janeiro contribuiu para isso. "Tombini colocou ênfase ao combate à inflação, o que fez as taxas dos DIs subirem e desacelerou o dólar", afirmou. "Se a taxa de juros subir, a tendência é de ingresso de mais recursos. Então o dólar cai", acrescentou.
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