Incertezas sobre petróleo podem afetar ações da Petrobras em 2019


Mercado está mais cauteloso sobre Ibovespa

Por Renato Carvalho

A queda recente do preço do petróleo já preocupa analistas no que diz respeito ao desempenho da Petrobrás. O reflexo nas ações já pode ser visto em novembro, quando os papéis da petroleira acumulam perdas de quase 12%.

Ricardo Peretti, estrategista de pessoa física da Santander Corretora, admite que essa rápida piora para o petróleo não estava prevista. “Por ora, consideramos em nosso cenário base um valor de US$ 78/barril para 2019, enquanto adotamos uma cotação média de US$ 65/barril a partir de 2020. Portanto, se os preços do petróleo continuarem em trajetória negativa por mais tempo, eventualmente perdendo a barreira dos US$ 60/barril, teremos que rever nossas estimativas mais promissoras para Petrobrás (atualmente com um preço-alvo de R$ 41,00)”, diz Peretti. Ontem, as cotações do óleo chegaram aos piores níveis desde outubro de 2017, com o barril tipo Brent, negociado em Londres, fechando abaixo dos US$ 60.

Assessoria do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou a indicação de Roberto Castello Branco para a presidência da companhia. Foto: Estadão
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Para Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos, a queda da commodity ainda não foi totalmente incorporada nas ações da estatal brasileira por conta da visão “cautelosamente otimista” em relação à continuidade da política de desinvestimentos e diminuição da alavancagem, além da cessão onerosa.

Para a Petrobrás, completa o analista da Lerosa, esse cenário de preços pressionados do petróleo em 2019 pode elevar a competição, beneficiando as importadoras. “Por outro lado, maior produção em virtude da entrada de novos plataformas assim como continuidade de gestão de custos tendem a atenuar este movimento”. Ele espera um preço médio em torno de US$ 65 o barril em 2019. 

Luiz Francisco Caetano, analista da Planner, lembra que no início de outubro se discutia se o Brent poderia chegar aos US$ 100, e para ele, é natural que o valor da Petrobrás seja afetado pela tendência da commodity. Na visão de Alexandre Faturi, analista da Nova Futura Investimentos, diversos fatores devem continuar pressionando os preços do petróleo em 2019, mas o impacto para a Petrobrás será limitado.

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A ação preferencial (PN) da petroleira está presente nas carteiras recomendadas de Bradesco BBI, Guide Investimentos e Santander. A Guide afirma que no curto prazo, o papel pode ser beneficiado pela venda de ativos, e também pela cessão onerosa. Em relação às alterações nas carteiras semanais, a Guide retirou Marcopolo PN e inseriu Embraer ON. Segundo a corretora, a ação da fabricante de aeronaves está em patamar atrativo para investimento e a conclusão das negociações com a Boeing devem destravar valor. O time da Guide leva em conta ainda os dividendos que devem ser distribuídos após a conclusão da joint venture com a empresa norte-americana.

A Terra Investimentos retirou Vale ON e colocou Hypera ON na sua lista. Os analistas estão mais otimistas com o faturamento e as margens operacionais para o segundo semestre deste ano e também para 2019. “Destacamos que após o enxugamento da estrutura operacional, a Hypera está melhor preparada para aproveitar o potencial inerente ao mercado brasileiro de medicamentos genéricos”, diz a Terra.

A Nova Futura trocou toda a carteira, que passa a ter CVC ON, Embraer ON, Grendene ON, Hypera ON e Smiles ON. 

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Cautela

O Termômetro Broadcast Bolsa mostra aumento do pessimismo sobre o desempenho do Ibovespa na próxima semana (26 a 30 de novembro), embora a maioria dos participantes ainda espere ganho. O levantamento tem por objetivo captar o sentimento de operadores, analistas e gestores para o comportamento do índice na semana seguinte.

Entre 28 respostas, 32,14% apontam queda para as ações no período, ante 14,81% na pesquisa anterior. Para 53,57% a percepção é de alta, ante 55,56% no último levantamento, enquanto 14,29% veem estabilidade para a Bolsa (29,63% na anterior). O Ibovespa teve perda semanal de 2,58%.

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A última semana de novembro será de agenda relevante no Brasil e no exterior. Aqui, o destaque é a divulgação do PIB do terceiro trimestre, na sexta-feira, dia 30, quando também a Aneel deve anunciar a bandeira tarifária de energia que vai vigorar em dezembro. A expectativa dos agentes é pela adoção da bandeira verde, que não prevê cobrança de tarifa extraordinária, o que, se confirmado, poderá jogar ainda mais para baixo as estimativas de inflação.

Lá fora, no mesmo dia, começa a reunião do G20 em Buenos Aires com as atenções voltadas às negociações comerciais entre a China e os Estados Unidos.

Ainda no exterior, na quinta-feira, será publicada a ata da reunião de política monetária do Federal Reserve (banco central americano) realizada no começo de novembro. "Deverá trazer mais detalhes sobre a mudança do tom recente, que tornou o discurso marginalmente mais preocupado com a atividade global e resultou em fechamento das curvas de juros norte-americanas", afirma o Bradesco, em relatório. Um dia antes, na quarta-feira, haverá discurso do presidente da instituição, Jerome Powell, quando também será publicada a segunda leitura do PIB norte-americano do terceiro trimestre.

A queda recente do preço do petróleo já preocupa analistas no que diz respeito ao desempenho da Petrobrás. O reflexo nas ações já pode ser visto em novembro, quando os papéis da petroleira acumulam perdas de quase 12%.

Ricardo Peretti, estrategista de pessoa física da Santander Corretora, admite que essa rápida piora para o petróleo não estava prevista. “Por ora, consideramos em nosso cenário base um valor de US$ 78/barril para 2019, enquanto adotamos uma cotação média de US$ 65/barril a partir de 2020. Portanto, se os preços do petróleo continuarem em trajetória negativa por mais tempo, eventualmente perdendo a barreira dos US$ 60/barril, teremos que rever nossas estimativas mais promissoras para Petrobrás (atualmente com um preço-alvo de R$ 41,00)”, diz Peretti. Ontem, as cotações do óleo chegaram aos piores níveis desde outubro de 2017, com o barril tipo Brent, negociado em Londres, fechando abaixo dos US$ 60.

Assessoria do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou a indicação de Roberto Castello Branco para a presidência da companhia. Foto: Estadão

Para Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos, a queda da commodity ainda não foi totalmente incorporada nas ações da estatal brasileira por conta da visão “cautelosamente otimista” em relação à continuidade da política de desinvestimentos e diminuição da alavancagem, além da cessão onerosa.

Para a Petrobrás, completa o analista da Lerosa, esse cenário de preços pressionados do petróleo em 2019 pode elevar a competição, beneficiando as importadoras. “Por outro lado, maior produção em virtude da entrada de novos plataformas assim como continuidade de gestão de custos tendem a atenuar este movimento”. Ele espera um preço médio em torno de US$ 65 o barril em 2019. 

Luiz Francisco Caetano, analista da Planner, lembra que no início de outubro se discutia se o Brent poderia chegar aos US$ 100, e para ele, é natural que o valor da Petrobrás seja afetado pela tendência da commodity. Na visão de Alexandre Faturi, analista da Nova Futura Investimentos, diversos fatores devem continuar pressionando os preços do petróleo em 2019, mas o impacto para a Petrobrás será limitado.

A ação preferencial (PN) da petroleira está presente nas carteiras recomendadas de Bradesco BBI, Guide Investimentos e Santander. A Guide afirma que no curto prazo, o papel pode ser beneficiado pela venda de ativos, e também pela cessão onerosa. Em relação às alterações nas carteiras semanais, a Guide retirou Marcopolo PN e inseriu Embraer ON. Segundo a corretora, a ação da fabricante de aeronaves está em patamar atrativo para investimento e a conclusão das negociações com a Boeing devem destravar valor. O time da Guide leva em conta ainda os dividendos que devem ser distribuídos após a conclusão da joint venture com a empresa norte-americana.

A Terra Investimentos retirou Vale ON e colocou Hypera ON na sua lista. Os analistas estão mais otimistas com o faturamento e as margens operacionais para o segundo semestre deste ano e também para 2019. “Destacamos que após o enxugamento da estrutura operacional, a Hypera está melhor preparada para aproveitar o potencial inerente ao mercado brasileiro de medicamentos genéricos”, diz a Terra.

A Nova Futura trocou toda a carteira, que passa a ter CVC ON, Embraer ON, Grendene ON, Hypera ON e Smiles ON. 

Cautela

O Termômetro Broadcast Bolsa mostra aumento do pessimismo sobre o desempenho do Ibovespa na próxima semana (26 a 30 de novembro), embora a maioria dos participantes ainda espere ganho. O levantamento tem por objetivo captar o sentimento de operadores, analistas e gestores para o comportamento do índice na semana seguinte.

Entre 28 respostas, 32,14% apontam queda para as ações no período, ante 14,81% na pesquisa anterior. Para 53,57% a percepção é de alta, ante 55,56% no último levantamento, enquanto 14,29% veem estabilidade para a Bolsa (29,63% na anterior). O Ibovespa teve perda semanal de 2,58%.

A última semana de novembro será de agenda relevante no Brasil e no exterior. Aqui, o destaque é a divulgação do PIB do terceiro trimestre, na sexta-feira, dia 30, quando também a Aneel deve anunciar a bandeira tarifária de energia que vai vigorar em dezembro. A expectativa dos agentes é pela adoção da bandeira verde, que não prevê cobrança de tarifa extraordinária, o que, se confirmado, poderá jogar ainda mais para baixo as estimativas de inflação.

Lá fora, no mesmo dia, começa a reunião do G20 em Buenos Aires com as atenções voltadas às negociações comerciais entre a China e os Estados Unidos.

Ainda no exterior, na quinta-feira, será publicada a ata da reunião de política monetária do Federal Reserve (banco central americano) realizada no começo de novembro. "Deverá trazer mais detalhes sobre a mudança do tom recente, que tornou o discurso marginalmente mais preocupado com a atividade global e resultou em fechamento das curvas de juros norte-americanas", afirma o Bradesco, em relatório. Um dia antes, na quarta-feira, haverá discurso do presidente da instituição, Jerome Powell, quando também será publicada a segunda leitura do PIB norte-americano do terceiro trimestre.

A queda recente do preço do petróleo já preocupa analistas no que diz respeito ao desempenho da Petrobrás. O reflexo nas ações já pode ser visto em novembro, quando os papéis da petroleira acumulam perdas de quase 12%.

Ricardo Peretti, estrategista de pessoa física da Santander Corretora, admite que essa rápida piora para o petróleo não estava prevista. “Por ora, consideramos em nosso cenário base um valor de US$ 78/barril para 2019, enquanto adotamos uma cotação média de US$ 65/barril a partir de 2020. Portanto, se os preços do petróleo continuarem em trajetória negativa por mais tempo, eventualmente perdendo a barreira dos US$ 60/barril, teremos que rever nossas estimativas mais promissoras para Petrobrás (atualmente com um preço-alvo de R$ 41,00)”, diz Peretti. Ontem, as cotações do óleo chegaram aos piores níveis desde outubro de 2017, com o barril tipo Brent, negociado em Londres, fechando abaixo dos US$ 60.

Assessoria do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou a indicação de Roberto Castello Branco para a presidência da companhia. Foto: Estadão

Para Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos, a queda da commodity ainda não foi totalmente incorporada nas ações da estatal brasileira por conta da visão “cautelosamente otimista” em relação à continuidade da política de desinvestimentos e diminuição da alavancagem, além da cessão onerosa.

Para a Petrobrás, completa o analista da Lerosa, esse cenário de preços pressionados do petróleo em 2019 pode elevar a competição, beneficiando as importadoras. “Por outro lado, maior produção em virtude da entrada de novos plataformas assim como continuidade de gestão de custos tendem a atenuar este movimento”. Ele espera um preço médio em torno de US$ 65 o barril em 2019. 

Luiz Francisco Caetano, analista da Planner, lembra que no início de outubro se discutia se o Brent poderia chegar aos US$ 100, e para ele, é natural que o valor da Petrobrás seja afetado pela tendência da commodity. Na visão de Alexandre Faturi, analista da Nova Futura Investimentos, diversos fatores devem continuar pressionando os preços do petróleo em 2019, mas o impacto para a Petrobrás será limitado.

A ação preferencial (PN) da petroleira está presente nas carteiras recomendadas de Bradesco BBI, Guide Investimentos e Santander. A Guide afirma que no curto prazo, o papel pode ser beneficiado pela venda de ativos, e também pela cessão onerosa. Em relação às alterações nas carteiras semanais, a Guide retirou Marcopolo PN e inseriu Embraer ON. Segundo a corretora, a ação da fabricante de aeronaves está em patamar atrativo para investimento e a conclusão das negociações com a Boeing devem destravar valor. O time da Guide leva em conta ainda os dividendos que devem ser distribuídos após a conclusão da joint venture com a empresa norte-americana.

A Terra Investimentos retirou Vale ON e colocou Hypera ON na sua lista. Os analistas estão mais otimistas com o faturamento e as margens operacionais para o segundo semestre deste ano e também para 2019. “Destacamos que após o enxugamento da estrutura operacional, a Hypera está melhor preparada para aproveitar o potencial inerente ao mercado brasileiro de medicamentos genéricos”, diz a Terra.

A Nova Futura trocou toda a carteira, que passa a ter CVC ON, Embraer ON, Grendene ON, Hypera ON e Smiles ON. 

Cautela

O Termômetro Broadcast Bolsa mostra aumento do pessimismo sobre o desempenho do Ibovespa na próxima semana (26 a 30 de novembro), embora a maioria dos participantes ainda espere ganho. O levantamento tem por objetivo captar o sentimento de operadores, analistas e gestores para o comportamento do índice na semana seguinte.

Entre 28 respostas, 32,14% apontam queda para as ações no período, ante 14,81% na pesquisa anterior. Para 53,57% a percepção é de alta, ante 55,56% no último levantamento, enquanto 14,29% veem estabilidade para a Bolsa (29,63% na anterior). O Ibovespa teve perda semanal de 2,58%.

A última semana de novembro será de agenda relevante no Brasil e no exterior. Aqui, o destaque é a divulgação do PIB do terceiro trimestre, na sexta-feira, dia 30, quando também a Aneel deve anunciar a bandeira tarifária de energia que vai vigorar em dezembro. A expectativa dos agentes é pela adoção da bandeira verde, que não prevê cobrança de tarifa extraordinária, o que, se confirmado, poderá jogar ainda mais para baixo as estimativas de inflação.

Lá fora, no mesmo dia, começa a reunião do G20 em Buenos Aires com as atenções voltadas às negociações comerciais entre a China e os Estados Unidos.

Ainda no exterior, na quinta-feira, será publicada a ata da reunião de política monetária do Federal Reserve (banco central americano) realizada no começo de novembro. "Deverá trazer mais detalhes sobre a mudança do tom recente, que tornou o discurso marginalmente mais preocupado com a atividade global e resultou em fechamento das curvas de juros norte-americanas", afirma o Bradesco, em relatório. Um dia antes, na quarta-feira, haverá discurso do presidente da instituição, Jerome Powell, quando também será publicada a segunda leitura do PIB norte-americano do terceiro trimestre.

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