Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa nesta terça-feira, em meio a um cauteloso otimismo de que o impasse sobre os 15 marinheiros britânicos capturados pelo Irã, que já dura 12 dias, será resolvido diplomaticamente, segundo analistas. A secretária de Relações Exteriores do Reino Unido, Margaret Beckett, recomendou cautela sobre a expectativa de uma "solução imediata" para a crise, dizendo que "os esforços diplomáticos continuam". Os comentários de Beckett foram seguidos de sinais desiguais do Irã. O negociador-chefe do Irã, Ali Larijani, disse que os 15 marinheiros e fuzileiros britânicos não serão levados a julgamento e que seu país quer "resolver o problema através dos canais diplomáticos apropriados". Contudo, o vice-presidente do Irã Parviz Davoodi disse que o Reino Unido teria de admitir que violou as águas territoriais iranianas - o que Londres nega - e garantir que isso nunca mais vai ocorrer novamente. Apesar dos comentários cuidadosos, operadores mantiveram a esperança de que a crise será resolvida antes de progredir para um confronto militar que possa ameaçar a oferta da região. Os contratos futuros de petróleo também foram pressionados pela liquidação que atingiu os futuros de gasolina RBOB que, num determinado momento, chegaram a despencar mais de US$ 0,05 o galão, por causa das expectativas de um aumento na produção das refinarias e das importações da Europa. "O mercado estava excessivamente comprado e precisava de uma correção", disse o analista Tom Bentz, do BNP Paribas Futures em Nova York. "O otimismo que o impasse Irã-Reino Unido possa ser resolvido foi o motivo" atribuído para esse declínio, acrescentou. No pregão viva-voz da Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), os contratos de gasolina para maio caíram 251 pontos, ou 1,23%, e fecharam a US$ 2,0177 por galão. Nesta quarta-feira, os participantes do mercado estarão atentos ao relatório do Departamento de Energia sobre os níveis dos estoques comerciais norte-americanos da semana passada. Os analistas entrevistados pela Dow Jones prevêem um aumento de 1,7 milhão de barris nos estoques de petróleo bruto, uma queda de 1 milhão de barris nos estoques de gasolina e declínio de 700 mil barris nos estoques de destilados - que inclui diesel e óleo para aquecimento. No pregão viva-voz da Nymex, os contratos de petróleo para maio fecharam a 64,64 por barril, em queda de US$ 1,30, ou 1,97%. A mínima foi de US$ 63,96 e a máxima de US$ 65,94. Em Londres, no sistema eletrônico da ICE Futures, os contratos de petróleo Brent fecharam em US$ 67,81 por barril, em baixa de US$ 0,93, ou 1,35%. A mínima foi de US$ 67,04 e a máxima de US$ 68,72. As informações são da Dow Jones.