A fabricante de automóveis Daihatsu, subsidiária da Toyota, admitiu ter manipulado os resultados dos testes de colisão que serviram de base para a certificação de 88 mil carros fabricados na Tailândia e na Malásia, vendidos no ano passado.
O problema afeta os modelos Yaris Ativ e Agya, vendidos com a marca Toyota, bem como os carros Perodua, produzidos por uma joint venture na Malásia, além de um outro veículo que está sendo desenvolvido pela Daihatsu. Os carros foram vendidos na Tailândia, Malásia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Indonésia e México, informou a Daihatsu na sexta-feira, 28.
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Os carros tinham componentes nos revestimentos das portas durante os testes de colisão que provavelmente influenciaram os resultados. Eles eram, porém, diferentes daqueles vendidos ao público, disse a Daihatsu. Os testes serão realizados novamente e as vendas serão retomadas se os veículos forem devidamente certificados, de acordo com a montadora.
“Pedimos sinceras desculpas aos clientes e partes interessadas cuja confiança nós traímos”, disse o presidente da Daihatsu, Soichiro Okudaira. O assunto também será investigado por uma empresa externa, disse.
Os modelos da Toyota afetados passaram por testes internos de segurança desde a quinta-feira e não apresentaram problemas, disse o presidente da Toyota, Akio Toyoda, em uma transmissão ao vivo.
“Este incidente envolveu carros vendidos sob a marca Toyota, portanto, impacta não apenas a marca Daihatsu, mas também a Toyota”, disse Toyoda. “Vamos investigar o assunto para identificar a fonte, garantir a segurança do motorista e evitar que isso aconteça novamente.” Toyoda disse que assumirá pessoalmente a responsabilidade de resolver o assunto.
Em março de 2022, outra unidade da Toyota - a Hino Motors - informou que 115 mil veículos foram certificados com uso de dados falsos sobre emissões de poluentes e economia de combustível.
A produção do grupo Toyota atingiu um recorde de 10,7 milhões de veículos em todo o mundo no ano fiscal até março, segundo dados divulgados na quinta-feira, 27. As vendas globais totalizaram 10,6 milhões de unidades. / Bloomberg