Em meio a uma desaceleração global nas vendas de veículos elétricos, grandes montadoras estão intensificando os investimentos em veículos híbridos plug-in (PHVs), que estão conquistando consumidores por combinar o uso de gasolina e eletricidade de maneira prática e ambientalmente amigável.
Com fabricantes estrangeiros desenvolvendo seus próprios modelos, espera-se que a competição se intensifique.
Em 1º de novembro, a Mitsubishi anunciou a primeira atualização em três anos na versão PHV de seu popular SUV Outlander. O novo veículo terá um alcance de 100 quilômetros usando apenas a bateria, uma melhora de 20 quilômetros em relação ao modelo anterior. O preço começa em 5,26 milhões de ienes (R$ 210 mil), e o lançamento nos mercados dos EUA e da Europa está previsto para 2025.
“O avanço para veículos elétricos cresce com a descarbonização, mas tenho certeza de que os PHVs são a solução ideal no momento, pois reduzem preocupações com o carregamento”, disse Takao Kato, presidente da Mitsubishi Motors.
Outras montadoras não estão paradas. A Toyota adicionou em outubro um novo modelo híbrido plug-in à sua linha principal Prius, com preço inferior a 4 milhões de ienes (R$ 223 mil). No mesmo mês, a Mazda lançou uma versão PHV do SUV CX-80.
A Honda também estaria considerando lançar um PHV sob um acordo de fabricação com a Mitsubishi Motors.
De acordo com a empresa de pesquisa de mercado Fuji Keizai, o número de híbridos plug-in vendidos globalmente deverá dobrar, passando de 5,45 milhões de unidades em 2024 para 10,31 milhões em 2030.
Até agora, esses veículos eram considerados uma etapa intermediária no caminho para o domínio dos carros elétricos. No entanto, Kato afirmou acreditar que eles “permanecerão por mais tempo”, dado que “as atitudes na sociedade estão mudando”.
Por trás do aumento repentino na popularidade dos híbridos plug-in está o declínio nas vendas de veículos elétricos. A combinação de preços elevados e falta de estações de carregamento levou à estagnação nas vendas globais desses carros.
Na China, o maior mercado de elétricos, as vendas em 2024 devem diminuir 7%, caindo para 5,32 milhões de unidades em relação ao ano anterior, segundo a Fuji Keizai.
Nesse cenário, a montadora chinesa BYD, que registrou vendas explosivas de elétricos, começou a expandir sua linha de híbridos plug-in. No trimestre de julho a setembro, as vendas de carros elétricos da BYD permaneceram estáveis, enquanto as de híbridos plug-in aumentaram 76%, alcançando 680 mil unidades.
Nas economias ocidentais, a sueca Volvo abandonou seu plano de produzir apenas carros elétricos até 2030 e está desenvolvendo híbridos plug-in. A gigante americana General Motors segue a mesma direção.
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A Toyota e muitas outras montadoras japonesas se distanciaram da estratégia “apenas elétricos”, adotada por concorrentes estrangeiros, continuando a desenvolver veículos com várias fontes de energia, incluindo híbridos. A popularidade atual dos plug-in pode trazer ventos favoráveis às empresas japonesas.
“Ainda não temos certeza de quais tecnologias elétricas receberão apoio (dos consumidores)”, disse Masahiro Moro, presidente da Mazda. “Será bom viver uma era onde os clientes podem escolher com base em suas necessidades.”
No entanto, uma estratégia “abrangente” pode levar a custos de desenvolvimento elevados, o que pode ser um desafio para as empresas.
“Muitos ainda acreditam que a transição para veículos elétricos avançará no longo prazo”, disse Masahiro Fukuda, da empresa de pesquisa Fourin. “Parece que as montadoras enfrentarão um caminho difícil por algum tempo no que diz respeito à alocação de recursos financeiros.”
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