‘Não há risco de insolvência e decisão da Moody’s não deveria provocar surpresa’, diz Felipe Salto


Para economista-chefe da Warren, desafios fiscais são grandes, mas não existe risco de calote por parte do governo brasileiro

Por Alvaro Gribel
Atualização:

BRASÍLIA - O economista-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto, afirmou recentemente em entrevista com o Estadão que a política fiscal do governo Lula é um “feijão com arroz”, no sentido de fazer apenas o básico, e que a dívida bruta subirá a 95% do PIB em 2033. Ou seja, um crescimento acelerado.

Ainda assim, ele entende que a decisão da agência Moody’s de elevar a nota de crédito do governo brasileiro - que agora está a apenas um passo do grau de investimento - não deveria ter provocado surpresa. Isso porque, na visão de Salto, não há risco de insolvência por parte do setor público, já que nossa dívida é cotada em moeda própria, o real.

“A decisão da Moody’s não deveria ser recebida com surpresa por quem acompanha a economia brasileira e as contas públicas. Se a situação fiscal é desafiadora, há também de se reconhecer a inexistência de risco de insolvência do setor público”, afirmou o economista em nota.

continua após a publicidade
Apesar dos desafios fiscais, a demanda por títulos públicos continua forte, diz Salto  Foto: Dida Sampaio/Estadão

Segundo Salto, apesar dos desafios fiscais, a demanda por títulos públicos continua forte, o que não sugere desconfiança sobre risco de calote por parte dos investidores. “Tanto é assim que a demanda por títulos públicos é firme e intensa. Além disso, o caixa do Tesouro é uma boa salvaguarda contra turbulências.”

Ele pondera, contudo, que os desafios fiscais são grandes, e que o governo precisa encarar as indexações do Orçamento que pressionam os gastos de “forma insustentável”. “Os desafios estruturais são muitos. O Orçamento geral é rígido, as indexações e vinculações amarram as contas do governo e o gasto cresce de modo insustentável. É preciso de uma agenda de ajustes com foco na despesa para que se avance mais rapidamente em relação à redução do risco país, sem dúvida”, afirmou.

continua após a publicidade

Em conversa com o Estadão, Salto diz que o crescimento da dívida ainda não é explosivo, e que isso se reflete também sobre o câmbio, que permanece controlado. Por isso, também não enxerga riscos inflacionários.

“Não vejo risco inflacionário advindo do fiscal olhando para o médio prazo. A inflação segue controlada e o BC tem autonomia para manejar os juros. O risco de uma inflação descontrolada via desequilíbrio fiscal é outra coisa. Teríamos de estar em um quadro de dívida explosiva e igual subida intensa do prêmio pelo risco. Não é o caso. O câmbio é um bom termômetro para isso.”

Decisão de Moody’s

continua após a publicidade

Cinco meses depois da melhora da perspectiva de rating (classificação de risco) do Brasil, a Moody’s elevou a nota do País — de Ba2 com perspectiva positiva, para Ba1, um grau abaixo do grau de investimento — e manteve a perspectiva positiva.

Apesar da melhora do rating pela Moody’s, nas três agências, o País segue como um mercado de investimento de grau “especulativo”, que antecede o primeiro nível do selo de bom pagador.

O chamado investment grade (ou grau de investimento) é o nível mais desejado por empresas e governo por facilitar a atração de mais investimentos e, assim, ajudar a fomentar a economia doméstica. Muitos fundos de pensão internacionais, por exemplo, têm autorização para comprar apenas papéis considerados pelas agências como grau de investimento.

continua após a publicidade

Em nota, a Moody’s afirmou que a elevação do rating reflete melhorias significativas no crédito, desempenho de crescimento mais robusto do que o avaliado anteriormente e avanço de reformas econômicas e fiscais importantes que dão maior resiliência ao perfil de crédito. Apesar disso, a credibilidade da estrutura fiscal do Brasil ainda é moderada, refletindo em um custo relativamente alto da dívida.

Ceticismo entre economistas

No mercado financeiro, contudo, a decisão provocou surpresa. Para o economista-chefe da Nova Futura, Nicolas Borsoi, a decisão é “surpreendente em duas dimensões”: timing e racional. Para ele, o mercado, pego de surpresa, deve agora começar a antecipar a melhora das notas de outras agências de risco.

continua após a publicidade

Na avaliação do estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz, a Moody’s parece ter colocado um peso maior nos dados de crescimento econômico ao elevar a nota do Brasil. “O Brasil está caminhando para o terceiro ano seguido com crescimento perto dos 3%, sem dúvida isso deve ter pesado”, afirmou.

Para Gean Lima, estrategista e trader de juros e moeda da Connex Capital, a Moody’s, no relatório em que eleva o rating do Brasil para Ba1, “enfatizou pontos positivos em relação às melhorias materiais no crédito, reformas, crescimento mais robusto e expectativas mais positivas em relação à trajetória da dívida pública do Brasil”.

BRASÍLIA - O economista-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto, afirmou recentemente em entrevista com o Estadão que a política fiscal do governo Lula é um “feijão com arroz”, no sentido de fazer apenas o básico, e que a dívida bruta subirá a 95% do PIB em 2033. Ou seja, um crescimento acelerado.

Ainda assim, ele entende que a decisão da agência Moody’s de elevar a nota de crédito do governo brasileiro - que agora está a apenas um passo do grau de investimento - não deveria ter provocado surpresa. Isso porque, na visão de Salto, não há risco de insolvência por parte do setor público, já que nossa dívida é cotada em moeda própria, o real.

“A decisão da Moody’s não deveria ser recebida com surpresa por quem acompanha a economia brasileira e as contas públicas. Se a situação fiscal é desafiadora, há também de se reconhecer a inexistência de risco de insolvência do setor público”, afirmou o economista em nota.

Apesar dos desafios fiscais, a demanda por títulos públicos continua forte, diz Salto  Foto: Dida Sampaio/Estadão

Segundo Salto, apesar dos desafios fiscais, a demanda por títulos públicos continua forte, o que não sugere desconfiança sobre risco de calote por parte dos investidores. “Tanto é assim que a demanda por títulos públicos é firme e intensa. Além disso, o caixa do Tesouro é uma boa salvaguarda contra turbulências.”

Ele pondera, contudo, que os desafios fiscais são grandes, e que o governo precisa encarar as indexações do Orçamento que pressionam os gastos de “forma insustentável”. “Os desafios estruturais são muitos. O Orçamento geral é rígido, as indexações e vinculações amarram as contas do governo e o gasto cresce de modo insustentável. É preciso de uma agenda de ajustes com foco na despesa para que se avance mais rapidamente em relação à redução do risco país, sem dúvida”, afirmou.

Em conversa com o Estadão, Salto diz que o crescimento da dívida ainda não é explosivo, e que isso se reflete também sobre o câmbio, que permanece controlado. Por isso, também não enxerga riscos inflacionários.

“Não vejo risco inflacionário advindo do fiscal olhando para o médio prazo. A inflação segue controlada e o BC tem autonomia para manejar os juros. O risco de uma inflação descontrolada via desequilíbrio fiscal é outra coisa. Teríamos de estar em um quadro de dívida explosiva e igual subida intensa do prêmio pelo risco. Não é o caso. O câmbio é um bom termômetro para isso.”

Decisão de Moody’s

Cinco meses depois da melhora da perspectiva de rating (classificação de risco) do Brasil, a Moody’s elevou a nota do País — de Ba2 com perspectiva positiva, para Ba1, um grau abaixo do grau de investimento — e manteve a perspectiva positiva.

Apesar da melhora do rating pela Moody’s, nas três agências, o País segue como um mercado de investimento de grau “especulativo”, que antecede o primeiro nível do selo de bom pagador.

O chamado investment grade (ou grau de investimento) é o nível mais desejado por empresas e governo por facilitar a atração de mais investimentos e, assim, ajudar a fomentar a economia doméstica. Muitos fundos de pensão internacionais, por exemplo, têm autorização para comprar apenas papéis considerados pelas agências como grau de investimento.

Em nota, a Moody’s afirmou que a elevação do rating reflete melhorias significativas no crédito, desempenho de crescimento mais robusto do que o avaliado anteriormente e avanço de reformas econômicas e fiscais importantes que dão maior resiliência ao perfil de crédito. Apesar disso, a credibilidade da estrutura fiscal do Brasil ainda é moderada, refletindo em um custo relativamente alto da dívida.

Ceticismo entre economistas

No mercado financeiro, contudo, a decisão provocou surpresa. Para o economista-chefe da Nova Futura, Nicolas Borsoi, a decisão é “surpreendente em duas dimensões”: timing e racional. Para ele, o mercado, pego de surpresa, deve agora começar a antecipar a melhora das notas de outras agências de risco.

Na avaliação do estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz, a Moody’s parece ter colocado um peso maior nos dados de crescimento econômico ao elevar a nota do Brasil. “O Brasil está caminhando para o terceiro ano seguido com crescimento perto dos 3%, sem dúvida isso deve ter pesado”, afirmou.

Para Gean Lima, estrategista e trader de juros e moeda da Connex Capital, a Moody’s, no relatório em que eleva o rating do Brasil para Ba1, “enfatizou pontos positivos em relação às melhorias materiais no crédito, reformas, crescimento mais robusto e expectativas mais positivas em relação à trajetória da dívida pública do Brasil”.

BRASÍLIA - O economista-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto, afirmou recentemente em entrevista com o Estadão que a política fiscal do governo Lula é um “feijão com arroz”, no sentido de fazer apenas o básico, e que a dívida bruta subirá a 95% do PIB em 2033. Ou seja, um crescimento acelerado.

Ainda assim, ele entende que a decisão da agência Moody’s de elevar a nota de crédito do governo brasileiro - que agora está a apenas um passo do grau de investimento - não deveria ter provocado surpresa. Isso porque, na visão de Salto, não há risco de insolvência por parte do setor público, já que nossa dívida é cotada em moeda própria, o real.

“A decisão da Moody’s não deveria ser recebida com surpresa por quem acompanha a economia brasileira e as contas públicas. Se a situação fiscal é desafiadora, há também de se reconhecer a inexistência de risco de insolvência do setor público”, afirmou o economista em nota.

Apesar dos desafios fiscais, a demanda por títulos públicos continua forte, diz Salto  Foto: Dida Sampaio/Estadão

Segundo Salto, apesar dos desafios fiscais, a demanda por títulos públicos continua forte, o que não sugere desconfiança sobre risco de calote por parte dos investidores. “Tanto é assim que a demanda por títulos públicos é firme e intensa. Além disso, o caixa do Tesouro é uma boa salvaguarda contra turbulências.”

Ele pondera, contudo, que os desafios fiscais são grandes, e que o governo precisa encarar as indexações do Orçamento que pressionam os gastos de “forma insustentável”. “Os desafios estruturais são muitos. O Orçamento geral é rígido, as indexações e vinculações amarram as contas do governo e o gasto cresce de modo insustentável. É preciso de uma agenda de ajustes com foco na despesa para que se avance mais rapidamente em relação à redução do risco país, sem dúvida”, afirmou.

Em conversa com o Estadão, Salto diz que o crescimento da dívida ainda não é explosivo, e que isso se reflete também sobre o câmbio, que permanece controlado. Por isso, também não enxerga riscos inflacionários.

“Não vejo risco inflacionário advindo do fiscal olhando para o médio prazo. A inflação segue controlada e o BC tem autonomia para manejar os juros. O risco de uma inflação descontrolada via desequilíbrio fiscal é outra coisa. Teríamos de estar em um quadro de dívida explosiva e igual subida intensa do prêmio pelo risco. Não é o caso. O câmbio é um bom termômetro para isso.”

Decisão de Moody’s

Cinco meses depois da melhora da perspectiva de rating (classificação de risco) do Brasil, a Moody’s elevou a nota do País — de Ba2 com perspectiva positiva, para Ba1, um grau abaixo do grau de investimento — e manteve a perspectiva positiva.

Apesar da melhora do rating pela Moody’s, nas três agências, o País segue como um mercado de investimento de grau “especulativo”, que antecede o primeiro nível do selo de bom pagador.

O chamado investment grade (ou grau de investimento) é o nível mais desejado por empresas e governo por facilitar a atração de mais investimentos e, assim, ajudar a fomentar a economia doméstica. Muitos fundos de pensão internacionais, por exemplo, têm autorização para comprar apenas papéis considerados pelas agências como grau de investimento.

Em nota, a Moody’s afirmou que a elevação do rating reflete melhorias significativas no crédito, desempenho de crescimento mais robusto do que o avaliado anteriormente e avanço de reformas econômicas e fiscais importantes que dão maior resiliência ao perfil de crédito. Apesar disso, a credibilidade da estrutura fiscal do Brasil ainda é moderada, refletindo em um custo relativamente alto da dívida.

Ceticismo entre economistas

No mercado financeiro, contudo, a decisão provocou surpresa. Para o economista-chefe da Nova Futura, Nicolas Borsoi, a decisão é “surpreendente em duas dimensões”: timing e racional. Para ele, o mercado, pego de surpresa, deve agora começar a antecipar a melhora das notas de outras agências de risco.

Na avaliação do estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz, a Moody’s parece ter colocado um peso maior nos dados de crescimento econômico ao elevar a nota do Brasil. “O Brasil está caminhando para o terceiro ano seguido com crescimento perto dos 3%, sem dúvida isso deve ter pesado”, afirmou.

Para Gean Lima, estrategista e trader de juros e moeda da Connex Capital, a Moody’s, no relatório em que eleva o rating do Brasil para Ba1, “enfatizou pontos positivos em relação às melhorias materiais no crédito, reformas, crescimento mais robusto e expectativas mais positivas em relação à trajetória da dívida pública do Brasil”.

BRASÍLIA - O economista-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto, afirmou recentemente em entrevista com o Estadão que a política fiscal do governo Lula é um “feijão com arroz”, no sentido de fazer apenas o básico, e que a dívida bruta subirá a 95% do PIB em 2033. Ou seja, um crescimento acelerado.

Ainda assim, ele entende que a decisão da agência Moody’s de elevar a nota de crédito do governo brasileiro - que agora está a apenas um passo do grau de investimento - não deveria ter provocado surpresa. Isso porque, na visão de Salto, não há risco de insolvência por parte do setor público, já que nossa dívida é cotada em moeda própria, o real.

“A decisão da Moody’s não deveria ser recebida com surpresa por quem acompanha a economia brasileira e as contas públicas. Se a situação fiscal é desafiadora, há também de se reconhecer a inexistência de risco de insolvência do setor público”, afirmou o economista em nota.

Apesar dos desafios fiscais, a demanda por títulos públicos continua forte, diz Salto  Foto: Dida Sampaio/Estadão

Segundo Salto, apesar dos desafios fiscais, a demanda por títulos públicos continua forte, o que não sugere desconfiança sobre risco de calote por parte dos investidores. “Tanto é assim que a demanda por títulos públicos é firme e intensa. Além disso, o caixa do Tesouro é uma boa salvaguarda contra turbulências.”

Ele pondera, contudo, que os desafios fiscais são grandes, e que o governo precisa encarar as indexações do Orçamento que pressionam os gastos de “forma insustentável”. “Os desafios estruturais são muitos. O Orçamento geral é rígido, as indexações e vinculações amarram as contas do governo e o gasto cresce de modo insustentável. É preciso de uma agenda de ajustes com foco na despesa para que se avance mais rapidamente em relação à redução do risco país, sem dúvida”, afirmou.

Em conversa com o Estadão, Salto diz que o crescimento da dívida ainda não é explosivo, e que isso se reflete também sobre o câmbio, que permanece controlado. Por isso, também não enxerga riscos inflacionários.

“Não vejo risco inflacionário advindo do fiscal olhando para o médio prazo. A inflação segue controlada e o BC tem autonomia para manejar os juros. O risco de uma inflação descontrolada via desequilíbrio fiscal é outra coisa. Teríamos de estar em um quadro de dívida explosiva e igual subida intensa do prêmio pelo risco. Não é o caso. O câmbio é um bom termômetro para isso.”

Decisão de Moody’s

Cinco meses depois da melhora da perspectiva de rating (classificação de risco) do Brasil, a Moody’s elevou a nota do País — de Ba2 com perspectiva positiva, para Ba1, um grau abaixo do grau de investimento — e manteve a perspectiva positiva.

Apesar da melhora do rating pela Moody’s, nas três agências, o País segue como um mercado de investimento de grau “especulativo”, que antecede o primeiro nível do selo de bom pagador.

O chamado investment grade (ou grau de investimento) é o nível mais desejado por empresas e governo por facilitar a atração de mais investimentos e, assim, ajudar a fomentar a economia doméstica. Muitos fundos de pensão internacionais, por exemplo, têm autorização para comprar apenas papéis considerados pelas agências como grau de investimento.

Em nota, a Moody’s afirmou que a elevação do rating reflete melhorias significativas no crédito, desempenho de crescimento mais robusto do que o avaliado anteriormente e avanço de reformas econômicas e fiscais importantes que dão maior resiliência ao perfil de crédito. Apesar disso, a credibilidade da estrutura fiscal do Brasil ainda é moderada, refletindo em um custo relativamente alto da dívida.

Ceticismo entre economistas

No mercado financeiro, contudo, a decisão provocou surpresa. Para o economista-chefe da Nova Futura, Nicolas Borsoi, a decisão é “surpreendente em duas dimensões”: timing e racional. Para ele, o mercado, pego de surpresa, deve agora começar a antecipar a melhora das notas de outras agências de risco.

Na avaliação do estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz, a Moody’s parece ter colocado um peso maior nos dados de crescimento econômico ao elevar a nota do Brasil. “O Brasil está caminhando para o terceiro ano seguido com crescimento perto dos 3%, sem dúvida isso deve ter pesado”, afirmou.

Para Gean Lima, estrategista e trader de juros e moeda da Connex Capital, a Moody’s, no relatório em que eleva o rating do Brasil para Ba1, “enfatizou pontos positivos em relação às melhorias materiais no crédito, reformas, crescimento mais robusto e expectativas mais positivas em relação à trajetória da dívida pública do Brasil”.

Tudo Sobre

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.