Mourão e cúpula do governo fazem reunião para discutir pedidos de ONGs e agro contra o desmatamento


Coalizão formada por 230 organizações e empresas encaminhou para o governo federal um documento com seis propostas para conter a destruição na Amazônia

Por André Borges
Atualização:

BRASÍLIA - Depois de 230 organizações ambientais e empresas ligadas à indústria e ao agronegócio se unirem para pedir reação do governo à devastação da Amazônia, o governo se reuniu para tratar do assunto.

O Estadão apurou que, na manhã desta quarta-feira, 16, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que preside o Conselho da Amazônia, fez uma reunião com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Havia ainda participação de integrantes do Itamaraty.

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No encontro, discutiram as demandas reveladas na terça-feira, 15, pelo Estadão, sobre um documento elaborado pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura. O grupo, em uma situação rara, reúne nomes da área ambiental - como WWF Brasil, WRI Brasil, TNC, Imazon e Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) - e empresas do agronegócio e da indústria, como JBS, Klabin, Marfrig, Amaggi, Basf, Danone, Natura e Unilever.

O vice-presidente Hamilton Mourãocomanda o Conselho da Amazônia. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Constantemente em posições contrárias sobre questões ambientais, todos se uniram para apresentar um pleito de seis medidas concretas para reduzir a devastação da floresta.

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A conversa também mencionou um segundo documento que o governo recebeu, uma carta enviada pela Parceria das Declarações de Amsterdã. Na carta enviada a Mourão, oito países europeus dizem que o aumento do desmatamento dificulta a compra de produtos brasileiros por consumidores do continente. A parceria é formada por Alemanha (atualmente na presidência), Dinamarca, França, Itália, Holanda, Noruega e Reino Unido. Os sete países europeus dizem estar comprometidos em liminar o desmatamento das cadeias de produtos agrícolas vendidos para a Europa. A Bélgica também assinou a carta aberta.

Ao discutirem o teor do documento da coalizaão brasileira, o entendimento de Mourão e dos ministros foi de que as propostas, de alguma forma, já estariam sendo tocadas pelo governo, ou iniciadas recentemente. É o caso, por exemplo, do tema de regularização fundiária, tocado pelo Ministério da Agricultura.

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A união de ONGs ambientalistas com empresas do agronegócio coloca o governo em uma situação delicada, ao tratar conjuntamente daquilo que o presidente Jair Bolsonaro mais tem repelido, as ONGs, do uma das áreas mais elogiadas, o agronegócio.

Duas semanas atrás, ao ser mais uma vez criticado pela política ambiental de sua gestão, Bolsonaro chamou as organizações não governamentais que atuam na área de "câncer". "Você sabe que as ONGs, em grande parte, não têm vez comigo. Boto para quebrar em cima desse pessoal lá, não consigo matar esse câncer, em grande parte, chamado ONG”, disse o presidente, durante transmissão semanal nas redes sociais.

A aproximação do agro, indústria e setor financeiro das pautas ambientais, no entanto, estreitou os laços dessas instituições com as ONGs ambientais, o que tem exigido ações pragmáticas do governo, no lugar de discursos de ódio.

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A reportagem questionou a vice-presidência da República sobre possíveis ações que pretenda tomar a partir das novas demandas que recebeu e de que forma viu a nova reação sobre a questão ambiental. Não houve resposta até a publicação deste texto.

Questionado por jornalistas sobre o assunto nesta quarta-feira, 16, Mourão disse que o governo precisa, de fato, ampliar sua atuação na região, “principalmente a questão da recuperação da capacidade operacional” do Ibama, ICMBio e Funai. 

“Temos que ter uma solução, porque, seu eu faço um concurso agora para aumentar a capacidade do Ibama e do ICMbio, não posso dizer que essa turma vai trabalhar só na Amazônia pelos próximos dez anos, porque é contra a legislação atual. Então, tenho que criar um novo mecanismo para contratar gente, para que essa turma saiba que só vai para a Amazônia. Senão, fica dois anos na Amazônia e depois vai querer ir para Fernando de Noronha”, disse Mourão, sem dar mais detalhes.

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O vice-presidente disse que está planejando uma viagem à Amazônia com embaixadores e que isso vai ocorrer no fim de outubro. Mourão voltou a criticar posicionamentos internacionais sobre o desmatamento. “Faz parte da estratégia comercial dos países europeus essa questão da cadeia de suprimentos. Temos que fazer a negociação não só comercial, mas diplomática. É aquela mesma conversa que vocês já viram.”

BRASÍLIA - Depois de 230 organizações ambientais e empresas ligadas à indústria e ao agronegócio se unirem para pedir reação do governo à devastação da Amazônia, o governo se reuniu para tratar do assunto.

O Estadão apurou que, na manhã desta quarta-feira, 16, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que preside o Conselho da Amazônia, fez uma reunião com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Havia ainda participação de integrantes do Itamaraty.

No encontro, discutiram as demandas reveladas na terça-feira, 15, pelo Estadão, sobre um documento elaborado pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura. O grupo, em uma situação rara, reúne nomes da área ambiental - como WWF Brasil, WRI Brasil, TNC, Imazon e Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) - e empresas do agronegócio e da indústria, como JBS, Klabin, Marfrig, Amaggi, Basf, Danone, Natura e Unilever.

O vice-presidente Hamilton Mourãocomanda o Conselho da Amazônia. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Constantemente em posições contrárias sobre questões ambientais, todos se uniram para apresentar um pleito de seis medidas concretas para reduzir a devastação da floresta.

A conversa também mencionou um segundo documento que o governo recebeu, uma carta enviada pela Parceria das Declarações de Amsterdã. Na carta enviada a Mourão, oito países europeus dizem que o aumento do desmatamento dificulta a compra de produtos brasileiros por consumidores do continente. A parceria é formada por Alemanha (atualmente na presidência), Dinamarca, França, Itália, Holanda, Noruega e Reino Unido. Os sete países europeus dizem estar comprometidos em liminar o desmatamento das cadeias de produtos agrícolas vendidos para a Europa. A Bélgica também assinou a carta aberta.

Ao discutirem o teor do documento da coalizaão brasileira, o entendimento de Mourão e dos ministros foi de que as propostas, de alguma forma, já estariam sendo tocadas pelo governo, ou iniciadas recentemente. É o caso, por exemplo, do tema de regularização fundiária, tocado pelo Ministério da Agricultura.

A união de ONGs ambientalistas com empresas do agronegócio coloca o governo em uma situação delicada, ao tratar conjuntamente daquilo que o presidente Jair Bolsonaro mais tem repelido, as ONGs, do uma das áreas mais elogiadas, o agronegócio.

Duas semanas atrás, ao ser mais uma vez criticado pela política ambiental de sua gestão, Bolsonaro chamou as organizações não governamentais que atuam na área de "câncer". "Você sabe que as ONGs, em grande parte, não têm vez comigo. Boto para quebrar em cima desse pessoal lá, não consigo matar esse câncer, em grande parte, chamado ONG”, disse o presidente, durante transmissão semanal nas redes sociais.

A aproximação do agro, indústria e setor financeiro das pautas ambientais, no entanto, estreitou os laços dessas instituições com as ONGs ambientais, o que tem exigido ações pragmáticas do governo, no lugar de discursos de ódio.

A reportagem questionou a vice-presidência da República sobre possíveis ações que pretenda tomar a partir das novas demandas que recebeu e de que forma viu a nova reação sobre a questão ambiental. Não houve resposta até a publicação deste texto.

Questionado por jornalistas sobre o assunto nesta quarta-feira, 16, Mourão disse que o governo precisa, de fato, ampliar sua atuação na região, “principalmente a questão da recuperação da capacidade operacional” do Ibama, ICMBio e Funai. 

“Temos que ter uma solução, porque, seu eu faço um concurso agora para aumentar a capacidade do Ibama e do ICMbio, não posso dizer que essa turma vai trabalhar só na Amazônia pelos próximos dez anos, porque é contra a legislação atual. Então, tenho que criar um novo mecanismo para contratar gente, para que essa turma saiba que só vai para a Amazônia. Senão, fica dois anos na Amazônia e depois vai querer ir para Fernando de Noronha”, disse Mourão, sem dar mais detalhes.

O vice-presidente disse que está planejando uma viagem à Amazônia com embaixadores e que isso vai ocorrer no fim de outubro. Mourão voltou a criticar posicionamentos internacionais sobre o desmatamento. “Faz parte da estratégia comercial dos países europeus essa questão da cadeia de suprimentos. Temos que fazer a negociação não só comercial, mas diplomática. É aquela mesma conversa que vocês já viram.”

BRASÍLIA - Depois de 230 organizações ambientais e empresas ligadas à indústria e ao agronegócio se unirem para pedir reação do governo à devastação da Amazônia, o governo se reuniu para tratar do assunto.

O Estadão apurou que, na manhã desta quarta-feira, 16, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que preside o Conselho da Amazônia, fez uma reunião com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Havia ainda participação de integrantes do Itamaraty.

No encontro, discutiram as demandas reveladas na terça-feira, 15, pelo Estadão, sobre um documento elaborado pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura. O grupo, em uma situação rara, reúne nomes da área ambiental - como WWF Brasil, WRI Brasil, TNC, Imazon e Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) - e empresas do agronegócio e da indústria, como JBS, Klabin, Marfrig, Amaggi, Basf, Danone, Natura e Unilever.

O vice-presidente Hamilton Mourãocomanda o Conselho da Amazônia. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Constantemente em posições contrárias sobre questões ambientais, todos se uniram para apresentar um pleito de seis medidas concretas para reduzir a devastação da floresta.

A conversa também mencionou um segundo documento que o governo recebeu, uma carta enviada pela Parceria das Declarações de Amsterdã. Na carta enviada a Mourão, oito países europeus dizem que o aumento do desmatamento dificulta a compra de produtos brasileiros por consumidores do continente. A parceria é formada por Alemanha (atualmente na presidência), Dinamarca, França, Itália, Holanda, Noruega e Reino Unido. Os sete países europeus dizem estar comprometidos em liminar o desmatamento das cadeias de produtos agrícolas vendidos para a Europa. A Bélgica também assinou a carta aberta.

Ao discutirem o teor do documento da coalizaão brasileira, o entendimento de Mourão e dos ministros foi de que as propostas, de alguma forma, já estariam sendo tocadas pelo governo, ou iniciadas recentemente. É o caso, por exemplo, do tema de regularização fundiária, tocado pelo Ministério da Agricultura.

A união de ONGs ambientalistas com empresas do agronegócio coloca o governo em uma situação delicada, ao tratar conjuntamente daquilo que o presidente Jair Bolsonaro mais tem repelido, as ONGs, do uma das áreas mais elogiadas, o agronegócio.

Duas semanas atrás, ao ser mais uma vez criticado pela política ambiental de sua gestão, Bolsonaro chamou as organizações não governamentais que atuam na área de "câncer". "Você sabe que as ONGs, em grande parte, não têm vez comigo. Boto para quebrar em cima desse pessoal lá, não consigo matar esse câncer, em grande parte, chamado ONG”, disse o presidente, durante transmissão semanal nas redes sociais.

A aproximação do agro, indústria e setor financeiro das pautas ambientais, no entanto, estreitou os laços dessas instituições com as ONGs ambientais, o que tem exigido ações pragmáticas do governo, no lugar de discursos de ódio.

A reportagem questionou a vice-presidência da República sobre possíveis ações que pretenda tomar a partir das novas demandas que recebeu e de que forma viu a nova reação sobre a questão ambiental. Não houve resposta até a publicação deste texto.

Questionado por jornalistas sobre o assunto nesta quarta-feira, 16, Mourão disse que o governo precisa, de fato, ampliar sua atuação na região, “principalmente a questão da recuperação da capacidade operacional” do Ibama, ICMBio e Funai. 

“Temos que ter uma solução, porque, seu eu faço um concurso agora para aumentar a capacidade do Ibama e do ICMbio, não posso dizer que essa turma vai trabalhar só na Amazônia pelos próximos dez anos, porque é contra a legislação atual. Então, tenho que criar um novo mecanismo para contratar gente, para que essa turma saiba que só vai para a Amazônia. Senão, fica dois anos na Amazônia e depois vai querer ir para Fernando de Noronha”, disse Mourão, sem dar mais detalhes.

O vice-presidente disse que está planejando uma viagem à Amazônia com embaixadores e que isso vai ocorrer no fim de outubro. Mourão voltou a criticar posicionamentos internacionais sobre o desmatamento. “Faz parte da estratégia comercial dos países europeus essa questão da cadeia de suprimentos. Temos que fazer a negociação não só comercial, mas diplomática. É aquela mesma conversa que vocês já viram.”

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