‘Não tem meta de inflação anual em nenhum lugar’, diz Fernando Haddad


Ministro da Fazenda diz que vê com ‘bons olhos’ uma mudança nas regras para um período contínuo

Por Adriana Fernandes e Murilo Rodrigues Alves
Foto: DANIEL TEIXEIRA
Entrevista comFernando HaddadMinistro da Fazenda

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vê com bons olhos a mudança da definição da meta de inflação para um período contínuo ao longo do tempo ao invés do ano calendário, como funciona hoje no Brasil. Haddad disse que já conversou com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre o assunto.

O presidente Lula, quando foi para a China, disse que na volta talvez fosse o momento de discutir a meta de inflação que não está sendo cumprida.

Na minha opinião, tem o momento de fazer. E eu creio que estou com um cronograma que faz diferença para antecipar ou não determinadas medidas e até determinadas discussões.

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Como a meta de inflação?

Como essa, por exemplo. Estamos vendo amadurecer o quadro externo, interno. Esse debate está sendo feito no mundo inteiro e não só no Brasil. Nós estamos acompanhando o debate acadêmico, o mercado, como as pessoas estão reagindo. Há divergências entre os economistas. Os mais reputados até estão a favor de uma mudança de meta.

Debate sobre meta de inflação está sendo feito no mundo inteiro, diz Haddad  Foto: DANIEL TEIXEIRA / ESTADAO
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O próprio presidente do BC disse que o banco já tinha feito estudo para a meta não seguir o ano-calendário, mas um objetivo contínuo ao longo do tempo

Ele falou disso.

O sr. gosta desse modelo?

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É que não existe essa avaliação (anual) em nenhum lugar do mundo. Não tem meta anual em nenhum lugar. Todos os países que adotam meta de inflação é meta contínua.

Então o sr. vê com bons olhos essa mudança?

Lógico que sim. Essa ideia que está circulando faz sentido para mim porque em todo o lugar que estabeleceu regime de metas ela é contínua. Uma exceção que é a Turquia e vamos combinar que não está muito bem de inflação.

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O presidente do BC apresentou esse estudo para o sr.?

Formalmente, não. Mas ele comentou. Essa ideia não é minha nem dele. É do mundo inteiro. É a prática mundial. Nós já conversamos sobre isso. E o BC, antes deste governo, já vinha discutindo esse assunto.

É um caminho que o Brasil pode pensar em seguir?

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No momento adequado, eu acredito que essa questão vai ser revisitada.

O que achou da análise do presidente do BC, Roberto Campos Neto, de que o arcabouço é superpositivo?

Eu tenho uma relação institucional com o BC. É uma relação institucional que vem sendo construída. Isso significa que precisamos concordar sobre tudo? Não. Nossa relação vai se manter, independentemente. Desse ponto de vista, eu tenho que manter os canais abertos, de diálogo, de construção conjunta. E colocar as convergências. O BC não é um espectador do que acontece no sistema econômico. Ele é parte, inclusive, da formação de expectativas. O que nem sempre o BC se vê como. Mesmo quando ele decide sentar na arquibancada e assistir o jogo de fora, ele está formando expectativa ao tomar essa decisão. E quando ele entra em campo está formando expectativa também.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vê com bons olhos a mudança da definição da meta de inflação para um período contínuo ao longo do tempo ao invés do ano calendário, como funciona hoje no Brasil. Haddad disse que já conversou com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre o assunto.

O presidente Lula, quando foi para a China, disse que na volta talvez fosse o momento de discutir a meta de inflação que não está sendo cumprida.

Na minha opinião, tem o momento de fazer. E eu creio que estou com um cronograma que faz diferença para antecipar ou não determinadas medidas e até determinadas discussões.

Como a meta de inflação?

Como essa, por exemplo. Estamos vendo amadurecer o quadro externo, interno. Esse debate está sendo feito no mundo inteiro e não só no Brasil. Nós estamos acompanhando o debate acadêmico, o mercado, como as pessoas estão reagindo. Há divergências entre os economistas. Os mais reputados até estão a favor de uma mudança de meta.

Debate sobre meta de inflação está sendo feito no mundo inteiro, diz Haddad  Foto: DANIEL TEIXEIRA / ESTADAO

O próprio presidente do BC disse que o banco já tinha feito estudo para a meta não seguir o ano-calendário, mas um objetivo contínuo ao longo do tempo

Ele falou disso.

O sr. gosta desse modelo?

É que não existe essa avaliação (anual) em nenhum lugar do mundo. Não tem meta anual em nenhum lugar. Todos os países que adotam meta de inflação é meta contínua.

Então o sr. vê com bons olhos essa mudança?

Lógico que sim. Essa ideia que está circulando faz sentido para mim porque em todo o lugar que estabeleceu regime de metas ela é contínua. Uma exceção que é a Turquia e vamos combinar que não está muito bem de inflação.

O presidente do BC apresentou esse estudo para o sr.?

Formalmente, não. Mas ele comentou. Essa ideia não é minha nem dele. É do mundo inteiro. É a prática mundial. Nós já conversamos sobre isso. E o BC, antes deste governo, já vinha discutindo esse assunto.

É um caminho que o Brasil pode pensar em seguir?

No momento adequado, eu acredito que essa questão vai ser revisitada.

O que achou da análise do presidente do BC, Roberto Campos Neto, de que o arcabouço é superpositivo?

Eu tenho uma relação institucional com o BC. É uma relação institucional que vem sendo construída. Isso significa que precisamos concordar sobre tudo? Não. Nossa relação vai se manter, independentemente. Desse ponto de vista, eu tenho que manter os canais abertos, de diálogo, de construção conjunta. E colocar as convergências. O BC não é um espectador do que acontece no sistema econômico. Ele é parte, inclusive, da formação de expectativas. O que nem sempre o BC se vê como. Mesmo quando ele decide sentar na arquibancada e assistir o jogo de fora, ele está formando expectativa ao tomar essa decisão. E quando ele entra em campo está formando expectativa também.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vê com bons olhos a mudança da definição da meta de inflação para um período contínuo ao longo do tempo ao invés do ano calendário, como funciona hoje no Brasil. Haddad disse que já conversou com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre o assunto.

O presidente Lula, quando foi para a China, disse que na volta talvez fosse o momento de discutir a meta de inflação que não está sendo cumprida.

Na minha opinião, tem o momento de fazer. E eu creio que estou com um cronograma que faz diferença para antecipar ou não determinadas medidas e até determinadas discussões.

Como a meta de inflação?

Como essa, por exemplo. Estamos vendo amadurecer o quadro externo, interno. Esse debate está sendo feito no mundo inteiro e não só no Brasil. Nós estamos acompanhando o debate acadêmico, o mercado, como as pessoas estão reagindo. Há divergências entre os economistas. Os mais reputados até estão a favor de uma mudança de meta.

Debate sobre meta de inflação está sendo feito no mundo inteiro, diz Haddad  Foto: DANIEL TEIXEIRA / ESTADAO

O próprio presidente do BC disse que o banco já tinha feito estudo para a meta não seguir o ano-calendário, mas um objetivo contínuo ao longo do tempo

Ele falou disso.

O sr. gosta desse modelo?

É que não existe essa avaliação (anual) em nenhum lugar do mundo. Não tem meta anual em nenhum lugar. Todos os países que adotam meta de inflação é meta contínua.

Então o sr. vê com bons olhos essa mudança?

Lógico que sim. Essa ideia que está circulando faz sentido para mim porque em todo o lugar que estabeleceu regime de metas ela é contínua. Uma exceção que é a Turquia e vamos combinar que não está muito bem de inflação.

O presidente do BC apresentou esse estudo para o sr.?

Formalmente, não. Mas ele comentou. Essa ideia não é minha nem dele. É do mundo inteiro. É a prática mundial. Nós já conversamos sobre isso. E o BC, antes deste governo, já vinha discutindo esse assunto.

É um caminho que o Brasil pode pensar em seguir?

No momento adequado, eu acredito que essa questão vai ser revisitada.

O que achou da análise do presidente do BC, Roberto Campos Neto, de que o arcabouço é superpositivo?

Eu tenho uma relação institucional com o BC. É uma relação institucional que vem sendo construída. Isso significa que precisamos concordar sobre tudo? Não. Nossa relação vai se manter, independentemente. Desse ponto de vista, eu tenho que manter os canais abertos, de diálogo, de construção conjunta. E colocar as convergências. O BC não é um espectador do que acontece no sistema econômico. Ele é parte, inclusive, da formação de expectativas. O que nem sempre o BC se vê como. Mesmo quando ele decide sentar na arquibancada e assistir o jogo de fora, ele está formando expectativa ao tomar essa decisão. E quando ele entra em campo está formando expectativa também.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vê com bons olhos a mudança da definição da meta de inflação para um período contínuo ao longo do tempo ao invés do ano calendário, como funciona hoje no Brasil. Haddad disse que já conversou com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre o assunto.

O presidente Lula, quando foi para a China, disse que na volta talvez fosse o momento de discutir a meta de inflação que não está sendo cumprida.

Na minha opinião, tem o momento de fazer. E eu creio que estou com um cronograma que faz diferença para antecipar ou não determinadas medidas e até determinadas discussões.

Como a meta de inflação?

Como essa, por exemplo. Estamos vendo amadurecer o quadro externo, interno. Esse debate está sendo feito no mundo inteiro e não só no Brasil. Nós estamos acompanhando o debate acadêmico, o mercado, como as pessoas estão reagindo. Há divergências entre os economistas. Os mais reputados até estão a favor de uma mudança de meta.

Debate sobre meta de inflação está sendo feito no mundo inteiro, diz Haddad  Foto: DANIEL TEIXEIRA / ESTADAO

O próprio presidente do BC disse que o banco já tinha feito estudo para a meta não seguir o ano-calendário, mas um objetivo contínuo ao longo do tempo

Ele falou disso.

O sr. gosta desse modelo?

É que não existe essa avaliação (anual) em nenhum lugar do mundo. Não tem meta anual em nenhum lugar. Todos os países que adotam meta de inflação é meta contínua.

Então o sr. vê com bons olhos essa mudança?

Lógico que sim. Essa ideia que está circulando faz sentido para mim porque em todo o lugar que estabeleceu regime de metas ela é contínua. Uma exceção que é a Turquia e vamos combinar que não está muito bem de inflação.

O presidente do BC apresentou esse estudo para o sr.?

Formalmente, não. Mas ele comentou. Essa ideia não é minha nem dele. É do mundo inteiro. É a prática mundial. Nós já conversamos sobre isso. E o BC, antes deste governo, já vinha discutindo esse assunto.

É um caminho que o Brasil pode pensar em seguir?

No momento adequado, eu acredito que essa questão vai ser revisitada.

O que achou da análise do presidente do BC, Roberto Campos Neto, de que o arcabouço é superpositivo?

Eu tenho uma relação institucional com o BC. É uma relação institucional que vem sendo construída. Isso significa que precisamos concordar sobre tudo? Não. Nossa relação vai se manter, independentemente. Desse ponto de vista, eu tenho que manter os canais abertos, de diálogo, de construção conjunta. E colocar as convergências. O BC não é um espectador do que acontece no sistema econômico. Ele é parte, inclusive, da formação de expectativas. O que nem sempre o BC se vê como. Mesmo quando ele decide sentar na arquibancada e assistir o jogo de fora, ele está formando expectativa ao tomar essa decisão. E quando ele entra em campo está formando expectativa também.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vê com bons olhos a mudança da definição da meta de inflação para um período contínuo ao longo do tempo ao invés do ano calendário, como funciona hoje no Brasil. Haddad disse que já conversou com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre o assunto.

O presidente Lula, quando foi para a China, disse que na volta talvez fosse o momento de discutir a meta de inflação que não está sendo cumprida.

Na minha opinião, tem o momento de fazer. E eu creio que estou com um cronograma que faz diferença para antecipar ou não determinadas medidas e até determinadas discussões.

Como a meta de inflação?

Como essa, por exemplo. Estamos vendo amadurecer o quadro externo, interno. Esse debate está sendo feito no mundo inteiro e não só no Brasil. Nós estamos acompanhando o debate acadêmico, o mercado, como as pessoas estão reagindo. Há divergências entre os economistas. Os mais reputados até estão a favor de uma mudança de meta.

Debate sobre meta de inflação está sendo feito no mundo inteiro, diz Haddad  Foto: DANIEL TEIXEIRA / ESTADAO

O próprio presidente do BC disse que o banco já tinha feito estudo para a meta não seguir o ano-calendário, mas um objetivo contínuo ao longo do tempo

Ele falou disso.

O sr. gosta desse modelo?

É que não existe essa avaliação (anual) em nenhum lugar do mundo. Não tem meta anual em nenhum lugar. Todos os países que adotam meta de inflação é meta contínua.

Então o sr. vê com bons olhos essa mudança?

Lógico que sim. Essa ideia que está circulando faz sentido para mim porque em todo o lugar que estabeleceu regime de metas ela é contínua. Uma exceção que é a Turquia e vamos combinar que não está muito bem de inflação.

O presidente do BC apresentou esse estudo para o sr.?

Formalmente, não. Mas ele comentou. Essa ideia não é minha nem dele. É do mundo inteiro. É a prática mundial. Nós já conversamos sobre isso. E o BC, antes deste governo, já vinha discutindo esse assunto.

É um caminho que o Brasil pode pensar em seguir?

No momento adequado, eu acredito que essa questão vai ser revisitada.

O que achou da análise do presidente do BC, Roberto Campos Neto, de que o arcabouço é superpositivo?

Eu tenho uma relação institucional com o BC. É uma relação institucional que vem sendo construída. Isso significa que precisamos concordar sobre tudo? Não. Nossa relação vai se manter, independentemente. Desse ponto de vista, eu tenho que manter os canais abertos, de diálogo, de construção conjunta. E colocar as convergências. O BC não é um espectador do que acontece no sistema econômico. Ele é parte, inclusive, da formação de expectativas. O que nem sempre o BC se vê como. Mesmo quando ele decide sentar na arquibancada e assistir o jogo de fora, ele está formando expectativa ao tomar essa decisão. E quando ele entra em campo está formando expectativa também.

Entrevista por Adriana Fernandes

Repórter especial de Economia em Brasília

Murilo Rodrigues Alves

Editor executivo e chefe da Sucursal de Brasília. Graduado em Letras e Jornalismo, com MBA em mercado financeiro pela B3 e mestre em Economia. Já estudou desenvolvimento urbano e sustentabilidade na China e foi repórter no Valor Econômico

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