Bares e restaurantes fechados pela pandemia fazem 'liquidação' nas redes sociais


Donos de estabelecimentos que não sobreviveram à crise usam a internet para negociar a venda de equipamentos e tentar quitar dívidas

Por Renato Jakitas

A crise no setor de bares e restaurantes está por trás de um novo fenômeno que se prolifera principalmente na internet, por meio das redes sociais ou dos grupos de aplicativos de mensagens, como WhatsApp e Telegram. São os bazares de compra e venda, espécie de “feiras do rolo” virtuais, onde empresários negociam de tudo – desde equipamento, mobiliários e louças até pontos comerciais inteiros.

Esse mercado informal opera 24 horas por dia e a oferta abundante é em geral proveniente de restaurantes que fecharam as portas em decorrência dos impactos econômicos causados pela pandemia da covid-19. No Facebook, existem hoje 150 comunidades dedicadas ao tema, em levantamento feito pela reportagem. Já no WhatsApp, são por volta de 30 grupos, que geralmente operam no limite de capacidade dos usuários, com 256 participantes. 

Meire Pedroza fechou restaurante em julho e levantou R$ 40 mil com vendas Foto: Felipe Rau/Estadão
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Nos dois casos, o objetivo é fechar negócios de compra e venda diretamente entre donos de empreendimentos – o que está fechando vende para o que se mantém aberto, com descontos que podem chegar a 75%.

O dinheiro levantado com as pechinchas geralmente serve para abater dívidas acumuladas ao longo do processo de decadência do negócio, como passivos trabalhistas, dívidas contábeis ou débitos com fornecedores. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o setor tinha antes da pandemia 1 milhão de estabelecimentos em atividade. De março para cá, 300 mil fecharam as portas. 

‘Vende tudo’

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Em geral, as histórias dos vendedores são parecidas com a de Meire Pedroza, que fechou as portas do seu restaurante em julho, depois de 19 anos em atividade na Vila Olímpia. Com o período de fechamento forçado dos restaurantes (que, em São Paulo, durou 104 dias, estendendo-se de março a julho) e a política de home office adotada pelas grandes empresas, a ex-empresária conta que mergulhou em dívidas e, sem conseguir acessar os programas de crédito do governo, não teve como manter a casa em funcionamento.

Postagem em grupo de compra e venda de restaurantes no Instagram, com 286 membro Foto: Reprodução/Telegram

“Vender tudo no WhatsApp foi uma forma para levantar um caixa rápido”, disse Meire. “Usei o dinheiro para quitar o aluguel atrasado e algumas rescisões de funcionários.” Ela conta que liquidou em feiras virtuais um patrimônio instalado de R$ 200 mil por R$ 40 mil. Colocou à venda todos os equipamentos e mobiliários do restaurante antes de entregar o ponto.

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Com uma dívida ativa estimada em R$ 400 mil, Meire ainda procura uma forma de recomeçar a vida. “Arrumei um emprego de corretora imobiliária para tentar, devagar, pagar todo mundo. Mas é muito difícil prosseguir com essa dívida toda.”

Postagem em grupo de venda e compra de equipamentos de restaurantes no Telegram Foto: Reprodução/Telegram

Outra ex-empresária do setor, Regina Nogueira não se preocupou em fazer um inventário do que colocou à venda, depois de fechar seu restaurante no bairro do Paraíso em outubro, onde permaneceu por 30 anos. “Evito até falar disso porque já começo a chorar”, disse ela, enquanto organizava o bazar com o que chama de “miudezas” do seu negócio, como talheres, pratos, mesas, cadeiras.

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Grupo de compra e venda de equipamentos usados de restaurantes, no Facebook Foto: Reprodução/Facebook

“Fiz muita divulgação na internet e entrei em grupos de venda do WhatsApp. Recebi aqui no salão uns donos de pousadas, de outros restaurantes, que compraram algumas coisas. Não tenho esperança de encontrar um comprador para o ponto. Vou entregar o espaço para o proprietário o mais rápido possível.” 

Se a maioria dos vendedores opta por liquidar pontos ou equipamentos na internet para quitar dívidas atrasadas, a maioria dos compradores é formada por empresários que, apesar do revés econômico, conseguiram se manter capitalizados, seja com recursos próprios ou buscando empréstimo. Tita Dias, dona do bar Canto Madalena, diz que tomou emprestado R$ 374 mil no mercado, pelo Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).

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Como a taxa de juros é considerada baixa (ela fechou a linha por 3,25% ao ano), Tita aproveitou o recurso como uma janela de oportunidade para modernizar seu empreendimento. “Achei de grande valia a possibilidade de adquirir bons produtos com preços bem inferiores aos de qualquer loja de usados.”

Maria Tereza Dias, dona de um restaurante por quilo no Itaim, também está comprando no WhatsApp os equipamentos que considera mais baratos. “Minha situação não é boa, eu estou abrindo o restaurante para atender 25 clientes por dia. Mas comprei umas prateleiras que estavam muito em conta.”

Maria Tereza Dias reforçou seu restaurante com equipamentos comprados no WhatsApp Foto: Felipe Rau/Estadão
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Associação prevê mais quebradeira no setor este ano

Projeções da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) apontam que, para além dos 300 mil bares e restaurantes que fecharam as portas de março para cá, pelo menos outros 35 mil devem encerrar as atividades até o fim de 2020. 

Boa parte dessa quebradeira deve acontecer na cidade de São Paulo, a que mais sofre com a queda na demanda corporativa, afetada pelos programas de home office. “Em todo o Brasil, 53% dos bares e restaurantes estão no prejuízo. Na cidade de São Paulo, o número é maior, são 66% deles no vermelho”, afirma Paulo Solmucci, que preside a instituição.

Ainda segundo o levantamento da Abrasel, 71% das empresas do setor, em São Paulo, faturam menos da metade do que na mesma época de 2019. Uma situação que deve se manter ainda por um longo período. 

“São Paulo tem sofrido mais com a redução do mercado corporativo, aqueles restaurantes que atendem os trabalhadores, hoje em home office, e com a paralisação dos grandes eventos, que ainda não retomaram”, afirma a especialista Simone Galante, da consultoria Galunion. “Há um problema geográfico hoje enfrentado pelo empresários. Uma de nossas pesquisas apontou que, para 41% dos donos de restaurantes da cidade, o negócio fica em um local onde o movimento de público ainda não voltou.”

A crise no setor de bares e restaurantes está por trás de um novo fenômeno que se prolifera principalmente na internet, por meio das redes sociais ou dos grupos de aplicativos de mensagens, como WhatsApp e Telegram. São os bazares de compra e venda, espécie de “feiras do rolo” virtuais, onde empresários negociam de tudo – desde equipamento, mobiliários e louças até pontos comerciais inteiros.

Esse mercado informal opera 24 horas por dia e a oferta abundante é em geral proveniente de restaurantes que fecharam as portas em decorrência dos impactos econômicos causados pela pandemia da covid-19. No Facebook, existem hoje 150 comunidades dedicadas ao tema, em levantamento feito pela reportagem. Já no WhatsApp, são por volta de 30 grupos, que geralmente operam no limite de capacidade dos usuários, com 256 participantes. 

Meire Pedroza fechou restaurante em julho e levantou R$ 40 mil com vendas Foto: Felipe Rau/Estadão

Nos dois casos, o objetivo é fechar negócios de compra e venda diretamente entre donos de empreendimentos – o que está fechando vende para o que se mantém aberto, com descontos que podem chegar a 75%.

O dinheiro levantado com as pechinchas geralmente serve para abater dívidas acumuladas ao longo do processo de decadência do negócio, como passivos trabalhistas, dívidas contábeis ou débitos com fornecedores. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o setor tinha antes da pandemia 1 milhão de estabelecimentos em atividade. De março para cá, 300 mil fecharam as portas. 

‘Vende tudo’

Em geral, as histórias dos vendedores são parecidas com a de Meire Pedroza, que fechou as portas do seu restaurante em julho, depois de 19 anos em atividade na Vila Olímpia. Com o período de fechamento forçado dos restaurantes (que, em São Paulo, durou 104 dias, estendendo-se de março a julho) e a política de home office adotada pelas grandes empresas, a ex-empresária conta que mergulhou em dívidas e, sem conseguir acessar os programas de crédito do governo, não teve como manter a casa em funcionamento.

Postagem em grupo de compra e venda de restaurantes no Instagram, com 286 membro Foto: Reprodução/Telegram

“Vender tudo no WhatsApp foi uma forma para levantar um caixa rápido”, disse Meire. “Usei o dinheiro para quitar o aluguel atrasado e algumas rescisões de funcionários.” Ela conta que liquidou em feiras virtuais um patrimônio instalado de R$ 200 mil por R$ 40 mil. Colocou à venda todos os equipamentos e mobiliários do restaurante antes de entregar o ponto.

Com uma dívida ativa estimada em R$ 400 mil, Meire ainda procura uma forma de recomeçar a vida. “Arrumei um emprego de corretora imobiliária para tentar, devagar, pagar todo mundo. Mas é muito difícil prosseguir com essa dívida toda.”

Postagem em grupo de venda e compra de equipamentos de restaurantes no Telegram Foto: Reprodução/Telegram

Outra ex-empresária do setor, Regina Nogueira não se preocupou em fazer um inventário do que colocou à venda, depois de fechar seu restaurante no bairro do Paraíso em outubro, onde permaneceu por 30 anos. “Evito até falar disso porque já começo a chorar”, disse ela, enquanto organizava o bazar com o que chama de “miudezas” do seu negócio, como talheres, pratos, mesas, cadeiras.

Grupo de compra e venda de equipamentos usados de restaurantes, no Facebook Foto: Reprodução/Facebook

“Fiz muita divulgação na internet e entrei em grupos de venda do WhatsApp. Recebi aqui no salão uns donos de pousadas, de outros restaurantes, que compraram algumas coisas. Não tenho esperança de encontrar um comprador para o ponto. Vou entregar o espaço para o proprietário o mais rápido possível.” 

Se a maioria dos vendedores opta por liquidar pontos ou equipamentos na internet para quitar dívidas atrasadas, a maioria dos compradores é formada por empresários que, apesar do revés econômico, conseguiram se manter capitalizados, seja com recursos próprios ou buscando empréstimo. Tita Dias, dona do bar Canto Madalena, diz que tomou emprestado R$ 374 mil no mercado, pelo Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).

Como a taxa de juros é considerada baixa (ela fechou a linha por 3,25% ao ano), Tita aproveitou o recurso como uma janela de oportunidade para modernizar seu empreendimento. “Achei de grande valia a possibilidade de adquirir bons produtos com preços bem inferiores aos de qualquer loja de usados.”

Maria Tereza Dias, dona de um restaurante por quilo no Itaim, também está comprando no WhatsApp os equipamentos que considera mais baratos. “Minha situação não é boa, eu estou abrindo o restaurante para atender 25 clientes por dia. Mas comprei umas prateleiras que estavam muito em conta.”

Maria Tereza Dias reforçou seu restaurante com equipamentos comprados no WhatsApp Foto: Felipe Rau/Estadão

Associação prevê mais quebradeira no setor este ano

Projeções da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) apontam que, para além dos 300 mil bares e restaurantes que fecharam as portas de março para cá, pelo menos outros 35 mil devem encerrar as atividades até o fim de 2020. 

Boa parte dessa quebradeira deve acontecer na cidade de São Paulo, a que mais sofre com a queda na demanda corporativa, afetada pelos programas de home office. “Em todo o Brasil, 53% dos bares e restaurantes estão no prejuízo. Na cidade de São Paulo, o número é maior, são 66% deles no vermelho”, afirma Paulo Solmucci, que preside a instituição.

Ainda segundo o levantamento da Abrasel, 71% das empresas do setor, em São Paulo, faturam menos da metade do que na mesma época de 2019. Uma situação que deve se manter ainda por um longo período. 

“São Paulo tem sofrido mais com a redução do mercado corporativo, aqueles restaurantes que atendem os trabalhadores, hoje em home office, e com a paralisação dos grandes eventos, que ainda não retomaram”, afirma a especialista Simone Galante, da consultoria Galunion. “Há um problema geográfico hoje enfrentado pelo empresários. Uma de nossas pesquisas apontou que, para 41% dos donos de restaurantes da cidade, o negócio fica em um local onde o movimento de público ainda não voltou.”

A crise no setor de bares e restaurantes está por trás de um novo fenômeno que se prolifera principalmente na internet, por meio das redes sociais ou dos grupos de aplicativos de mensagens, como WhatsApp e Telegram. São os bazares de compra e venda, espécie de “feiras do rolo” virtuais, onde empresários negociam de tudo – desde equipamento, mobiliários e louças até pontos comerciais inteiros.

Esse mercado informal opera 24 horas por dia e a oferta abundante é em geral proveniente de restaurantes que fecharam as portas em decorrência dos impactos econômicos causados pela pandemia da covid-19. No Facebook, existem hoje 150 comunidades dedicadas ao tema, em levantamento feito pela reportagem. Já no WhatsApp, são por volta de 30 grupos, que geralmente operam no limite de capacidade dos usuários, com 256 participantes. 

Meire Pedroza fechou restaurante em julho e levantou R$ 40 mil com vendas Foto: Felipe Rau/Estadão

Nos dois casos, o objetivo é fechar negócios de compra e venda diretamente entre donos de empreendimentos – o que está fechando vende para o que se mantém aberto, com descontos que podem chegar a 75%.

O dinheiro levantado com as pechinchas geralmente serve para abater dívidas acumuladas ao longo do processo de decadência do negócio, como passivos trabalhistas, dívidas contábeis ou débitos com fornecedores. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o setor tinha antes da pandemia 1 milhão de estabelecimentos em atividade. De março para cá, 300 mil fecharam as portas. 

‘Vende tudo’

Em geral, as histórias dos vendedores são parecidas com a de Meire Pedroza, que fechou as portas do seu restaurante em julho, depois de 19 anos em atividade na Vila Olímpia. Com o período de fechamento forçado dos restaurantes (que, em São Paulo, durou 104 dias, estendendo-se de março a julho) e a política de home office adotada pelas grandes empresas, a ex-empresária conta que mergulhou em dívidas e, sem conseguir acessar os programas de crédito do governo, não teve como manter a casa em funcionamento.

Postagem em grupo de compra e venda de restaurantes no Instagram, com 286 membro Foto: Reprodução/Telegram

“Vender tudo no WhatsApp foi uma forma para levantar um caixa rápido”, disse Meire. “Usei o dinheiro para quitar o aluguel atrasado e algumas rescisões de funcionários.” Ela conta que liquidou em feiras virtuais um patrimônio instalado de R$ 200 mil por R$ 40 mil. Colocou à venda todos os equipamentos e mobiliários do restaurante antes de entregar o ponto.

Com uma dívida ativa estimada em R$ 400 mil, Meire ainda procura uma forma de recomeçar a vida. “Arrumei um emprego de corretora imobiliária para tentar, devagar, pagar todo mundo. Mas é muito difícil prosseguir com essa dívida toda.”

Postagem em grupo de venda e compra de equipamentos de restaurantes no Telegram Foto: Reprodução/Telegram

Outra ex-empresária do setor, Regina Nogueira não se preocupou em fazer um inventário do que colocou à venda, depois de fechar seu restaurante no bairro do Paraíso em outubro, onde permaneceu por 30 anos. “Evito até falar disso porque já começo a chorar”, disse ela, enquanto organizava o bazar com o que chama de “miudezas” do seu negócio, como talheres, pratos, mesas, cadeiras.

Grupo de compra e venda de equipamentos usados de restaurantes, no Facebook Foto: Reprodução/Facebook

“Fiz muita divulgação na internet e entrei em grupos de venda do WhatsApp. Recebi aqui no salão uns donos de pousadas, de outros restaurantes, que compraram algumas coisas. Não tenho esperança de encontrar um comprador para o ponto. Vou entregar o espaço para o proprietário o mais rápido possível.” 

Se a maioria dos vendedores opta por liquidar pontos ou equipamentos na internet para quitar dívidas atrasadas, a maioria dos compradores é formada por empresários que, apesar do revés econômico, conseguiram se manter capitalizados, seja com recursos próprios ou buscando empréstimo. Tita Dias, dona do bar Canto Madalena, diz que tomou emprestado R$ 374 mil no mercado, pelo Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).

Como a taxa de juros é considerada baixa (ela fechou a linha por 3,25% ao ano), Tita aproveitou o recurso como uma janela de oportunidade para modernizar seu empreendimento. “Achei de grande valia a possibilidade de adquirir bons produtos com preços bem inferiores aos de qualquer loja de usados.”

Maria Tereza Dias, dona de um restaurante por quilo no Itaim, também está comprando no WhatsApp os equipamentos que considera mais baratos. “Minha situação não é boa, eu estou abrindo o restaurante para atender 25 clientes por dia. Mas comprei umas prateleiras que estavam muito em conta.”

Maria Tereza Dias reforçou seu restaurante com equipamentos comprados no WhatsApp Foto: Felipe Rau/Estadão

Associação prevê mais quebradeira no setor este ano

Projeções da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) apontam que, para além dos 300 mil bares e restaurantes que fecharam as portas de março para cá, pelo menos outros 35 mil devem encerrar as atividades até o fim de 2020. 

Boa parte dessa quebradeira deve acontecer na cidade de São Paulo, a que mais sofre com a queda na demanda corporativa, afetada pelos programas de home office. “Em todo o Brasil, 53% dos bares e restaurantes estão no prejuízo. Na cidade de São Paulo, o número é maior, são 66% deles no vermelho”, afirma Paulo Solmucci, que preside a instituição.

Ainda segundo o levantamento da Abrasel, 71% das empresas do setor, em São Paulo, faturam menos da metade do que na mesma época de 2019. Uma situação que deve se manter ainda por um longo período. 

“São Paulo tem sofrido mais com a redução do mercado corporativo, aqueles restaurantes que atendem os trabalhadores, hoje em home office, e com a paralisação dos grandes eventos, que ainda não retomaram”, afirma a especialista Simone Galante, da consultoria Galunion. “Há um problema geográfico hoje enfrentado pelo empresários. Uma de nossas pesquisas apontou que, para 41% dos donos de restaurantes da cidade, o negócio fica em um local onde o movimento de público ainda não voltou.”

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