5G dá fôlego à venda de celulares usados; veja cuidados ao comprar


Smartphones compatíveis com a nova conexão móvel já são metade dos anunciados na plataforma de classificados OLX; para analista, o que mais motiva a procura por seminovos é o preço baixo

Por Lucas Agrela
Atualização:

Os celulares seminovos ganham espaço em 2022, impulsionados tanto pelo desejo de um aparelho compatível com a nova internet 5G quanto pela redução do poder de compra do brasileiro, que busca por alternativas aos smartphones que partem de R$ 1 mil e podem chegar a custar até R$ 15,5 mil.

Os celulares com 5G mais baratos do mercado na atualidade são o Galaxy M23, da Samsung, e o Xiaomi Redmi 9, ambos vendidos por até R$ 1.500. Em sites de produtos usados, é possível encontrar aparelhos com 5G com preços a partir de R$ 650, como o Moto G 5G, da Motorola.

O preço médio de venda da categoria de celulares no Brasil foi de R$ 1.845,25 em 2021, alta de 19,51% em relação ao ano de 2020, segundo informações da consultoria IDC.

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Smartphone Galaxy S20, da Samsung, foi lançado em 2020 e já vinha com 5G Foto: AP Photo/Jeff Chiu

De acordo com Regina Botter, gerente geral da OLX, normalmente um celular seminovo na plataforma digital da empresa pode ter até 38% de redução de preço em relação a um item novo.

“Um item pode ter três ou quatro vidas úteis. Em média, nossos consumidores têm R$ 4 mil em produtos que não utilizam mais e podem ser comercializados como usados. Isso viabiliza tanto a compra de itens por preços menores para quem precisa quanto uma renda extra para quem tem algo a vender”, diz Botter.

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Um item pode ter três ou quatro vidas úteis. Em média, nossos consumidores têm R$ 4 mil em produtos que não utilizam mais e podem ser comercializados como usados.”

Regina Botter, gerente geral da OLX

A OLX tem mais de 40 mil anúncios de celulares em sua plataforma de vendas, sendo que metade já é de smartphones compatíveis com o 5G.

Reinaldo Sakis, gerente de pesquisas de mercado da IDC, diz que, além do interesse em buscar um aparelho compatível com a nova rede de internet móvel, o brasileiro precisa gastar menos, o que leva à procura de celulares usados e mais baratos.

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“A tendência de crescimento de vendas de celulares seminovos tem a ver com o momento nacional. O brasileiro não tem renda o suficiente para comprar um smartphone novo, mas ele é um produto necessário”, diz Sakis. Segundo pesquisa da IDC, o faturamento do mercado de smartphones usados no Brasil foi estimado em R$ 2,8 bilhões em 2021, com expectativa de atingir R$ 5 bilhões em 2024.

Quem quer seu celular usado

Listada na B3, a bolsa de valores brasileira, a Allied Tecnologia, que atua na distribuição de eletrônicos no País, aponta uma evolução consistente no gasto médio do consumidor para a compra de dispositivos. O número foi de R$ 750 no segundo trimestre, ante R$ 506 no mesmo período em 2021.

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No fim do ano passado, a empresa anunciou a aquisição da Brused, uma empresa especializada na compra e venda de iPhones usados. Em junho, a empresa lançou um novo portal de comércio eletrônico chamado Trocafy.

Lá, a Allied venderá produtos de todas as marcas, especialmente, smartphones. O acervo é principalmente composto por iPhones, uma vez que a empresa é um das que estão por trás da operação do programa iPhone para sempre, que dá ao consumidor a possibilidade de pagar um valor mensal para ter um novo aparelho sem precisar comprá-lo.

A concorrente Trocafone também aproveita a onda de crescimento de smartphones seminovos diante do aumento da procura por produtos com 5G. Assim como a Trocafy, a empresa compra celulares dos usuários e faz uma reforma para revendê-los com certificação de qualidade e garantia.

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“Já passamos pela migração para o 4G no passado. O que acontece nessas mudanças é que a maioria das operadoras quer migrar a base de clientes para a nova tecnologia. Nesse momento, eles oferecem aos clientes a possibilidade de trocar celular 4G por 5G. isso aumenta o número de aparelhos seminovos do inventário”, afirma Guille Freire, cofundador e CEO da companhia.

Sete a cada dez vendas da Trocafone são por meio do seu site, mas ela também faz incursões no varejo físico, com unidades em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador (Bahia). Neste ano, a empresa fez até um teste com vending machines para coleta de eletrônicos antigos. Em troca, o parceiro recebia desconto para fazer compras em um supermercado. O próximo passo da companhia é entrar em dois novos nichos de mercado: seguro e aluguel de celular.

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Novos formatos e serviços

Para continuar a chamar a atenção do consumidor para smartphones novos, empresas como Samsung e Apple apostam em novos formatos de produtos e montam um ecossistema de software e hardware ao redor deles.

A Samsung acabou de lançar sua quarta linha de celulares com telas dobráveis, com a chegada do Galaxy Z Fold 4 e do Galaxy Z Flip 4. Já a Apple mantém a renovação anual do iPhone e vende um serviço de assinatura chamado Apple One que oferece streaming de música, vídeo e armazenamento na nuvem. As duas empresas também apostam em relógios inteligentes que se conectam aos smartphones e, em alguns casos, vendem até combos com celular e relógio.

Dicas de como comprar celular usado

1) Verifique a loja, fornecedor e fabricante

A recomendação da Anatel é que a loja, fornecedor e o fabricante sejam confiáveis, pois podem ser contatados em caso de problemas.

Caso tenha comprado um aparelho irregular, o consumidor está protegido pelo Código de Defesa do Consumidor. É recomendável ter a nota fiscal e o termo de garantia para ter os direitos garantidos. Saiba o que fazer nesses casos neste link.

2) Confira o número do IMEI

Pelo IMEI (Identificação Internacional de Equipamento Móvel, em português) é possível saber se há algum registro de impedimento no aparelho que pretende comprar, como restrições por roubo, furto ou extravio.

Para achar o número de IMEI do celular:

- procure na caixa original do celular;

- procure em um adesivo que fica atrás da bateria

- ligue para *#06# pelo celular

- Caso não tenha acesso à internet, é possível consultar o número do IMEI pela Central de Atendimento das Operadoras.

Depois, você pode consultar a situação do aparelho no site da Anatel, por este link.

Também é importante conferir se o número do IMEI que aparece na tela do celular é o mesmo número do IMEI que aparece na caixa do aparelho. Porém, celulares que utilizam mais de um SIM Card possuem um IMEI para cada chip, sendo necessário verificar cada um dos IMEIs, alerta a Anatel.

3) Verifique a certificação da Anatel

Além do IMEI, é importante conferir se o produto foi homologado pela Anatel e passou por todos os testes de qualidade e performance da agência.

O número está, normalmente, impresso na traseira do aparelho ou no manual de instruções e é composto por 12 dígitos. A verificação pode ser feita neste link.

4) Verifique avarias

É preciso verificar se as avarias, como telas quebradas, impedem o bom funcionamento do aparelho. Caso sim, o fornecedor responde pela venda de produtos impróprios para o consumo. Isso inclui produtos deteriorados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, ou aqueles em desacordo com as normas de fabricação, distribuição ou apresentação.

5) Verifique a saúde da bateria

A bateria é um dos aspectos que pode dar problema em um celular de segunda mão, alerta Guille Freire, CEO da Trocafone, que comercializa aparelhos seminovos. Na empresa, as baterias dos celulares passam por testes por um software específico.

Porém, uma maneira mais caseira de testar a bateria é carregá-la completamente e deixar o aparelho tocando uma música por um minuto. Se a queda da porcentagem de bateria for muito grande, pode ser um sinal de que a bateria não está boa, sugere Freire.

Existem, ainda, alguns aplicativos que podem medir a saúde da bateria, como o AccuBattery. No Iphone, há um recurso chamado « Saúde da Bateria », disponível em « Ajustes », que exibe informações sobre capacidade, desempenho máximo e se a bateria precisa de manutenção.

6) Faça testes da tela

Uma tela quebrada nem sempre significa que o aparelho está com problemas de funcionalidade. É importante mexer no celular para testar se a tela não apresenta outros tipos de problemas. Uma boa opção, diz Freire, é tirar uma foto e verificar se as cores estão aparecendo corretamente no aparelho.

7) Teste outras funcionalidades

Antes da compra de um celular de segunda mão, é recomendado testar as principais funcionalidades do aparelho. Confira as mais importantes:

  • Conectividade (Wi-Fi, Bluetooth e redes móveis)
  • Alto-falantes e microfone,
  • Câmera (fotos e vídeos)
  • Botões externos e da tela
  • Portas, como as do carregador e fone de ouvido

8) Confira a data de fabricação do aparelho

Celulares com mais de seis anos de vida tendem a dar mais problemas nas funcionalidades, afirma Freire. É recomendado comprar celulares mais novos para evitar transtornos. / COLABOROU JESSICA BRASIL SKROCH

Os celulares seminovos ganham espaço em 2022, impulsionados tanto pelo desejo de um aparelho compatível com a nova internet 5G quanto pela redução do poder de compra do brasileiro, que busca por alternativas aos smartphones que partem de R$ 1 mil e podem chegar a custar até R$ 15,5 mil.

Os celulares com 5G mais baratos do mercado na atualidade são o Galaxy M23, da Samsung, e o Xiaomi Redmi 9, ambos vendidos por até R$ 1.500. Em sites de produtos usados, é possível encontrar aparelhos com 5G com preços a partir de R$ 650, como o Moto G 5G, da Motorola.

O preço médio de venda da categoria de celulares no Brasil foi de R$ 1.845,25 em 2021, alta de 19,51% em relação ao ano de 2020, segundo informações da consultoria IDC.

Smartphone Galaxy S20, da Samsung, foi lançado em 2020 e já vinha com 5G Foto: AP Photo/Jeff Chiu

De acordo com Regina Botter, gerente geral da OLX, normalmente um celular seminovo na plataforma digital da empresa pode ter até 38% de redução de preço em relação a um item novo.

“Um item pode ter três ou quatro vidas úteis. Em média, nossos consumidores têm R$ 4 mil em produtos que não utilizam mais e podem ser comercializados como usados. Isso viabiliza tanto a compra de itens por preços menores para quem precisa quanto uma renda extra para quem tem algo a vender”, diz Botter.

Um item pode ter três ou quatro vidas úteis. Em média, nossos consumidores têm R$ 4 mil em produtos que não utilizam mais e podem ser comercializados como usados.”

Regina Botter, gerente geral da OLX

A OLX tem mais de 40 mil anúncios de celulares em sua plataforma de vendas, sendo que metade já é de smartphones compatíveis com o 5G.

Reinaldo Sakis, gerente de pesquisas de mercado da IDC, diz que, além do interesse em buscar um aparelho compatível com a nova rede de internet móvel, o brasileiro precisa gastar menos, o que leva à procura de celulares usados e mais baratos.

“A tendência de crescimento de vendas de celulares seminovos tem a ver com o momento nacional. O brasileiro não tem renda o suficiente para comprar um smartphone novo, mas ele é um produto necessário”, diz Sakis. Segundo pesquisa da IDC, o faturamento do mercado de smartphones usados no Brasil foi estimado em R$ 2,8 bilhões em 2021, com expectativa de atingir R$ 5 bilhões em 2024.

Quem quer seu celular usado

Listada na B3, a bolsa de valores brasileira, a Allied Tecnologia, que atua na distribuição de eletrônicos no País, aponta uma evolução consistente no gasto médio do consumidor para a compra de dispositivos. O número foi de R$ 750 no segundo trimestre, ante R$ 506 no mesmo período em 2021.

No fim do ano passado, a empresa anunciou a aquisição da Brused, uma empresa especializada na compra e venda de iPhones usados. Em junho, a empresa lançou um novo portal de comércio eletrônico chamado Trocafy.

Lá, a Allied venderá produtos de todas as marcas, especialmente, smartphones. O acervo é principalmente composto por iPhones, uma vez que a empresa é um das que estão por trás da operação do programa iPhone para sempre, que dá ao consumidor a possibilidade de pagar um valor mensal para ter um novo aparelho sem precisar comprá-lo.

A concorrente Trocafone também aproveita a onda de crescimento de smartphones seminovos diante do aumento da procura por produtos com 5G. Assim como a Trocafy, a empresa compra celulares dos usuários e faz uma reforma para revendê-los com certificação de qualidade e garantia.

“Já passamos pela migração para o 4G no passado. O que acontece nessas mudanças é que a maioria das operadoras quer migrar a base de clientes para a nova tecnologia. Nesse momento, eles oferecem aos clientes a possibilidade de trocar celular 4G por 5G. isso aumenta o número de aparelhos seminovos do inventário”, afirma Guille Freire, cofundador e CEO da companhia.

Sete a cada dez vendas da Trocafone são por meio do seu site, mas ela também faz incursões no varejo físico, com unidades em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador (Bahia). Neste ano, a empresa fez até um teste com vending machines para coleta de eletrônicos antigos. Em troca, o parceiro recebia desconto para fazer compras em um supermercado. O próximo passo da companhia é entrar em dois novos nichos de mercado: seguro e aluguel de celular.

Novos formatos e serviços

Para continuar a chamar a atenção do consumidor para smartphones novos, empresas como Samsung e Apple apostam em novos formatos de produtos e montam um ecossistema de software e hardware ao redor deles.

A Samsung acabou de lançar sua quarta linha de celulares com telas dobráveis, com a chegada do Galaxy Z Fold 4 e do Galaxy Z Flip 4. Já a Apple mantém a renovação anual do iPhone e vende um serviço de assinatura chamado Apple One que oferece streaming de música, vídeo e armazenamento na nuvem. As duas empresas também apostam em relógios inteligentes que se conectam aos smartphones e, em alguns casos, vendem até combos com celular e relógio.

Dicas de como comprar celular usado

1) Verifique a loja, fornecedor e fabricante

A recomendação da Anatel é que a loja, fornecedor e o fabricante sejam confiáveis, pois podem ser contatados em caso de problemas.

Caso tenha comprado um aparelho irregular, o consumidor está protegido pelo Código de Defesa do Consumidor. É recomendável ter a nota fiscal e o termo de garantia para ter os direitos garantidos. Saiba o que fazer nesses casos neste link.

2) Confira o número do IMEI

Pelo IMEI (Identificação Internacional de Equipamento Móvel, em português) é possível saber se há algum registro de impedimento no aparelho que pretende comprar, como restrições por roubo, furto ou extravio.

Para achar o número de IMEI do celular:

- procure na caixa original do celular;

- procure em um adesivo que fica atrás da bateria

- ligue para *#06# pelo celular

- Caso não tenha acesso à internet, é possível consultar o número do IMEI pela Central de Atendimento das Operadoras.

Depois, você pode consultar a situação do aparelho no site da Anatel, por este link.

Também é importante conferir se o número do IMEI que aparece na tela do celular é o mesmo número do IMEI que aparece na caixa do aparelho. Porém, celulares que utilizam mais de um SIM Card possuem um IMEI para cada chip, sendo necessário verificar cada um dos IMEIs, alerta a Anatel.

3) Verifique a certificação da Anatel

Além do IMEI, é importante conferir se o produto foi homologado pela Anatel e passou por todos os testes de qualidade e performance da agência.

O número está, normalmente, impresso na traseira do aparelho ou no manual de instruções e é composto por 12 dígitos. A verificação pode ser feita neste link.

4) Verifique avarias

É preciso verificar se as avarias, como telas quebradas, impedem o bom funcionamento do aparelho. Caso sim, o fornecedor responde pela venda de produtos impróprios para o consumo. Isso inclui produtos deteriorados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, ou aqueles em desacordo com as normas de fabricação, distribuição ou apresentação.

5) Verifique a saúde da bateria

A bateria é um dos aspectos que pode dar problema em um celular de segunda mão, alerta Guille Freire, CEO da Trocafone, que comercializa aparelhos seminovos. Na empresa, as baterias dos celulares passam por testes por um software específico.

Porém, uma maneira mais caseira de testar a bateria é carregá-la completamente e deixar o aparelho tocando uma música por um minuto. Se a queda da porcentagem de bateria for muito grande, pode ser um sinal de que a bateria não está boa, sugere Freire.

Existem, ainda, alguns aplicativos que podem medir a saúde da bateria, como o AccuBattery. No Iphone, há um recurso chamado « Saúde da Bateria », disponível em « Ajustes », que exibe informações sobre capacidade, desempenho máximo e se a bateria precisa de manutenção.

6) Faça testes da tela

Uma tela quebrada nem sempre significa que o aparelho está com problemas de funcionalidade. É importante mexer no celular para testar se a tela não apresenta outros tipos de problemas. Uma boa opção, diz Freire, é tirar uma foto e verificar se as cores estão aparecendo corretamente no aparelho.

7) Teste outras funcionalidades

Antes da compra de um celular de segunda mão, é recomendado testar as principais funcionalidades do aparelho. Confira as mais importantes:

  • Conectividade (Wi-Fi, Bluetooth e redes móveis)
  • Alto-falantes e microfone,
  • Câmera (fotos e vídeos)
  • Botões externos e da tela
  • Portas, como as do carregador e fone de ouvido

8) Confira a data de fabricação do aparelho

Celulares com mais de seis anos de vida tendem a dar mais problemas nas funcionalidades, afirma Freire. É recomendado comprar celulares mais novos para evitar transtornos. / COLABOROU JESSICA BRASIL SKROCH

Os celulares seminovos ganham espaço em 2022, impulsionados tanto pelo desejo de um aparelho compatível com a nova internet 5G quanto pela redução do poder de compra do brasileiro, que busca por alternativas aos smartphones que partem de R$ 1 mil e podem chegar a custar até R$ 15,5 mil.

Os celulares com 5G mais baratos do mercado na atualidade são o Galaxy M23, da Samsung, e o Xiaomi Redmi 9, ambos vendidos por até R$ 1.500. Em sites de produtos usados, é possível encontrar aparelhos com 5G com preços a partir de R$ 650, como o Moto G 5G, da Motorola.

O preço médio de venda da categoria de celulares no Brasil foi de R$ 1.845,25 em 2021, alta de 19,51% em relação ao ano de 2020, segundo informações da consultoria IDC.

Smartphone Galaxy S20, da Samsung, foi lançado em 2020 e já vinha com 5G Foto: AP Photo/Jeff Chiu

De acordo com Regina Botter, gerente geral da OLX, normalmente um celular seminovo na plataforma digital da empresa pode ter até 38% de redução de preço em relação a um item novo.

“Um item pode ter três ou quatro vidas úteis. Em média, nossos consumidores têm R$ 4 mil em produtos que não utilizam mais e podem ser comercializados como usados. Isso viabiliza tanto a compra de itens por preços menores para quem precisa quanto uma renda extra para quem tem algo a vender”, diz Botter.

Um item pode ter três ou quatro vidas úteis. Em média, nossos consumidores têm R$ 4 mil em produtos que não utilizam mais e podem ser comercializados como usados.”

Regina Botter, gerente geral da OLX

A OLX tem mais de 40 mil anúncios de celulares em sua plataforma de vendas, sendo que metade já é de smartphones compatíveis com o 5G.

Reinaldo Sakis, gerente de pesquisas de mercado da IDC, diz que, além do interesse em buscar um aparelho compatível com a nova rede de internet móvel, o brasileiro precisa gastar menos, o que leva à procura de celulares usados e mais baratos.

“A tendência de crescimento de vendas de celulares seminovos tem a ver com o momento nacional. O brasileiro não tem renda o suficiente para comprar um smartphone novo, mas ele é um produto necessário”, diz Sakis. Segundo pesquisa da IDC, o faturamento do mercado de smartphones usados no Brasil foi estimado em R$ 2,8 bilhões em 2021, com expectativa de atingir R$ 5 bilhões em 2024.

Quem quer seu celular usado

Listada na B3, a bolsa de valores brasileira, a Allied Tecnologia, que atua na distribuição de eletrônicos no País, aponta uma evolução consistente no gasto médio do consumidor para a compra de dispositivos. O número foi de R$ 750 no segundo trimestre, ante R$ 506 no mesmo período em 2021.

No fim do ano passado, a empresa anunciou a aquisição da Brused, uma empresa especializada na compra e venda de iPhones usados. Em junho, a empresa lançou um novo portal de comércio eletrônico chamado Trocafy.

Lá, a Allied venderá produtos de todas as marcas, especialmente, smartphones. O acervo é principalmente composto por iPhones, uma vez que a empresa é um das que estão por trás da operação do programa iPhone para sempre, que dá ao consumidor a possibilidade de pagar um valor mensal para ter um novo aparelho sem precisar comprá-lo.

A concorrente Trocafone também aproveita a onda de crescimento de smartphones seminovos diante do aumento da procura por produtos com 5G. Assim como a Trocafy, a empresa compra celulares dos usuários e faz uma reforma para revendê-los com certificação de qualidade e garantia.

“Já passamos pela migração para o 4G no passado. O que acontece nessas mudanças é que a maioria das operadoras quer migrar a base de clientes para a nova tecnologia. Nesse momento, eles oferecem aos clientes a possibilidade de trocar celular 4G por 5G. isso aumenta o número de aparelhos seminovos do inventário”, afirma Guille Freire, cofundador e CEO da companhia.

Sete a cada dez vendas da Trocafone são por meio do seu site, mas ela também faz incursões no varejo físico, com unidades em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador (Bahia). Neste ano, a empresa fez até um teste com vending machines para coleta de eletrônicos antigos. Em troca, o parceiro recebia desconto para fazer compras em um supermercado. O próximo passo da companhia é entrar em dois novos nichos de mercado: seguro e aluguel de celular.

Novos formatos e serviços

Para continuar a chamar a atenção do consumidor para smartphones novos, empresas como Samsung e Apple apostam em novos formatos de produtos e montam um ecossistema de software e hardware ao redor deles.

A Samsung acabou de lançar sua quarta linha de celulares com telas dobráveis, com a chegada do Galaxy Z Fold 4 e do Galaxy Z Flip 4. Já a Apple mantém a renovação anual do iPhone e vende um serviço de assinatura chamado Apple One que oferece streaming de música, vídeo e armazenamento na nuvem. As duas empresas também apostam em relógios inteligentes que se conectam aos smartphones e, em alguns casos, vendem até combos com celular e relógio.

Dicas de como comprar celular usado

1) Verifique a loja, fornecedor e fabricante

A recomendação da Anatel é que a loja, fornecedor e o fabricante sejam confiáveis, pois podem ser contatados em caso de problemas.

Caso tenha comprado um aparelho irregular, o consumidor está protegido pelo Código de Defesa do Consumidor. É recomendável ter a nota fiscal e o termo de garantia para ter os direitos garantidos. Saiba o que fazer nesses casos neste link.

2) Confira o número do IMEI

Pelo IMEI (Identificação Internacional de Equipamento Móvel, em português) é possível saber se há algum registro de impedimento no aparelho que pretende comprar, como restrições por roubo, furto ou extravio.

Para achar o número de IMEI do celular:

- procure na caixa original do celular;

- procure em um adesivo que fica atrás da bateria

- ligue para *#06# pelo celular

- Caso não tenha acesso à internet, é possível consultar o número do IMEI pela Central de Atendimento das Operadoras.

Depois, você pode consultar a situação do aparelho no site da Anatel, por este link.

Também é importante conferir se o número do IMEI que aparece na tela do celular é o mesmo número do IMEI que aparece na caixa do aparelho. Porém, celulares que utilizam mais de um SIM Card possuem um IMEI para cada chip, sendo necessário verificar cada um dos IMEIs, alerta a Anatel.

3) Verifique a certificação da Anatel

Além do IMEI, é importante conferir se o produto foi homologado pela Anatel e passou por todos os testes de qualidade e performance da agência.

O número está, normalmente, impresso na traseira do aparelho ou no manual de instruções e é composto por 12 dígitos. A verificação pode ser feita neste link.

4) Verifique avarias

É preciso verificar se as avarias, como telas quebradas, impedem o bom funcionamento do aparelho. Caso sim, o fornecedor responde pela venda de produtos impróprios para o consumo. Isso inclui produtos deteriorados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, ou aqueles em desacordo com as normas de fabricação, distribuição ou apresentação.

5) Verifique a saúde da bateria

A bateria é um dos aspectos que pode dar problema em um celular de segunda mão, alerta Guille Freire, CEO da Trocafone, que comercializa aparelhos seminovos. Na empresa, as baterias dos celulares passam por testes por um software específico.

Porém, uma maneira mais caseira de testar a bateria é carregá-la completamente e deixar o aparelho tocando uma música por um minuto. Se a queda da porcentagem de bateria for muito grande, pode ser um sinal de que a bateria não está boa, sugere Freire.

Existem, ainda, alguns aplicativos que podem medir a saúde da bateria, como o AccuBattery. No Iphone, há um recurso chamado « Saúde da Bateria », disponível em « Ajustes », que exibe informações sobre capacidade, desempenho máximo e se a bateria precisa de manutenção.

6) Faça testes da tela

Uma tela quebrada nem sempre significa que o aparelho está com problemas de funcionalidade. É importante mexer no celular para testar se a tela não apresenta outros tipos de problemas. Uma boa opção, diz Freire, é tirar uma foto e verificar se as cores estão aparecendo corretamente no aparelho.

7) Teste outras funcionalidades

Antes da compra de um celular de segunda mão, é recomendado testar as principais funcionalidades do aparelho. Confira as mais importantes:

  • Conectividade (Wi-Fi, Bluetooth e redes móveis)
  • Alto-falantes e microfone,
  • Câmera (fotos e vídeos)
  • Botões externos e da tela
  • Portas, como as do carregador e fone de ouvido

8) Confira a data de fabricação do aparelho

Celulares com mais de seis anos de vida tendem a dar mais problemas nas funcionalidades, afirma Freire. É recomendado comprar celulares mais novos para evitar transtornos. / COLABOROU JESSICA BRASIL SKROCH

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