Adolpho Lindenberg, o empresário que convenceu a elite a morar em apartamentos


Fundador da construtora Lindenberg, que faria 100 anos nesta segunda-feira, deu início ao movimento de ‘mansões sobrepostas’ e apostou em estilo neoclássico que conquistou o mercado

Por Lucas Agrela

Com um estilo neoclássico inconfundível, Adolpho Lindenberg é reconhecido como um empreendedor pioneiro no mercado imobiliário. Fundada há 70 anos, em 1954, sua construtora iniciou o movimento de levar o público de alta renda das casas para os condomínios verticais. O empresário, que faria 100 anos nesta segunda-feira, 3 de junho, faleceu no último dia 2 de maio, deixando o legado nas mãos do filho, que lidera a empresa.

Engenheiro e arquiteto formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Lindenberg se recusava a criar empreendimentos que fossem apenas bonitos por fora. A trajetória de sucesso começou numa despretensiosa salinha na Rua Quintino Bocaiúva, perto da Praça da Sé, no coração de São Paulo. Os primeiros projetos foram casas amplas, de dois andares, com estilo colonial, que ficavam próximas ao Parque do Ibirapuera. Com o dinheiro arrecadado, construiu mais casas, que ele mesmo vendia em plantões de fim de semana, acompanhado pela então esposa Thereza.

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Adolpho Lindenberg faria 100 anos nesta segunda-feira, 3 de junho Foto: Tiago Queiroz/Estadão

O escritório de engenharia seria transformado na Construtora Adolpho Lindenberg, em sociedade com Alberto Du Plessis e Plínio Vidigal. Como os terrenos para projetos de casas se tornavam escassos, a companhia lançou seu primeiro condomínio residencial vertical em janeiro de 1960.

O movimento deu início ao conceito de mansões sobrepostas, atendendo à necessidade por espaço das famílias de classes altas que buscavam, além de moradia, mais segurança do que a das casas. Com isso, convenceu a elite paulista a morar em prédios. A estratégia foi um sucesso. O padrão visual dos edifícios tinha estilo neoclássico, que passou a dominar 60% dos projetos imobiliários de alto padrão da época.

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O presidente do Secovi-SP, Rodrigo Luna, diz que Adolpho Lindenberg foi o visionário que construiu o primeiro flat em São Paulo e revigorou o estilo neoclássico nos seus 700 empreendimentos imobiliários. “Um homem de princípios que sempre praticou o que colocou no papel: realizar sonhos e transformar o espaço urbano através da arquitetura atemporal”, disse.

Saída contra a inflação

Nos anos 1970, a Lindenberg já tinha mais de 140 projetos em execução e lançou empreendimentos imobiliários em outros países, como Chile, Paraguai e Portugal. Na mesma década, a empresa lançou o primeiro flat, nos Jardins (SP), com piscinas privativas no terraço do prédio. Indo além do residencial, a Lindenberg também passou a executar projetos de hotéis e de indústrias, como o Casa Grande Hotel Guarujá, Avon e Petrobras.

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Edifício em estilo neoclássico da Lindenberg em Higienópolis  Foto: Valéria Gonçalvez/Estadão

Para sobreviver ao período de descontrole da inflação nos anos 1980, a companhia passou a adotar o Sistema de Preço de Custo, que tinha parcelas reajustadas pela alta dos preços e pelo dólar, o que lhe deu caixa para manter a continuidade das obras. Nessa fase, se viu obrigada a mudar o modelo de negócios. Passou a criar projetos imobiliários em novos bairros, como Morumbi, Panamby e às margens do rio Pinheiros, eixo comercial ascendente na cidade.

Adolpho Lindenberg Filho, hoje CEO da companhia, diz que seu pai soube reconhecer os sonhos e as necessidades da sociedade da época. “Com isso, ele conseguiu transformar os imóveis, os prédios, em objetos de desejo e isso fez a empresa crescer muito. A outra preocupação dele sempre foi com a qualidade da execução dos projetos. Por isso, hoje, existem apartamentos da Lindenberg que têm 40 ou 50 anos e custam R$ 30 mil o m². Era uma preocupação de que o apartamento durasse 40 anos e estivesse do mesmo jeito que um novo”, afirma.

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Foi nessa época que a Lindenberg lançou um dos seus prédios mais emblemáticos. Em 1984, o Condomínio Penthouse, no número 3891 da Avenida Giovanni Gronchi, no Morumbi, chegou ao mercado, com 13 apartamentos de 355 m², piscinas nas sacadas e um duplex na cobertura. A vista era para a comunidade Paraisópolis, mostrando a dicotomia entre o luxo e a pobreza da capital paulista. O edifício, hoje com sinais de abandono dos proprietários, era onde morava a personagem conhecida como “Bonitona do Morumbi”, interpretada pela atriz Natália do Vale na novela da Rede Globo A Próxima Vítima, de 1995.

Condomínio Penthouse, no Morumbi, foi construído pela Lindenberg; sacadas com piscinas privativas contrastam com a comunidade Paraisópolis Foto: Sebastiao Moreira/Estadão

Público

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O diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), Valter Caldana, diz que, apesar de o estilo neoclássico adotado nas construções da empresa, especialmente nos anos 1970, não estar alinhado às tendências globais de design da época, a empresa conseguiu encontrar um público consumidor e criou um novo segmento de mercado que perdura até hoje: os apartamentos para endinheirados.

“A Lindenberg e o Adolpho foram pioneiros numa maneira de lidar com o mercado imobiliário, transformando os lançamentos em produtos organizados e não artesanais. Ele abriu a porta para um conceito de industrialização, não da obra em si, mas do segmento, da indústria da construção, criando um segmento. Isso aconteceu no fim da década de 50 e foi uma contribuição muito importante. Até então, tínhamos isso começando, com Matarazzo e o pessoal de Higienópolis. Lindenberg deu um passo a mais”, diz. Caldana afirma ainda que, apesar da qualidade dos projetos, nem todos envelheceram tão bem, a exemplo do Penthouse.

Nos anos 1990, a Lindenberg passou a se adequar a uma demanda de mercado que ainda perdura até os dias atuais: obras em ritmo acelerado e apartamentos menores, em busca da redução do preço por metro quadrado do imóvel. A personalização das plantas passa a ser apenas para os empreendimentos de altíssimo padrão.

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No início dos anos 2000, a construtora se associou ao Grupo LDI, holding com empresas de incorporação e construção (CAL), comercialização e gestão de vendas dos seus imóveis (LindenHouse), urbanismo (LPU) e desenvolvimento e administração de shopping centers (REP). Nessa fase, a empresa lançou o maior apartamento de São Paulo da época em termos de área privativa, com 1.223 m². A companhia também realizou projetos residenciais junto com a Eztec, em cidades como Guarulhos, Osasco e Santo André. Nos anos 2010, o empreendimento Lindenberg Timboril foi premiado como caso de sucesso de vendas no mercado de alto padrão do interior de São Paulo.

A associação com o Grupo LDI chegou ao fim em 2019 e a Lindenberg traçou um plano de retomada nos lançamentos de imóveis residenciais, aumentando gradativamente o número de projetos e de vendas. Em 2022, associou-se em uma joint venture com a Eztec para o lançamento de empreendimentos residenciais tanto para classe média-alta quanto para a alta renda. Já foram lançados, por exemplo, o Lindenberg Ibirapuera e o Vista Brooklin.

“Adolpho Lindenberg era um gentleman, um arquiteto empreendedor de qualidade ímpar. Deixou um legado de empreendimentos icônicos na cidade de São Paulo”, afirma Marcos Lopes, presidente do Grupo Lopes.

Para o presidente da Abrainc, Luiz França, as contribuições transformadoras de Lindenberg ao ramo imobiliário reverberarão para sempre. “Com uma carreira que abrangeu décadas, Adolpho Lindenberg foi um pioneiro arquiteto de sonhos e construiu mais do que edifícios, produziu lares. Sua paixão pela excelência e compromisso com a qualidade estabeleceram novos padrões na indústria da construção, inspirando outros a seguirem seus passos”, disse.

Com um estilo neoclássico inconfundível, Adolpho Lindenberg é reconhecido como um empreendedor pioneiro no mercado imobiliário. Fundada há 70 anos, em 1954, sua construtora iniciou o movimento de levar o público de alta renda das casas para os condomínios verticais. O empresário, que faria 100 anos nesta segunda-feira, 3 de junho, faleceu no último dia 2 de maio, deixando o legado nas mãos do filho, que lidera a empresa.

Engenheiro e arquiteto formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Lindenberg se recusava a criar empreendimentos que fossem apenas bonitos por fora. A trajetória de sucesso começou numa despretensiosa salinha na Rua Quintino Bocaiúva, perto da Praça da Sé, no coração de São Paulo. Os primeiros projetos foram casas amplas, de dois andares, com estilo colonial, que ficavam próximas ao Parque do Ibirapuera. Com o dinheiro arrecadado, construiu mais casas, que ele mesmo vendia em plantões de fim de semana, acompanhado pela então esposa Thereza.

Adolpho Lindenberg faria 100 anos nesta segunda-feira, 3 de junho Foto: Tiago Queiroz/Estadão

O escritório de engenharia seria transformado na Construtora Adolpho Lindenberg, em sociedade com Alberto Du Plessis e Plínio Vidigal. Como os terrenos para projetos de casas se tornavam escassos, a companhia lançou seu primeiro condomínio residencial vertical em janeiro de 1960.

O movimento deu início ao conceito de mansões sobrepostas, atendendo à necessidade por espaço das famílias de classes altas que buscavam, além de moradia, mais segurança do que a das casas. Com isso, convenceu a elite paulista a morar em prédios. A estratégia foi um sucesso. O padrão visual dos edifícios tinha estilo neoclássico, que passou a dominar 60% dos projetos imobiliários de alto padrão da época.

O presidente do Secovi-SP, Rodrigo Luna, diz que Adolpho Lindenberg foi o visionário que construiu o primeiro flat em São Paulo e revigorou o estilo neoclássico nos seus 700 empreendimentos imobiliários. “Um homem de princípios que sempre praticou o que colocou no papel: realizar sonhos e transformar o espaço urbano através da arquitetura atemporal”, disse.

Saída contra a inflação

Nos anos 1970, a Lindenberg já tinha mais de 140 projetos em execução e lançou empreendimentos imobiliários em outros países, como Chile, Paraguai e Portugal. Na mesma década, a empresa lançou o primeiro flat, nos Jardins (SP), com piscinas privativas no terraço do prédio. Indo além do residencial, a Lindenberg também passou a executar projetos de hotéis e de indústrias, como o Casa Grande Hotel Guarujá, Avon e Petrobras.

Edifício em estilo neoclássico da Lindenberg em Higienópolis  Foto: Valéria Gonçalvez/Estadão

Para sobreviver ao período de descontrole da inflação nos anos 1980, a companhia passou a adotar o Sistema de Preço de Custo, que tinha parcelas reajustadas pela alta dos preços e pelo dólar, o que lhe deu caixa para manter a continuidade das obras. Nessa fase, se viu obrigada a mudar o modelo de negócios. Passou a criar projetos imobiliários em novos bairros, como Morumbi, Panamby e às margens do rio Pinheiros, eixo comercial ascendente na cidade.

Adolpho Lindenberg Filho, hoje CEO da companhia, diz que seu pai soube reconhecer os sonhos e as necessidades da sociedade da época. “Com isso, ele conseguiu transformar os imóveis, os prédios, em objetos de desejo e isso fez a empresa crescer muito. A outra preocupação dele sempre foi com a qualidade da execução dos projetos. Por isso, hoje, existem apartamentos da Lindenberg que têm 40 ou 50 anos e custam R$ 30 mil o m². Era uma preocupação de que o apartamento durasse 40 anos e estivesse do mesmo jeito que um novo”, afirma.

Foi nessa época que a Lindenberg lançou um dos seus prédios mais emblemáticos. Em 1984, o Condomínio Penthouse, no número 3891 da Avenida Giovanni Gronchi, no Morumbi, chegou ao mercado, com 13 apartamentos de 355 m², piscinas nas sacadas e um duplex na cobertura. A vista era para a comunidade Paraisópolis, mostrando a dicotomia entre o luxo e a pobreza da capital paulista. O edifício, hoje com sinais de abandono dos proprietários, era onde morava a personagem conhecida como “Bonitona do Morumbi”, interpretada pela atriz Natália do Vale na novela da Rede Globo A Próxima Vítima, de 1995.

Condomínio Penthouse, no Morumbi, foi construído pela Lindenberg; sacadas com piscinas privativas contrastam com a comunidade Paraisópolis Foto: Sebastiao Moreira/Estadão

Público

O diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), Valter Caldana, diz que, apesar de o estilo neoclássico adotado nas construções da empresa, especialmente nos anos 1970, não estar alinhado às tendências globais de design da época, a empresa conseguiu encontrar um público consumidor e criou um novo segmento de mercado que perdura até hoje: os apartamentos para endinheirados.

“A Lindenberg e o Adolpho foram pioneiros numa maneira de lidar com o mercado imobiliário, transformando os lançamentos em produtos organizados e não artesanais. Ele abriu a porta para um conceito de industrialização, não da obra em si, mas do segmento, da indústria da construção, criando um segmento. Isso aconteceu no fim da década de 50 e foi uma contribuição muito importante. Até então, tínhamos isso começando, com Matarazzo e o pessoal de Higienópolis. Lindenberg deu um passo a mais”, diz. Caldana afirma ainda que, apesar da qualidade dos projetos, nem todos envelheceram tão bem, a exemplo do Penthouse.

Nos anos 1990, a Lindenberg passou a se adequar a uma demanda de mercado que ainda perdura até os dias atuais: obras em ritmo acelerado e apartamentos menores, em busca da redução do preço por metro quadrado do imóvel. A personalização das plantas passa a ser apenas para os empreendimentos de altíssimo padrão.

No início dos anos 2000, a construtora se associou ao Grupo LDI, holding com empresas de incorporação e construção (CAL), comercialização e gestão de vendas dos seus imóveis (LindenHouse), urbanismo (LPU) e desenvolvimento e administração de shopping centers (REP). Nessa fase, a empresa lançou o maior apartamento de São Paulo da época em termos de área privativa, com 1.223 m². A companhia também realizou projetos residenciais junto com a Eztec, em cidades como Guarulhos, Osasco e Santo André. Nos anos 2010, o empreendimento Lindenberg Timboril foi premiado como caso de sucesso de vendas no mercado de alto padrão do interior de São Paulo.

A associação com o Grupo LDI chegou ao fim em 2019 e a Lindenberg traçou um plano de retomada nos lançamentos de imóveis residenciais, aumentando gradativamente o número de projetos e de vendas. Em 2022, associou-se em uma joint venture com a Eztec para o lançamento de empreendimentos residenciais tanto para classe média-alta quanto para a alta renda. Já foram lançados, por exemplo, o Lindenberg Ibirapuera e o Vista Brooklin.

“Adolpho Lindenberg era um gentleman, um arquiteto empreendedor de qualidade ímpar. Deixou um legado de empreendimentos icônicos na cidade de São Paulo”, afirma Marcos Lopes, presidente do Grupo Lopes.

Para o presidente da Abrainc, Luiz França, as contribuições transformadoras de Lindenberg ao ramo imobiliário reverberarão para sempre. “Com uma carreira que abrangeu décadas, Adolpho Lindenberg foi um pioneiro arquiteto de sonhos e construiu mais do que edifícios, produziu lares. Sua paixão pela excelência e compromisso com a qualidade estabeleceram novos padrões na indústria da construção, inspirando outros a seguirem seus passos”, disse.

Com um estilo neoclássico inconfundível, Adolpho Lindenberg é reconhecido como um empreendedor pioneiro no mercado imobiliário. Fundada há 70 anos, em 1954, sua construtora iniciou o movimento de levar o público de alta renda das casas para os condomínios verticais. O empresário, que faria 100 anos nesta segunda-feira, 3 de junho, faleceu no último dia 2 de maio, deixando o legado nas mãos do filho, que lidera a empresa.

Engenheiro e arquiteto formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Lindenberg se recusava a criar empreendimentos que fossem apenas bonitos por fora. A trajetória de sucesso começou numa despretensiosa salinha na Rua Quintino Bocaiúva, perto da Praça da Sé, no coração de São Paulo. Os primeiros projetos foram casas amplas, de dois andares, com estilo colonial, que ficavam próximas ao Parque do Ibirapuera. Com o dinheiro arrecadado, construiu mais casas, que ele mesmo vendia em plantões de fim de semana, acompanhado pela então esposa Thereza.

Adolpho Lindenberg faria 100 anos nesta segunda-feira, 3 de junho Foto: Tiago Queiroz/Estadão

O escritório de engenharia seria transformado na Construtora Adolpho Lindenberg, em sociedade com Alberto Du Plessis e Plínio Vidigal. Como os terrenos para projetos de casas se tornavam escassos, a companhia lançou seu primeiro condomínio residencial vertical em janeiro de 1960.

O movimento deu início ao conceito de mansões sobrepostas, atendendo à necessidade por espaço das famílias de classes altas que buscavam, além de moradia, mais segurança do que a das casas. Com isso, convenceu a elite paulista a morar em prédios. A estratégia foi um sucesso. O padrão visual dos edifícios tinha estilo neoclássico, que passou a dominar 60% dos projetos imobiliários de alto padrão da época.

O presidente do Secovi-SP, Rodrigo Luna, diz que Adolpho Lindenberg foi o visionário que construiu o primeiro flat em São Paulo e revigorou o estilo neoclássico nos seus 700 empreendimentos imobiliários. “Um homem de princípios que sempre praticou o que colocou no papel: realizar sonhos e transformar o espaço urbano através da arquitetura atemporal”, disse.

Saída contra a inflação

Nos anos 1970, a Lindenberg já tinha mais de 140 projetos em execução e lançou empreendimentos imobiliários em outros países, como Chile, Paraguai e Portugal. Na mesma década, a empresa lançou o primeiro flat, nos Jardins (SP), com piscinas privativas no terraço do prédio. Indo além do residencial, a Lindenberg também passou a executar projetos de hotéis e de indústrias, como o Casa Grande Hotel Guarujá, Avon e Petrobras.

Edifício em estilo neoclássico da Lindenberg em Higienópolis  Foto: Valéria Gonçalvez/Estadão

Para sobreviver ao período de descontrole da inflação nos anos 1980, a companhia passou a adotar o Sistema de Preço de Custo, que tinha parcelas reajustadas pela alta dos preços e pelo dólar, o que lhe deu caixa para manter a continuidade das obras. Nessa fase, se viu obrigada a mudar o modelo de negócios. Passou a criar projetos imobiliários em novos bairros, como Morumbi, Panamby e às margens do rio Pinheiros, eixo comercial ascendente na cidade.

Adolpho Lindenberg Filho, hoje CEO da companhia, diz que seu pai soube reconhecer os sonhos e as necessidades da sociedade da época. “Com isso, ele conseguiu transformar os imóveis, os prédios, em objetos de desejo e isso fez a empresa crescer muito. A outra preocupação dele sempre foi com a qualidade da execução dos projetos. Por isso, hoje, existem apartamentos da Lindenberg que têm 40 ou 50 anos e custam R$ 30 mil o m². Era uma preocupação de que o apartamento durasse 40 anos e estivesse do mesmo jeito que um novo”, afirma.

Foi nessa época que a Lindenberg lançou um dos seus prédios mais emblemáticos. Em 1984, o Condomínio Penthouse, no número 3891 da Avenida Giovanni Gronchi, no Morumbi, chegou ao mercado, com 13 apartamentos de 355 m², piscinas nas sacadas e um duplex na cobertura. A vista era para a comunidade Paraisópolis, mostrando a dicotomia entre o luxo e a pobreza da capital paulista. O edifício, hoje com sinais de abandono dos proprietários, era onde morava a personagem conhecida como “Bonitona do Morumbi”, interpretada pela atriz Natália do Vale na novela da Rede Globo A Próxima Vítima, de 1995.

Condomínio Penthouse, no Morumbi, foi construído pela Lindenberg; sacadas com piscinas privativas contrastam com a comunidade Paraisópolis Foto: Sebastiao Moreira/Estadão

Público

O diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), Valter Caldana, diz que, apesar de o estilo neoclássico adotado nas construções da empresa, especialmente nos anos 1970, não estar alinhado às tendências globais de design da época, a empresa conseguiu encontrar um público consumidor e criou um novo segmento de mercado que perdura até hoje: os apartamentos para endinheirados.

“A Lindenberg e o Adolpho foram pioneiros numa maneira de lidar com o mercado imobiliário, transformando os lançamentos em produtos organizados e não artesanais. Ele abriu a porta para um conceito de industrialização, não da obra em si, mas do segmento, da indústria da construção, criando um segmento. Isso aconteceu no fim da década de 50 e foi uma contribuição muito importante. Até então, tínhamos isso começando, com Matarazzo e o pessoal de Higienópolis. Lindenberg deu um passo a mais”, diz. Caldana afirma ainda que, apesar da qualidade dos projetos, nem todos envelheceram tão bem, a exemplo do Penthouse.

Nos anos 1990, a Lindenberg passou a se adequar a uma demanda de mercado que ainda perdura até os dias atuais: obras em ritmo acelerado e apartamentos menores, em busca da redução do preço por metro quadrado do imóvel. A personalização das plantas passa a ser apenas para os empreendimentos de altíssimo padrão.

No início dos anos 2000, a construtora se associou ao Grupo LDI, holding com empresas de incorporação e construção (CAL), comercialização e gestão de vendas dos seus imóveis (LindenHouse), urbanismo (LPU) e desenvolvimento e administração de shopping centers (REP). Nessa fase, a empresa lançou o maior apartamento de São Paulo da época em termos de área privativa, com 1.223 m². A companhia também realizou projetos residenciais junto com a Eztec, em cidades como Guarulhos, Osasco e Santo André. Nos anos 2010, o empreendimento Lindenberg Timboril foi premiado como caso de sucesso de vendas no mercado de alto padrão do interior de São Paulo.

A associação com o Grupo LDI chegou ao fim em 2019 e a Lindenberg traçou um plano de retomada nos lançamentos de imóveis residenciais, aumentando gradativamente o número de projetos e de vendas. Em 2022, associou-se em uma joint venture com a Eztec para o lançamento de empreendimentos residenciais tanto para classe média-alta quanto para a alta renda. Já foram lançados, por exemplo, o Lindenberg Ibirapuera e o Vista Brooklin.

“Adolpho Lindenberg era um gentleman, um arquiteto empreendedor de qualidade ímpar. Deixou um legado de empreendimentos icônicos na cidade de São Paulo”, afirma Marcos Lopes, presidente do Grupo Lopes.

Para o presidente da Abrainc, Luiz França, as contribuições transformadoras de Lindenberg ao ramo imobiliário reverberarão para sempre. “Com uma carreira que abrangeu décadas, Adolpho Lindenberg foi um pioneiro arquiteto de sonhos e construiu mais do que edifícios, produziu lares. Sua paixão pela excelência e compromisso com a qualidade estabeleceram novos padrões na indústria da construção, inspirando outros a seguirem seus passos”, disse.

Com um estilo neoclássico inconfundível, Adolpho Lindenberg é reconhecido como um empreendedor pioneiro no mercado imobiliário. Fundada há 70 anos, em 1954, sua construtora iniciou o movimento de levar o público de alta renda das casas para os condomínios verticais. O empresário, que faria 100 anos nesta segunda-feira, 3 de junho, faleceu no último dia 2 de maio, deixando o legado nas mãos do filho, que lidera a empresa.

Engenheiro e arquiteto formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Lindenberg se recusava a criar empreendimentos que fossem apenas bonitos por fora. A trajetória de sucesso começou numa despretensiosa salinha na Rua Quintino Bocaiúva, perto da Praça da Sé, no coração de São Paulo. Os primeiros projetos foram casas amplas, de dois andares, com estilo colonial, que ficavam próximas ao Parque do Ibirapuera. Com o dinheiro arrecadado, construiu mais casas, que ele mesmo vendia em plantões de fim de semana, acompanhado pela então esposa Thereza.

Adolpho Lindenberg faria 100 anos nesta segunda-feira, 3 de junho Foto: Tiago Queiroz/Estadão

O escritório de engenharia seria transformado na Construtora Adolpho Lindenberg, em sociedade com Alberto Du Plessis e Plínio Vidigal. Como os terrenos para projetos de casas se tornavam escassos, a companhia lançou seu primeiro condomínio residencial vertical em janeiro de 1960.

O movimento deu início ao conceito de mansões sobrepostas, atendendo à necessidade por espaço das famílias de classes altas que buscavam, além de moradia, mais segurança do que a das casas. Com isso, convenceu a elite paulista a morar em prédios. A estratégia foi um sucesso. O padrão visual dos edifícios tinha estilo neoclássico, que passou a dominar 60% dos projetos imobiliários de alto padrão da época.

O presidente do Secovi-SP, Rodrigo Luna, diz que Adolpho Lindenberg foi o visionário que construiu o primeiro flat em São Paulo e revigorou o estilo neoclássico nos seus 700 empreendimentos imobiliários. “Um homem de princípios que sempre praticou o que colocou no papel: realizar sonhos e transformar o espaço urbano através da arquitetura atemporal”, disse.

Saída contra a inflação

Nos anos 1970, a Lindenberg já tinha mais de 140 projetos em execução e lançou empreendimentos imobiliários em outros países, como Chile, Paraguai e Portugal. Na mesma década, a empresa lançou o primeiro flat, nos Jardins (SP), com piscinas privativas no terraço do prédio. Indo além do residencial, a Lindenberg também passou a executar projetos de hotéis e de indústrias, como o Casa Grande Hotel Guarujá, Avon e Petrobras.

Edifício em estilo neoclássico da Lindenberg em Higienópolis  Foto: Valéria Gonçalvez/Estadão

Para sobreviver ao período de descontrole da inflação nos anos 1980, a companhia passou a adotar o Sistema de Preço de Custo, que tinha parcelas reajustadas pela alta dos preços e pelo dólar, o que lhe deu caixa para manter a continuidade das obras. Nessa fase, se viu obrigada a mudar o modelo de negócios. Passou a criar projetos imobiliários em novos bairros, como Morumbi, Panamby e às margens do rio Pinheiros, eixo comercial ascendente na cidade.

Adolpho Lindenberg Filho, hoje CEO da companhia, diz que seu pai soube reconhecer os sonhos e as necessidades da sociedade da época. “Com isso, ele conseguiu transformar os imóveis, os prédios, em objetos de desejo e isso fez a empresa crescer muito. A outra preocupação dele sempre foi com a qualidade da execução dos projetos. Por isso, hoje, existem apartamentos da Lindenberg que têm 40 ou 50 anos e custam R$ 30 mil o m². Era uma preocupação de que o apartamento durasse 40 anos e estivesse do mesmo jeito que um novo”, afirma.

Foi nessa época que a Lindenberg lançou um dos seus prédios mais emblemáticos. Em 1984, o Condomínio Penthouse, no número 3891 da Avenida Giovanni Gronchi, no Morumbi, chegou ao mercado, com 13 apartamentos de 355 m², piscinas nas sacadas e um duplex na cobertura. A vista era para a comunidade Paraisópolis, mostrando a dicotomia entre o luxo e a pobreza da capital paulista. O edifício, hoje com sinais de abandono dos proprietários, era onde morava a personagem conhecida como “Bonitona do Morumbi”, interpretada pela atriz Natália do Vale na novela da Rede Globo A Próxima Vítima, de 1995.

Condomínio Penthouse, no Morumbi, foi construído pela Lindenberg; sacadas com piscinas privativas contrastam com a comunidade Paraisópolis Foto: Sebastiao Moreira/Estadão

Público

O diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), Valter Caldana, diz que, apesar de o estilo neoclássico adotado nas construções da empresa, especialmente nos anos 1970, não estar alinhado às tendências globais de design da época, a empresa conseguiu encontrar um público consumidor e criou um novo segmento de mercado que perdura até hoje: os apartamentos para endinheirados.

“A Lindenberg e o Adolpho foram pioneiros numa maneira de lidar com o mercado imobiliário, transformando os lançamentos em produtos organizados e não artesanais. Ele abriu a porta para um conceito de industrialização, não da obra em si, mas do segmento, da indústria da construção, criando um segmento. Isso aconteceu no fim da década de 50 e foi uma contribuição muito importante. Até então, tínhamos isso começando, com Matarazzo e o pessoal de Higienópolis. Lindenberg deu um passo a mais”, diz. Caldana afirma ainda que, apesar da qualidade dos projetos, nem todos envelheceram tão bem, a exemplo do Penthouse.

Nos anos 1990, a Lindenberg passou a se adequar a uma demanda de mercado que ainda perdura até os dias atuais: obras em ritmo acelerado e apartamentos menores, em busca da redução do preço por metro quadrado do imóvel. A personalização das plantas passa a ser apenas para os empreendimentos de altíssimo padrão.

No início dos anos 2000, a construtora se associou ao Grupo LDI, holding com empresas de incorporação e construção (CAL), comercialização e gestão de vendas dos seus imóveis (LindenHouse), urbanismo (LPU) e desenvolvimento e administração de shopping centers (REP). Nessa fase, a empresa lançou o maior apartamento de São Paulo da época em termos de área privativa, com 1.223 m². A companhia também realizou projetos residenciais junto com a Eztec, em cidades como Guarulhos, Osasco e Santo André. Nos anos 2010, o empreendimento Lindenberg Timboril foi premiado como caso de sucesso de vendas no mercado de alto padrão do interior de São Paulo.

A associação com o Grupo LDI chegou ao fim em 2019 e a Lindenberg traçou um plano de retomada nos lançamentos de imóveis residenciais, aumentando gradativamente o número de projetos e de vendas. Em 2022, associou-se em uma joint venture com a Eztec para o lançamento de empreendimentos residenciais tanto para classe média-alta quanto para a alta renda. Já foram lançados, por exemplo, o Lindenberg Ibirapuera e o Vista Brooklin.

“Adolpho Lindenberg era um gentleman, um arquiteto empreendedor de qualidade ímpar. Deixou um legado de empreendimentos icônicos na cidade de São Paulo”, afirma Marcos Lopes, presidente do Grupo Lopes.

Para o presidente da Abrainc, Luiz França, as contribuições transformadoras de Lindenberg ao ramo imobiliário reverberarão para sempre. “Com uma carreira que abrangeu décadas, Adolpho Lindenberg foi um pioneiro arquiteto de sonhos e construiu mais do que edifícios, produziu lares. Sua paixão pela excelência e compromisso com a qualidade estabeleceram novos padrões na indústria da construção, inspirando outros a seguirem seus passos”, disse.

Com um estilo neoclássico inconfundível, Adolpho Lindenberg é reconhecido como um empreendedor pioneiro no mercado imobiliário. Fundada há 70 anos, em 1954, sua construtora iniciou o movimento de levar o público de alta renda das casas para os condomínios verticais. O empresário, que faria 100 anos nesta segunda-feira, 3 de junho, faleceu no último dia 2 de maio, deixando o legado nas mãos do filho, que lidera a empresa.

Engenheiro e arquiteto formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Lindenberg se recusava a criar empreendimentos que fossem apenas bonitos por fora. A trajetória de sucesso começou numa despretensiosa salinha na Rua Quintino Bocaiúva, perto da Praça da Sé, no coração de São Paulo. Os primeiros projetos foram casas amplas, de dois andares, com estilo colonial, que ficavam próximas ao Parque do Ibirapuera. Com o dinheiro arrecadado, construiu mais casas, que ele mesmo vendia em plantões de fim de semana, acompanhado pela então esposa Thereza.

Adolpho Lindenberg faria 100 anos nesta segunda-feira, 3 de junho Foto: Tiago Queiroz/Estadão

O escritório de engenharia seria transformado na Construtora Adolpho Lindenberg, em sociedade com Alberto Du Plessis e Plínio Vidigal. Como os terrenos para projetos de casas se tornavam escassos, a companhia lançou seu primeiro condomínio residencial vertical em janeiro de 1960.

O movimento deu início ao conceito de mansões sobrepostas, atendendo à necessidade por espaço das famílias de classes altas que buscavam, além de moradia, mais segurança do que a das casas. Com isso, convenceu a elite paulista a morar em prédios. A estratégia foi um sucesso. O padrão visual dos edifícios tinha estilo neoclássico, que passou a dominar 60% dos projetos imobiliários de alto padrão da época.

O presidente do Secovi-SP, Rodrigo Luna, diz que Adolpho Lindenberg foi o visionário que construiu o primeiro flat em São Paulo e revigorou o estilo neoclássico nos seus 700 empreendimentos imobiliários. “Um homem de princípios que sempre praticou o que colocou no papel: realizar sonhos e transformar o espaço urbano através da arquitetura atemporal”, disse.

Saída contra a inflação

Nos anos 1970, a Lindenberg já tinha mais de 140 projetos em execução e lançou empreendimentos imobiliários em outros países, como Chile, Paraguai e Portugal. Na mesma década, a empresa lançou o primeiro flat, nos Jardins (SP), com piscinas privativas no terraço do prédio. Indo além do residencial, a Lindenberg também passou a executar projetos de hotéis e de indústrias, como o Casa Grande Hotel Guarujá, Avon e Petrobras.

Edifício em estilo neoclássico da Lindenberg em Higienópolis  Foto: Valéria Gonçalvez/Estadão

Para sobreviver ao período de descontrole da inflação nos anos 1980, a companhia passou a adotar o Sistema de Preço de Custo, que tinha parcelas reajustadas pela alta dos preços e pelo dólar, o que lhe deu caixa para manter a continuidade das obras. Nessa fase, se viu obrigada a mudar o modelo de negócios. Passou a criar projetos imobiliários em novos bairros, como Morumbi, Panamby e às margens do rio Pinheiros, eixo comercial ascendente na cidade.

Adolpho Lindenberg Filho, hoje CEO da companhia, diz que seu pai soube reconhecer os sonhos e as necessidades da sociedade da época. “Com isso, ele conseguiu transformar os imóveis, os prédios, em objetos de desejo e isso fez a empresa crescer muito. A outra preocupação dele sempre foi com a qualidade da execução dos projetos. Por isso, hoje, existem apartamentos da Lindenberg que têm 40 ou 50 anos e custam R$ 30 mil o m². Era uma preocupação de que o apartamento durasse 40 anos e estivesse do mesmo jeito que um novo”, afirma.

Foi nessa época que a Lindenberg lançou um dos seus prédios mais emblemáticos. Em 1984, o Condomínio Penthouse, no número 3891 da Avenida Giovanni Gronchi, no Morumbi, chegou ao mercado, com 13 apartamentos de 355 m², piscinas nas sacadas e um duplex na cobertura. A vista era para a comunidade Paraisópolis, mostrando a dicotomia entre o luxo e a pobreza da capital paulista. O edifício, hoje com sinais de abandono dos proprietários, era onde morava a personagem conhecida como “Bonitona do Morumbi”, interpretada pela atriz Natália do Vale na novela da Rede Globo A Próxima Vítima, de 1995.

Condomínio Penthouse, no Morumbi, foi construído pela Lindenberg; sacadas com piscinas privativas contrastam com a comunidade Paraisópolis Foto: Sebastiao Moreira/Estadão

Público

O diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), Valter Caldana, diz que, apesar de o estilo neoclássico adotado nas construções da empresa, especialmente nos anos 1970, não estar alinhado às tendências globais de design da época, a empresa conseguiu encontrar um público consumidor e criou um novo segmento de mercado que perdura até hoje: os apartamentos para endinheirados.

“A Lindenberg e o Adolpho foram pioneiros numa maneira de lidar com o mercado imobiliário, transformando os lançamentos em produtos organizados e não artesanais. Ele abriu a porta para um conceito de industrialização, não da obra em si, mas do segmento, da indústria da construção, criando um segmento. Isso aconteceu no fim da década de 50 e foi uma contribuição muito importante. Até então, tínhamos isso começando, com Matarazzo e o pessoal de Higienópolis. Lindenberg deu um passo a mais”, diz. Caldana afirma ainda que, apesar da qualidade dos projetos, nem todos envelheceram tão bem, a exemplo do Penthouse.

Nos anos 1990, a Lindenberg passou a se adequar a uma demanda de mercado que ainda perdura até os dias atuais: obras em ritmo acelerado e apartamentos menores, em busca da redução do preço por metro quadrado do imóvel. A personalização das plantas passa a ser apenas para os empreendimentos de altíssimo padrão.

No início dos anos 2000, a construtora se associou ao Grupo LDI, holding com empresas de incorporação e construção (CAL), comercialização e gestão de vendas dos seus imóveis (LindenHouse), urbanismo (LPU) e desenvolvimento e administração de shopping centers (REP). Nessa fase, a empresa lançou o maior apartamento de São Paulo da época em termos de área privativa, com 1.223 m². A companhia também realizou projetos residenciais junto com a Eztec, em cidades como Guarulhos, Osasco e Santo André. Nos anos 2010, o empreendimento Lindenberg Timboril foi premiado como caso de sucesso de vendas no mercado de alto padrão do interior de São Paulo.

A associação com o Grupo LDI chegou ao fim em 2019 e a Lindenberg traçou um plano de retomada nos lançamentos de imóveis residenciais, aumentando gradativamente o número de projetos e de vendas. Em 2022, associou-se em uma joint venture com a Eztec para o lançamento de empreendimentos residenciais tanto para classe média-alta quanto para a alta renda. Já foram lançados, por exemplo, o Lindenberg Ibirapuera e o Vista Brooklin.

“Adolpho Lindenberg era um gentleman, um arquiteto empreendedor de qualidade ímpar. Deixou um legado de empreendimentos icônicos na cidade de São Paulo”, afirma Marcos Lopes, presidente do Grupo Lopes.

Para o presidente da Abrainc, Luiz França, as contribuições transformadoras de Lindenberg ao ramo imobiliário reverberarão para sempre. “Com uma carreira que abrangeu décadas, Adolpho Lindenberg foi um pioneiro arquiteto de sonhos e construiu mais do que edifícios, produziu lares. Sua paixão pela excelência e compromisso com a qualidade estabeleceram novos padrões na indústria da construção, inspirando outros a seguirem seus passos”, disse.

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