Agibank cresce apostando na abertura de agências e atrai recursos bilionários do exterior; conheça


Instituição recebeu carta de intenção do americano Citi de até R$ 40 bilhões (US$ 7,4 bilhões), para linhas de financiamento e emissões de mercados de capitais

Por Carlos Eduardo Valim
Atualização:

Classificado como um banco médio e especializado em crédito consignado, o Agibank tem metas agressivas para cumprir. Quer atingir a marca de 1 mil pontos de atendimento em operação, que funcionam como as tradicionais agências bancárias. A empresa chama essas agências de smart hubs, algo como “centros inteligentes”, em inglês. Além disso, ainda planeja ter R$ 100 bilhões disponíveis para emprestar a seus clientes.

A primeira meta está prestes a ser alcançada. Atualmente, são 974 unidades abertas. “Em dois meses, chegaremos lá, e esperamos ter entre 2,2 mil e 2,5 mil, ao fim da década”, afirma o fundador do banco, o gaúcho Marciano Testa.

A segunda meta pode parecer mais distante, e está prevista para 2030, mas avançou rapidamente neste ano. Em julho, o Agibank anunciou ter recebido carta de intenção do americano Citi de até R$ 40 bilhões (US$ 7,4 bilhões), para linhas de financiamento e emissões de mercados de capitais.

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Esses recursos podem ser levantados num horizonte de cerca de seis anos, por meio de operações financeiras que podem contemplar empréstimos ao Agibank ou operações de captação no mercado, como emissão de dívida, venda de ações ou abertura de capital em bolsa de valores.

Fundador do banco Agibank, Marciano Testa Foto: Daniel Teixeira/Estadão
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O anúncio do interesse do Citi representou a segunda carta de intenções de negócios recebida pela empresa no ano. Dois meses antes, outro banco internacional com operação no Brasil, de nome não revelado, também assinou carta de intenções para aplicar outros R$ 44 bilhões (US$ 8 bilhões).

Para os grandes bancos globais, direcionar recursos para uma instituição como o Agibank pode ser interessante de diversas formas. Isso permite a eles acessar públicos diferentes para aplicar os seus recursos em relação aos quais costuma lidar, já que o banco brasileiro atua junto à parcela da população de menor poder aquisitivo, muitos deles com mais de 50 anos, mas que detém renda recorrente. Também os posicionam como prestadores de serviços financeiros para o Agibank, que pode se tornar um cliente de maior porte nos próximos anos, à medida que ele desejar acessar os mercados de capitais.

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Em 2020, o fundo de private equity Vinci Partners aplicou R$ 400 milhões para comprar participação minoritária no Agibank. Em algum ponto, ele deve buscar o retorno deste capital aplicado, o que pode acontecer por meio de abertura de capital.

Nesse mesmo ano de 2020, o Agibank - fundado em Porto Alegre, mas baseado atualmente em Campinas, próximo do Aeroporto de Viracopos - passou por uma reformulação de marca e de operação, chegando ao seu modelo de negócios atual. Ele combina uma plataforma digital em que tudo pode ser feito de forma online, sem no entanto fechar os pontos de atendimento presencial, característicos das “financeiras”. O modelo híbrido faz o banco se aproximar das fintechs e das instituições tradicionais voltadas para o varejo e para a população de menor renda.

Focado nas classes C e D, o Agibank tem 3,2 milhões de clientes ativos e começa a tatear um mercado consumidor muito maior, estimado 101 milhões de clientes potenciais. “Estamos cobrindo um espaço deixado pelos bancos tradicionais”, diz Testa. “Cerca de 80% dos nossos recursos vêm dos chamados security loans, como crédito consignado e FGTS dos clientes.”

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Os outros 20% estão ligados a produtos como conta corrente, cartão de pagamentos, PIX, crédito pessoal e seguros. “Temos um negócio anticíclico, que não depende de como vai a economia”, diz.

Isso significa que há bastante segurança nos empréstimos realizados, ampliada com os modelos tecnológicos aplicados para fazer a decisão de concessão de crédito. Nos resultados do segundo trimestre deste ano, a inadimplência acima de 90 dias ficou em 3,3%, uma queda 1,2 ponto porcentual em um ano.

Já o lucro líquido do Agibank no segundo trimestre subiu 154,5%, em um ano, para R$ 225 milhões. No primeiro semestre do ano, o lucro de R$ 440,5 milhões superou o total de 2023. O retorno sobre o patrimônio líquido, no segundo trimestre, atingiu 47,2%, acima dos 17,7% do mesmo período de 2023. “Estamos começando a capturar o resultado de eficiência operacional, dos investimentos no negócio nos últimos anos”, afirma o fundador. “Por meio da plataforma digital e dos smart hubs podemos abrir uma conta e conceder crédito em apenas 20 minutos.

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O banco ainda foi considerado pela agência de rating Moody’s, em relatório do começo de agosto, um dos que mais devem se beneficiar do fim do longo ciclo de juros altos no Brasil. Ele foi citado ao lado de outros bancos médios, sobretudo aqueles com foco em empréstimo consignado, como o BMG, Banco Mercantil do Brasil, Banco do Estado do Rio Grande do Sul e Banco de Brasília (BRB). Já a agência S&P concedeu, em março, nota de investimento brA para o banco, que agora é acompanhado por todas as principais agências globais de classificação de riscos de crédito.

Origens

O bom momento da instituição tem relação direta com o trabalho de reposicionamento como banco híbrido decidido em 2017 e finalizado em 2020. “Na época, percebemos grandes mudanças no ambiente financeiro brasileiro, com os recursos disponíveis para fintechs, a agenda Bacen+ de desconcentração do setor e o barateamento da tecnologia, com a possibilidade de computação em nuvem”, diz Testa. “Antes disso, para oferecer um banco digital seria necessário ter em casa toda a capacidade de processamento computacional de um banco tradicional.”

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Então, o Agibank embarcou na agenda digital que causou a explosão de novas instituições como Nubank, Inter e Neon, mas sem deixar as suas origens para trás, de pontos de atendimento físicos. “Sem eles, a gente não conseguiria atingir o nosso público, que não é nativo digital”, defende o fundador. Ao mesmo tempo, os postos não lembram as agências tradicionais, uma vez que não têm porta giratória, e são amigáveis para a população.

Classificado como um banco médio e especializado em crédito consignado, o Agibank tem metas agressivas para cumprir. Quer atingir a marca de 1 mil pontos de atendimento em operação, que funcionam como as tradicionais agências bancárias. A empresa chama essas agências de smart hubs, algo como “centros inteligentes”, em inglês. Além disso, ainda planeja ter R$ 100 bilhões disponíveis para emprestar a seus clientes.

A primeira meta está prestes a ser alcançada. Atualmente, são 974 unidades abertas. “Em dois meses, chegaremos lá, e esperamos ter entre 2,2 mil e 2,5 mil, ao fim da década”, afirma o fundador do banco, o gaúcho Marciano Testa.

A segunda meta pode parecer mais distante, e está prevista para 2030, mas avançou rapidamente neste ano. Em julho, o Agibank anunciou ter recebido carta de intenção do americano Citi de até R$ 40 bilhões (US$ 7,4 bilhões), para linhas de financiamento e emissões de mercados de capitais.

Esses recursos podem ser levantados num horizonte de cerca de seis anos, por meio de operações financeiras que podem contemplar empréstimos ao Agibank ou operações de captação no mercado, como emissão de dívida, venda de ações ou abertura de capital em bolsa de valores.

Fundador do banco Agibank, Marciano Testa Foto: Daniel Teixeira/Estadão

O anúncio do interesse do Citi representou a segunda carta de intenções de negócios recebida pela empresa no ano. Dois meses antes, outro banco internacional com operação no Brasil, de nome não revelado, também assinou carta de intenções para aplicar outros R$ 44 bilhões (US$ 8 bilhões).

Para os grandes bancos globais, direcionar recursos para uma instituição como o Agibank pode ser interessante de diversas formas. Isso permite a eles acessar públicos diferentes para aplicar os seus recursos em relação aos quais costuma lidar, já que o banco brasileiro atua junto à parcela da população de menor poder aquisitivo, muitos deles com mais de 50 anos, mas que detém renda recorrente. Também os posicionam como prestadores de serviços financeiros para o Agibank, que pode se tornar um cliente de maior porte nos próximos anos, à medida que ele desejar acessar os mercados de capitais.

Em 2020, o fundo de private equity Vinci Partners aplicou R$ 400 milhões para comprar participação minoritária no Agibank. Em algum ponto, ele deve buscar o retorno deste capital aplicado, o que pode acontecer por meio de abertura de capital.

Nesse mesmo ano de 2020, o Agibank - fundado em Porto Alegre, mas baseado atualmente em Campinas, próximo do Aeroporto de Viracopos - passou por uma reformulação de marca e de operação, chegando ao seu modelo de negócios atual. Ele combina uma plataforma digital em que tudo pode ser feito de forma online, sem no entanto fechar os pontos de atendimento presencial, característicos das “financeiras”. O modelo híbrido faz o banco se aproximar das fintechs e das instituições tradicionais voltadas para o varejo e para a população de menor renda.

Focado nas classes C e D, o Agibank tem 3,2 milhões de clientes ativos e começa a tatear um mercado consumidor muito maior, estimado 101 milhões de clientes potenciais. “Estamos cobrindo um espaço deixado pelos bancos tradicionais”, diz Testa. “Cerca de 80% dos nossos recursos vêm dos chamados security loans, como crédito consignado e FGTS dos clientes.”

Os outros 20% estão ligados a produtos como conta corrente, cartão de pagamentos, PIX, crédito pessoal e seguros. “Temos um negócio anticíclico, que não depende de como vai a economia”, diz.

Isso significa que há bastante segurança nos empréstimos realizados, ampliada com os modelos tecnológicos aplicados para fazer a decisão de concessão de crédito. Nos resultados do segundo trimestre deste ano, a inadimplência acima de 90 dias ficou em 3,3%, uma queda 1,2 ponto porcentual em um ano.

Já o lucro líquido do Agibank no segundo trimestre subiu 154,5%, em um ano, para R$ 225 milhões. No primeiro semestre do ano, o lucro de R$ 440,5 milhões superou o total de 2023. O retorno sobre o patrimônio líquido, no segundo trimestre, atingiu 47,2%, acima dos 17,7% do mesmo período de 2023. “Estamos começando a capturar o resultado de eficiência operacional, dos investimentos no negócio nos últimos anos”, afirma o fundador. “Por meio da plataforma digital e dos smart hubs podemos abrir uma conta e conceder crédito em apenas 20 minutos.

O banco ainda foi considerado pela agência de rating Moody’s, em relatório do começo de agosto, um dos que mais devem se beneficiar do fim do longo ciclo de juros altos no Brasil. Ele foi citado ao lado de outros bancos médios, sobretudo aqueles com foco em empréstimo consignado, como o BMG, Banco Mercantil do Brasil, Banco do Estado do Rio Grande do Sul e Banco de Brasília (BRB). Já a agência S&P concedeu, em março, nota de investimento brA para o banco, que agora é acompanhado por todas as principais agências globais de classificação de riscos de crédito.

Origens

O bom momento da instituição tem relação direta com o trabalho de reposicionamento como banco híbrido decidido em 2017 e finalizado em 2020. “Na época, percebemos grandes mudanças no ambiente financeiro brasileiro, com os recursos disponíveis para fintechs, a agenda Bacen+ de desconcentração do setor e o barateamento da tecnologia, com a possibilidade de computação em nuvem”, diz Testa. “Antes disso, para oferecer um banco digital seria necessário ter em casa toda a capacidade de processamento computacional de um banco tradicional.”

Então, o Agibank embarcou na agenda digital que causou a explosão de novas instituições como Nubank, Inter e Neon, mas sem deixar as suas origens para trás, de pontos de atendimento físicos. “Sem eles, a gente não conseguiria atingir o nosso público, que não é nativo digital”, defende o fundador. Ao mesmo tempo, os postos não lembram as agências tradicionais, uma vez que não têm porta giratória, e são amigáveis para a população.

Classificado como um banco médio e especializado em crédito consignado, o Agibank tem metas agressivas para cumprir. Quer atingir a marca de 1 mil pontos de atendimento em operação, que funcionam como as tradicionais agências bancárias. A empresa chama essas agências de smart hubs, algo como “centros inteligentes”, em inglês. Além disso, ainda planeja ter R$ 100 bilhões disponíveis para emprestar a seus clientes.

A primeira meta está prestes a ser alcançada. Atualmente, são 974 unidades abertas. “Em dois meses, chegaremos lá, e esperamos ter entre 2,2 mil e 2,5 mil, ao fim da década”, afirma o fundador do banco, o gaúcho Marciano Testa.

A segunda meta pode parecer mais distante, e está prevista para 2030, mas avançou rapidamente neste ano. Em julho, o Agibank anunciou ter recebido carta de intenção do americano Citi de até R$ 40 bilhões (US$ 7,4 bilhões), para linhas de financiamento e emissões de mercados de capitais.

Esses recursos podem ser levantados num horizonte de cerca de seis anos, por meio de operações financeiras que podem contemplar empréstimos ao Agibank ou operações de captação no mercado, como emissão de dívida, venda de ações ou abertura de capital em bolsa de valores.

Fundador do banco Agibank, Marciano Testa Foto: Daniel Teixeira/Estadão

O anúncio do interesse do Citi representou a segunda carta de intenções de negócios recebida pela empresa no ano. Dois meses antes, outro banco internacional com operação no Brasil, de nome não revelado, também assinou carta de intenções para aplicar outros R$ 44 bilhões (US$ 8 bilhões).

Para os grandes bancos globais, direcionar recursos para uma instituição como o Agibank pode ser interessante de diversas formas. Isso permite a eles acessar públicos diferentes para aplicar os seus recursos em relação aos quais costuma lidar, já que o banco brasileiro atua junto à parcela da população de menor poder aquisitivo, muitos deles com mais de 50 anos, mas que detém renda recorrente. Também os posicionam como prestadores de serviços financeiros para o Agibank, que pode se tornar um cliente de maior porte nos próximos anos, à medida que ele desejar acessar os mercados de capitais.

Em 2020, o fundo de private equity Vinci Partners aplicou R$ 400 milhões para comprar participação minoritária no Agibank. Em algum ponto, ele deve buscar o retorno deste capital aplicado, o que pode acontecer por meio de abertura de capital.

Nesse mesmo ano de 2020, o Agibank - fundado em Porto Alegre, mas baseado atualmente em Campinas, próximo do Aeroporto de Viracopos - passou por uma reformulação de marca e de operação, chegando ao seu modelo de negócios atual. Ele combina uma plataforma digital em que tudo pode ser feito de forma online, sem no entanto fechar os pontos de atendimento presencial, característicos das “financeiras”. O modelo híbrido faz o banco se aproximar das fintechs e das instituições tradicionais voltadas para o varejo e para a população de menor renda.

Focado nas classes C e D, o Agibank tem 3,2 milhões de clientes ativos e começa a tatear um mercado consumidor muito maior, estimado 101 milhões de clientes potenciais. “Estamos cobrindo um espaço deixado pelos bancos tradicionais”, diz Testa. “Cerca de 80% dos nossos recursos vêm dos chamados security loans, como crédito consignado e FGTS dos clientes.”

Os outros 20% estão ligados a produtos como conta corrente, cartão de pagamentos, PIX, crédito pessoal e seguros. “Temos um negócio anticíclico, que não depende de como vai a economia”, diz.

Isso significa que há bastante segurança nos empréstimos realizados, ampliada com os modelos tecnológicos aplicados para fazer a decisão de concessão de crédito. Nos resultados do segundo trimestre deste ano, a inadimplência acima de 90 dias ficou em 3,3%, uma queda 1,2 ponto porcentual em um ano.

Já o lucro líquido do Agibank no segundo trimestre subiu 154,5%, em um ano, para R$ 225 milhões. No primeiro semestre do ano, o lucro de R$ 440,5 milhões superou o total de 2023. O retorno sobre o patrimônio líquido, no segundo trimestre, atingiu 47,2%, acima dos 17,7% do mesmo período de 2023. “Estamos começando a capturar o resultado de eficiência operacional, dos investimentos no negócio nos últimos anos”, afirma o fundador. “Por meio da plataforma digital e dos smart hubs podemos abrir uma conta e conceder crédito em apenas 20 minutos.

O banco ainda foi considerado pela agência de rating Moody’s, em relatório do começo de agosto, um dos que mais devem se beneficiar do fim do longo ciclo de juros altos no Brasil. Ele foi citado ao lado de outros bancos médios, sobretudo aqueles com foco em empréstimo consignado, como o BMG, Banco Mercantil do Brasil, Banco do Estado do Rio Grande do Sul e Banco de Brasília (BRB). Já a agência S&P concedeu, em março, nota de investimento brA para o banco, que agora é acompanhado por todas as principais agências globais de classificação de riscos de crédito.

Origens

O bom momento da instituição tem relação direta com o trabalho de reposicionamento como banco híbrido decidido em 2017 e finalizado em 2020. “Na época, percebemos grandes mudanças no ambiente financeiro brasileiro, com os recursos disponíveis para fintechs, a agenda Bacen+ de desconcentração do setor e o barateamento da tecnologia, com a possibilidade de computação em nuvem”, diz Testa. “Antes disso, para oferecer um banco digital seria necessário ter em casa toda a capacidade de processamento computacional de um banco tradicional.”

Então, o Agibank embarcou na agenda digital que causou a explosão de novas instituições como Nubank, Inter e Neon, mas sem deixar as suas origens para trás, de pontos de atendimento físicos. “Sem eles, a gente não conseguiria atingir o nosso público, que não é nativo digital”, defende o fundador. Ao mesmo tempo, os postos não lembram as agências tradicionais, uma vez que não têm porta giratória, e são amigáveis para a população.

Classificado como um banco médio e especializado em crédito consignado, o Agibank tem metas agressivas para cumprir. Quer atingir a marca de 1 mil pontos de atendimento em operação, que funcionam como as tradicionais agências bancárias. A empresa chama essas agências de smart hubs, algo como “centros inteligentes”, em inglês. Além disso, ainda planeja ter R$ 100 bilhões disponíveis para emprestar a seus clientes.

A primeira meta está prestes a ser alcançada. Atualmente, são 974 unidades abertas. “Em dois meses, chegaremos lá, e esperamos ter entre 2,2 mil e 2,5 mil, ao fim da década”, afirma o fundador do banco, o gaúcho Marciano Testa.

A segunda meta pode parecer mais distante, e está prevista para 2030, mas avançou rapidamente neste ano. Em julho, o Agibank anunciou ter recebido carta de intenção do americano Citi de até R$ 40 bilhões (US$ 7,4 bilhões), para linhas de financiamento e emissões de mercados de capitais.

Esses recursos podem ser levantados num horizonte de cerca de seis anos, por meio de operações financeiras que podem contemplar empréstimos ao Agibank ou operações de captação no mercado, como emissão de dívida, venda de ações ou abertura de capital em bolsa de valores.

Fundador do banco Agibank, Marciano Testa Foto: Daniel Teixeira/Estadão

O anúncio do interesse do Citi representou a segunda carta de intenções de negócios recebida pela empresa no ano. Dois meses antes, outro banco internacional com operação no Brasil, de nome não revelado, também assinou carta de intenções para aplicar outros R$ 44 bilhões (US$ 8 bilhões).

Para os grandes bancos globais, direcionar recursos para uma instituição como o Agibank pode ser interessante de diversas formas. Isso permite a eles acessar públicos diferentes para aplicar os seus recursos em relação aos quais costuma lidar, já que o banco brasileiro atua junto à parcela da população de menor poder aquisitivo, muitos deles com mais de 50 anos, mas que detém renda recorrente. Também os posicionam como prestadores de serviços financeiros para o Agibank, que pode se tornar um cliente de maior porte nos próximos anos, à medida que ele desejar acessar os mercados de capitais.

Em 2020, o fundo de private equity Vinci Partners aplicou R$ 400 milhões para comprar participação minoritária no Agibank. Em algum ponto, ele deve buscar o retorno deste capital aplicado, o que pode acontecer por meio de abertura de capital.

Nesse mesmo ano de 2020, o Agibank - fundado em Porto Alegre, mas baseado atualmente em Campinas, próximo do Aeroporto de Viracopos - passou por uma reformulação de marca e de operação, chegando ao seu modelo de negócios atual. Ele combina uma plataforma digital em que tudo pode ser feito de forma online, sem no entanto fechar os pontos de atendimento presencial, característicos das “financeiras”. O modelo híbrido faz o banco se aproximar das fintechs e das instituições tradicionais voltadas para o varejo e para a população de menor renda.

Focado nas classes C e D, o Agibank tem 3,2 milhões de clientes ativos e começa a tatear um mercado consumidor muito maior, estimado 101 milhões de clientes potenciais. “Estamos cobrindo um espaço deixado pelos bancos tradicionais”, diz Testa. “Cerca de 80% dos nossos recursos vêm dos chamados security loans, como crédito consignado e FGTS dos clientes.”

Os outros 20% estão ligados a produtos como conta corrente, cartão de pagamentos, PIX, crédito pessoal e seguros. “Temos um negócio anticíclico, que não depende de como vai a economia”, diz.

Isso significa que há bastante segurança nos empréstimos realizados, ampliada com os modelos tecnológicos aplicados para fazer a decisão de concessão de crédito. Nos resultados do segundo trimestre deste ano, a inadimplência acima de 90 dias ficou em 3,3%, uma queda 1,2 ponto porcentual em um ano.

Já o lucro líquido do Agibank no segundo trimestre subiu 154,5%, em um ano, para R$ 225 milhões. No primeiro semestre do ano, o lucro de R$ 440,5 milhões superou o total de 2023. O retorno sobre o patrimônio líquido, no segundo trimestre, atingiu 47,2%, acima dos 17,7% do mesmo período de 2023. “Estamos começando a capturar o resultado de eficiência operacional, dos investimentos no negócio nos últimos anos”, afirma o fundador. “Por meio da plataforma digital e dos smart hubs podemos abrir uma conta e conceder crédito em apenas 20 minutos.

O banco ainda foi considerado pela agência de rating Moody’s, em relatório do começo de agosto, um dos que mais devem se beneficiar do fim do longo ciclo de juros altos no Brasil. Ele foi citado ao lado de outros bancos médios, sobretudo aqueles com foco em empréstimo consignado, como o BMG, Banco Mercantil do Brasil, Banco do Estado do Rio Grande do Sul e Banco de Brasília (BRB). Já a agência S&P concedeu, em março, nota de investimento brA para o banco, que agora é acompanhado por todas as principais agências globais de classificação de riscos de crédito.

Origens

O bom momento da instituição tem relação direta com o trabalho de reposicionamento como banco híbrido decidido em 2017 e finalizado em 2020. “Na época, percebemos grandes mudanças no ambiente financeiro brasileiro, com os recursos disponíveis para fintechs, a agenda Bacen+ de desconcentração do setor e o barateamento da tecnologia, com a possibilidade de computação em nuvem”, diz Testa. “Antes disso, para oferecer um banco digital seria necessário ter em casa toda a capacidade de processamento computacional de um banco tradicional.”

Então, o Agibank embarcou na agenda digital que causou a explosão de novas instituições como Nubank, Inter e Neon, mas sem deixar as suas origens para trás, de pontos de atendimento físicos. “Sem eles, a gente não conseguiria atingir o nosso público, que não é nativo digital”, defende o fundador. Ao mesmo tempo, os postos não lembram as agências tradicionais, uma vez que não têm porta giratória, e são amigáveis para a população.

Classificado como um banco médio e especializado em crédito consignado, o Agibank tem metas agressivas para cumprir. Quer atingir a marca de 1 mil pontos de atendimento em operação, que funcionam como as tradicionais agências bancárias. A empresa chama essas agências de smart hubs, algo como “centros inteligentes”, em inglês. Além disso, ainda planeja ter R$ 100 bilhões disponíveis para emprestar a seus clientes.

A primeira meta está prestes a ser alcançada. Atualmente, são 974 unidades abertas. “Em dois meses, chegaremos lá, e esperamos ter entre 2,2 mil e 2,5 mil, ao fim da década”, afirma o fundador do banco, o gaúcho Marciano Testa.

A segunda meta pode parecer mais distante, e está prevista para 2030, mas avançou rapidamente neste ano. Em julho, o Agibank anunciou ter recebido carta de intenção do americano Citi de até R$ 40 bilhões (US$ 7,4 bilhões), para linhas de financiamento e emissões de mercados de capitais.

Esses recursos podem ser levantados num horizonte de cerca de seis anos, por meio de operações financeiras que podem contemplar empréstimos ao Agibank ou operações de captação no mercado, como emissão de dívida, venda de ações ou abertura de capital em bolsa de valores.

Fundador do banco Agibank, Marciano Testa Foto: Daniel Teixeira/Estadão

O anúncio do interesse do Citi representou a segunda carta de intenções de negócios recebida pela empresa no ano. Dois meses antes, outro banco internacional com operação no Brasil, de nome não revelado, também assinou carta de intenções para aplicar outros R$ 44 bilhões (US$ 8 bilhões).

Para os grandes bancos globais, direcionar recursos para uma instituição como o Agibank pode ser interessante de diversas formas. Isso permite a eles acessar públicos diferentes para aplicar os seus recursos em relação aos quais costuma lidar, já que o banco brasileiro atua junto à parcela da população de menor poder aquisitivo, muitos deles com mais de 50 anos, mas que detém renda recorrente. Também os posicionam como prestadores de serviços financeiros para o Agibank, que pode se tornar um cliente de maior porte nos próximos anos, à medida que ele desejar acessar os mercados de capitais.

Em 2020, o fundo de private equity Vinci Partners aplicou R$ 400 milhões para comprar participação minoritária no Agibank. Em algum ponto, ele deve buscar o retorno deste capital aplicado, o que pode acontecer por meio de abertura de capital.

Nesse mesmo ano de 2020, o Agibank - fundado em Porto Alegre, mas baseado atualmente em Campinas, próximo do Aeroporto de Viracopos - passou por uma reformulação de marca e de operação, chegando ao seu modelo de negócios atual. Ele combina uma plataforma digital em que tudo pode ser feito de forma online, sem no entanto fechar os pontos de atendimento presencial, característicos das “financeiras”. O modelo híbrido faz o banco se aproximar das fintechs e das instituições tradicionais voltadas para o varejo e para a população de menor renda.

Focado nas classes C e D, o Agibank tem 3,2 milhões de clientes ativos e começa a tatear um mercado consumidor muito maior, estimado 101 milhões de clientes potenciais. “Estamos cobrindo um espaço deixado pelos bancos tradicionais”, diz Testa. “Cerca de 80% dos nossos recursos vêm dos chamados security loans, como crédito consignado e FGTS dos clientes.”

Os outros 20% estão ligados a produtos como conta corrente, cartão de pagamentos, PIX, crédito pessoal e seguros. “Temos um negócio anticíclico, que não depende de como vai a economia”, diz.

Isso significa que há bastante segurança nos empréstimos realizados, ampliada com os modelos tecnológicos aplicados para fazer a decisão de concessão de crédito. Nos resultados do segundo trimestre deste ano, a inadimplência acima de 90 dias ficou em 3,3%, uma queda 1,2 ponto porcentual em um ano.

Já o lucro líquido do Agibank no segundo trimestre subiu 154,5%, em um ano, para R$ 225 milhões. No primeiro semestre do ano, o lucro de R$ 440,5 milhões superou o total de 2023. O retorno sobre o patrimônio líquido, no segundo trimestre, atingiu 47,2%, acima dos 17,7% do mesmo período de 2023. “Estamos começando a capturar o resultado de eficiência operacional, dos investimentos no negócio nos últimos anos”, afirma o fundador. “Por meio da plataforma digital e dos smart hubs podemos abrir uma conta e conceder crédito em apenas 20 minutos.

O banco ainda foi considerado pela agência de rating Moody’s, em relatório do começo de agosto, um dos que mais devem se beneficiar do fim do longo ciclo de juros altos no Brasil. Ele foi citado ao lado de outros bancos médios, sobretudo aqueles com foco em empréstimo consignado, como o BMG, Banco Mercantil do Brasil, Banco do Estado do Rio Grande do Sul e Banco de Brasília (BRB). Já a agência S&P concedeu, em março, nota de investimento brA para o banco, que agora é acompanhado por todas as principais agências globais de classificação de riscos de crédito.

Origens

O bom momento da instituição tem relação direta com o trabalho de reposicionamento como banco híbrido decidido em 2017 e finalizado em 2020. “Na época, percebemos grandes mudanças no ambiente financeiro brasileiro, com os recursos disponíveis para fintechs, a agenda Bacen+ de desconcentração do setor e o barateamento da tecnologia, com a possibilidade de computação em nuvem”, diz Testa. “Antes disso, para oferecer um banco digital seria necessário ter em casa toda a capacidade de processamento computacional de um banco tradicional.”

Então, o Agibank embarcou na agenda digital que causou a explosão de novas instituições como Nubank, Inter e Neon, mas sem deixar as suas origens para trás, de pontos de atendimento físicos. “Sem eles, a gente não conseguiria atingir o nosso público, que não é nativo digital”, defende o fundador. Ao mesmo tempo, os postos não lembram as agências tradicionais, uma vez que não têm porta giratória, e são amigáveis para a população.

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