Herdeiro de Joseph Safra processa mãe e irmãos na Justiça americana por herança bilionária do pai


Alberto Safra acusa parentes de terem feito “manobras financeiras e contábeis inexplicáveis e suspeitas” para prejudicá-lo; família refuta alegações

Por Luciana Dyniewicz
Atualização:

Herdeiro de Joseph Safra – o homem mais rico do Brasil até sua morte, em 2020 –, Alberto Safra abriu um processo contra a mãe, Vicky Safra, e os irmãos Jacob e David, em mais um capítulo da disputa pela herança bilionária do pai. Na última sexta-feira, 3, ele entrou com uma ação na Justiça do Estado de Nova York em que afirma que os irmãos diluíram de forma ilegal sua participação na SNBNY (holding que controla o Safra National Bank, um banco americano com US$ 9 bilhões em ativos, e que não tem relação com o Banco Safra brasileiro).

De acordo com a petição, à qual o Estadão teve acesso, a diluição ocorreu em dezembro de 2019, quando Joseph enfrentava sérios problemas de saúde. A nova distribuição societária, ainda segundo a defesa de Alberto, foi feita criando um lucro artificial derivado de uma reavaliação contábil da empresa - o que os advogados chamaram de “manobras financeiras e contábeis inexplicáveis e suspeitas”. Com base nesse lucro fictício, os irmãos teriam emitido novas ações, que foram alocadas para eles.

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“As transações não tinham propósito econômico legítimo ou lógica comercial. (...) O único efeito delas foi diluir a participação de Alberto na SNBNY e inflar as participações de seus irmãos, David e Jacob, sem que eles (ou qualquer um deles) tivessem investido qualquer capital adicional. Os réus planejaram essas transações sem a devida autorização do conselho”, diz a ação. O documento afirma ainda que, com as transações, o valor do Safra National Bank foi “inflado” em mais de US$ 870 milhões.

Com as supostas manobras, a participação de Alberto caiu de 28% para 13,4%. Também de acordo com o processo, Alberto só soube da perda de participação após a morte do pai, em dezembro de 2020.

A defesa ainda afirma que o balanço que registra o aumento do lucro era de 2019, mas foi publicado em 2021, e que todo o processo - feito pelos irmãos com a ajuda de diretores da companhia - tinha como objetivo pressionar Alberto “a vender sua participação em vários negócios da família.”

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Joseph Safra participa de jantar beneficente no restaurante Figueira Rubayat Foto: Paulo Giandalia

Outro ponto questionado pelos advogados do herdeiro é que, segundo eles, Alberto não tem tido acesso a documentos da holding nem conseguido indicar um nome para fazer parte do conselho de administração, o que seria seu direito. De acordo com a ação, a SNBNY alega “falsamente que uma revisão pendente pelo Federal Reserve (o Banco Central americano) impede Alberto de fazer a nomeação”. A própria autoridade monetária, acrescenta a ação, já teria confirmado não se opor à nomeação do herdeiro.

Os advogados também afirmam que Jacob e David vêm retendo lucro de vários negócios da família, que deveriam ser distribuídos como dividendos. Na petição, eles pedes que o indicado de Alberto para o conselho de administração seja reconhecido e que a participação de 28% do herdeiro na holding seja restaurada.

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A ação ajuizada na semana passada em Nova York é mais uma da disputa pela herança de Joseph Safra, avaliada em US$ 25 bilhões. Há outra ação que corre nos EUA, em que se discute a produção de provas, e uma arbitragem em Londres. Nessa, Alberto questiona sua participação no Banco Safra.

Alberto deixou o banco brasileiro, o qual administrava ao lado do irmão David, no segundo semestre de 2019, após um desentendimento com a família. Em seguida, criou a gestora ASA Investments. David seguiu como responsável pelos negócios do grupo no País, enquanto Jacob permaneceu diante das operações externas.

No processo, a defesa do herdeiro afirma que David e Jacob manipularam os pais para tirar Alberto do Safra. Diz ainda que conflitos de gestão entre os irmãos que comandavam o banco brasileiro se tornaram “insustentáveis” e diminuíram os poderem de Alberto na instituição. Diante disso, Alberto teria decidido cuidar de projetos pessoais.

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No fim de 2021, a família esteve prestes a fechar um acordo em relação à herança. As negociações, no entanto, acabaram recuando e estão travadas há mais de seis meses, segundo apurou o Estadão.

Procurados, assessores de Alberto afirmaram que, em “razão de atos ilegais e agressivos praticados por seus irmãos”, ele “não teve alternativa senão ingressar com ação judicial na Suprema Corte de Nova York para proteger os seus direitos”. “É lamentável que David e Jacob Safra tenham tomado tais ações ilegais. Por meio da ação judicial, Alberto Safra busca a proteção dos seus direitos.”

A família Safra refutou as alegações de Alberto e publicou a nota abaixo:

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“Poucos meses após receber doação do Sr. Joseph, como antecipação de sua herança, Alberto deixou o Banco Safra, sem atender aos apelos feitos pessoalmente pelo seu pai e iniciou negócio concorrente ao Banco Safra, tendo, inclusive, assediado e contratado vários executivos do Grupo.

Nessa ocasião Sr. Joseph conversou com diversos executivos solicitando que não acompanhassem Alberto em sua empreitada, já que se tratava de uma afronta a ele próprio.

Após diversas recusas de Alberto de mudar seus planos, Sr. Joseph o deserdou e tomou medidas naquele momento.

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Agora Alberto promove disputa contra toda a família, dizendo que o pai não teria motivos para fazer o que fez, alegando tratar-se de uma conspiração para prejudicá-lo.

A Família lamenta o caminho adotado por Alberto, que primeiro atentou contra o pai em vida e agora o faz contra sua memória, e refuta suas alegações.”

Herdeiro de Joseph Safra – o homem mais rico do Brasil até sua morte, em 2020 –, Alberto Safra abriu um processo contra a mãe, Vicky Safra, e os irmãos Jacob e David, em mais um capítulo da disputa pela herança bilionária do pai. Na última sexta-feira, 3, ele entrou com uma ação na Justiça do Estado de Nova York em que afirma que os irmãos diluíram de forma ilegal sua participação na SNBNY (holding que controla o Safra National Bank, um banco americano com US$ 9 bilhões em ativos, e que não tem relação com o Banco Safra brasileiro).

De acordo com a petição, à qual o Estadão teve acesso, a diluição ocorreu em dezembro de 2019, quando Joseph enfrentava sérios problemas de saúde. A nova distribuição societária, ainda segundo a defesa de Alberto, foi feita criando um lucro artificial derivado de uma reavaliação contábil da empresa - o que os advogados chamaram de “manobras financeiras e contábeis inexplicáveis e suspeitas”. Com base nesse lucro fictício, os irmãos teriam emitido novas ações, que foram alocadas para eles.

“As transações não tinham propósito econômico legítimo ou lógica comercial. (...) O único efeito delas foi diluir a participação de Alberto na SNBNY e inflar as participações de seus irmãos, David e Jacob, sem que eles (ou qualquer um deles) tivessem investido qualquer capital adicional. Os réus planejaram essas transações sem a devida autorização do conselho”, diz a ação. O documento afirma ainda que, com as transações, o valor do Safra National Bank foi “inflado” em mais de US$ 870 milhões.

Com as supostas manobras, a participação de Alberto caiu de 28% para 13,4%. Também de acordo com o processo, Alberto só soube da perda de participação após a morte do pai, em dezembro de 2020.

A defesa ainda afirma que o balanço que registra o aumento do lucro era de 2019, mas foi publicado em 2021, e que todo o processo - feito pelos irmãos com a ajuda de diretores da companhia - tinha como objetivo pressionar Alberto “a vender sua participação em vários negócios da família.”

Joseph Safra participa de jantar beneficente no restaurante Figueira Rubayat Foto: Paulo Giandalia

Outro ponto questionado pelos advogados do herdeiro é que, segundo eles, Alberto não tem tido acesso a documentos da holding nem conseguido indicar um nome para fazer parte do conselho de administração, o que seria seu direito. De acordo com a ação, a SNBNY alega “falsamente que uma revisão pendente pelo Federal Reserve (o Banco Central americano) impede Alberto de fazer a nomeação”. A própria autoridade monetária, acrescenta a ação, já teria confirmado não se opor à nomeação do herdeiro.

Os advogados também afirmam que Jacob e David vêm retendo lucro de vários negócios da família, que deveriam ser distribuídos como dividendos. Na petição, eles pedes que o indicado de Alberto para o conselho de administração seja reconhecido e que a participação de 28% do herdeiro na holding seja restaurada.

A ação ajuizada na semana passada em Nova York é mais uma da disputa pela herança de Joseph Safra, avaliada em US$ 25 bilhões. Há outra ação que corre nos EUA, em que se discute a produção de provas, e uma arbitragem em Londres. Nessa, Alberto questiona sua participação no Banco Safra.

Alberto deixou o banco brasileiro, o qual administrava ao lado do irmão David, no segundo semestre de 2019, após um desentendimento com a família. Em seguida, criou a gestora ASA Investments. David seguiu como responsável pelos negócios do grupo no País, enquanto Jacob permaneceu diante das operações externas.

No processo, a defesa do herdeiro afirma que David e Jacob manipularam os pais para tirar Alberto do Safra. Diz ainda que conflitos de gestão entre os irmãos que comandavam o banco brasileiro se tornaram “insustentáveis” e diminuíram os poderem de Alberto na instituição. Diante disso, Alberto teria decidido cuidar de projetos pessoais.

No fim de 2021, a família esteve prestes a fechar um acordo em relação à herança. As negociações, no entanto, acabaram recuando e estão travadas há mais de seis meses, segundo apurou o Estadão.

Procurados, assessores de Alberto afirmaram que, em “razão de atos ilegais e agressivos praticados por seus irmãos”, ele “não teve alternativa senão ingressar com ação judicial na Suprema Corte de Nova York para proteger os seus direitos”. “É lamentável que David e Jacob Safra tenham tomado tais ações ilegais. Por meio da ação judicial, Alberto Safra busca a proteção dos seus direitos.”

A família Safra refutou as alegações de Alberto e publicou a nota abaixo:

“Poucos meses após receber doação do Sr. Joseph, como antecipação de sua herança, Alberto deixou o Banco Safra, sem atender aos apelos feitos pessoalmente pelo seu pai e iniciou negócio concorrente ao Banco Safra, tendo, inclusive, assediado e contratado vários executivos do Grupo.

Nessa ocasião Sr. Joseph conversou com diversos executivos solicitando que não acompanhassem Alberto em sua empreitada, já que se tratava de uma afronta a ele próprio.

Após diversas recusas de Alberto de mudar seus planos, Sr. Joseph o deserdou e tomou medidas naquele momento.

Agora Alberto promove disputa contra toda a família, dizendo que o pai não teria motivos para fazer o que fez, alegando tratar-se de uma conspiração para prejudicá-lo.

A Família lamenta o caminho adotado por Alberto, que primeiro atentou contra o pai em vida e agora o faz contra sua memória, e refuta suas alegações.”

Herdeiro de Joseph Safra – o homem mais rico do Brasil até sua morte, em 2020 –, Alberto Safra abriu um processo contra a mãe, Vicky Safra, e os irmãos Jacob e David, em mais um capítulo da disputa pela herança bilionária do pai. Na última sexta-feira, 3, ele entrou com uma ação na Justiça do Estado de Nova York em que afirma que os irmãos diluíram de forma ilegal sua participação na SNBNY (holding que controla o Safra National Bank, um banco americano com US$ 9 bilhões em ativos, e que não tem relação com o Banco Safra brasileiro).

De acordo com a petição, à qual o Estadão teve acesso, a diluição ocorreu em dezembro de 2019, quando Joseph enfrentava sérios problemas de saúde. A nova distribuição societária, ainda segundo a defesa de Alberto, foi feita criando um lucro artificial derivado de uma reavaliação contábil da empresa - o que os advogados chamaram de “manobras financeiras e contábeis inexplicáveis e suspeitas”. Com base nesse lucro fictício, os irmãos teriam emitido novas ações, que foram alocadas para eles.

“As transações não tinham propósito econômico legítimo ou lógica comercial. (...) O único efeito delas foi diluir a participação de Alberto na SNBNY e inflar as participações de seus irmãos, David e Jacob, sem que eles (ou qualquer um deles) tivessem investido qualquer capital adicional. Os réus planejaram essas transações sem a devida autorização do conselho”, diz a ação. O documento afirma ainda que, com as transações, o valor do Safra National Bank foi “inflado” em mais de US$ 870 milhões.

Com as supostas manobras, a participação de Alberto caiu de 28% para 13,4%. Também de acordo com o processo, Alberto só soube da perda de participação após a morte do pai, em dezembro de 2020.

A defesa ainda afirma que o balanço que registra o aumento do lucro era de 2019, mas foi publicado em 2021, e que todo o processo - feito pelos irmãos com a ajuda de diretores da companhia - tinha como objetivo pressionar Alberto “a vender sua participação em vários negócios da família.”

Joseph Safra participa de jantar beneficente no restaurante Figueira Rubayat Foto: Paulo Giandalia

Outro ponto questionado pelos advogados do herdeiro é que, segundo eles, Alberto não tem tido acesso a documentos da holding nem conseguido indicar um nome para fazer parte do conselho de administração, o que seria seu direito. De acordo com a ação, a SNBNY alega “falsamente que uma revisão pendente pelo Federal Reserve (o Banco Central americano) impede Alberto de fazer a nomeação”. A própria autoridade monetária, acrescenta a ação, já teria confirmado não se opor à nomeação do herdeiro.

Os advogados também afirmam que Jacob e David vêm retendo lucro de vários negócios da família, que deveriam ser distribuídos como dividendos. Na petição, eles pedes que o indicado de Alberto para o conselho de administração seja reconhecido e que a participação de 28% do herdeiro na holding seja restaurada.

A ação ajuizada na semana passada em Nova York é mais uma da disputa pela herança de Joseph Safra, avaliada em US$ 25 bilhões. Há outra ação que corre nos EUA, em que se discute a produção de provas, e uma arbitragem em Londres. Nessa, Alberto questiona sua participação no Banco Safra.

Alberto deixou o banco brasileiro, o qual administrava ao lado do irmão David, no segundo semestre de 2019, após um desentendimento com a família. Em seguida, criou a gestora ASA Investments. David seguiu como responsável pelos negócios do grupo no País, enquanto Jacob permaneceu diante das operações externas.

No processo, a defesa do herdeiro afirma que David e Jacob manipularam os pais para tirar Alberto do Safra. Diz ainda que conflitos de gestão entre os irmãos que comandavam o banco brasileiro se tornaram “insustentáveis” e diminuíram os poderem de Alberto na instituição. Diante disso, Alberto teria decidido cuidar de projetos pessoais.

No fim de 2021, a família esteve prestes a fechar um acordo em relação à herança. As negociações, no entanto, acabaram recuando e estão travadas há mais de seis meses, segundo apurou o Estadão.

Procurados, assessores de Alberto afirmaram que, em “razão de atos ilegais e agressivos praticados por seus irmãos”, ele “não teve alternativa senão ingressar com ação judicial na Suprema Corte de Nova York para proteger os seus direitos”. “É lamentável que David e Jacob Safra tenham tomado tais ações ilegais. Por meio da ação judicial, Alberto Safra busca a proteção dos seus direitos.”

A família Safra refutou as alegações de Alberto e publicou a nota abaixo:

“Poucos meses após receber doação do Sr. Joseph, como antecipação de sua herança, Alberto deixou o Banco Safra, sem atender aos apelos feitos pessoalmente pelo seu pai e iniciou negócio concorrente ao Banco Safra, tendo, inclusive, assediado e contratado vários executivos do Grupo.

Nessa ocasião Sr. Joseph conversou com diversos executivos solicitando que não acompanhassem Alberto em sua empreitada, já que se tratava de uma afronta a ele próprio.

Após diversas recusas de Alberto de mudar seus planos, Sr. Joseph o deserdou e tomou medidas naquele momento.

Agora Alberto promove disputa contra toda a família, dizendo que o pai não teria motivos para fazer o que fez, alegando tratar-se de uma conspiração para prejudicá-lo.

A Família lamenta o caminho adotado por Alberto, que primeiro atentou contra o pai em vida e agora o faz contra sua memória, e refuta suas alegações.”

Herdeiro de Joseph Safra – o homem mais rico do Brasil até sua morte, em 2020 –, Alberto Safra abriu um processo contra a mãe, Vicky Safra, e os irmãos Jacob e David, em mais um capítulo da disputa pela herança bilionária do pai. Na última sexta-feira, 3, ele entrou com uma ação na Justiça do Estado de Nova York em que afirma que os irmãos diluíram de forma ilegal sua participação na SNBNY (holding que controla o Safra National Bank, um banco americano com US$ 9 bilhões em ativos, e que não tem relação com o Banco Safra brasileiro).

De acordo com a petição, à qual o Estadão teve acesso, a diluição ocorreu em dezembro de 2019, quando Joseph enfrentava sérios problemas de saúde. A nova distribuição societária, ainda segundo a defesa de Alberto, foi feita criando um lucro artificial derivado de uma reavaliação contábil da empresa - o que os advogados chamaram de “manobras financeiras e contábeis inexplicáveis e suspeitas”. Com base nesse lucro fictício, os irmãos teriam emitido novas ações, que foram alocadas para eles.

“As transações não tinham propósito econômico legítimo ou lógica comercial. (...) O único efeito delas foi diluir a participação de Alberto na SNBNY e inflar as participações de seus irmãos, David e Jacob, sem que eles (ou qualquer um deles) tivessem investido qualquer capital adicional. Os réus planejaram essas transações sem a devida autorização do conselho”, diz a ação. O documento afirma ainda que, com as transações, o valor do Safra National Bank foi “inflado” em mais de US$ 870 milhões.

Com as supostas manobras, a participação de Alberto caiu de 28% para 13,4%. Também de acordo com o processo, Alberto só soube da perda de participação após a morte do pai, em dezembro de 2020.

A defesa ainda afirma que o balanço que registra o aumento do lucro era de 2019, mas foi publicado em 2021, e que todo o processo - feito pelos irmãos com a ajuda de diretores da companhia - tinha como objetivo pressionar Alberto “a vender sua participação em vários negócios da família.”

Joseph Safra participa de jantar beneficente no restaurante Figueira Rubayat Foto: Paulo Giandalia

Outro ponto questionado pelos advogados do herdeiro é que, segundo eles, Alberto não tem tido acesso a documentos da holding nem conseguido indicar um nome para fazer parte do conselho de administração, o que seria seu direito. De acordo com a ação, a SNBNY alega “falsamente que uma revisão pendente pelo Federal Reserve (o Banco Central americano) impede Alberto de fazer a nomeação”. A própria autoridade monetária, acrescenta a ação, já teria confirmado não se opor à nomeação do herdeiro.

Os advogados também afirmam que Jacob e David vêm retendo lucro de vários negócios da família, que deveriam ser distribuídos como dividendos. Na petição, eles pedes que o indicado de Alberto para o conselho de administração seja reconhecido e que a participação de 28% do herdeiro na holding seja restaurada.

A ação ajuizada na semana passada em Nova York é mais uma da disputa pela herança de Joseph Safra, avaliada em US$ 25 bilhões. Há outra ação que corre nos EUA, em que se discute a produção de provas, e uma arbitragem em Londres. Nessa, Alberto questiona sua participação no Banco Safra.

Alberto deixou o banco brasileiro, o qual administrava ao lado do irmão David, no segundo semestre de 2019, após um desentendimento com a família. Em seguida, criou a gestora ASA Investments. David seguiu como responsável pelos negócios do grupo no País, enquanto Jacob permaneceu diante das operações externas.

No processo, a defesa do herdeiro afirma que David e Jacob manipularam os pais para tirar Alberto do Safra. Diz ainda que conflitos de gestão entre os irmãos que comandavam o banco brasileiro se tornaram “insustentáveis” e diminuíram os poderem de Alberto na instituição. Diante disso, Alberto teria decidido cuidar de projetos pessoais.

No fim de 2021, a família esteve prestes a fechar um acordo em relação à herança. As negociações, no entanto, acabaram recuando e estão travadas há mais de seis meses, segundo apurou o Estadão.

Procurados, assessores de Alberto afirmaram que, em “razão de atos ilegais e agressivos praticados por seus irmãos”, ele “não teve alternativa senão ingressar com ação judicial na Suprema Corte de Nova York para proteger os seus direitos”. “É lamentável que David e Jacob Safra tenham tomado tais ações ilegais. Por meio da ação judicial, Alberto Safra busca a proteção dos seus direitos.”

A família Safra refutou as alegações de Alberto e publicou a nota abaixo:

“Poucos meses após receber doação do Sr. Joseph, como antecipação de sua herança, Alberto deixou o Banco Safra, sem atender aos apelos feitos pessoalmente pelo seu pai e iniciou negócio concorrente ao Banco Safra, tendo, inclusive, assediado e contratado vários executivos do Grupo.

Nessa ocasião Sr. Joseph conversou com diversos executivos solicitando que não acompanhassem Alberto em sua empreitada, já que se tratava de uma afronta a ele próprio.

Após diversas recusas de Alberto de mudar seus planos, Sr. Joseph o deserdou e tomou medidas naquele momento.

Agora Alberto promove disputa contra toda a família, dizendo que o pai não teria motivos para fazer o que fez, alegando tratar-se de uma conspiração para prejudicá-lo.

A Família lamenta o caminho adotado por Alberto, que primeiro atentou contra o pai em vida e agora o faz contra sua memória, e refuta suas alegações.”

Herdeiro de Joseph Safra – o homem mais rico do Brasil até sua morte, em 2020 –, Alberto Safra abriu um processo contra a mãe, Vicky Safra, e os irmãos Jacob e David, em mais um capítulo da disputa pela herança bilionária do pai. Na última sexta-feira, 3, ele entrou com uma ação na Justiça do Estado de Nova York em que afirma que os irmãos diluíram de forma ilegal sua participação na SNBNY (holding que controla o Safra National Bank, um banco americano com US$ 9 bilhões em ativos, e que não tem relação com o Banco Safra brasileiro).

De acordo com a petição, à qual o Estadão teve acesso, a diluição ocorreu em dezembro de 2019, quando Joseph enfrentava sérios problemas de saúde. A nova distribuição societária, ainda segundo a defesa de Alberto, foi feita criando um lucro artificial derivado de uma reavaliação contábil da empresa - o que os advogados chamaram de “manobras financeiras e contábeis inexplicáveis e suspeitas”. Com base nesse lucro fictício, os irmãos teriam emitido novas ações, que foram alocadas para eles.

“As transações não tinham propósito econômico legítimo ou lógica comercial. (...) O único efeito delas foi diluir a participação de Alberto na SNBNY e inflar as participações de seus irmãos, David e Jacob, sem que eles (ou qualquer um deles) tivessem investido qualquer capital adicional. Os réus planejaram essas transações sem a devida autorização do conselho”, diz a ação. O documento afirma ainda que, com as transações, o valor do Safra National Bank foi “inflado” em mais de US$ 870 milhões.

Com as supostas manobras, a participação de Alberto caiu de 28% para 13,4%. Também de acordo com o processo, Alberto só soube da perda de participação após a morte do pai, em dezembro de 2020.

A defesa ainda afirma que o balanço que registra o aumento do lucro era de 2019, mas foi publicado em 2021, e que todo o processo - feito pelos irmãos com a ajuda de diretores da companhia - tinha como objetivo pressionar Alberto “a vender sua participação em vários negócios da família.”

Joseph Safra participa de jantar beneficente no restaurante Figueira Rubayat Foto: Paulo Giandalia

Outro ponto questionado pelos advogados do herdeiro é que, segundo eles, Alberto não tem tido acesso a documentos da holding nem conseguido indicar um nome para fazer parte do conselho de administração, o que seria seu direito. De acordo com a ação, a SNBNY alega “falsamente que uma revisão pendente pelo Federal Reserve (o Banco Central americano) impede Alberto de fazer a nomeação”. A própria autoridade monetária, acrescenta a ação, já teria confirmado não se opor à nomeação do herdeiro.

Os advogados também afirmam que Jacob e David vêm retendo lucro de vários negócios da família, que deveriam ser distribuídos como dividendos. Na petição, eles pedes que o indicado de Alberto para o conselho de administração seja reconhecido e que a participação de 28% do herdeiro na holding seja restaurada.

A ação ajuizada na semana passada em Nova York é mais uma da disputa pela herança de Joseph Safra, avaliada em US$ 25 bilhões. Há outra ação que corre nos EUA, em que se discute a produção de provas, e uma arbitragem em Londres. Nessa, Alberto questiona sua participação no Banco Safra.

Alberto deixou o banco brasileiro, o qual administrava ao lado do irmão David, no segundo semestre de 2019, após um desentendimento com a família. Em seguida, criou a gestora ASA Investments. David seguiu como responsável pelos negócios do grupo no País, enquanto Jacob permaneceu diante das operações externas.

No processo, a defesa do herdeiro afirma que David e Jacob manipularam os pais para tirar Alberto do Safra. Diz ainda que conflitos de gestão entre os irmãos que comandavam o banco brasileiro se tornaram “insustentáveis” e diminuíram os poderem de Alberto na instituição. Diante disso, Alberto teria decidido cuidar de projetos pessoais.

No fim de 2021, a família esteve prestes a fechar um acordo em relação à herança. As negociações, no entanto, acabaram recuando e estão travadas há mais de seis meses, segundo apurou o Estadão.

Procurados, assessores de Alberto afirmaram que, em “razão de atos ilegais e agressivos praticados por seus irmãos”, ele “não teve alternativa senão ingressar com ação judicial na Suprema Corte de Nova York para proteger os seus direitos”. “É lamentável que David e Jacob Safra tenham tomado tais ações ilegais. Por meio da ação judicial, Alberto Safra busca a proteção dos seus direitos.”

A família Safra refutou as alegações de Alberto e publicou a nota abaixo:

“Poucos meses após receber doação do Sr. Joseph, como antecipação de sua herança, Alberto deixou o Banco Safra, sem atender aos apelos feitos pessoalmente pelo seu pai e iniciou negócio concorrente ao Banco Safra, tendo, inclusive, assediado e contratado vários executivos do Grupo.

Nessa ocasião Sr. Joseph conversou com diversos executivos solicitando que não acompanhassem Alberto em sua empreitada, já que se tratava de uma afronta a ele próprio.

Após diversas recusas de Alberto de mudar seus planos, Sr. Joseph o deserdou e tomou medidas naquele momento.

Agora Alberto promove disputa contra toda a família, dizendo que o pai não teria motivos para fazer o que fez, alegando tratar-se de uma conspiração para prejudicá-lo.

A Família lamenta o caminho adotado por Alberto, que primeiro atentou contra o pai em vida e agora o faz contra sua memória, e refuta suas alegações.”

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