Negociações entre Americanas e bancos foram de clima de acordo à batalha judicial em duas semanas


Instituições dizem que estavam dispostas a rolar dívidas, mas que se irritaram com conduta da empresa, que tenta dividir com credores responsabilidade por crise

Por Talita Nascimento, Matheus Piovesana e Altamiro Silva Junior
Atualização:

Em 12 de janeiro, um dia após a Americanas informar um rombo de R$ 20 bilhões em seu balanço, os bancos credores da companhia mostravam disposição em rolar as dívidas, contando com uma injeção de recursos pelos acionistas de referência, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles. Quinze dias depois, os lados travam uma guerra de versões sobre a responsabilidade da crise ao mesmo tempo que a empresa entrou em uma recuperação judicial.

O estopim da guerra de versões aconteceu na primeira sexta-feira 13 do ano, com a judicialização da crise pela Americanas. Em uma petição feita no dia 12 e aceita pela Justiça no dia seguinte, a empresa solicitou proteção contra o vencimento antecipado de suas dívidas, algo previsto nos contratos de crédito. A medida deu à companhia 30 dias de resguardo até que fosse feito seu pedido de recuperação judicial.

Estopim da guerra de versões entre Americanas e bancos aconteceu na primeira sexta-feira 13 do ano, com a judicialização da crise pela varejista Foto: Taba Benedicto/Estadão
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Nos processos que se acumulam em cortes de Rio, São Paulo e até EUA, há conflitos sobre o que desencadeou a medida. Na petição inicial entregue ao Tribunal de Justiça do Rio, a Americanas alega que seis horas após a publicação do fato relevante do dia 11, em que admitia o rombo contábil de R$ 20 bilhões, começou a ser alvo de notificações extrajudiciais para executar o pagamento antecipado de dívidas.

Nesse primeiro documento, a empresa dizia que, apesar de o rombo não ter efeito direto em seu caixa, teria de fazer ajustes que poderiam “implicar no descumprimento” de cláusulas contratuais. Mesmo protegida pela cautelar, a Americanas viu seu caixa ruir.

Ainda assim, diferentes bancos tentaram liquidar antecipadamente dívidas da Americanas. Dois deles, BTG e BV, alegaram à Justiça terem feito as compensações antes que a varejista entrasse com o pedido da cautelar. Nenhum conseguiu vitória definitiva até agora.

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Os advogados da empresa disseram no primeiro documento entregue ao TJ-RJ que a situação era grave porque bancos poderiam se apropriar de valores bilionários de suas contas mesmo sem entrar na Justiça. “O risco, então, é de um absoluto aniquilamento do fluxo de caixa do Grupo Americanas”, escreveram. Já os defensores dos bancos alegavam que as instituições corriam o risco de serem lesadas, porque a Americanas poderia direcionar recursos a outros credores.

No domingo, dia 15, na primeira manifestação pública sobre o caso, os três acionistas afirmaram que desconheciam os problemas e sugeriam que os bancos chancelaram balanços incorretos. Irritadas, as instituições rebateram, ao dizer que a responsabilidade pelo balanço de uma empresa é de sua administração e do conselho.

Piora nas relações

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A cautelar do dia 13 saiu simultaneamente a uma reunião entre os bancos e Sergio Rial, ex-presidente da Americanas que revelara o problema, e que era então o assessor financeiro do trio de acionistas de referência. Ele tentou construir uma proposta em que os três colocariam R$ 6 bilhões na companhia, e os bancos, mais R$ 6 bilhões, ao converter em ações 20% das dívidas da empresa. Os bancos rejeitaram.

O divergência jogou por terra a perspectiva de uma capitalização rápida da companhia, que era a condição dada pelos bancos para estender os prazos de pagamento. De largada, as instituições consideravam que os acionistas teriam de injetar ao menos R$ 10 bilhões na Americanas, valor que subiria para R$ 15 bilhões dias depois diante da debacle do caixa.

O impasse evoluiu para o desentendimento com a decisão judicial, descoberta pelos bancos pela imprensa, segundo executivos relataram ao Estadão/Broadcast. “A partir daí a relação com os credores azedou de vez”, afirmaram advogados do Bradesco em uma das petições. O BTG foi o primeiro a recorrer à Justiça e falou em “fraude”. As defesas de outros grandes bancos mantiveram o tom.

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O trio de investidores bilionários respondeu, e causou ainda mais rebuliço ao dizer, em nota, que auditorias foram referendadas pelos bancos. As instituições financeiras reagiram nos bastidores e publicamente. Três executivos ouvidos reservadamente disseram que s começaram ou começariam a cortar o crédito de outras empresas relacionadas ao trio, entre elas a Ambev. Depois, Bradesco e o Itaú obtiveram na Justiça a busca e apreensão de e-mails de executivos da empresa.

Em 12 de janeiro, um dia após a Americanas informar um rombo de R$ 20 bilhões em seu balanço, os bancos credores da companhia mostravam disposição em rolar as dívidas, contando com uma injeção de recursos pelos acionistas de referência, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles. Quinze dias depois, os lados travam uma guerra de versões sobre a responsabilidade da crise ao mesmo tempo que a empresa entrou em uma recuperação judicial.

O estopim da guerra de versões aconteceu na primeira sexta-feira 13 do ano, com a judicialização da crise pela Americanas. Em uma petição feita no dia 12 e aceita pela Justiça no dia seguinte, a empresa solicitou proteção contra o vencimento antecipado de suas dívidas, algo previsto nos contratos de crédito. A medida deu à companhia 30 dias de resguardo até que fosse feito seu pedido de recuperação judicial.

Estopim da guerra de versões entre Americanas e bancos aconteceu na primeira sexta-feira 13 do ano, com a judicialização da crise pela varejista Foto: Taba Benedicto/Estadão

Nos processos que se acumulam em cortes de Rio, São Paulo e até EUA, há conflitos sobre o que desencadeou a medida. Na petição inicial entregue ao Tribunal de Justiça do Rio, a Americanas alega que seis horas após a publicação do fato relevante do dia 11, em que admitia o rombo contábil de R$ 20 bilhões, começou a ser alvo de notificações extrajudiciais para executar o pagamento antecipado de dívidas.

Nesse primeiro documento, a empresa dizia que, apesar de o rombo não ter efeito direto em seu caixa, teria de fazer ajustes que poderiam “implicar no descumprimento” de cláusulas contratuais. Mesmo protegida pela cautelar, a Americanas viu seu caixa ruir.

Ainda assim, diferentes bancos tentaram liquidar antecipadamente dívidas da Americanas. Dois deles, BTG e BV, alegaram à Justiça terem feito as compensações antes que a varejista entrasse com o pedido da cautelar. Nenhum conseguiu vitória definitiva até agora.

Os advogados da empresa disseram no primeiro documento entregue ao TJ-RJ que a situação era grave porque bancos poderiam se apropriar de valores bilionários de suas contas mesmo sem entrar na Justiça. “O risco, então, é de um absoluto aniquilamento do fluxo de caixa do Grupo Americanas”, escreveram. Já os defensores dos bancos alegavam que as instituições corriam o risco de serem lesadas, porque a Americanas poderia direcionar recursos a outros credores.

No domingo, dia 15, na primeira manifestação pública sobre o caso, os três acionistas afirmaram que desconheciam os problemas e sugeriam que os bancos chancelaram balanços incorretos. Irritadas, as instituições rebateram, ao dizer que a responsabilidade pelo balanço de uma empresa é de sua administração e do conselho.

Piora nas relações

A cautelar do dia 13 saiu simultaneamente a uma reunião entre os bancos e Sergio Rial, ex-presidente da Americanas que revelara o problema, e que era então o assessor financeiro do trio de acionistas de referência. Ele tentou construir uma proposta em que os três colocariam R$ 6 bilhões na companhia, e os bancos, mais R$ 6 bilhões, ao converter em ações 20% das dívidas da empresa. Os bancos rejeitaram.

O divergência jogou por terra a perspectiva de uma capitalização rápida da companhia, que era a condição dada pelos bancos para estender os prazos de pagamento. De largada, as instituições consideravam que os acionistas teriam de injetar ao menos R$ 10 bilhões na Americanas, valor que subiria para R$ 15 bilhões dias depois diante da debacle do caixa.

O impasse evoluiu para o desentendimento com a decisão judicial, descoberta pelos bancos pela imprensa, segundo executivos relataram ao Estadão/Broadcast. “A partir daí a relação com os credores azedou de vez”, afirmaram advogados do Bradesco em uma das petições. O BTG foi o primeiro a recorrer à Justiça e falou em “fraude”. As defesas de outros grandes bancos mantiveram o tom.

O trio de investidores bilionários respondeu, e causou ainda mais rebuliço ao dizer, em nota, que auditorias foram referendadas pelos bancos. As instituições financeiras reagiram nos bastidores e publicamente. Três executivos ouvidos reservadamente disseram que s começaram ou começariam a cortar o crédito de outras empresas relacionadas ao trio, entre elas a Ambev. Depois, Bradesco e o Itaú obtiveram na Justiça a busca e apreensão de e-mails de executivos da empresa.

Em 12 de janeiro, um dia após a Americanas informar um rombo de R$ 20 bilhões em seu balanço, os bancos credores da companhia mostravam disposição em rolar as dívidas, contando com uma injeção de recursos pelos acionistas de referência, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles. Quinze dias depois, os lados travam uma guerra de versões sobre a responsabilidade da crise ao mesmo tempo que a empresa entrou em uma recuperação judicial.

O estopim da guerra de versões aconteceu na primeira sexta-feira 13 do ano, com a judicialização da crise pela Americanas. Em uma petição feita no dia 12 e aceita pela Justiça no dia seguinte, a empresa solicitou proteção contra o vencimento antecipado de suas dívidas, algo previsto nos contratos de crédito. A medida deu à companhia 30 dias de resguardo até que fosse feito seu pedido de recuperação judicial.

Estopim da guerra de versões entre Americanas e bancos aconteceu na primeira sexta-feira 13 do ano, com a judicialização da crise pela varejista Foto: Taba Benedicto/Estadão

Nos processos que se acumulam em cortes de Rio, São Paulo e até EUA, há conflitos sobre o que desencadeou a medida. Na petição inicial entregue ao Tribunal de Justiça do Rio, a Americanas alega que seis horas após a publicação do fato relevante do dia 11, em que admitia o rombo contábil de R$ 20 bilhões, começou a ser alvo de notificações extrajudiciais para executar o pagamento antecipado de dívidas.

Nesse primeiro documento, a empresa dizia que, apesar de o rombo não ter efeito direto em seu caixa, teria de fazer ajustes que poderiam “implicar no descumprimento” de cláusulas contratuais. Mesmo protegida pela cautelar, a Americanas viu seu caixa ruir.

Ainda assim, diferentes bancos tentaram liquidar antecipadamente dívidas da Americanas. Dois deles, BTG e BV, alegaram à Justiça terem feito as compensações antes que a varejista entrasse com o pedido da cautelar. Nenhum conseguiu vitória definitiva até agora.

Os advogados da empresa disseram no primeiro documento entregue ao TJ-RJ que a situação era grave porque bancos poderiam se apropriar de valores bilionários de suas contas mesmo sem entrar na Justiça. “O risco, então, é de um absoluto aniquilamento do fluxo de caixa do Grupo Americanas”, escreveram. Já os defensores dos bancos alegavam que as instituições corriam o risco de serem lesadas, porque a Americanas poderia direcionar recursos a outros credores.

No domingo, dia 15, na primeira manifestação pública sobre o caso, os três acionistas afirmaram que desconheciam os problemas e sugeriam que os bancos chancelaram balanços incorretos. Irritadas, as instituições rebateram, ao dizer que a responsabilidade pelo balanço de uma empresa é de sua administração e do conselho.

Piora nas relações

A cautelar do dia 13 saiu simultaneamente a uma reunião entre os bancos e Sergio Rial, ex-presidente da Americanas que revelara o problema, e que era então o assessor financeiro do trio de acionistas de referência. Ele tentou construir uma proposta em que os três colocariam R$ 6 bilhões na companhia, e os bancos, mais R$ 6 bilhões, ao converter em ações 20% das dívidas da empresa. Os bancos rejeitaram.

O divergência jogou por terra a perspectiva de uma capitalização rápida da companhia, que era a condição dada pelos bancos para estender os prazos de pagamento. De largada, as instituições consideravam que os acionistas teriam de injetar ao menos R$ 10 bilhões na Americanas, valor que subiria para R$ 15 bilhões dias depois diante da debacle do caixa.

O impasse evoluiu para o desentendimento com a decisão judicial, descoberta pelos bancos pela imprensa, segundo executivos relataram ao Estadão/Broadcast. “A partir daí a relação com os credores azedou de vez”, afirmaram advogados do Bradesco em uma das petições. O BTG foi o primeiro a recorrer à Justiça e falou em “fraude”. As defesas de outros grandes bancos mantiveram o tom.

O trio de investidores bilionários respondeu, e causou ainda mais rebuliço ao dizer, em nota, que auditorias foram referendadas pelos bancos. As instituições financeiras reagiram nos bastidores e publicamente. Três executivos ouvidos reservadamente disseram que s começaram ou começariam a cortar o crédito de outras empresas relacionadas ao trio, entre elas a Ambev. Depois, Bradesco e o Itaú obtiveram na Justiça a busca e apreensão de e-mails de executivos da empresa.

Em 12 de janeiro, um dia após a Americanas informar um rombo de R$ 20 bilhões em seu balanço, os bancos credores da companhia mostravam disposição em rolar as dívidas, contando com uma injeção de recursos pelos acionistas de referência, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles. Quinze dias depois, os lados travam uma guerra de versões sobre a responsabilidade da crise ao mesmo tempo que a empresa entrou em uma recuperação judicial.

O estopim da guerra de versões aconteceu na primeira sexta-feira 13 do ano, com a judicialização da crise pela Americanas. Em uma petição feita no dia 12 e aceita pela Justiça no dia seguinte, a empresa solicitou proteção contra o vencimento antecipado de suas dívidas, algo previsto nos contratos de crédito. A medida deu à companhia 30 dias de resguardo até que fosse feito seu pedido de recuperação judicial.

Estopim da guerra de versões entre Americanas e bancos aconteceu na primeira sexta-feira 13 do ano, com a judicialização da crise pela varejista Foto: Taba Benedicto/Estadão

Nos processos que se acumulam em cortes de Rio, São Paulo e até EUA, há conflitos sobre o que desencadeou a medida. Na petição inicial entregue ao Tribunal de Justiça do Rio, a Americanas alega que seis horas após a publicação do fato relevante do dia 11, em que admitia o rombo contábil de R$ 20 bilhões, começou a ser alvo de notificações extrajudiciais para executar o pagamento antecipado de dívidas.

Nesse primeiro documento, a empresa dizia que, apesar de o rombo não ter efeito direto em seu caixa, teria de fazer ajustes que poderiam “implicar no descumprimento” de cláusulas contratuais. Mesmo protegida pela cautelar, a Americanas viu seu caixa ruir.

Ainda assim, diferentes bancos tentaram liquidar antecipadamente dívidas da Americanas. Dois deles, BTG e BV, alegaram à Justiça terem feito as compensações antes que a varejista entrasse com o pedido da cautelar. Nenhum conseguiu vitória definitiva até agora.

Os advogados da empresa disseram no primeiro documento entregue ao TJ-RJ que a situação era grave porque bancos poderiam se apropriar de valores bilionários de suas contas mesmo sem entrar na Justiça. “O risco, então, é de um absoluto aniquilamento do fluxo de caixa do Grupo Americanas”, escreveram. Já os defensores dos bancos alegavam que as instituições corriam o risco de serem lesadas, porque a Americanas poderia direcionar recursos a outros credores.

No domingo, dia 15, na primeira manifestação pública sobre o caso, os três acionistas afirmaram que desconheciam os problemas e sugeriam que os bancos chancelaram balanços incorretos. Irritadas, as instituições rebateram, ao dizer que a responsabilidade pelo balanço de uma empresa é de sua administração e do conselho.

Piora nas relações

A cautelar do dia 13 saiu simultaneamente a uma reunião entre os bancos e Sergio Rial, ex-presidente da Americanas que revelara o problema, e que era então o assessor financeiro do trio de acionistas de referência. Ele tentou construir uma proposta em que os três colocariam R$ 6 bilhões na companhia, e os bancos, mais R$ 6 bilhões, ao converter em ações 20% das dívidas da empresa. Os bancos rejeitaram.

O divergência jogou por terra a perspectiva de uma capitalização rápida da companhia, que era a condição dada pelos bancos para estender os prazos de pagamento. De largada, as instituições consideravam que os acionistas teriam de injetar ao menos R$ 10 bilhões na Americanas, valor que subiria para R$ 15 bilhões dias depois diante da debacle do caixa.

O impasse evoluiu para o desentendimento com a decisão judicial, descoberta pelos bancos pela imprensa, segundo executivos relataram ao Estadão/Broadcast. “A partir daí a relação com os credores azedou de vez”, afirmaram advogados do Bradesco em uma das petições. O BTG foi o primeiro a recorrer à Justiça e falou em “fraude”. As defesas de outros grandes bancos mantiveram o tom.

O trio de investidores bilionários respondeu, e causou ainda mais rebuliço ao dizer, em nota, que auditorias foram referendadas pelos bancos. As instituições financeiras reagiram nos bastidores e publicamente. Três executivos ouvidos reservadamente disseram que s começaram ou começariam a cortar o crédito de outras empresas relacionadas ao trio, entre elas a Ambev. Depois, Bradesco e o Itaú obtiveram na Justiça a busca e apreensão de e-mails de executivos da empresa.

Em 12 de janeiro, um dia após a Americanas informar um rombo de R$ 20 bilhões em seu balanço, os bancos credores da companhia mostravam disposição em rolar as dívidas, contando com uma injeção de recursos pelos acionistas de referência, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles. Quinze dias depois, os lados travam uma guerra de versões sobre a responsabilidade da crise ao mesmo tempo que a empresa entrou em uma recuperação judicial.

O estopim da guerra de versões aconteceu na primeira sexta-feira 13 do ano, com a judicialização da crise pela Americanas. Em uma petição feita no dia 12 e aceita pela Justiça no dia seguinte, a empresa solicitou proteção contra o vencimento antecipado de suas dívidas, algo previsto nos contratos de crédito. A medida deu à companhia 30 dias de resguardo até que fosse feito seu pedido de recuperação judicial.

Estopim da guerra de versões entre Americanas e bancos aconteceu na primeira sexta-feira 13 do ano, com a judicialização da crise pela varejista Foto: Taba Benedicto/Estadão

Nos processos que se acumulam em cortes de Rio, São Paulo e até EUA, há conflitos sobre o que desencadeou a medida. Na petição inicial entregue ao Tribunal de Justiça do Rio, a Americanas alega que seis horas após a publicação do fato relevante do dia 11, em que admitia o rombo contábil de R$ 20 bilhões, começou a ser alvo de notificações extrajudiciais para executar o pagamento antecipado de dívidas.

Nesse primeiro documento, a empresa dizia que, apesar de o rombo não ter efeito direto em seu caixa, teria de fazer ajustes que poderiam “implicar no descumprimento” de cláusulas contratuais. Mesmo protegida pela cautelar, a Americanas viu seu caixa ruir.

Ainda assim, diferentes bancos tentaram liquidar antecipadamente dívidas da Americanas. Dois deles, BTG e BV, alegaram à Justiça terem feito as compensações antes que a varejista entrasse com o pedido da cautelar. Nenhum conseguiu vitória definitiva até agora.

Os advogados da empresa disseram no primeiro documento entregue ao TJ-RJ que a situação era grave porque bancos poderiam se apropriar de valores bilionários de suas contas mesmo sem entrar na Justiça. “O risco, então, é de um absoluto aniquilamento do fluxo de caixa do Grupo Americanas”, escreveram. Já os defensores dos bancos alegavam que as instituições corriam o risco de serem lesadas, porque a Americanas poderia direcionar recursos a outros credores.

No domingo, dia 15, na primeira manifestação pública sobre o caso, os três acionistas afirmaram que desconheciam os problemas e sugeriam que os bancos chancelaram balanços incorretos. Irritadas, as instituições rebateram, ao dizer que a responsabilidade pelo balanço de uma empresa é de sua administração e do conselho.

Piora nas relações

A cautelar do dia 13 saiu simultaneamente a uma reunião entre os bancos e Sergio Rial, ex-presidente da Americanas que revelara o problema, e que era então o assessor financeiro do trio de acionistas de referência. Ele tentou construir uma proposta em que os três colocariam R$ 6 bilhões na companhia, e os bancos, mais R$ 6 bilhões, ao converter em ações 20% das dívidas da empresa. Os bancos rejeitaram.

O divergência jogou por terra a perspectiva de uma capitalização rápida da companhia, que era a condição dada pelos bancos para estender os prazos de pagamento. De largada, as instituições consideravam que os acionistas teriam de injetar ao menos R$ 10 bilhões na Americanas, valor que subiria para R$ 15 bilhões dias depois diante da debacle do caixa.

O impasse evoluiu para o desentendimento com a decisão judicial, descoberta pelos bancos pela imprensa, segundo executivos relataram ao Estadão/Broadcast. “A partir daí a relação com os credores azedou de vez”, afirmaram advogados do Bradesco em uma das petições. O BTG foi o primeiro a recorrer à Justiça e falou em “fraude”. As defesas de outros grandes bancos mantiveram o tom.

O trio de investidores bilionários respondeu, e causou ainda mais rebuliço ao dizer, em nota, que auditorias foram referendadas pelos bancos. As instituições financeiras reagiram nos bastidores e publicamente. Três executivos ouvidos reservadamente disseram que s começaram ou começariam a cortar o crédito de outras empresas relacionadas ao trio, entre elas a Ambev. Depois, Bradesco e o Itaú obtiveram na Justiça a busca e apreensão de e-mails de executivos da empresa.

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