Amorim volta a atacar subsídios agrícolas dos países ricos


Chanceler brasileiro relaciona falta de acordo na Rodada Doha, da OMC, com a crise mundial de alimentos

Por Reuters

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, voltou a atacar nesta quinta-feira, 7, os subsídios agrícolas concedidos pelas nações ricas, relacionando a falta de um acordo na Rodada de Doha com a crise mundial de alimentos. Veja também: Lula tenta atrair China para retomada da Rodada Doha Os problemas que levaram as negociações ao fracasso Vencedores e perdedores após colapso de Doha Principais datas que marcaram a rodada Entenda a crise dos alimentos    "A relação do acordo com a crise de alimentos reside na questão dos subsídios. Não apenas, mas é a principal. Quando se planta nos Estados Unidos ou na Europa de forma subsidiada, se desestimula a produção em países pobres", disse o ministro em entrevista a emissoras de rádio do governo, segundo a Agência Brasil. De acordo com ele, os subsídios em países ricos podem prejudicar a produção nas nações mais pobres, especialmente em períodos de baixa nas cotações. "Os investimentos do setor produtivo dependem que haja um estímulo de mercado. O que a Rodada Doha faz é criar esse ambiente positivo para estimular os investimentos. Se falhar, esse estímulo não é criado", acrescentou. Atualmente, os preços de grãos estão remunerando o produtor na maioria das nações, exigindo menos gastos dos governos nos países ricos e até incentivando a produção em países pobres da África. Mas, caso as cotações venham a perder um pouco da força no futuro, a produção de alimentos nas nações ricas pode se manter artificialmente elevada, com a ação de subsídios, desmotivando o mercado em países pobres, que não contam com recursos públicos para incentivar a produção. As declarações foram dadas em um momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na China, tenta retomar Doha após o fracasso recente nas negociações em Genebra. Lula esteve com o presidente chinês Ju Jintao e conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, no sábado. "A estratégia mais imediata do presidente é sensibilizar os líderes", disse Amorim. As recentes negociações, no entanto, esbarraram em um impasse sobre salvaguardas, reivindicadas pela Índia para o caso de haver uma inundação de produtos importados. Os Estados Unidos não concordaram com tal proteção de mercado, avaliando que os limites que seriam impostos aos seus subsídios não poderiam conviver com salvaguardas. Durante a entrevista, o ministro evitou usar o termo fracasso para as negociações, já que o governo brasileiro não considera encerradas as conversas com os demais países. Amorim acrescentou que, embora a falta de acordo provoque sérios prejuízos ao Brasil, o país ainda tem condições de enfrentar a concorrência no mercado internacional em melhores condições que os países pobres. "Talvez até o Brasil tenha condições de resistir, de enfrentar esses subsídios, embora eles nos causem prejuízos graves. Nós fomos à OMC (Organização Mundial do Comércio) para reclamar deles. Mas há países mais pobres e com menos recursos que o Brasil, que não têm uma Embrapa como o Brasil tem e que não têm condições de enfrentar um produção subsidiada dos países ricos".

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, voltou a atacar nesta quinta-feira, 7, os subsídios agrícolas concedidos pelas nações ricas, relacionando a falta de um acordo na Rodada de Doha com a crise mundial de alimentos. Veja também: Lula tenta atrair China para retomada da Rodada Doha Os problemas que levaram as negociações ao fracasso Vencedores e perdedores após colapso de Doha Principais datas que marcaram a rodada Entenda a crise dos alimentos    "A relação do acordo com a crise de alimentos reside na questão dos subsídios. Não apenas, mas é a principal. Quando se planta nos Estados Unidos ou na Europa de forma subsidiada, se desestimula a produção em países pobres", disse o ministro em entrevista a emissoras de rádio do governo, segundo a Agência Brasil. De acordo com ele, os subsídios em países ricos podem prejudicar a produção nas nações mais pobres, especialmente em períodos de baixa nas cotações. "Os investimentos do setor produtivo dependem que haja um estímulo de mercado. O que a Rodada Doha faz é criar esse ambiente positivo para estimular os investimentos. Se falhar, esse estímulo não é criado", acrescentou. Atualmente, os preços de grãos estão remunerando o produtor na maioria das nações, exigindo menos gastos dos governos nos países ricos e até incentivando a produção em países pobres da África. Mas, caso as cotações venham a perder um pouco da força no futuro, a produção de alimentos nas nações ricas pode se manter artificialmente elevada, com a ação de subsídios, desmotivando o mercado em países pobres, que não contam com recursos públicos para incentivar a produção. As declarações foram dadas em um momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na China, tenta retomar Doha após o fracasso recente nas negociações em Genebra. Lula esteve com o presidente chinês Ju Jintao e conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, no sábado. "A estratégia mais imediata do presidente é sensibilizar os líderes", disse Amorim. As recentes negociações, no entanto, esbarraram em um impasse sobre salvaguardas, reivindicadas pela Índia para o caso de haver uma inundação de produtos importados. Os Estados Unidos não concordaram com tal proteção de mercado, avaliando que os limites que seriam impostos aos seus subsídios não poderiam conviver com salvaguardas. Durante a entrevista, o ministro evitou usar o termo fracasso para as negociações, já que o governo brasileiro não considera encerradas as conversas com os demais países. Amorim acrescentou que, embora a falta de acordo provoque sérios prejuízos ao Brasil, o país ainda tem condições de enfrentar a concorrência no mercado internacional em melhores condições que os países pobres. "Talvez até o Brasil tenha condições de resistir, de enfrentar esses subsídios, embora eles nos causem prejuízos graves. Nós fomos à OMC (Organização Mundial do Comércio) para reclamar deles. Mas há países mais pobres e com menos recursos que o Brasil, que não têm uma Embrapa como o Brasil tem e que não têm condições de enfrentar um produção subsidiada dos países ricos".

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, voltou a atacar nesta quinta-feira, 7, os subsídios agrícolas concedidos pelas nações ricas, relacionando a falta de um acordo na Rodada de Doha com a crise mundial de alimentos. Veja também: Lula tenta atrair China para retomada da Rodada Doha Os problemas que levaram as negociações ao fracasso Vencedores e perdedores após colapso de Doha Principais datas que marcaram a rodada Entenda a crise dos alimentos    "A relação do acordo com a crise de alimentos reside na questão dos subsídios. Não apenas, mas é a principal. Quando se planta nos Estados Unidos ou na Europa de forma subsidiada, se desestimula a produção em países pobres", disse o ministro em entrevista a emissoras de rádio do governo, segundo a Agência Brasil. De acordo com ele, os subsídios em países ricos podem prejudicar a produção nas nações mais pobres, especialmente em períodos de baixa nas cotações. "Os investimentos do setor produtivo dependem que haja um estímulo de mercado. O que a Rodada Doha faz é criar esse ambiente positivo para estimular os investimentos. Se falhar, esse estímulo não é criado", acrescentou. Atualmente, os preços de grãos estão remunerando o produtor na maioria das nações, exigindo menos gastos dos governos nos países ricos e até incentivando a produção em países pobres da África. Mas, caso as cotações venham a perder um pouco da força no futuro, a produção de alimentos nas nações ricas pode se manter artificialmente elevada, com a ação de subsídios, desmotivando o mercado em países pobres, que não contam com recursos públicos para incentivar a produção. As declarações foram dadas em um momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na China, tenta retomar Doha após o fracasso recente nas negociações em Genebra. Lula esteve com o presidente chinês Ju Jintao e conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, no sábado. "A estratégia mais imediata do presidente é sensibilizar os líderes", disse Amorim. As recentes negociações, no entanto, esbarraram em um impasse sobre salvaguardas, reivindicadas pela Índia para o caso de haver uma inundação de produtos importados. Os Estados Unidos não concordaram com tal proteção de mercado, avaliando que os limites que seriam impostos aos seus subsídios não poderiam conviver com salvaguardas. Durante a entrevista, o ministro evitou usar o termo fracasso para as negociações, já que o governo brasileiro não considera encerradas as conversas com os demais países. Amorim acrescentou que, embora a falta de acordo provoque sérios prejuízos ao Brasil, o país ainda tem condições de enfrentar a concorrência no mercado internacional em melhores condições que os países pobres. "Talvez até o Brasil tenha condições de resistir, de enfrentar esses subsídios, embora eles nos causem prejuízos graves. Nós fomos à OMC (Organização Mundial do Comércio) para reclamar deles. Mas há países mais pobres e com menos recursos que o Brasil, que não têm uma Embrapa como o Brasil tem e que não têm condições de enfrentar um produção subsidiada dos países ricos".

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