Acostumado a realizar em seus projetos sonhos como a cozinha gourmet integrada com a sala para receber os amigos ou o ambiente confortável e elegante para o home theater, o arquiteto João Armentano tem notado uma mudança de prioridades entre sua clientela. Depois de mais de três meses exclusivamente em casa, resultado da quarentena para evitar a propagação do novo coronavírus, o morador agora quer praticidade – sem abrir mão da beleza.
“Ninguém nunca tinha passado tanto tempo assim recluso com a família. Foi um momento de observar a casa em funcionamento para valer”, explicou o arquiteto durante live “De Olho no Mercado Imobiliário na Pandemia”, realizada pelo Estadão Imóveis, na quinta-feira, 25, que contou também com as participações de Álvaro Coelho da Fonseca, presidente da Coelho da Fonseca, e Adolpho Lindenberg, diretor da Adolpho Lindenberg Construtora. “Chegou a vez do imóvel mais concentrado e inteligente. Isso vale para os de luxo também. É um resgate da simplicidade e do conforto”, completou.
A previsão de Armentano para o mercado do luxo se baseia em experiências em cases recentes, como o novo empreendimento para o qual o assinou a decoração: o Reserva Itaim . O edifício de alto padrão da construtora Adolpho Lindenberg ocupará uma faixa de 1.280 m² da Rua Bandeira Paulista, no Itaim Bibi, área nobre da zona oeste da Capital. O lançamento está sendo festejado pelo setor, já que representa um sinal de retomada econômica em tempos de crise.
Álvaro Coelho da Fonseca
Entre novas necessidades estão também soluções inovadoras para o home office – uma realidade trazida pela pandemia, que provou que veio para ficar. “O desejo pela casa ou pelo apartamento todo integrado, com sensação de amplitude, continua. Mas agora existe a preocupação grande com um espaço mais reservado para as reuniões de trabalho”, afirmou Armentano. “As pessoas estão buscando novos valores no jeito de morar. A segunda casa, por exemplo, é uma tendência forte. Mesmo que seja pequena, as pessoas querem ter um espaço acolhedor, alternativo, que seja perto de São Paulo.”
Lindenberg, diretor da construtora que há 65 anos assina alguns dos projetos mais sofisticados do país, também destacou como tendência para o mundo pós-pandemia os edifícios de uso misto, que incluem torres residenciais e comerciais. “Projetos como os do Conjunto Nacional e do Cidade Jardim serão cada vez mais comuns.”
Assista o vídeo do encontro do dia 25 de junho de 2020.