Bolsa vai fechar ano sem IPOs pela 1ª vez desde 1998; ofertas subsequentes movimentam mercado


Mesmo com a volatilidade dos mercados, 13 companhias já listadas fizeram ofertas de ações na Bolsa neste ano, entre elas Iguatemi, Vamos (de locação de veículos) e Equatorial Energia

Por Fernanda Guimarães
Atualização:

O mercado está há mais de um ano fechado para aberturas de capital, depois de dois anos de recordes seguidos na Bolsa brasileira, a B3. Pela primeira vez desde 1998, o País deve fechar um ano sem assistir a um único IPO (oferta inicial de ações, em inglês). Isso não quer dizer, contudo, que o mercado esteja fechado para todos: algumas empresas que já estão na Bolsa conseguiram acessar o bolso dos investidores e vender ações para captar recursos em 2022, a despeito da volatilidade que vem chacoalhando o mercado. Trata-se de um seleto grupo com histórico comprovado de crescimento e que está expandindo seus negócios via aquisições.

“Foi um ano desafiador para os IPOs, em um momento pós-pandemia, com uma guerra, e isso espantou os investidores internacionais”, diz a responsável pela área de renda variável, do Bradesco BBI, Claudia Mesquita. Ele lembra que, com exceção da oferta da fabricante de alumínio CBA, em que seu controlador Votorantim foi o vendedor de ações, metade das empresas captou para pagar uma aquisição já anunciada, enquanto a outra metade veio buscar equilíbrio financeiro. No acumulado do ano foram 13 ofertas subsequentes - ou seja, de empresas que já têm o capital aberto.

Os IPOs, contudo, sofreram um hiato, o que não acontecia há mais de vinte anos, segundo dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No entanto, a fila de empresas que querem abrir capital é grande a partir do próximo ano, já que mais de cem empresas que chegaram a anunciar seus planos de acessar a Bolsa tiveram de colocar o projeto na gaveta por causa da maior aversão ao risco desde a metade do ano passado.

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Para o próximo ano, há uma expectativa de que empresas como a BRK Ambiental, do setor de saneamento, e a CSN Cimentos, por exemplo, sigam com os planos de ir à Bolsa. O consenso, contudo, é de que ao menos inicialmente apenas as grandes ofertas conseguirão um espaço para lançar um IPO.

Para este ano há uma única empresa que está com planos para tentar uma oferta logo depois das eleições, a empresa do setor imobiliário Urca, uma oferta de R$ 480 milhões – mas se trata de uma possiblidade remota, de acordo com fontes. É consenso entre os bancos de investimento que será preciso para reabrir o mercado de IPOs com uma oferta de grande porte, de uma empresa estabelecida.

Já no grupo que conseguiu colocar dinheiro no caixa estão as empresas Iguatemi, que fez uma oferta subsequente para pagar a compra de uma fatia adicional no shopping JK Iguatemi. Já a empresa Vamos, que pertence ao grupo Simpar, se capitalizou para comprar mais caminhões e máquinas. A Equatorial Energia levantou R$ 2,8 bilhões para financiar a aquisição da Echoenergia. A maior oferta do ano, de longe, foi a captação de R$ 33 bilhões feita pela Eletrobras, que culminou na privatização da empresa.

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Um dos motivos que as empresas têm para captar é melhorar a estrutura de capital em um cenário de juros altos. As empresas também estão buscando dinheiro para crescimento.

Vitor Saraiva, responsável pela área de renda variável da XP

O atacarejo Assaí também está desafiando a volatilidade do mercado e anunciou nesta semana, dias antes do segundo turno das eleições presidenciais no Brasil, uma oferta de ações de cerca de R$ 2,5 bilhões (US$ 500 milhões). Nesse caso, para a venda de ações por parte de seu controlador, o francês Casino, que precisa de recursos para sanear suas finanças. A oferta, conforme fontes, está programada para ocorrer no fim de novembro.

Brasil X exterior

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Responsável pela área de renda variável da XP, Vitor Saraiva aponta que uma das explicações por trás das ofertas subsequentes tem sido o bom desempenho do Ibovespa. O principal índice de ações da Bolsa brasileira apresenta alta de 13% em dólar no ano, enquanto seus principais pares estão no vermelho. “Um dos motivos que as empresas têm para captar é melhorar a estrutura de capital em um cenário de juros altos. As empresas também estão buscando dinheiro para crescimento”, diz.

Saraiva lembra que, nessas ofertas, investidores também aproveitaram para aumentar sua posição em determinadas companhias, já que esse tipo de movimento ajuda a ampliar os negócios da ação na Bolsa, melhorando sua liquidez. Isso facilita na hora de o investidor montar ou desmontar posições – algo importante em tempos mais incertos.

Veremos os IPOs voltando na sequência para as empresas bem estabelecidas.

Hans Lin corresponsável do banco de investimento do Bank os America (Bofa) no Brasil

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Para o corresponsável pelo banco de investimento do Bank of America (Bofa) no Brasil, Hans Lin, um dos motivos para o mercado estar aberto para empresas já listadas é o fato de esse tipo de operação ser mais simples e rápido. “Algumas empresas com bons projetos de investimento devem aproveitar esse momento. Mas veremos os IPOs voltando na sequência para as empresas bem estabelecidas”, diz Lin.

Com dinheiro de oferta de ações, grupo Iguatemi pagou por fatia remanescente no shopping JK  Foto: Alex Silva/Estadão

Segundo o responsável pela área de renda variável do Citi, Marcelo Millen, uma das razões para o mercado de ofertas secundárias continuar aberto, apesar da volatilidade do ano eleitoral, é o fato de que esses negócios capta recursos com uma tese de investimento sólida, para os quais vai direcionar o dinheiro novo. “Isso soa bem na cabeça dos investidores. É uma história clara para o mercado”, explica.

O mercado está há mais de um ano fechado para aberturas de capital, depois de dois anos de recordes seguidos na Bolsa brasileira, a B3. Pela primeira vez desde 1998, o País deve fechar um ano sem assistir a um único IPO (oferta inicial de ações, em inglês). Isso não quer dizer, contudo, que o mercado esteja fechado para todos: algumas empresas que já estão na Bolsa conseguiram acessar o bolso dos investidores e vender ações para captar recursos em 2022, a despeito da volatilidade que vem chacoalhando o mercado. Trata-se de um seleto grupo com histórico comprovado de crescimento e que está expandindo seus negócios via aquisições.

“Foi um ano desafiador para os IPOs, em um momento pós-pandemia, com uma guerra, e isso espantou os investidores internacionais”, diz a responsável pela área de renda variável, do Bradesco BBI, Claudia Mesquita. Ele lembra que, com exceção da oferta da fabricante de alumínio CBA, em que seu controlador Votorantim foi o vendedor de ações, metade das empresas captou para pagar uma aquisição já anunciada, enquanto a outra metade veio buscar equilíbrio financeiro. No acumulado do ano foram 13 ofertas subsequentes - ou seja, de empresas que já têm o capital aberto.

Os IPOs, contudo, sofreram um hiato, o que não acontecia há mais de vinte anos, segundo dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No entanto, a fila de empresas que querem abrir capital é grande a partir do próximo ano, já que mais de cem empresas que chegaram a anunciar seus planos de acessar a Bolsa tiveram de colocar o projeto na gaveta por causa da maior aversão ao risco desde a metade do ano passado.

Para o próximo ano, há uma expectativa de que empresas como a BRK Ambiental, do setor de saneamento, e a CSN Cimentos, por exemplo, sigam com os planos de ir à Bolsa. O consenso, contudo, é de que ao menos inicialmente apenas as grandes ofertas conseguirão um espaço para lançar um IPO.

Para este ano há uma única empresa que está com planos para tentar uma oferta logo depois das eleições, a empresa do setor imobiliário Urca, uma oferta de R$ 480 milhões – mas se trata de uma possiblidade remota, de acordo com fontes. É consenso entre os bancos de investimento que será preciso para reabrir o mercado de IPOs com uma oferta de grande porte, de uma empresa estabelecida.

Já no grupo que conseguiu colocar dinheiro no caixa estão as empresas Iguatemi, que fez uma oferta subsequente para pagar a compra de uma fatia adicional no shopping JK Iguatemi. Já a empresa Vamos, que pertence ao grupo Simpar, se capitalizou para comprar mais caminhões e máquinas. A Equatorial Energia levantou R$ 2,8 bilhões para financiar a aquisição da Echoenergia. A maior oferta do ano, de longe, foi a captação de R$ 33 bilhões feita pela Eletrobras, que culminou na privatização da empresa.

Um dos motivos que as empresas têm para captar é melhorar a estrutura de capital em um cenário de juros altos. As empresas também estão buscando dinheiro para crescimento.

Vitor Saraiva, responsável pela área de renda variável da XP

O atacarejo Assaí também está desafiando a volatilidade do mercado e anunciou nesta semana, dias antes do segundo turno das eleições presidenciais no Brasil, uma oferta de ações de cerca de R$ 2,5 bilhões (US$ 500 milhões). Nesse caso, para a venda de ações por parte de seu controlador, o francês Casino, que precisa de recursos para sanear suas finanças. A oferta, conforme fontes, está programada para ocorrer no fim de novembro.

Brasil X exterior

Responsável pela área de renda variável da XP, Vitor Saraiva aponta que uma das explicações por trás das ofertas subsequentes tem sido o bom desempenho do Ibovespa. O principal índice de ações da Bolsa brasileira apresenta alta de 13% em dólar no ano, enquanto seus principais pares estão no vermelho. “Um dos motivos que as empresas têm para captar é melhorar a estrutura de capital em um cenário de juros altos. As empresas também estão buscando dinheiro para crescimento”, diz.

Saraiva lembra que, nessas ofertas, investidores também aproveitaram para aumentar sua posição em determinadas companhias, já que esse tipo de movimento ajuda a ampliar os negócios da ação na Bolsa, melhorando sua liquidez. Isso facilita na hora de o investidor montar ou desmontar posições – algo importante em tempos mais incertos.

Veremos os IPOs voltando na sequência para as empresas bem estabelecidas.

Hans Lin corresponsável do banco de investimento do Bank os America (Bofa) no Brasil

Para o corresponsável pelo banco de investimento do Bank of America (Bofa) no Brasil, Hans Lin, um dos motivos para o mercado estar aberto para empresas já listadas é o fato de esse tipo de operação ser mais simples e rápido. “Algumas empresas com bons projetos de investimento devem aproveitar esse momento. Mas veremos os IPOs voltando na sequência para as empresas bem estabelecidas”, diz Lin.

Com dinheiro de oferta de ações, grupo Iguatemi pagou por fatia remanescente no shopping JK  Foto: Alex Silva/Estadão

Segundo o responsável pela área de renda variável do Citi, Marcelo Millen, uma das razões para o mercado de ofertas secundárias continuar aberto, apesar da volatilidade do ano eleitoral, é o fato de que esses negócios capta recursos com uma tese de investimento sólida, para os quais vai direcionar o dinheiro novo. “Isso soa bem na cabeça dos investidores. É uma história clara para o mercado”, explica.

O mercado está há mais de um ano fechado para aberturas de capital, depois de dois anos de recordes seguidos na Bolsa brasileira, a B3. Pela primeira vez desde 1998, o País deve fechar um ano sem assistir a um único IPO (oferta inicial de ações, em inglês). Isso não quer dizer, contudo, que o mercado esteja fechado para todos: algumas empresas que já estão na Bolsa conseguiram acessar o bolso dos investidores e vender ações para captar recursos em 2022, a despeito da volatilidade que vem chacoalhando o mercado. Trata-se de um seleto grupo com histórico comprovado de crescimento e que está expandindo seus negócios via aquisições.

“Foi um ano desafiador para os IPOs, em um momento pós-pandemia, com uma guerra, e isso espantou os investidores internacionais”, diz a responsável pela área de renda variável, do Bradesco BBI, Claudia Mesquita. Ele lembra que, com exceção da oferta da fabricante de alumínio CBA, em que seu controlador Votorantim foi o vendedor de ações, metade das empresas captou para pagar uma aquisição já anunciada, enquanto a outra metade veio buscar equilíbrio financeiro. No acumulado do ano foram 13 ofertas subsequentes - ou seja, de empresas que já têm o capital aberto.

Os IPOs, contudo, sofreram um hiato, o que não acontecia há mais de vinte anos, segundo dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No entanto, a fila de empresas que querem abrir capital é grande a partir do próximo ano, já que mais de cem empresas que chegaram a anunciar seus planos de acessar a Bolsa tiveram de colocar o projeto na gaveta por causa da maior aversão ao risco desde a metade do ano passado.

Para o próximo ano, há uma expectativa de que empresas como a BRK Ambiental, do setor de saneamento, e a CSN Cimentos, por exemplo, sigam com os planos de ir à Bolsa. O consenso, contudo, é de que ao menos inicialmente apenas as grandes ofertas conseguirão um espaço para lançar um IPO.

Para este ano há uma única empresa que está com planos para tentar uma oferta logo depois das eleições, a empresa do setor imobiliário Urca, uma oferta de R$ 480 milhões – mas se trata de uma possiblidade remota, de acordo com fontes. É consenso entre os bancos de investimento que será preciso para reabrir o mercado de IPOs com uma oferta de grande porte, de uma empresa estabelecida.

Já no grupo que conseguiu colocar dinheiro no caixa estão as empresas Iguatemi, que fez uma oferta subsequente para pagar a compra de uma fatia adicional no shopping JK Iguatemi. Já a empresa Vamos, que pertence ao grupo Simpar, se capitalizou para comprar mais caminhões e máquinas. A Equatorial Energia levantou R$ 2,8 bilhões para financiar a aquisição da Echoenergia. A maior oferta do ano, de longe, foi a captação de R$ 33 bilhões feita pela Eletrobras, que culminou na privatização da empresa.

Um dos motivos que as empresas têm para captar é melhorar a estrutura de capital em um cenário de juros altos. As empresas também estão buscando dinheiro para crescimento.

Vitor Saraiva, responsável pela área de renda variável da XP

O atacarejo Assaí também está desafiando a volatilidade do mercado e anunciou nesta semana, dias antes do segundo turno das eleições presidenciais no Brasil, uma oferta de ações de cerca de R$ 2,5 bilhões (US$ 500 milhões). Nesse caso, para a venda de ações por parte de seu controlador, o francês Casino, que precisa de recursos para sanear suas finanças. A oferta, conforme fontes, está programada para ocorrer no fim de novembro.

Brasil X exterior

Responsável pela área de renda variável da XP, Vitor Saraiva aponta que uma das explicações por trás das ofertas subsequentes tem sido o bom desempenho do Ibovespa. O principal índice de ações da Bolsa brasileira apresenta alta de 13% em dólar no ano, enquanto seus principais pares estão no vermelho. “Um dos motivos que as empresas têm para captar é melhorar a estrutura de capital em um cenário de juros altos. As empresas também estão buscando dinheiro para crescimento”, diz.

Saraiva lembra que, nessas ofertas, investidores também aproveitaram para aumentar sua posição em determinadas companhias, já que esse tipo de movimento ajuda a ampliar os negócios da ação na Bolsa, melhorando sua liquidez. Isso facilita na hora de o investidor montar ou desmontar posições – algo importante em tempos mais incertos.

Veremos os IPOs voltando na sequência para as empresas bem estabelecidas.

Hans Lin corresponsável do banco de investimento do Bank os America (Bofa) no Brasil

Para o corresponsável pelo banco de investimento do Bank of America (Bofa) no Brasil, Hans Lin, um dos motivos para o mercado estar aberto para empresas já listadas é o fato de esse tipo de operação ser mais simples e rápido. “Algumas empresas com bons projetos de investimento devem aproveitar esse momento. Mas veremos os IPOs voltando na sequência para as empresas bem estabelecidas”, diz Lin.

Com dinheiro de oferta de ações, grupo Iguatemi pagou por fatia remanescente no shopping JK  Foto: Alex Silva/Estadão

Segundo o responsável pela área de renda variável do Citi, Marcelo Millen, uma das razões para o mercado de ofertas secundárias continuar aberto, apesar da volatilidade do ano eleitoral, é o fato de que esses negócios capta recursos com uma tese de investimento sólida, para os quais vai direcionar o dinheiro novo. “Isso soa bem na cabeça dos investidores. É uma história clara para o mercado”, explica.

O mercado está há mais de um ano fechado para aberturas de capital, depois de dois anos de recordes seguidos na Bolsa brasileira, a B3. Pela primeira vez desde 1998, o País deve fechar um ano sem assistir a um único IPO (oferta inicial de ações, em inglês). Isso não quer dizer, contudo, que o mercado esteja fechado para todos: algumas empresas que já estão na Bolsa conseguiram acessar o bolso dos investidores e vender ações para captar recursos em 2022, a despeito da volatilidade que vem chacoalhando o mercado. Trata-se de um seleto grupo com histórico comprovado de crescimento e que está expandindo seus negócios via aquisições.

“Foi um ano desafiador para os IPOs, em um momento pós-pandemia, com uma guerra, e isso espantou os investidores internacionais”, diz a responsável pela área de renda variável, do Bradesco BBI, Claudia Mesquita. Ele lembra que, com exceção da oferta da fabricante de alumínio CBA, em que seu controlador Votorantim foi o vendedor de ações, metade das empresas captou para pagar uma aquisição já anunciada, enquanto a outra metade veio buscar equilíbrio financeiro. No acumulado do ano foram 13 ofertas subsequentes - ou seja, de empresas que já têm o capital aberto.

Os IPOs, contudo, sofreram um hiato, o que não acontecia há mais de vinte anos, segundo dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No entanto, a fila de empresas que querem abrir capital é grande a partir do próximo ano, já que mais de cem empresas que chegaram a anunciar seus planos de acessar a Bolsa tiveram de colocar o projeto na gaveta por causa da maior aversão ao risco desde a metade do ano passado.

Para o próximo ano, há uma expectativa de que empresas como a BRK Ambiental, do setor de saneamento, e a CSN Cimentos, por exemplo, sigam com os planos de ir à Bolsa. O consenso, contudo, é de que ao menos inicialmente apenas as grandes ofertas conseguirão um espaço para lançar um IPO.

Para este ano há uma única empresa que está com planos para tentar uma oferta logo depois das eleições, a empresa do setor imobiliário Urca, uma oferta de R$ 480 milhões – mas se trata de uma possiblidade remota, de acordo com fontes. É consenso entre os bancos de investimento que será preciso para reabrir o mercado de IPOs com uma oferta de grande porte, de uma empresa estabelecida.

Já no grupo que conseguiu colocar dinheiro no caixa estão as empresas Iguatemi, que fez uma oferta subsequente para pagar a compra de uma fatia adicional no shopping JK Iguatemi. Já a empresa Vamos, que pertence ao grupo Simpar, se capitalizou para comprar mais caminhões e máquinas. A Equatorial Energia levantou R$ 2,8 bilhões para financiar a aquisição da Echoenergia. A maior oferta do ano, de longe, foi a captação de R$ 33 bilhões feita pela Eletrobras, que culminou na privatização da empresa.

Um dos motivos que as empresas têm para captar é melhorar a estrutura de capital em um cenário de juros altos. As empresas também estão buscando dinheiro para crescimento.

Vitor Saraiva, responsável pela área de renda variável da XP

O atacarejo Assaí também está desafiando a volatilidade do mercado e anunciou nesta semana, dias antes do segundo turno das eleições presidenciais no Brasil, uma oferta de ações de cerca de R$ 2,5 bilhões (US$ 500 milhões). Nesse caso, para a venda de ações por parte de seu controlador, o francês Casino, que precisa de recursos para sanear suas finanças. A oferta, conforme fontes, está programada para ocorrer no fim de novembro.

Brasil X exterior

Responsável pela área de renda variável da XP, Vitor Saraiva aponta que uma das explicações por trás das ofertas subsequentes tem sido o bom desempenho do Ibovespa. O principal índice de ações da Bolsa brasileira apresenta alta de 13% em dólar no ano, enquanto seus principais pares estão no vermelho. “Um dos motivos que as empresas têm para captar é melhorar a estrutura de capital em um cenário de juros altos. As empresas também estão buscando dinheiro para crescimento”, diz.

Saraiva lembra que, nessas ofertas, investidores também aproveitaram para aumentar sua posição em determinadas companhias, já que esse tipo de movimento ajuda a ampliar os negócios da ação na Bolsa, melhorando sua liquidez. Isso facilita na hora de o investidor montar ou desmontar posições – algo importante em tempos mais incertos.

Veremos os IPOs voltando na sequência para as empresas bem estabelecidas.

Hans Lin corresponsável do banco de investimento do Bank os America (Bofa) no Brasil

Para o corresponsável pelo banco de investimento do Bank of America (Bofa) no Brasil, Hans Lin, um dos motivos para o mercado estar aberto para empresas já listadas é o fato de esse tipo de operação ser mais simples e rápido. “Algumas empresas com bons projetos de investimento devem aproveitar esse momento. Mas veremos os IPOs voltando na sequência para as empresas bem estabelecidas”, diz Lin.

Com dinheiro de oferta de ações, grupo Iguatemi pagou por fatia remanescente no shopping JK  Foto: Alex Silva/Estadão

Segundo o responsável pela área de renda variável do Citi, Marcelo Millen, uma das razões para o mercado de ofertas secundárias continuar aberto, apesar da volatilidade do ano eleitoral, é o fato de que esses negócios capta recursos com uma tese de investimento sólida, para os quais vai direcionar o dinheiro novo. “Isso soa bem na cabeça dos investidores. É uma história clara para o mercado”, explica.

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