População brasileira não sabe papel que precisa ter na reciclagem de eletrônicos, aponta pesquisa


De acordo com estudo, expansão de pontos de coleta é necessária, mas também conscientizar as pessoas sobre a importância de levar equipamentos a locais adequados de descarte

Por Luis Filipe Santos
Atualização:

O consumidor brasileiro não sabe da importância do seu papel para a reciclagem de produtos eletroeletrônicos. A conclusão é da pesquisa Resíduos Eletrônicos no Brasil - 2023, realizada pela empresa Radar Pesquisas a pedido da Green Eletron, entidade sem fins lucrativos dedicada ao tema. Segundo o levantamento, 88% das pessoas já ouviram falar no assunto, mas 34% ainda o associam a e-mails de spam. Além disso, boa parte ainda não tem o hábito de levar os resíduos eletrônicos aos pontos de coleta.

Houve uma leve queda no número de pessoas que relataram ter levado itens a locais de coleta. Na edição anterior, em 2021, foram 75% dos respondentes; em 2023, foram 72%. O dado contrasta com a proximidade — 25% apontaram haver pontos de entrega voluntária (PEV) em lugares nos quais podem chegar andando, contra 16% há dois anos. E 70% apontaram haver PEVs a menos de 30 minutos de carro de onde moram.

Segundo a pesquisa, 22% das pessoas levam o lixo eletrônico a pontos adequados a cada três meses, e 10% relataram tê-lo feito apenas uma vez na vida. A pesquisa online foi respondida por mais de 2,6 mil pessoas, entre 10 de maio e 13 de junho de 2023. O público-alvo contempla homens e mulheres de 18 a 65 anos das classes A, B e C, em 21 Estados e no Distrito Federal.

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Outros dados preocupantes apontam que 25% não reconhecem nenhuma responsabilidade dos consumidores em colaborar para a logística reversa dos produtos eletroeletrônicos. A mesma quantidade de pessoas não sabe que todos os equipamentos podem ser reciclados e suas matérias-primas reutilizadas. Pilhas e baterias são os itens mais descartados pelos entrevistados (59%).

Empresas precisam disponibilizar pontos de descarte, mas população também precisa utilizá-los. Na imagem, coletor de lixo eletrônico colocado na estação Barra Funda do metrô de São Paulo durante a Virada Sustentável Foto: Alex Silva / Estadão

A Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada em 2010, estabelece que a responsabilidade pelo descarte correto recai principalmente sobre as empresas, mas a população também precisa fazer sua parte.

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“Os fabricantes têm obrigação por lei de criar estrutura para descarte, como locais de coleta, e mandar o que receberem para as empresas que desmontam e reciclam. Mas levar até esses locais de coleta é puramente responsabilidade do cidadão. Se o cidadão não levar até lá, nada vai acontecer”, resume Ademir Brescansin, gerente executivo da Green Eletron.

Problemas

A importância de descartar adequadamente é a de garantir que tudo tenha a destinação correta — nos aparelhos eletrônicos, há metais pesados e outras substâncias que podem causar contaminações no solo e na água se forem jogados fora da forma errada, e, consequentemente, afetar a saúde humana.

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“Quando as pessoas descartam o lixo eletrônico com outros materiais recicláveis, não temos como saber se foram levados de maneira correta ou não”, afirma Brescansin. Segundo ele, quando os equipamentos chegam a pontos não especificados como de reciclagem de eletrônicos, pode ser que sejam encaminhados corretamente, mas também que sejam dados para coletores que pegam só parte dos materiais e, sem saber do valor dos outros, os jogam fora.

A Green Eletron conversa com cooperativas para tentar evitar o segundo cenário, diz o diretor da entidade, que sugere também uma lei para obrigar a vender os materiais eletrônicos para empresas lícitas ou entidades gestoras como ela própria.

Grande parte das pessoas também guarda itens em casa, pensando que podem ser úteis de novo no futuro. Cerca de 8 em cada 10 entrevistados na pesquisa (85%) guardam algum tipo de lixo eletrônico em casa e, desses, os que o fazem há mais de um ano somam 40% (10% a mais que em 2021). Dessa forma, possíveis matérias-primas ficam nos aparelhos, obrigando que mais minérios tenham que ser retirados da natureza para suprir a demanda.

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Na tentativa de aumentar a conscientização, a Green Eletron lançou uma campanha nas redes sociais chamada Eletrônico Não é Lixo, com dicas simples para realizar o descarte. Outras ações incluem parcerias com diferentes órgãos do poder público.

Além do papel da população e das empresas, o governo também tem que cumprir com atribuições: reforçar a importância do descarte correto para a população e fiscalizar a aplicação da lei, para que as empresas de fato cumpram o papel delas, o que levaria ao crescimento de todo o ecossistema.

O consumidor brasileiro não sabe da importância do seu papel para a reciclagem de produtos eletroeletrônicos. A conclusão é da pesquisa Resíduos Eletrônicos no Brasil - 2023, realizada pela empresa Radar Pesquisas a pedido da Green Eletron, entidade sem fins lucrativos dedicada ao tema. Segundo o levantamento, 88% das pessoas já ouviram falar no assunto, mas 34% ainda o associam a e-mails de spam. Além disso, boa parte ainda não tem o hábito de levar os resíduos eletrônicos aos pontos de coleta.

Houve uma leve queda no número de pessoas que relataram ter levado itens a locais de coleta. Na edição anterior, em 2021, foram 75% dos respondentes; em 2023, foram 72%. O dado contrasta com a proximidade — 25% apontaram haver pontos de entrega voluntária (PEV) em lugares nos quais podem chegar andando, contra 16% há dois anos. E 70% apontaram haver PEVs a menos de 30 minutos de carro de onde moram.

Segundo a pesquisa, 22% das pessoas levam o lixo eletrônico a pontos adequados a cada três meses, e 10% relataram tê-lo feito apenas uma vez na vida. A pesquisa online foi respondida por mais de 2,6 mil pessoas, entre 10 de maio e 13 de junho de 2023. O público-alvo contempla homens e mulheres de 18 a 65 anos das classes A, B e C, em 21 Estados e no Distrito Federal.

Outros dados preocupantes apontam que 25% não reconhecem nenhuma responsabilidade dos consumidores em colaborar para a logística reversa dos produtos eletroeletrônicos. A mesma quantidade de pessoas não sabe que todos os equipamentos podem ser reciclados e suas matérias-primas reutilizadas. Pilhas e baterias são os itens mais descartados pelos entrevistados (59%).

Empresas precisam disponibilizar pontos de descarte, mas população também precisa utilizá-los. Na imagem, coletor de lixo eletrônico colocado na estação Barra Funda do metrô de São Paulo durante a Virada Sustentável Foto: Alex Silva / Estadão

A Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada em 2010, estabelece que a responsabilidade pelo descarte correto recai principalmente sobre as empresas, mas a população também precisa fazer sua parte.

“Os fabricantes têm obrigação por lei de criar estrutura para descarte, como locais de coleta, e mandar o que receberem para as empresas que desmontam e reciclam. Mas levar até esses locais de coleta é puramente responsabilidade do cidadão. Se o cidadão não levar até lá, nada vai acontecer”, resume Ademir Brescansin, gerente executivo da Green Eletron.

Problemas

A importância de descartar adequadamente é a de garantir que tudo tenha a destinação correta — nos aparelhos eletrônicos, há metais pesados e outras substâncias que podem causar contaminações no solo e na água se forem jogados fora da forma errada, e, consequentemente, afetar a saúde humana.

“Quando as pessoas descartam o lixo eletrônico com outros materiais recicláveis, não temos como saber se foram levados de maneira correta ou não”, afirma Brescansin. Segundo ele, quando os equipamentos chegam a pontos não especificados como de reciclagem de eletrônicos, pode ser que sejam encaminhados corretamente, mas também que sejam dados para coletores que pegam só parte dos materiais e, sem saber do valor dos outros, os jogam fora.

A Green Eletron conversa com cooperativas para tentar evitar o segundo cenário, diz o diretor da entidade, que sugere também uma lei para obrigar a vender os materiais eletrônicos para empresas lícitas ou entidades gestoras como ela própria.

Grande parte das pessoas também guarda itens em casa, pensando que podem ser úteis de novo no futuro. Cerca de 8 em cada 10 entrevistados na pesquisa (85%) guardam algum tipo de lixo eletrônico em casa e, desses, os que o fazem há mais de um ano somam 40% (10% a mais que em 2021). Dessa forma, possíveis matérias-primas ficam nos aparelhos, obrigando que mais minérios tenham que ser retirados da natureza para suprir a demanda.

Na tentativa de aumentar a conscientização, a Green Eletron lançou uma campanha nas redes sociais chamada Eletrônico Não é Lixo, com dicas simples para realizar o descarte. Outras ações incluem parcerias com diferentes órgãos do poder público.

Além do papel da população e das empresas, o governo também tem que cumprir com atribuições: reforçar a importância do descarte correto para a população e fiscalizar a aplicação da lei, para que as empresas de fato cumpram o papel delas, o que levaria ao crescimento de todo o ecossistema.

O consumidor brasileiro não sabe da importância do seu papel para a reciclagem de produtos eletroeletrônicos. A conclusão é da pesquisa Resíduos Eletrônicos no Brasil - 2023, realizada pela empresa Radar Pesquisas a pedido da Green Eletron, entidade sem fins lucrativos dedicada ao tema. Segundo o levantamento, 88% das pessoas já ouviram falar no assunto, mas 34% ainda o associam a e-mails de spam. Além disso, boa parte ainda não tem o hábito de levar os resíduos eletrônicos aos pontos de coleta.

Houve uma leve queda no número de pessoas que relataram ter levado itens a locais de coleta. Na edição anterior, em 2021, foram 75% dos respondentes; em 2023, foram 72%. O dado contrasta com a proximidade — 25% apontaram haver pontos de entrega voluntária (PEV) em lugares nos quais podem chegar andando, contra 16% há dois anos. E 70% apontaram haver PEVs a menos de 30 minutos de carro de onde moram.

Segundo a pesquisa, 22% das pessoas levam o lixo eletrônico a pontos adequados a cada três meses, e 10% relataram tê-lo feito apenas uma vez na vida. A pesquisa online foi respondida por mais de 2,6 mil pessoas, entre 10 de maio e 13 de junho de 2023. O público-alvo contempla homens e mulheres de 18 a 65 anos das classes A, B e C, em 21 Estados e no Distrito Federal.

Outros dados preocupantes apontam que 25% não reconhecem nenhuma responsabilidade dos consumidores em colaborar para a logística reversa dos produtos eletroeletrônicos. A mesma quantidade de pessoas não sabe que todos os equipamentos podem ser reciclados e suas matérias-primas reutilizadas. Pilhas e baterias são os itens mais descartados pelos entrevistados (59%).

Empresas precisam disponibilizar pontos de descarte, mas população também precisa utilizá-los. Na imagem, coletor de lixo eletrônico colocado na estação Barra Funda do metrô de São Paulo durante a Virada Sustentável Foto: Alex Silva / Estadão

A Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada em 2010, estabelece que a responsabilidade pelo descarte correto recai principalmente sobre as empresas, mas a população também precisa fazer sua parte.

“Os fabricantes têm obrigação por lei de criar estrutura para descarte, como locais de coleta, e mandar o que receberem para as empresas que desmontam e reciclam. Mas levar até esses locais de coleta é puramente responsabilidade do cidadão. Se o cidadão não levar até lá, nada vai acontecer”, resume Ademir Brescansin, gerente executivo da Green Eletron.

Problemas

A importância de descartar adequadamente é a de garantir que tudo tenha a destinação correta — nos aparelhos eletrônicos, há metais pesados e outras substâncias que podem causar contaminações no solo e na água se forem jogados fora da forma errada, e, consequentemente, afetar a saúde humana.

“Quando as pessoas descartam o lixo eletrônico com outros materiais recicláveis, não temos como saber se foram levados de maneira correta ou não”, afirma Brescansin. Segundo ele, quando os equipamentos chegam a pontos não especificados como de reciclagem de eletrônicos, pode ser que sejam encaminhados corretamente, mas também que sejam dados para coletores que pegam só parte dos materiais e, sem saber do valor dos outros, os jogam fora.

A Green Eletron conversa com cooperativas para tentar evitar o segundo cenário, diz o diretor da entidade, que sugere também uma lei para obrigar a vender os materiais eletrônicos para empresas lícitas ou entidades gestoras como ela própria.

Grande parte das pessoas também guarda itens em casa, pensando que podem ser úteis de novo no futuro. Cerca de 8 em cada 10 entrevistados na pesquisa (85%) guardam algum tipo de lixo eletrônico em casa e, desses, os que o fazem há mais de um ano somam 40% (10% a mais que em 2021). Dessa forma, possíveis matérias-primas ficam nos aparelhos, obrigando que mais minérios tenham que ser retirados da natureza para suprir a demanda.

Na tentativa de aumentar a conscientização, a Green Eletron lançou uma campanha nas redes sociais chamada Eletrônico Não é Lixo, com dicas simples para realizar o descarte. Outras ações incluem parcerias com diferentes órgãos do poder público.

Além do papel da população e das empresas, o governo também tem que cumprir com atribuições: reforçar a importância do descarte correto para a população e fiscalizar a aplicação da lei, para que as empresas de fato cumpram o papel delas, o que levaria ao crescimento de todo o ecossistema.

O consumidor brasileiro não sabe da importância do seu papel para a reciclagem de produtos eletroeletrônicos. A conclusão é da pesquisa Resíduos Eletrônicos no Brasil - 2023, realizada pela empresa Radar Pesquisas a pedido da Green Eletron, entidade sem fins lucrativos dedicada ao tema. Segundo o levantamento, 88% das pessoas já ouviram falar no assunto, mas 34% ainda o associam a e-mails de spam. Além disso, boa parte ainda não tem o hábito de levar os resíduos eletrônicos aos pontos de coleta.

Houve uma leve queda no número de pessoas que relataram ter levado itens a locais de coleta. Na edição anterior, em 2021, foram 75% dos respondentes; em 2023, foram 72%. O dado contrasta com a proximidade — 25% apontaram haver pontos de entrega voluntária (PEV) em lugares nos quais podem chegar andando, contra 16% há dois anos. E 70% apontaram haver PEVs a menos de 30 minutos de carro de onde moram.

Segundo a pesquisa, 22% das pessoas levam o lixo eletrônico a pontos adequados a cada três meses, e 10% relataram tê-lo feito apenas uma vez na vida. A pesquisa online foi respondida por mais de 2,6 mil pessoas, entre 10 de maio e 13 de junho de 2023. O público-alvo contempla homens e mulheres de 18 a 65 anos das classes A, B e C, em 21 Estados e no Distrito Federal.

Outros dados preocupantes apontam que 25% não reconhecem nenhuma responsabilidade dos consumidores em colaborar para a logística reversa dos produtos eletroeletrônicos. A mesma quantidade de pessoas não sabe que todos os equipamentos podem ser reciclados e suas matérias-primas reutilizadas. Pilhas e baterias são os itens mais descartados pelos entrevistados (59%).

Empresas precisam disponibilizar pontos de descarte, mas população também precisa utilizá-los. Na imagem, coletor de lixo eletrônico colocado na estação Barra Funda do metrô de São Paulo durante a Virada Sustentável Foto: Alex Silva / Estadão

A Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada em 2010, estabelece que a responsabilidade pelo descarte correto recai principalmente sobre as empresas, mas a população também precisa fazer sua parte.

“Os fabricantes têm obrigação por lei de criar estrutura para descarte, como locais de coleta, e mandar o que receberem para as empresas que desmontam e reciclam. Mas levar até esses locais de coleta é puramente responsabilidade do cidadão. Se o cidadão não levar até lá, nada vai acontecer”, resume Ademir Brescansin, gerente executivo da Green Eletron.

Problemas

A importância de descartar adequadamente é a de garantir que tudo tenha a destinação correta — nos aparelhos eletrônicos, há metais pesados e outras substâncias que podem causar contaminações no solo e na água se forem jogados fora da forma errada, e, consequentemente, afetar a saúde humana.

“Quando as pessoas descartam o lixo eletrônico com outros materiais recicláveis, não temos como saber se foram levados de maneira correta ou não”, afirma Brescansin. Segundo ele, quando os equipamentos chegam a pontos não especificados como de reciclagem de eletrônicos, pode ser que sejam encaminhados corretamente, mas também que sejam dados para coletores que pegam só parte dos materiais e, sem saber do valor dos outros, os jogam fora.

A Green Eletron conversa com cooperativas para tentar evitar o segundo cenário, diz o diretor da entidade, que sugere também uma lei para obrigar a vender os materiais eletrônicos para empresas lícitas ou entidades gestoras como ela própria.

Grande parte das pessoas também guarda itens em casa, pensando que podem ser úteis de novo no futuro. Cerca de 8 em cada 10 entrevistados na pesquisa (85%) guardam algum tipo de lixo eletrônico em casa e, desses, os que o fazem há mais de um ano somam 40% (10% a mais que em 2021). Dessa forma, possíveis matérias-primas ficam nos aparelhos, obrigando que mais minérios tenham que ser retirados da natureza para suprir a demanda.

Na tentativa de aumentar a conscientização, a Green Eletron lançou uma campanha nas redes sociais chamada Eletrônico Não é Lixo, com dicas simples para realizar o descarte. Outras ações incluem parcerias com diferentes órgãos do poder público.

Além do papel da população e das empresas, o governo também tem que cumprir com atribuições: reforçar a importância do descarte correto para a população e fiscalizar a aplicação da lei, para que as empresas de fato cumpram o papel delas, o que levaria ao crescimento de todo o ecossistema.

O consumidor brasileiro não sabe da importância do seu papel para a reciclagem de produtos eletroeletrônicos. A conclusão é da pesquisa Resíduos Eletrônicos no Brasil - 2023, realizada pela empresa Radar Pesquisas a pedido da Green Eletron, entidade sem fins lucrativos dedicada ao tema. Segundo o levantamento, 88% das pessoas já ouviram falar no assunto, mas 34% ainda o associam a e-mails de spam. Além disso, boa parte ainda não tem o hábito de levar os resíduos eletrônicos aos pontos de coleta.

Houve uma leve queda no número de pessoas que relataram ter levado itens a locais de coleta. Na edição anterior, em 2021, foram 75% dos respondentes; em 2023, foram 72%. O dado contrasta com a proximidade — 25% apontaram haver pontos de entrega voluntária (PEV) em lugares nos quais podem chegar andando, contra 16% há dois anos. E 70% apontaram haver PEVs a menos de 30 minutos de carro de onde moram.

Segundo a pesquisa, 22% das pessoas levam o lixo eletrônico a pontos adequados a cada três meses, e 10% relataram tê-lo feito apenas uma vez na vida. A pesquisa online foi respondida por mais de 2,6 mil pessoas, entre 10 de maio e 13 de junho de 2023. O público-alvo contempla homens e mulheres de 18 a 65 anos das classes A, B e C, em 21 Estados e no Distrito Federal.

Outros dados preocupantes apontam que 25% não reconhecem nenhuma responsabilidade dos consumidores em colaborar para a logística reversa dos produtos eletroeletrônicos. A mesma quantidade de pessoas não sabe que todos os equipamentos podem ser reciclados e suas matérias-primas reutilizadas. Pilhas e baterias são os itens mais descartados pelos entrevistados (59%).

Empresas precisam disponibilizar pontos de descarte, mas população também precisa utilizá-los. Na imagem, coletor de lixo eletrônico colocado na estação Barra Funda do metrô de São Paulo durante a Virada Sustentável Foto: Alex Silva / Estadão

A Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada em 2010, estabelece que a responsabilidade pelo descarte correto recai principalmente sobre as empresas, mas a população também precisa fazer sua parte.

“Os fabricantes têm obrigação por lei de criar estrutura para descarte, como locais de coleta, e mandar o que receberem para as empresas que desmontam e reciclam. Mas levar até esses locais de coleta é puramente responsabilidade do cidadão. Se o cidadão não levar até lá, nada vai acontecer”, resume Ademir Brescansin, gerente executivo da Green Eletron.

Problemas

A importância de descartar adequadamente é a de garantir que tudo tenha a destinação correta — nos aparelhos eletrônicos, há metais pesados e outras substâncias que podem causar contaminações no solo e na água se forem jogados fora da forma errada, e, consequentemente, afetar a saúde humana.

“Quando as pessoas descartam o lixo eletrônico com outros materiais recicláveis, não temos como saber se foram levados de maneira correta ou não”, afirma Brescansin. Segundo ele, quando os equipamentos chegam a pontos não especificados como de reciclagem de eletrônicos, pode ser que sejam encaminhados corretamente, mas também que sejam dados para coletores que pegam só parte dos materiais e, sem saber do valor dos outros, os jogam fora.

A Green Eletron conversa com cooperativas para tentar evitar o segundo cenário, diz o diretor da entidade, que sugere também uma lei para obrigar a vender os materiais eletrônicos para empresas lícitas ou entidades gestoras como ela própria.

Grande parte das pessoas também guarda itens em casa, pensando que podem ser úteis de novo no futuro. Cerca de 8 em cada 10 entrevistados na pesquisa (85%) guardam algum tipo de lixo eletrônico em casa e, desses, os que o fazem há mais de um ano somam 40% (10% a mais que em 2021). Dessa forma, possíveis matérias-primas ficam nos aparelhos, obrigando que mais minérios tenham que ser retirados da natureza para suprir a demanda.

Na tentativa de aumentar a conscientização, a Green Eletron lançou uma campanha nas redes sociais chamada Eletrônico Não é Lixo, com dicas simples para realizar o descarte. Outras ações incluem parcerias com diferentes órgãos do poder público.

Além do papel da população e das empresas, o governo também tem que cumprir com atribuições: reforçar a importância do descarte correto para a população e fiscalizar a aplicação da lei, para que as empresas de fato cumpram o papel delas, o que levaria ao crescimento de todo o ecossistema.

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