BTG Pactual guarda R$ 1,2 bilhão para eventual calote da Americanas


Banco teve lucro líquido de R$ 1,744 bilhão no quaarto trimestre do ano passado, 6% maior na comparação anual

Por Cynthia Decloedt
Atualização:

O BTG Pactual fechou o quarto trimestre de 2022 com lucro líquido de R$ 1,744 bilhão, 6% superior ao mesmo período do ano passado e 20,3% abaixo do terceiro trimestre de 2022. O banco informou que separou R$ 1,197 bilhão para cobrir possíveis perdas com “evento específico amplamente divulgado” - a crise na Lojas Americanas. Sem essa provisão, o lucro teria sido de R$ 2,34 bilhões.

“Fomos vítimas e afetados por fraude corporativa”, disse o CEO do BTG Pactual, Roberto Sallouti, em conversa com analistas e acionistas na manhã desta segunda-feira sobre o resultado. Ele admitiu que a exposição a Americanas – sem citar o nome da empresa – estava baseada na força financeira dos acionistas controladores – o trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.

O banco apareceu como um dos maiores credores da varejista no processo de recuperação judicial, com créditos de R$ 3,5 bilhões. Mas o BTG afirma que sua exposição caiu para R$ 1,9 bilhão, após obter liminar favorável na Justiça do Rio de Janeiro para compensar R$ 1,2 bilhão que havia retido antes de a empresa entrar com pedido de recuperação judicial e depois do comunicado de inconsistências em seu balanço. Além disso, outros R$ 400 milhões estão cobertos por contratos de resseguro.

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Em um documento judicial ao qual o Estadão/Broadcast teve acesso no início deste mês, a Americanas acusou o BTG Pactual de “participação, conivência e culpa” no rombo contábil de R$ 20 bilhões que levou à crise atravessada pela empresa. Em comunicado divulgado também no começo de fevereiro, o BTG Pactual rebateu a acusação da varejista e afirmou que “não compactua com manobras contábeis que possam distorcer informações financeiras de quaisquer companhias com que possui relacionamento” e que “tem a firme convicção da legalidade de suas práticas e não se furtará a fazer valer todos os seus direitos neste caso”.

Outros bancos brasileiros já separaram R$ 9,3 bilhões para lidar com eventuais perdas com empréstimos para a Americanas. Entre os maiores credores da companhia, os recursos reservados para perdas variam de 30% dos créditos, caso do Santander, a 100%, caso de Itaú e Bradesco. Os dois maiores bancos privados do Brasil já não veem mais chance, ao menos neste momento, de recuperar os créditos concedidos à varejista e passaram a classificar a empresa na pior linha do balanço para maus pagadores.

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Fachada de loja da Americanas no Rio Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Balanço do BTG

O BTG, por sua vez, provisionou 60% dos R$ 1,9 bilhão. Sallouti afirmou que o banco deverá recuperar mais do que isso ao longo do tempo.

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O maior impacto das provisões aconteceu nas operações de empréstimos a empresas, uma linha de negócio relativamente nova, onde as receitas fecharam o trimestre com R$ 150 milhões. Sem o evento Americanas, as receitas teriam ficado em R$ 1,2 bilhão. Os executivos também sentiram no próprio bolso. Os bônus distribuídos caíram em R$ 153,1 milhões.

Sallouti passou, no entanto, mensagens positivas, prevendo que o retorno sobre o patrimônio do banco vai crescer mais neste ano, para além dos 22% de 2022, e a carteira de crédito pode ter uma expansão de 15%. Os analistas gostaram das indicações positivas do bancos e mantiveram recomendação de compra das ações do banco, que chegaram a subir 3% durante o pregão na bolsa.

As receitas totais do BTG somaram R$ 3,626 bilhões no quarto trimestre, uma queda de 3,9% em 12 meses e de 23,7% em comparação ao terceiro trimestre. Nessa linha, o banco informa que as receitas totais teriam alcançado R$ 4,826 bilhões não fosse o efeito das provisões não recorrentes.

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Em 31 de dezembro de 2022, os ativos totais do BTG Pactual somaram R$ 450,6 bilhões, um aumento de 2,4% em comparação com o terceiro trimestre. O índice de Basileia se manteve estável em 15,1% frente ao terceiro trimestre. No quarto trimestre de 2021, estava em 15,7%.

O BTG Pactual fechou o quarto trimestre de 2022 com lucro líquido de R$ 1,744 bilhão, 6% superior ao mesmo período do ano passado e 20,3% abaixo do terceiro trimestre de 2022. O banco informou que separou R$ 1,197 bilhão para cobrir possíveis perdas com “evento específico amplamente divulgado” - a crise na Lojas Americanas. Sem essa provisão, o lucro teria sido de R$ 2,34 bilhões.

“Fomos vítimas e afetados por fraude corporativa”, disse o CEO do BTG Pactual, Roberto Sallouti, em conversa com analistas e acionistas na manhã desta segunda-feira sobre o resultado. Ele admitiu que a exposição a Americanas – sem citar o nome da empresa – estava baseada na força financeira dos acionistas controladores – o trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.

O banco apareceu como um dos maiores credores da varejista no processo de recuperação judicial, com créditos de R$ 3,5 bilhões. Mas o BTG afirma que sua exposição caiu para R$ 1,9 bilhão, após obter liminar favorável na Justiça do Rio de Janeiro para compensar R$ 1,2 bilhão que havia retido antes de a empresa entrar com pedido de recuperação judicial e depois do comunicado de inconsistências em seu balanço. Além disso, outros R$ 400 milhões estão cobertos por contratos de resseguro.

Em um documento judicial ao qual o Estadão/Broadcast teve acesso no início deste mês, a Americanas acusou o BTG Pactual de “participação, conivência e culpa” no rombo contábil de R$ 20 bilhões que levou à crise atravessada pela empresa. Em comunicado divulgado também no começo de fevereiro, o BTG Pactual rebateu a acusação da varejista e afirmou que “não compactua com manobras contábeis que possam distorcer informações financeiras de quaisquer companhias com que possui relacionamento” e que “tem a firme convicção da legalidade de suas práticas e não se furtará a fazer valer todos os seus direitos neste caso”.

Outros bancos brasileiros já separaram R$ 9,3 bilhões para lidar com eventuais perdas com empréstimos para a Americanas. Entre os maiores credores da companhia, os recursos reservados para perdas variam de 30% dos créditos, caso do Santander, a 100%, caso de Itaú e Bradesco. Os dois maiores bancos privados do Brasil já não veem mais chance, ao menos neste momento, de recuperar os créditos concedidos à varejista e passaram a classificar a empresa na pior linha do balanço para maus pagadores.

Fachada de loja da Americanas no Rio Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Balanço do BTG

O BTG, por sua vez, provisionou 60% dos R$ 1,9 bilhão. Sallouti afirmou que o banco deverá recuperar mais do que isso ao longo do tempo.

O maior impacto das provisões aconteceu nas operações de empréstimos a empresas, uma linha de negócio relativamente nova, onde as receitas fecharam o trimestre com R$ 150 milhões. Sem o evento Americanas, as receitas teriam ficado em R$ 1,2 bilhão. Os executivos também sentiram no próprio bolso. Os bônus distribuídos caíram em R$ 153,1 milhões.

Sallouti passou, no entanto, mensagens positivas, prevendo que o retorno sobre o patrimônio do banco vai crescer mais neste ano, para além dos 22% de 2022, e a carteira de crédito pode ter uma expansão de 15%. Os analistas gostaram das indicações positivas do bancos e mantiveram recomendação de compra das ações do banco, que chegaram a subir 3% durante o pregão na bolsa.

As receitas totais do BTG somaram R$ 3,626 bilhões no quarto trimestre, uma queda de 3,9% em 12 meses e de 23,7% em comparação ao terceiro trimestre. Nessa linha, o banco informa que as receitas totais teriam alcançado R$ 4,826 bilhões não fosse o efeito das provisões não recorrentes.

Em 31 de dezembro de 2022, os ativos totais do BTG Pactual somaram R$ 450,6 bilhões, um aumento de 2,4% em comparação com o terceiro trimestre. O índice de Basileia se manteve estável em 15,1% frente ao terceiro trimestre. No quarto trimestre de 2021, estava em 15,7%.

O BTG Pactual fechou o quarto trimestre de 2022 com lucro líquido de R$ 1,744 bilhão, 6% superior ao mesmo período do ano passado e 20,3% abaixo do terceiro trimestre de 2022. O banco informou que separou R$ 1,197 bilhão para cobrir possíveis perdas com “evento específico amplamente divulgado” - a crise na Lojas Americanas. Sem essa provisão, o lucro teria sido de R$ 2,34 bilhões.

“Fomos vítimas e afetados por fraude corporativa”, disse o CEO do BTG Pactual, Roberto Sallouti, em conversa com analistas e acionistas na manhã desta segunda-feira sobre o resultado. Ele admitiu que a exposição a Americanas – sem citar o nome da empresa – estava baseada na força financeira dos acionistas controladores – o trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.

O banco apareceu como um dos maiores credores da varejista no processo de recuperação judicial, com créditos de R$ 3,5 bilhões. Mas o BTG afirma que sua exposição caiu para R$ 1,9 bilhão, após obter liminar favorável na Justiça do Rio de Janeiro para compensar R$ 1,2 bilhão que havia retido antes de a empresa entrar com pedido de recuperação judicial e depois do comunicado de inconsistências em seu balanço. Além disso, outros R$ 400 milhões estão cobertos por contratos de resseguro.

Em um documento judicial ao qual o Estadão/Broadcast teve acesso no início deste mês, a Americanas acusou o BTG Pactual de “participação, conivência e culpa” no rombo contábil de R$ 20 bilhões que levou à crise atravessada pela empresa. Em comunicado divulgado também no começo de fevereiro, o BTG Pactual rebateu a acusação da varejista e afirmou que “não compactua com manobras contábeis que possam distorcer informações financeiras de quaisquer companhias com que possui relacionamento” e que “tem a firme convicção da legalidade de suas práticas e não se furtará a fazer valer todos os seus direitos neste caso”.

Outros bancos brasileiros já separaram R$ 9,3 bilhões para lidar com eventuais perdas com empréstimos para a Americanas. Entre os maiores credores da companhia, os recursos reservados para perdas variam de 30% dos créditos, caso do Santander, a 100%, caso de Itaú e Bradesco. Os dois maiores bancos privados do Brasil já não veem mais chance, ao menos neste momento, de recuperar os créditos concedidos à varejista e passaram a classificar a empresa na pior linha do balanço para maus pagadores.

Fachada de loja da Americanas no Rio Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Balanço do BTG

O BTG, por sua vez, provisionou 60% dos R$ 1,9 bilhão. Sallouti afirmou que o banco deverá recuperar mais do que isso ao longo do tempo.

O maior impacto das provisões aconteceu nas operações de empréstimos a empresas, uma linha de negócio relativamente nova, onde as receitas fecharam o trimestre com R$ 150 milhões. Sem o evento Americanas, as receitas teriam ficado em R$ 1,2 bilhão. Os executivos também sentiram no próprio bolso. Os bônus distribuídos caíram em R$ 153,1 milhões.

Sallouti passou, no entanto, mensagens positivas, prevendo que o retorno sobre o patrimônio do banco vai crescer mais neste ano, para além dos 22% de 2022, e a carteira de crédito pode ter uma expansão de 15%. Os analistas gostaram das indicações positivas do bancos e mantiveram recomendação de compra das ações do banco, que chegaram a subir 3% durante o pregão na bolsa.

As receitas totais do BTG somaram R$ 3,626 bilhões no quarto trimestre, uma queda de 3,9% em 12 meses e de 23,7% em comparação ao terceiro trimestre. Nessa linha, o banco informa que as receitas totais teriam alcançado R$ 4,826 bilhões não fosse o efeito das provisões não recorrentes.

Em 31 de dezembro de 2022, os ativos totais do BTG Pactual somaram R$ 450,6 bilhões, um aumento de 2,4% em comparação com o terceiro trimestre. O índice de Basileia se manteve estável em 15,1% frente ao terceiro trimestre. No quarto trimestre de 2021, estava em 15,7%.

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