Caixa tem lucro de R$ 3,287 bi no 2º trimestre, alta de 27,3% em 1 ano


As loterias da Caixa arrecadaram R$ 12,3 bilhões em recursos no primeiro semestre deste ano, crescimento de 19% em relação à primeira metade de 2023

Por Matheus Piovesana e Cicero Cotrim
Atualização:

SÃO PAULO E BRASÍLIA - A Caixa Econômica Federal teve lucro líquido recorrente de R$ 3,287 bilhões no segundo trimestre deste ano, valor 27,3% superior ao do mesmo período de 2023. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira, 21, pelo banco público. As loterias da Caixa contribuíram para o resultado, ao arrecadar R$ 12,3 bilhões em recursos no primeiro semestre deste ano, crescimento de 19% em relação à primeira metade de 2023.

A carteira de crédito somava R$ 1,175 trilhão em junho deste ano, 10,6% acima do mesmo período do ano passado. A carteira de crédito habitacional, mais representativa, somava R$ 783,6 bilhões, um crescimento de 14,8% na comparação com o mesmo período de 2023.

A margem financeira da Caixa foi de R$ 15,81 bilhões no segundo trimestre, 4,1% maior do que 12 meses antes. “O aumento em 12 meses foi impactado principalmente pela redução de 17,7% nas despesas com recursos de instituições financeiras e oficiais no item compromissadas”, informou o banco.

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Despesas administrativas da Caixa somaram R$ 10,769 bilhões no segundo trimestre, alta de 9,3% em um ano Foto: Wilton Junior/Estadão

O banco público obteve R$ 6,755 bilhões em receita de prestação de serviços e tarifas bancárias, um crescimento de 6,5% na comparação com o segundo trimestre de 2023. “O crescimento em 12 meses foi consequência dos aumentos de 15,2% em receitas de produtos de seguridade, 10,8% em serviços de operações de crédito, 9% em receitas com cartões e 6,6% em fundos de investimentos”, diz o relatório.

A Caixa informou ainda que as despesas administrativas somaram R$ 10,769 bilhões no segundo trimestre, alta de 9,3% em um ano. As despesas de pessoal totalizaram R$ 7,3 bilhões, crescendo 7,1% frente ao mesmo trimestre de 2023. As outras despesas administrativas avançaram a R$ 3,5 bilhões, alta de 14,1% no mesmo período.

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O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) recorrente atingiu 9,54%, alta de 1,78 ponto porcentual frente ao segundo trimestre de 2023. O PL da Caixa somava R$ 135,524 bilhões, alta de 11,2% em relação a junho de 2023. Os ativos somavam R$ 1,911 trilhão, alta de 10,7% em um ano.

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Loterias

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As loterias da Caixa arrecadaram R$ 12,3 bilhões em recursos no primeiro semestre deste ano, crescimento de 19% em relação à primeira metade de 2023. De acordo com o banco, foram pagos R$ 4 bilhões em prêmios a apostadores.

O crescimento das loterias ajudou a impulsionar as receitas com serviços de governo, que cresceram 6% em um ano, para R$ 4,746 bilhões no primeiro semestre. A Caixa não detalha os fatores por trás do crescimento.

O banco público detém o monopólio da exploração de jogos de loteria no Brasil. É uma modalidade diferente das apostas esportivas, exploradas pelas chamadas bets, um segmento em que a Caixa também pretende entrar.

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A Caixa Loterias, subsidiária do banco que passou a controlar os serviços lotéricos, pediu autorização ao Ministério da Fazenda para atuar no segmento. Foi uma das mais de 130 empresas, várias delas grupos globais, a solicitar permissão para explorar o serviço.

Carteira de crédito

A carteira de crédito da Caixa encerrou o segundo trimestre deste ano em R$ 1,174 trilhão, o que representa um crescimento de 10,6% em relação ao mesmo período do ano passado. No comparativo com o primeiro trimestre deste ano, o avanço foi de 2,7%.

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Mais uma vez, o crédito imobiliário influenciou o desempenho, com um crescimento de 14,8% em 12 meses, para R$ 783,568 bilhões em saldo. Líder de mercado, a Caixa viu sua participação no segmento subir de 66,6% para 68% em um ano, diante do menor apetite dos bancos de porte similar na concessão do produto em um cenário de juros altos.

Em habitação, foram R$ 61,3 bilhões em contratações no segundo trimestre deste ano, alta de 38,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Com recursos da poupança, foram R$ 23,5 bilhões, alta de 18,8%, enquanto o FGTS respondeu por R$ 37,8 bilhões, crescimento de 55,1% no mesmo período.

Desde o ano passado, com a poupança pressionada, a Caixa tem direcionado clientes que se enquadram nos critérios das linhas do FGTS para o financiamento com recursos do fundo. Entretanto, entre o primeiro e o segundo trimestres deste ano, o crescimento das concessões com a poupança (de 43,8%) foi maior que o das realizadas com recursos do FGTS (+8,1%).

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A carteira para o agronegócio, por sua vez, teve aumento de 19,5% em um ano, para R$ 59,004 bilhões. Segundo o banco, o segmento de pessoas físicas puxou o crescimento, com alta de 24,2% em 12 meses. No segundo trimestre, foram R$ 6,5 bilhões em contratações, baixa de 18,7% em relação ao mesmo período do ano passado, diante do atraso no lançamento do Plano Safra 2024/2025.

No crédito comercial para pessoas físicas, houve queda de 2,5% em relação ao segundo trimestre do ano passado, para R$ 132,390 bilhões. O saldo das operações de crédito de pessoa jurídica apresentou avanço de 2,9% ante o mesmo período de 2023, para R$ 97,902 bilhões.

Inadimplência

No segundo trimestre deste ano, a inadimplência da carteira de crédito da Caixa era de 2,20%, pelo critério de atrasos acima de 90 dias, em uma queda de 0,59 ponto porcentual em relação ao mesmo período do ano passado. Em um trimestre, houve queda de 0,14 ponto.

A carteira com o índice mais alto era a de crédito comercial, com 5,83% de atraso, um crescimento de 0,5 ponto porcentual em um ano. O crescimento foi puxado pelo crédito com recursos livres para empresas, em que a inadimplência foi a 7,01%, alta de 1,1 ponto porcentual no mesmo período.

Segundo o banco, a inadimplência em crédito imobiliário, que é o de maior participação na carteira, era de 1,55%, baixa de 0,53 p.p. em um ano, e de 0,17 p.p. em um trimestre.

No crédito para infraestrutura, a inadimplência foi de 3,67% em junho do ano passado para zero no mesmo mês de 2024. Segundo o banco, houve a baixa de operações de um cliente específico, que vinha afetando os índices em trimestres anteriores.

Já na carteira de agronegócio, a inadimplência da Caixa estava em 2,11% no final do trimestre, um crescimento de 1,64 ponto porcentual em um ano. O segmento teve alta nos atrasos no primeiro semestre do ano diante da compressão de margens dos produtores rurais, que postergaram pagamentos até o lançamento do Plano Safra 2024/2025, em julho.

Provisões contra inadimplência

As despesas da Caixa em provisões contra a inadimplência atingiram R$ 4,399 bilhões no segundo trimestre deste ano, valor 7,4% menor do que no mesmo mês de 2023. Em relação aos três primeiros meses de 2024, o volume provisionado foi 11,1% menor.

Com as provisões separadas no trimestre, o colchão da Caixa contra a inadimplência somava R$ 50,522 bilhões em junho, um montante 0,5% maior do que o do mesmo trimestre de 2023. Frente a março deste ano, o volume provisionado caiu 0,4%.

O banco público encerrou o segundo trimestre com índice de cobertura de 195,35% da carteira em atraso, alta de 25,42 pontos porcentuais na comparação anual. Isso significa que para cada R$ 1 que estavam vencidos há mais de 90 dias, a Caixa tinha R$ 1,95 separados para fazer frente à possível perda.

Despesas de pessoal

A Caixa registrou R$ 7,310 bilhões em despesas de pessoal no segundo trimestre deste ano, aumento de 7,1% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado. Em um trimestre, a variação foi negativa em 10,2%, de acordo com o banco.

A queda em relação ao trimestre anterior veio com o fim do programa de demissão voluntária, que teve os custos contabilizados no primeiro trimestre. Em paralelo, o banco convocou funcionários aprovados em concurso, além de ter realizado uma nova seleção.

Entre junho do ano passado e o mesmo mês deste ano, a Caixa reforçou o quadro de funcionários em 196 postos, para 86.669 pessoas.

Nos três primeiros meses deste ano, as despesas administrativas do banco ficaram em R$ 3,459 bilhões, alta de 14,1% no espaço de 12 meses, e de 5,5% em três. Despesas com processamento de dados e publicidade ajudaram a puxar o número no comparativo anual.

A rede física de agências da Caixa somava 3.371 pontos no final do trimestre, o mesmo número visto tanto no final do segundo trimestre do ano passado quanto no do primeiro trimestre de 2024.

Prestação de serviços

A Caixa Econômica Federal obteve R$ 6,755 bilhões em receitas com serviços no segundo trimestre deste ano, volume 6,5% maior do que no mesmo período de 2023. Na comparação com os três primeiros meses de 2024, as receitas aumentaram 1,9%.

“O crescimento em 12 meses foi consequência dos aumentos de 15,2% em receitas de produtos de seguridade, 10,8% em serviços de operações de crédito, 9,0% em receitas com cartões e 6,6% em fundos de investimentos”, informou o banco público, sem detalhar os dados.

Na maior linha de receitas, a de serviços de governo, a Caixa obteve R$ 2,406 bilhões no segundo trimestre, alta de 4,8% em um ano. Nesse resultado, o banco destaca as receitas com as loterias.

Em seguida, nas aberturas, aparecem as receitas com conta corrente e tarifas bancárias, que somaram R$ 978 milhões, 3,4% a mais do que no segundo trimestre de 2023. O banco público tem sido mais afetado pelo crescimento do Pix, nesta linha, que os pares do setor privado.

As receitas com seguros cresceram 15,2% em um ano, para R$ 732 milhões, enquanto os ganhos com cartões de crédito e débito avançaram 9,0%, para R$ 724 milhões.

Poupança

Após alguns trimestres em queda ou estáveis, os volumes depositados nas cadernetas de poupança da Caixa voltaram a crescer de forma mais representativa. No final do segundo trimestre deste ano, somavam R$ 374,543 bilhões, crescimento de 6% em relação ao mesmo período do ano passado.

Em relação ao primeiro trimestre deste ano, a alta foi de 4,4%. A poupança é a principal forma de captação da instituição nos chamados recursos de clientes, o que inclui ainda depósitos à vista e a prazo, além de outras modalidades. Diante da importância do produto, o banco voltou a fazer campanhas para atrair depósitos, embora também tenha buscado diversificar as fontes de captação.

A Caixa é líder em poupança no Brasil, com 37% de participação no mercado. Em junho do ano passado, a participação era de 36,4%.

Os depósitos totais de clientes somaram R$ 741,191 bilhões de janeiro a junho, um avanço de 16,9% ante o segundo trimestre de 2023. No comparativo trimestral, o crescimento foi de 5%. O saldo novamente foi puxado por depósitos a prazo.

Em letras, o banco possuía R$ 184,817 bilhões em captações em junho, um salto de 50,1% em um ano, e uma alta de 3,2% em um trimestre. Em letras de crédito imobiliário (LCI), eram R$ 162,534 bilhões, alta de 48,7% em um ano.

Somados os principais itens, a Caixa tinha R$ 1,530 trilhão em captações no final de junho, crescimento de 20,2% em um ano.

Índice de Basileia

O índice de Basileia da Caixa era de 16,40% no fim do segundo trimestre deste ano, 0,16 ponto porcentual menor do que no mesmo período de 2023, segundo balanço divulgado pelo banco nesta quarta-feira.

A Caixa afirma que os seus índices se mantiveram “acima dos mínimos regulatórios.” O índice mede a solidez financeira dos bancos, e no Brasil, o mínimo exigido para as instituições é de 11,5%.

O capital de nível 1, de maior qualidade, somava 14,35% no fim do trimestre, alta de 0,42 ponto em um ano, e queda de 0,38 ponto em um trimestre.

SÃO PAULO E BRASÍLIA - A Caixa Econômica Federal teve lucro líquido recorrente de R$ 3,287 bilhões no segundo trimestre deste ano, valor 27,3% superior ao do mesmo período de 2023. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira, 21, pelo banco público. As loterias da Caixa contribuíram para o resultado, ao arrecadar R$ 12,3 bilhões em recursos no primeiro semestre deste ano, crescimento de 19% em relação à primeira metade de 2023.

A carteira de crédito somava R$ 1,175 trilhão em junho deste ano, 10,6% acima do mesmo período do ano passado. A carteira de crédito habitacional, mais representativa, somava R$ 783,6 bilhões, um crescimento de 14,8% na comparação com o mesmo período de 2023.

A margem financeira da Caixa foi de R$ 15,81 bilhões no segundo trimestre, 4,1% maior do que 12 meses antes. “O aumento em 12 meses foi impactado principalmente pela redução de 17,7% nas despesas com recursos de instituições financeiras e oficiais no item compromissadas”, informou o banco.

Despesas administrativas da Caixa somaram R$ 10,769 bilhões no segundo trimestre, alta de 9,3% em um ano Foto: Wilton Junior/Estadão

O banco público obteve R$ 6,755 bilhões em receita de prestação de serviços e tarifas bancárias, um crescimento de 6,5% na comparação com o segundo trimestre de 2023. “O crescimento em 12 meses foi consequência dos aumentos de 15,2% em receitas de produtos de seguridade, 10,8% em serviços de operações de crédito, 9% em receitas com cartões e 6,6% em fundos de investimentos”, diz o relatório.

A Caixa informou ainda que as despesas administrativas somaram R$ 10,769 bilhões no segundo trimestre, alta de 9,3% em um ano. As despesas de pessoal totalizaram R$ 7,3 bilhões, crescendo 7,1% frente ao mesmo trimestre de 2023. As outras despesas administrativas avançaram a R$ 3,5 bilhões, alta de 14,1% no mesmo período.

O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) recorrente atingiu 9,54%, alta de 1,78 ponto porcentual frente ao segundo trimestre de 2023. O PL da Caixa somava R$ 135,524 bilhões, alta de 11,2% em relação a junho de 2023. Os ativos somavam R$ 1,911 trilhão, alta de 10,7% em um ano.

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Loterias

As loterias da Caixa arrecadaram R$ 12,3 bilhões em recursos no primeiro semestre deste ano, crescimento de 19% em relação à primeira metade de 2023. De acordo com o banco, foram pagos R$ 4 bilhões em prêmios a apostadores.

O crescimento das loterias ajudou a impulsionar as receitas com serviços de governo, que cresceram 6% em um ano, para R$ 4,746 bilhões no primeiro semestre. A Caixa não detalha os fatores por trás do crescimento.

O banco público detém o monopólio da exploração de jogos de loteria no Brasil. É uma modalidade diferente das apostas esportivas, exploradas pelas chamadas bets, um segmento em que a Caixa também pretende entrar.

A Caixa Loterias, subsidiária do banco que passou a controlar os serviços lotéricos, pediu autorização ao Ministério da Fazenda para atuar no segmento. Foi uma das mais de 130 empresas, várias delas grupos globais, a solicitar permissão para explorar o serviço.

Carteira de crédito

A carteira de crédito da Caixa encerrou o segundo trimestre deste ano em R$ 1,174 trilhão, o que representa um crescimento de 10,6% em relação ao mesmo período do ano passado. No comparativo com o primeiro trimestre deste ano, o avanço foi de 2,7%.

Mais uma vez, o crédito imobiliário influenciou o desempenho, com um crescimento de 14,8% em 12 meses, para R$ 783,568 bilhões em saldo. Líder de mercado, a Caixa viu sua participação no segmento subir de 66,6% para 68% em um ano, diante do menor apetite dos bancos de porte similar na concessão do produto em um cenário de juros altos.

Em habitação, foram R$ 61,3 bilhões em contratações no segundo trimestre deste ano, alta de 38,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Com recursos da poupança, foram R$ 23,5 bilhões, alta de 18,8%, enquanto o FGTS respondeu por R$ 37,8 bilhões, crescimento de 55,1% no mesmo período.

Desde o ano passado, com a poupança pressionada, a Caixa tem direcionado clientes que se enquadram nos critérios das linhas do FGTS para o financiamento com recursos do fundo. Entretanto, entre o primeiro e o segundo trimestres deste ano, o crescimento das concessões com a poupança (de 43,8%) foi maior que o das realizadas com recursos do FGTS (+8,1%).

A carteira para o agronegócio, por sua vez, teve aumento de 19,5% em um ano, para R$ 59,004 bilhões. Segundo o banco, o segmento de pessoas físicas puxou o crescimento, com alta de 24,2% em 12 meses. No segundo trimestre, foram R$ 6,5 bilhões em contratações, baixa de 18,7% em relação ao mesmo período do ano passado, diante do atraso no lançamento do Plano Safra 2024/2025.

No crédito comercial para pessoas físicas, houve queda de 2,5% em relação ao segundo trimestre do ano passado, para R$ 132,390 bilhões. O saldo das operações de crédito de pessoa jurídica apresentou avanço de 2,9% ante o mesmo período de 2023, para R$ 97,902 bilhões.

Inadimplência

No segundo trimestre deste ano, a inadimplência da carteira de crédito da Caixa era de 2,20%, pelo critério de atrasos acima de 90 dias, em uma queda de 0,59 ponto porcentual em relação ao mesmo período do ano passado. Em um trimestre, houve queda de 0,14 ponto.

A carteira com o índice mais alto era a de crédito comercial, com 5,83% de atraso, um crescimento de 0,5 ponto porcentual em um ano. O crescimento foi puxado pelo crédito com recursos livres para empresas, em que a inadimplência foi a 7,01%, alta de 1,1 ponto porcentual no mesmo período.

Segundo o banco, a inadimplência em crédito imobiliário, que é o de maior participação na carteira, era de 1,55%, baixa de 0,53 p.p. em um ano, e de 0,17 p.p. em um trimestre.

No crédito para infraestrutura, a inadimplência foi de 3,67% em junho do ano passado para zero no mesmo mês de 2024. Segundo o banco, houve a baixa de operações de um cliente específico, que vinha afetando os índices em trimestres anteriores.

Já na carteira de agronegócio, a inadimplência da Caixa estava em 2,11% no final do trimestre, um crescimento de 1,64 ponto porcentual em um ano. O segmento teve alta nos atrasos no primeiro semestre do ano diante da compressão de margens dos produtores rurais, que postergaram pagamentos até o lançamento do Plano Safra 2024/2025, em julho.

Provisões contra inadimplência

As despesas da Caixa em provisões contra a inadimplência atingiram R$ 4,399 bilhões no segundo trimestre deste ano, valor 7,4% menor do que no mesmo mês de 2023. Em relação aos três primeiros meses de 2024, o volume provisionado foi 11,1% menor.

Com as provisões separadas no trimestre, o colchão da Caixa contra a inadimplência somava R$ 50,522 bilhões em junho, um montante 0,5% maior do que o do mesmo trimestre de 2023. Frente a março deste ano, o volume provisionado caiu 0,4%.

O banco público encerrou o segundo trimestre com índice de cobertura de 195,35% da carteira em atraso, alta de 25,42 pontos porcentuais na comparação anual. Isso significa que para cada R$ 1 que estavam vencidos há mais de 90 dias, a Caixa tinha R$ 1,95 separados para fazer frente à possível perda.

Despesas de pessoal

A Caixa registrou R$ 7,310 bilhões em despesas de pessoal no segundo trimestre deste ano, aumento de 7,1% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado. Em um trimestre, a variação foi negativa em 10,2%, de acordo com o banco.

A queda em relação ao trimestre anterior veio com o fim do programa de demissão voluntária, que teve os custos contabilizados no primeiro trimestre. Em paralelo, o banco convocou funcionários aprovados em concurso, além de ter realizado uma nova seleção.

Entre junho do ano passado e o mesmo mês deste ano, a Caixa reforçou o quadro de funcionários em 196 postos, para 86.669 pessoas.

Nos três primeiros meses deste ano, as despesas administrativas do banco ficaram em R$ 3,459 bilhões, alta de 14,1% no espaço de 12 meses, e de 5,5% em três. Despesas com processamento de dados e publicidade ajudaram a puxar o número no comparativo anual.

A rede física de agências da Caixa somava 3.371 pontos no final do trimestre, o mesmo número visto tanto no final do segundo trimestre do ano passado quanto no do primeiro trimestre de 2024.

Prestação de serviços

A Caixa Econômica Federal obteve R$ 6,755 bilhões em receitas com serviços no segundo trimestre deste ano, volume 6,5% maior do que no mesmo período de 2023. Na comparação com os três primeiros meses de 2024, as receitas aumentaram 1,9%.

“O crescimento em 12 meses foi consequência dos aumentos de 15,2% em receitas de produtos de seguridade, 10,8% em serviços de operações de crédito, 9,0% em receitas com cartões e 6,6% em fundos de investimentos”, informou o banco público, sem detalhar os dados.

Na maior linha de receitas, a de serviços de governo, a Caixa obteve R$ 2,406 bilhões no segundo trimestre, alta de 4,8% em um ano. Nesse resultado, o banco destaca as receitas com as loterias.

Em seguida, nas aberturas, aparecem as receitas com conta corrente e tarifas bancárias, que somaram R$ 978 milhões, 3,4% a mais do que no segundo trimestre de 2023. O banco público tem sido mais afetado pelo crescimento do Pix, nesta linha, que os pares do setor privado.

As receitas com seguros cresceram 15,2% em um ano, para R$ 732 milhões, enquanto os ganhos com cartões de crédito e débito avançaram 9,0%, para R$ 724 milhões.

Poupança

Após alguns trimestres em queda ou estáveis, os volumes depositados nas cadernetas de poupança da Caixa voltaram a crescer de forma mais representativa. No final do segundo trimestre deste ano, somavam R$ 374,543 bilhões, crescimento de 6% em relação ao mesmo período do ano passado.

Em relação ao primeiro trimestre deste ano, a alta foi de 4,4%. A poupança é a principal forma de captação da instituição nos chamados recursos de clientes, o que inclui ainda depósitos à vista e a prazo, além de outras modalidades. Diante da importância do produto, o banco voltou a fazer campanhas para atrair depósitos, embora também tenha buscado diversificar as fontes de captação.

A Caixa é líder em poupança no Brasil, com 37% de participação no mercado. Em junho do ano passado, a participação era de 36,4%.

Os depósitos totais de clientes somaram R$ 741,191 bilhões de janeiro a junho, um avanço de 16,9% ante o segundo trimestre de 2023. No comparativo trimestral, o crescimento foi de 5%. O saldo novamente foi puxado por depósitos a prazo.

Em letras, o banco possuía R$ 184,817 bilhões em captações em junho, um salto de 50,1% em um ano, e uma alta de 3,2% em um trimestre. Em letras de crédito imobiliário (LCI), eram R$ 162,534 bilhões, alta de 48,7% em um ano.

Somados os principais itens, a Caixa tinha R$ 1,530 trilhão em captações no final de junho, crescimento de 20,2% em um ano.

Índice de Basileia

O índice de Basileia da Caixa era de 16,40% no fim do segundo trimestre deste ano, 0,16 ponto porcentual menor do que no mesmo período de 2023, segundo balanço divulgado pelo banco nesta quarta-feira.

A Caixa afirma que os seus índices se mantiveram “acima dos mínimos regulatórios.” O índice mede a solidez financeira dos bancos, e no Brasil, o mínimo exigido para as instituições é de 11,5%.

O capital de nível 1, de maior qualidade, somava 14,35% no fim do trimestre, alta de 0,42 ponto em um ano, e queda de 0,38 ponto em um trimestre.

SÃO PAULO E BRASÍLIA - A Caixa Econômica Federal teve lucro líquido recorrente de R$ 3,287 bilhões no segundo trimestre deste ano, valor 27,3% superior ao do mesmo período de 2023. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira, 21, pelo banco público. As loterias da Caixa contribuíram para o resultado, ao arrecadar R$ 12,3 bilhões em recursos no primeiro semestre deste ano, crescimento de 19% em relação à primeira metade de 2023.

A carteira de crédito somava R$ 1,175 trilhão em junho deste ano, 10,6% acima do mesmo período do ano passado. A carteira de crédito habitacional, mais representativa, somava R$ 783,6 bilhões, um crescimento de 14,8% na comparação com o mesmo período de 2023.

A margem financeira da Caixa foi de R$ 15,81 bilhões no segundo trimestre, 4,1% maior do que 12 meses antes. “O aumento em 12 meses foi impactado principalmente pela redução de 17,7% nas despesas com recursos de instituições financeiras e oficiais no item compromissadas”, informou o banco.

Despesas administrativas da Caixa somaram R$ 10,769 bilhões no segundo trimestre, alta de 9,3% em um ano Foto: Wilton Junior/Estadão

O banco público obteve R$ 6,755 bilhões em receita de prestação de serviços e tarifas bancárias, um crescimento de 6,5% na comparação com o segundo trimestre de 2023. “O crescimento em 12 meses foi consequência dos aumentos de 15,2% em receitas de produtos de seguridade, 10,8% em serviços de operações de crédito, 9% em receitas com cartões e 6,6% em fundos de investimentos”, diz o relatório.

A Caixa informou ainda que as despesas administrativas somaram R$ 10,769 bilhões no segundo trimestre, alta de 9,3% em um ano. As despesas de pessoal totalizaram R$ 7,3 bilhões, crescendo 7,1% frente ao mesmo trimestre de 2023. As outras despesas administrativas avançaram a R$ 3,5 bilhões, alta de 14,1% no mesmo período.

O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) recorrente atingiu 9,54%, alta de 1,78 ponto porcentual frente ao segundo trimestre de 2023. O PL da Caixa somava R$ 135,524 bilhões, alta de 11,2% em relação a junho de 2023. Os ativos somavam R$ 1,911 trilhão, alta de 10,7% em um ano.

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Loterias

As loterias da Caixa arrecadaram R$ 12,3 bilhões em recursos no primeiro semestre deste ano, crescimento de 19% em relação à primeira metade de 2023. De acordo com o banco, foram pagos R$ 4 bilhões em prêmios a apostadores.

O crescimento das loterias ajudou a impulsionar as receitas com serviços de governo, que cresceram 6% em um ano, para R$ 4,746 bilhões no primeiro semestre. A Caixa não detalha os fatores por trás do crescimento.

O banco público detém o monopólio da exploração de jogos de loteria no Brasil. É uma modalidade diferente das apostas esportivas, exploradas pelas chamadas bets, um segmento em que a Caixa também pretende entrar.

A Caixa Loterias, subsidiária do banco que passou a controlar os serviços lotéricos, pediu autorização ao Ministério da Fazenda para atuar no segmento. Foi uma das mais de 130 empresas, várias delas grupos globais, a solicitar permissão para explorar o serviço.

Carteira de crédito

A carteira de crédito da Caixa encerrou o segundo trimestre deste ano em R$ 1,174 trilhão, o que representa um crescimento de 10,6% em relação ao mesmo período do ano passado. No comparativo com o primeiro trimestre deste ano, o avanço foi de 2,7%.

Mais uma vez, o crédito imobiliário influenciou o desempenho, com um crescimento de 14,8% em 12 meses, para R$ 783,568 bilhões em saldo. Líder de mercado, a Caixa viu sua participação no segmento subir de 66,6% para 68% em um ano, diante do menor apetite dos bancos de porte similar na concessão do produto em um cenário de juros altos.

Em habitação, foram R$ 61,3 bilhões em contratações no segundo trimestre deste ano, alta de 38,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Com recursos da poupança, foram R$ 23,5 bilhões, alta de 18,8%, enquanto o FGTS respondeu por R$ 37,8 bilhões, crescimento de 55,1% no mesmo período.

Desde o ano passado, com a poupança pressionada, a Caixa tem direcionado clientes que se enquadram nos critérios das linhas do FGTS para o financiamento com recursos do fundo. Entretanto, entre o primeiro e o segundo trimestres deste ano, o crescimento das concessões com a poupança (de 43,8%) foi maior que o das realizadas com recursos do FGTS (+8,1%).

A carteira para o agronegócio, por sua vez, teve aumento de 19,5% em um ano, para R$ 59,004 bilhões. Segundo o banco, o segmento de pessoas físicas puxou o crescimento, com alta de 24,2% em 12 meses. No segundo trimestre, foram R$ 6,5 bilhões em contratações, baixa de 18,7% em relação ao mesmo período do ano passado, diante do atraso no lançamento do Plano Safra 2024/2025.

No crédito comercial para pessoas físicas, houve queda de 2,5% em relação ao segundo trimestre do ano passado, para R$ 132,390 bilhões. O saldo das operações de crédito de pessoa jurídica apresentou avanço de 2,9% ante o mesmo período de 2023, para R$ 97,902 bilhões.

Inadimplência

No segundo trimestre deste ano, a inadimplência da carteira de crédito da Caixa era de 2,20%, pelo critério de atrasos acima de 90 dias, em uma queda de 0,59 ponto porcentual em relação ao mesmo período do ano passado. Em um trimestre, houve queda de 0,14 ponto.

A carteira com o índice mais alto era a de crédito comercial, com 5,83% de atraso, um crescimento de 0,5 ponto porcentual em um ano. O crescimento foi puxado pelo crédito com recursos livres para empresas, em que a inadimplência foi a 7,01%, alta de 1,1 ponto porcentual no mesmo período.

Segundo o banco, a inadimplência em crédito imobiliário, que é o de maior participação na carteira, era de 1,55%, baixa de 0,53 p.p. em um ano, e de 0,17 p.p. em um trimestre.

No crédito para infraestrutura, a inadimplência foi de 3,67% em junho do ano passado para zero no mesmo mês de 2024. Segundo o banco, houve a baixa de operações de um cliente específico, que vinha afetando os índices em trimestres anteriores.

Já na carteira de agronegócio, a inadimplência da Caixa estava em 2,11% no final do trimestre, um crescimento de 1,64 ponto porcentual em um ano. O segmento teve alta nos atrasos no primeiro semestre do ano diante da compressão de margens dos produtores rurais, que postergaram pagamentos até o lançamento do Plano Safra 2024/2025, em julho.

Provisões contra inadimplência

As despesas da Caixa em provisões contra a inadimplência atingiram R$ 4,399 bilhões no segundo trimestre deste ano, valor 7,4% menor do que no mesmo mês de 2023. Em relação aos três primeiros meses de 2024, o volume provisionado foi 11,1% menor.

Com as provisões separadas no trimestre, o colchão da Caixa contra a inadimplência somava R$ 50,522 bilhões em junho, um montante 0,5% maior do que o do mesmo trimestre de 2023. Frente a março deste ano, o volume provisionado caiu 0,4%.

O banco público encerrou o segundo trimestre com índice de cobertura de 195,35% da carteira em atraso, alta de 25,42 pontos porcentuais na comparação anual. Isso significa que para cada R$ 1 que estavam vencidos há mais de 90 dias, a Caixa tinha R$ 1,95 separados para fazer frente à possível perda.

Despesas de pessoal

A Caixa registrou R$ 7,310 bilhões em despesas de pessoal no segundo trimestre deste ano, aumento de 7,1% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado. Em um trimestre, a variação foi negativa em 10,2%, de acordo com o banco.

A queda em relação ao trimestre anterior veio com o fim do programa de demissão voluntária, que teve os custos contabilizados no primeiro trimestre. Em paralelo, o banco convocou funcionários aprovados em concurso, além de ter realizado uma nova seleção.

Entre junho do ano passado e o mesmo mês deste ano, a Caixa reforçou o quadro de funcionários em 196 postos, para 86.669 pessoas.

Nos três primeiros meses deste ano, as despesas administrativas do banco ficaram em R$ 3,459 bilhões, alta de 14,1% no espaço de 12 meses, e de 5,5% em três. Despesas com processamento de dados e publicidade ajudaram a puxar o número no comparativo anual.

A rede física de agências da Caixa somava 3.371 pontos no final do trimestre, o mesmo número visto tanto no final do segundo trimestre do ano passado quanto no do primeiro trimestre de 2024.

Prestação de serviços

A Caixa Econômica Federal obteve R$ 6,755 bilhões em receitas com serviços no segundo trimestre deste ano, volume 6,5% maior do que no mesmo período de 2023. Na comparação com os três primeiros meses de 2024, as receitas aumentaram 1,9%.

“O crescimento em 12 meses foi consequência dos aumentos de 15,2% em receitas de produtos de seguridade, 10,8% em serviços de operações de crédito, 9,0% em receitas com cartões e 6,6% em fundos de investimentos”, informou o banco público, sem detalhar os dados.

Na maior linha de receitas, a de serviços de governo, a Caixa obteve R$ 2,406 bilhões no segundo trimestre, alta de 4,8% em um ano. Nesse resultado, o banco destaca as receitas com as loterias.

Em seguida, nas aberturas, aparecem as receitas com conta corrente e tarifas bancárias, que somaram R$ 978 milhões, 3,4% a mais do que no segundo trimestre de 2023. O banco público tem sido mais afetado pelo crescimento do Pix, nesta linha, que os pares do setor privado.

As receitas com seguros cresceram 15,2% em um ano, para R$ 732 milhões, enquanto os ganhos com cartões de crédito e débito avançaram 9,0%, para R$ 724 milhões.

Poupança

Após alguns trimestres em queda ou estáveis, os volumes depositados nas cadernetas de poupança da Caixa voltaram a crescer de forma mais representativa. No final do segundo trimestre deste ano, somavam R$ 374,543 bilhões, crescimento de 6% em relação ao mesmo período do ano passado.

Em relação ao primeiro trimestre deste ano, a alta foi de 4,4%. A poupança é a principal forma de captação da instituição nos chamados recursos de clientes, o que inclui ainda depósitos à vista e a prazo, além de outras modalidades. Diante da importância do produto, o banco voltou a fazer campanhas para atrair depósitos, embora também tenha buscado diversificar as fontes de captação.

A Caixa é líder em poupança no Brasil, com 37% de participação no mercado. Em junho do ano passado, a participação era de 36,4%.

Os depósitos totais de clientes somaram R$ 741,191 bilhões de janeiro a junho, um avanço de 16,9% ante o segundo trimestre de 2023. No comparativo trimestral, o crescimento foi de 5%. O saldo novamente foi puxado por depósitos a prazo.

Em letras, o banco possuía R$ 184,817 bilhões em captações em junho, um salto de 50,1% em um ano, e uma alta de 3,2% em um trimestre. Em letras de crédito imobiliário (LCI), eram R$ 162,534 bilhões, alta de 48,7% em um ano.

Somados os principais itens, a Caixa tinha R$ 1,530 trilhão em captações no final de junho, crescimento de 20,2% em um ano.

Índice de Basileia

O índice de Basileia da Caixa era de 16,40% no fim do segundo trimestre deste ano, 0,16 ponto porcentual menor do que no mesmo período de 2023, segundo balanço divulgado pelo banco nesta quarta-feira.

A Caixa afirma que os seus índices se mantiveram “acima dos mínimos regulatórios.” O índice mede a solidez financeira dos bancos, e no Brasil, o mínimo exigido para as instituições é de 11,5%.

O capital de nível 1, de maior qualidade, somava 14,35% no fim do trimestre, alta de 0,42 ponto em um ano, e queda de 0,38 ponto em um trimestre.

SÃO PAULO E BRASÍLIA - A Caixa Econômica Federal teve lucro líquido recorrente de R$ 3,287 bilhões no segundo trimestre deste ano, valor 27,3% superior ao do mesmo período de 2023. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira, 21, pelo banco público. As loterias da Caixa contribuíram para o resultado, ao arrecadar R$ 12,3 bilhões em recursos no primeiro semestre deste ano, crescimento de 19% em relação à primeira metade de 2023.

A carteira de crédito somava R$ 1,175 trilhão em junho deste ano, 10,6% acima do mesmo período do ano passado. A carteira de crédito habitacional, mais representativa, somava R$ 783,6 bilhões, um crescimento de 14,8% na comparação com o mesmo período de 2023.

A margem financeira da Caixa foi de R$ 15,81 bilhões no segundo trimestre, 4,1% maior do que 12 meses antes. “O aumento em 12 meses foi impactado principalmente pela redução de 17,7% nas despesas com recursos de instituições financeiras e oficiais no item compromissadas”, informou o banco.

Despesas administrativas da Caixa somaram R$ 10,769 bilhões no segundo trimestre, alta de 9,3% em um ano Foto: Wilton Junior/Estadão

O banco público obteve R$ 6,755 bilhões em receita de prestação de serviços e tarifas bancárias, um crescimento de 6,5% na comparação com o segundo trimestre de 2023. “O crescimento em 12 meses foi consequência dos aumentos de 15,2% em receitas de produtos de seguridade, 10,8% em serviços de operações de crédito, 9% em receitas com cartões e 6,6% em fundos de investimentos”, diz o relatório.

A Caixa informou ainda que as despesas administrativas somaram R$ 10,769 bilhões no segundo trimestre, alta de 9,3% em um ano. As despesas de pessoal totalizaram R$ 7,3 bilhões, crescendo 7,1% frente ao mesmo trimestre de 2023. As outras despesas administrativas avançaram a R$ 3,5 bilhões, alta de 14,1% no mesmo período.

O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) recorrente atingiu 9,54%, alta de 1,78 ponto porcentual frente ao segundo trimestre de 2023. O PL da Caixa somava R$ 135,524 bilhões, alta de 11,2% em relação a junho de 2023. Os ativos somavam R$ 1,911 trilhão, alta de 10,7% em um ano.

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Loterias

As loterias da Caixa arrecadaram R$ 12,3 bilhões em recursos no primeiro semestre deste ano, crescimento de 19% em relação à primeira metade de 2023. De acordo com o banco, foram pagos R$ 4 bilhões em prêmios a apostadores.

O crescimento das loterias ajudou a impulsionar as receitas com serviços de governo, que cresceram 6% em um ano, para R$ 4,746 bilhões no primeiro semestre. A Caixa não detalha os fatores por trás do crescimento.

O banco público detém o monopólio da exploração de jogos de loteria no Brasil. É uma modalidade diferente das apostas esportivas, exploradas pelas chamadas bets, um segmento em que a Caixa também pretende entrar.

A Caixa Loterias, subsidiária do banco que passou a controlar os serviços lotéricos, pediu autorização ao Ministério da Fazenda para atuar no segmento. Foi uma das mais de 130 empresas, várias delas grupos globais, a solicitar permissão para explorar o serviço.

Carteira de crédito

A carteira de crédito da Caixa encerrou o segundo trimestre deste ano em R$ 1,174 trilhão, o que representa um crescimento de 10,6% em relação ao mesmo período do ano passado. No comparativo com o primeiro trimestre deste ano, o avanço foi de 2,7%.

Mais uma vez, o crédito imobiliário influenciou o desempenho, com um crescimento de 14,8% em 12 meses, para R$ 783,568 bilhões em saldo. Líder de mercado, a Caixa viu sua participação no segmento subir de 66,6% para 68% em um ano, diante do menor apetite dos bancos de porte similar na concessão do produto em um cenário de juros altos.

Em habitação, foram R$ 61,3 bilhões em contratações no segundo trimestre deste ano, alta de 38,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Com recursos da poupança, foram R$ 23,5 bilhões, alta de 18,8%, enquanto o FGTS respondeu por R$ 37,8 bilhões, crescimento de 55,1% no mesmo período.

Desde o ano passado, com a poupança pressionada, a Caixa tem direcionado clientes que se enquadram nos critérios das linhas do FGTS para o financiamento com recursos do fundo. Entretanto, entre o primeiro e o segundo trimestres deste ano, o crescimento das concessões com a poupança (de 43,8%) foi maior que o das realizadas com recursos do FGTS (+8,1%).

A carteira para o agronegócio, por sua vez, teve aumento de 19,5% em um ano, para R$ 59,004 bilhões. Segundo o banco, o segmento de pessoas físicas puxou o crescimento, com alta de 24,2% em 12 meses. No segundo trimestre, foram R$ 6,5 bilhões em contratações, baixa de 18,7% em relação ao mesmo período do ano passado, diante do atraso no lançamento do Plano Safra 2024/2025.

No crédito comercial para pessoas físicas, houve queda de 2,5% em relação ao segundo trimestre do ano passado, para R$ 132,390 bilhões. O saldo das operações de crédito de pessoa jurídica apresentou avanço de 2,9% ante o mesmo período de 2023, para R$ 97,902 bilhões.

Inadimplência

No segundo trimestre deste ano, a inadimplência da carteira de crédito da Caixa era de 2,20%, pelo critério de atrasos acima de 90 dias, em uma queda de 0,59 ponto porcentual em relação ao mesmo período do ano passado. Em um trimestre, houve queda de 0,14 ponto.

A carteira com o índice mais alto era a de crédito comercial, com 5,83% de atraso, um crescimento de 0,5 ponto porcentual em um ano. O crescimento foi puxado pelo crédito com recursos livres para empresas, em que a inadimplência foi a 7,01%, alta de 1,1 ponto porcentual no mesmo período.

Segundo o banco, a inadimplência em crédito imobiliário, que é o de maior participação na carteira, era de 1,55%, baixa de 0,53 p.p. em um ano, e de 0,17 p.p. em um trimestre.

No crédito para infraestrutura, a inadimplência foi de 3,67% em junho do ano passado para zero no mesmo mês de 2024. Segundo o banco, houve a baixa de operações de um cliente específico, que vinha afetando os índices em trimestres anteriores.

Já na carteira de agronegócio, a inadimplência da Caixa estava em 2,11% no final do trimestre, um crescimento de 1,64 ponto porcentual em um ano. O segmento teve alta nos atrasos no primeiro semestre do ano diante da compressão de margens dos produtores rurais, que postergaram pagamentos até o lançamento do Plano Safra 2024/2025, em julho.

Provisões contra inadimplência

As despesas da Caixa em provisões contra a inadimplência atingiram R$ 4,399 bilhões no segundo trimestre deste ano, valor 7,4% menor do que no mesmo mês de 2023. Em relação aos três primeiros meses de 2024, o volume provisionado foi 11,1% menor.

Com as provisões separadas no trimestre, o colchão da Caixa contra a inadimplência somava R$ 50,522 bilhões em junho, um montante 0,5% maior do que o do mesmo trimestre de 2023. Frente a março deste ano, o volume provisionado caiu 0,4%.

O banco público encerrou o segundo trimestre com índice de cobertura de 195,35% da carteira em atraso, alta de 25,42 pontos porcentuais na comparação anual. Isso significa que para cada R$ 1 que estavam vencidos há mais de 90 dias, a Caixa tinha R$ 1,95 separados para fazer frente à possível perda.

Despesas de pessoal

A Caixa registrou R$ 7,310 bilhões em despesas de pessoal no segundo trimestre deste ano, aumento de 7,1% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado. Em um trimestre, a variação foi negativa em 10,2%, de acordo com o banco.

A queda em relação ao trimestre anterior veio com o fim do programa de demissão voluntária, que teve os custos contabilizados no primeiro trimestre. Em paralelo, o banco convocou funcionários aprovados em concurso, além de ter realizado uma nova seleção.

Entre junho do ano passado e o mesmo mês deste ano, a Caixa reforçou o quadro de funcionários em 196 postos, para 86.669 pessoas.

Nos três primeiros meses deste ano, as despesas administrativas do banco ficaram em R$ 3,459 bilhões, alta de 14,1% no espaço de 12 meses, e de 5,5% em três. Despesas com processamento de dados e publicidade ajudaram a puxar o número no comparativo anual.

A rede física de agências da Caixa somava 3.371 pontos no final do trimestre, o mesmo número visto tanto no final do segundo trimestre do ano passado quanto no do primeiro trimestre de 2024.

Prestação de serviços

A Caixa Econômica Federal obteve R$ 6,755 bilhões em receitas com serviços no segundo trimestre deste ano, volume 6,5% maior do que no mesmo período de 2023. Na comparação com os três primeiros meses de 2024, as receitas aumentaram 1,9%.

“O crescimento em 12 meses foi consequência dos aumentos de 15,2% em receitas de produtos de seguridade, 10,8% em serviços de operações de crédito, 9,0% em receitas com cartões e 6,6% em fundos de investimentos”, informou o banco público, sem detalhar os dados.

Na maior linha de receitas, a de serviços de governo, a Caixa obteve R$ 2,406 bilhões no segundo trimestre, alta de 4,8% em um ano. Nesse resultado, o banco destaca as receitas com as loterias.

Em seguida, nas aberturas, aparecem as receitas com conta corrente e tarifas bancárias, que somaram R$ 978 milhões, 3,4% a mais do que no segundo trimestre de 2023. O banco público tem sido mais afetado pelo crescimento do Pix, nesta linha, que os pares do setor privado.

As receitas com seguros cresceram 15,2% em um ano, para R$ 732 milhões, enquanto os ganhos com cartões de crédito e débito avançaram 9,0%, para R$ 724 milhões.

Poupança

Após alguns trimestres em queda ou estáveis, os volumes depositados nas cadernetas de poupança da Caixa voltaram a crescer de forma mais representativa. No final do segundo trimestre deste ano, somavam R$ 374,543 bilhões, crescimento de 6% em relação ao mesmo período do ano passado.

Em relação ao primeiro trimestre deste ano, a alta foi de 4,4%. A poupança é a principal forma de captação da instituição nos chamados recursos de clientes, o que inclui ainda depósitos à vista e a prazo, além de outras modalidades. Diante da importância do produto, o banco voltou a fazer campanhas para atrair depósitos, embora também tenha buscado diversificar as fontes de captação.

A Caixa é líder em poupança no Brasil, com 37% de participação no mercado. Em junho do ano passado, a participação era de 36,4%.

Os depósitos totais de clientes somaram R$ 741,191 bilhões de janeiro a junho, um avanço de 16,9% ante o segundo trimestre de 2023. No comparativo trimestral, o crescimento foi de 5%. O saldo novamente foi puxado por depósitos a prazo.

Em letras, o banco possuía R$ 184,817 bilhões em captações em junho, um salto de 50,1% em um ano, e uma alta de 3,2% em um trimestre. Em letras de crédito imobiliário (LCI), eram R$ 162,534 bilhões, alta de 48,7% em um ano.

Somados os principais itens, a Caixa tinha R$ 1,530 trilhão em captações no final de junho, crescimento de 20,2% em um ano.

Índice de Basileia

O índice de Basileia da Caixa era de 16,40% no fim do segundo trimestre deste ano, 0,16 ponto porcentual menor do que no mesmo período de 2023, segundo balanço divulgado pelo banco nesta quarta-feira.

A Caixa afirma que os seus índices se mantiveram “acima dos mínimos regulatórios.” O índice mede a solidez financeira dos bancos, e no Brasil, o mínimo exigido para as instituições é de 11,5%.

O capital de nível 1, de maior qualidade, somava 14,35% no fim do trimestre, alta de 0,42 ponto em um ano, e queda de 0,38 ponto em um trimestre.

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