Carrefour: estratégia de preço testa os limites entre o hipermercado e o atacarejo


Gestão quer aproximar preços do hipermercado aos de redes de atacarejo, mas especialistas apontam ameaça de diminuição de rentabilidade

Por Talita Nascimento
Atualização:

O negócio de varejo do Carrefour encolheu mais de 10% em vendas totais no primeiro trimestre de 2024. A queda foi puxada pelo encolhimento do formato de hipermercados, que teve 25 lojas transformadas em Atacadão e outras 140 fechadas nos 12 meses terminados em março. Com uma proposta de fazer o formato voltar a crescer, a gestão atual adota uma estratégia já vista e questionada no mercado: aproximar os preços do hipermercado aos de redes de atacarejo. A ameaça é a diminuição de rentabilidade, mas a manutenção dos hipermercados pode se justificar, entre outras coisas, pela relevância dos serviços financeiros bem sucedidos oferecidos ali.

“Os hipermercados, não só no Brasil, mas em boa parte do mundo, são um formato que está sendo muito desafiado no varejo alimentar. Ele vive o que chamamos de crise do meio. Está perdendo o mercado tanto para o atacarejo, do consumidor que busca preço e menos serviços, como para lojas de conveniência e proximidade, voltadas para consumidores que querem conforto e sortimento diferenciado”, explica o diretor de operações da Gouvêa Ecosystem, Eduardo Yamashita.

O especialista diz, porém, que o mercado tem se questionado sobre qual o limite da aproximação entre os hipermercados e os atacarejos. “Quanto o hipermercado pode baixar preços e quanto os atacarejos podem incluir em serviços e sortimento de produtos, mantendo margens saudáveis? Essa resposta ainda não está clara”, diz Yamashita.

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Stéphane Maquaire, CEO do Carrefour no Brasil, afirmou que, apesar da queda, a empresa está firme nos testes de preços mais competitivos e próximos aos de atacarejo Foto: Daniel Teixeira / Estadão

Em entrevista sobre os números do primeiro trimestre, o CEO do grupo no Brasil, Stéphane Maquaire, afirmou que, apesar da queda, a empresa viu evolução desse formato ao longo do trimestre e está firme nos testes de preços mais competitivos e próximos aos de atacarejo. “Estamos seguindo a tendência de um consumidor mais endividado”, diz Maquaire. Ele explicou que a gestão tem cuidado da redução de custos para um melhor equilíbrio desse modelo. Assim, mesmo que as margens caiam, como aconteceu neste trimestre, seria possível equilibrar as contas.

O modelo de atacarejo é, por essência, um formato com menos itens disponíveis, prateleiras maiores para evitar a necessidade constante de reposição e menos serviços nas lojas, barateando os custos fixos dos estabelecimentos e se reflete em preços mais baixos. Assim, baixar os preços dos hipermercados, mas manter seus custos, teria um impacto direto nas margens do negócio. Na última divulgação do Carrefour, aliás, a margem bruta do varejo caiu 0,8 ponto porcentual em um ano, para 23,7%.

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O curioso é que na época em que o GPA aplicou uma precificação parecida com o modelo de atacarejo à extinta bandeira do Extra Hiper, o então CEO do Carrefour, Noël Prioux, disse que a decisão levaria o modelo de hipermercado “ao cemitério”: “Um hipermercado que queira fazer o mesmo que o Atacarejo é um hipermercado que vai diretamente ao cemitério”. Em outubro de 2021, o hipermercado Extra de fato acabou, com as lojas sendo vendidas ao Assaí.

Outras receitas além das vendas

Yamashita explica, no entanto, que há motivos para fazer as bandeiras conviverem dentro do negócio. No braço financeiro da companhia, o Cartão Carrefour, usado no varejo do grupo, teve R$ 9 bilhões de faturamento no último trimestre ante R$ 5,9 bilhões do cartão Atacadão. Ou seja, o hipermercado traz mais fontes de receita do que apenas a venda para o negócio do grupo como um todo e, portanto, ainda é relevante para a companhia.

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O presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, Eduardo Terra, lembra também que os formatos de hipermercado e atacarejo convivem em outras empresas no País com sucesso. “Temos diversos modelos no Nordeste praticando isso, inclusive com lojas divididas em metade da área dedicada ao atacarejo e metade para o hiper ou supermercado. Acredito que esse seja um modelo de adaptação para lojas mais antigas de super ou hipermercados que precisam de uma estratégia de preço para a jornada de abastecimento do cliente”, explica Terra.

No limite, o Grupo Carrefour poderia simplesmente converter mais pontos de hipermercados para sua bandeira de atacarejo, o Atacadão. No momento, porém, a empresa deve seguir testando os limites do formato. Maquaire disse a investidores, na última teleconferência de resultados, que a empresa acredita nas lojas de hipermercado mantidas na carteira da companhia.

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Na estratégia divulgada pelo Grupo Carrefour até aqui, a lógica é que a empresa entende que, pelo seu tamanho, tem uma vantagem competitiva em comparação com os demais varejistas. Um dos pontos de vantagem seria justamente a possibilidade de sustentar uma diversidade de portfólio para atender diferentes perfis de clientes.

Nesse sentido, o Grupo não deixa de apostar no modelo hiper, principalmente em se tratando de regiões, localidades e unidades em que considera que o formato tem bom desempenho. Já em locais onde o desempenho não é satisfatório, as lojas do hipermercado entram na “revisão de portfólio”: conversões para outros formatos ou fechamento.

O negócio de varejo do Carrefour encolheu mais de 10% em vendas totais no primeiro trimestre de 2024. A queda foi puxada pelo encolhimento do formato de hipermercados, que teve 25 lojas transformadas em Atacadão e outras 140 fechadas nos 12 meses terminados em março. Com uma proposta de fazer o formato voltar a crescer, a gestão atual adota uma estratégia já vista e questionada no mercado: aproximar os preços do hipermercado aos de redes de atacarejo. A ameaça é a diminuição de rentabilidade, mas a manutenção dos hipermercados pode se justificar, entre outras coisas, pela relevância dos serviços financeiros bem sucedidos oferecidos ali.

“Os hipermercados, não só no Brasil, mas em boa parte do mundo, são um formato que está sendo muito desafiado no varejo alimentar. Ele vive o que chamamos de crise do meio. Está perdendo o mercado tanto para o atacarejo, do consumidor que busca preço e menos serviços, como para lojas de conveniência e proximidade, voltadas para consumidores que querem conforto e sortimento diferenciado”, explica o diretor de operações da Gouvêa Ecosystem, Eduardo Yamashita.

O especialista diz, porém, que o mercado tem se questionado sobre qual o limite da aproximação entre os hipermercados e os atacarejos. “Quanto o hipermercado pode baixar preços e quanto os atacarejos podem incluir em serviços e sortimento de produtos, mantendo margens saudáveis? Essa resposta ainda não está clara”, diz Yamashita.

Stéphane Maquaire, CEO do Carrefour no Brasil, afirmou que, apesar da queda, a empresa está firme nos testes de preços mais competitivos e próximos aos de atacarejo Foto: Daniel Teixeira / Estadão

Em entrevista sobre os números do primeiro trimestre, o CEO do grupo no Brasil, Stéphane Maquaire, afirmou que, apesar da queda, a empresa viu evolução desse formato ao longo do trimestre e está firme nos testes de preços mais competitivos e próximos aos de atacarejo. “Estamos seguindo a tendência de um consumidor mais endividado”, diz Maquaire. Ele explicou que a gestão tem cuidado da redução de custos para um melhor equilíbrio desse modelo. Assim, mesmo que as margens caiam, como aconteceu neste trimestre, seria possível equilibrar as contas.

O modelo de atacarejo é, por essência, um formato com menos itens disponíveis, prateleiras maiores para evitar a necessidade constante de reposição e menos serviços nas lojas, barateando os custos fixos dos estabelecimentos e se reflete em preços mais baixos. Assim, baixar os preços dos hipermercados, mas manter seus custos, teria um impacto direto nas margens do negócio. Na última divulgação do Carrefour, aliás, a margem bruta do varejo caiu 0,8 ponto porcentual em um ano, para 23,7%.

O curioso é que na época em que o GPA aplicou uma precificação parecida com o modelo de atacarejo à extinta bandeira do Extra Hiper, o então CEO do Carrefour, Noël Prioux, disse que a decisão levaria o modelo de hipermercado “ao cemitério”: “Um hipermercado que queira fazer o mesmo que o Atacarejo é um hipermercado que vai diretamente ao cemitério”. Em outubro de 2021, o hipermercado Extra de fato acabou, com as lojas sendo vendidas ao Assaí.

Outras receitas além das vendas

Yamashita explica, no entanto, que há motivos para fazer as bandeiras conviverem dentro do negócio. No braço financeiro da companhia, o Cartão Carrefour, usado no varejo do grupo, teve R$ 9 bilhões de faturamento no último trimestre ante R$ 5,9 bilhões do cartão Atacadão. Ou seja, o hipermercado traz mais fontes de receita do que apenas a venda para o negócio do grupo como um todo e, portanto, ainda é relevante para a companhia.

O presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, Eduardo Terra, lembra também que os formatos de hipermercado e atacarejo convivem em outras empresas no País com sucesso. “Temos diversos modelos no Nordeste praticando isso, inclusive com lojas divididas em metade da área dedicada ao atacarejo e metade para o hiper ou supermercado. Acredito que esse seja um modelo de adaptação para lojas mais antigas de super ou hipermercados que precisam de uma estratégia de preço para a jornada de abastecimento do cliente”, explica Terra.

No limite, o Grupo Carrefour poderia simplesmente converter mais pontos de hipermercados para sua bandeira de atacarejo, o Atacadão. No momento, porém, a empresa deve seguir testando os limites do formato. Maquaire disse a investidores, na última teleconferência de resultados, que a empresa acredita nas lojas de hipermercado mantidas na carteira da companhia.

Na estratégia divulgada pelo Grupo Carrefour até aqui, a lógica é que a empresa entende que, pelo seu tamanho, tem uma vantagem competitiva em comparação com os demais varejistas. Um dos pontos de vantagem seria justamente a possibilidade de sustentar uma diversidade de portfólio para atender diferentes perfis de clientes.

Nesse sentido, o Grupo não deixa de apostar no modelo hiper, principalmente em se tratando de regiões, localidades e unidades em que considera que o formato tem bom desempenho. Já em locais onde o desempenho não é satisfatório, as lojas do hipermercado entram na “revisão de portfólio”: conversões para outros formatos ou fechamento.

O negócio de varejo do Carrefour encolheu mais de 10% em vendas totais no primeiro trimestre de 2024. A queda foi puxada pelo encolhimento do formato de hipermercados, que teve 25 lojas transformadas em Atacadão e outras 140 fechadas nos 12 meses terminados em março. Com uma proposta de fazer o formato voltar a crescer, a gestão atual adota uma estratégia já vista e questionada no mercado: aproximar os preços do hipermercado aos de redes de atacarejo. A ameaça é a diminuição de rentabilidade, mas a manutenção dos hipermercados pode se justificar, entre outras coisas, pela relevância dos serviços financeiros bem sucedidos oferecidos ali.

“Os hipermercados, não só no Brasil, mas em boa parte do mundo, são um formato que está sendo muito desafiado no varejo alimentar. Ele vive o que chamamos de crise do meio. Está perdendo o mercado tanto para o atacarejo, do consumidor que busca preço e menos serviços, como para lojas de conveniência e proximidade, voltadas para consumidores que querem conforto e sortimento diferenciado”, explica o diretor de operações da Gouvêa Ecosystem, Eduardo Yamashita.

O especialista diz, porém, que o mercado tem se questionado sobre qual o limite da aproximação entre os hipermercados e os atacarejos. “Quanto o hipermercado pode baixar preços e quanto os atacarejos podem incluir em serviços e sortimento de produtos, mantendo margens saudáveis? Essa resposta ainda não está clara”, diz Yamashita.

Stéphane Maquaire, CEO do Carrefour no Brasil, afirmou que, apesar da queda, a empresa está firme nos testes de preços mais competitivos e próximos aos de atacarejo Foto: Daniel Teixeira / Estadão

Em entrevista sobre os números do primeiro trimestre, o CEO do grupo no Brasil, Stéphane Maquaire, afirmou que, apesar da queda, a empresa viu evolução desse formato ao longo do trimestre e está firme nos testes de preços mais competitivos e próximos aos de atacarejo. “Estamos seguindo a tendência de um consumidor mais endividado”, diz Maquaire. Ele explicou que a gestão tem cuidado da redução de custos para um melhor equilíbrio desse modelo. Assim, mesmo que as margens caiam, como aconteceu neste trimestre, seria possível equilibrar as contas.

O modelo de atacarejo é, por essência, um formato com menos itens disponíveis, prateleiras maiores para evitar a necessidade constante de reposição e menos serviços nas lojas, barateando os custos fixos dos estabelecimentos e se reflete em preços mais baixos. Assim, baixar os preços dos hipermercados, mas manter seus custos, teria um impacto direto nas margens do negócio. Na última divulgação do Carrefour, aliás, a margem bruta do varejo caiu 0,8 ponto porcentual em um ano, para 23,7%.

O curioso é que na época em que o GPA aplicou uma precificação parecida com o modelo de atacarejo à extinta bandeira do Extra Hiper, o então CEO do Carrefour, Noël Prioux, disse que a decisão levaria o modelo de hipermercado “ao cemitério”: “Um hipermercado que queira fazer o mesmo que o Atacarejo é um hipermercado que vai diretamente ao cemitério”. Em outubro de 2021, o hipermercado Extra de fato acabou, com as lojas sendo vendidas ao Assaí.

Outras receitas além das vendas

Yamashita explica, no entanto, que há motivos para fazer as bandeiras conviverem dentro do negócio. No braço financeiro da companhia, o Cartão Carrefour, usado no varejo do grupo, teve R$ 9 bilhões de faturamento no último trimestre ante R$ 5,9 bilhões do cartão Atacadão. Ou seja, o hipermercado traz mais fontes de receita do que apenas a venda para o negócio do grupo como um todo e, portanto, ainda é relevante para a companhia.

O presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, Eduardo Terra, lembra também que os formatos de hipermercado e atacarejo convivem em outras empresas no País com sucesso. “Temos diversos modelos no Nordeste praticando isso, inclusive com lojas divididas em metade da área dedicada ao atacarejo e metade para o hiper ou supermercado. Acredito que esse seja um modelo de adaptação para lojas mais antigas de super ou hipermercados que precisam de uma estratégia de preço para a jornada de abastecimento do cliente”, explica Terra.

No limite, o Grupo Carrefour poderia simplesmente converter mais pontos de hipermercados para sua bandeira de atacarejo, o Atacadão. No momento, porém, a empresa deve seguir testando os limites do formato. Maquaire disse a investidores, na última teleconferência de resultados, que a empresa acredita nas lojas de hipermercado mantidas na carteira da companhia.

Na estratégia divulgada pelo Grupo Carrefour até aqui, a lógica é que a empresa entende que, pelo seu tamanho, tem uma vantagem competitiva em comparação com os demais varejistas. Um dos pontos de vantagem seria justamente a possibilidade de sustentar uma diversidade de portfólio para atender diferentes perfis de clientes.

Nesse sentido, o Grupo não deixa de apostar no modelo hiper, principalmente em se tratando de regiões, localidades e unidades em que considera que o formato tem bom desempenho. Já em locais onde o desempenho não é satisfatório, as lojas do hipermercado entram na “revisão de portfólio”: conversões para outros formatos ou fechamento.

O negócio de varejo do Carrefour encolheu mais de 10% em vendas totais no primeiro trimestre de 2024. A queda foi puxada pelo encolhimento do formato de hipermercados, que teve 25 lojas transformadas em Atacadão e outras 140 fechadas nos 12 meses terminados em março. Com uma proposta de fazer o formato voltar a crescer, a gestão atual adota uma estratégia já vista e questionada no mercado: aproximar os preços do hipermercado aos de redes de atacarejo. A ameaça é a diminuição de rentabilidade, mas a manutenção dos hipermercados pode se justificar, entre outras coisas, pela relevância dos serviços financeiros bem sucedidos oferecidos ali.

“Os hipermercados, não só no Brasil, mas em boa parte do mundo, são um formato que está sendo muito desafiado no varejo alimentar. Ele vive o que chamamos de crise do meio. Está perdendo o mercado tanto para o atacarejo, do consumidor que busca preço e menos serviços, como para lojas de conveniência e proximidade, voltadas para consumidores que querem conforto e sortimento diferenciado”, explica o diretor de operações da Gouvêa Ecosystem, Eduardo Yamashita.

O especialista diz, porém, que o mercado tem se questionado sobre qual o limite da aproximação entre os hipermercados e os atacarejos. “Quanto o hipermercado pode baixar preços e quanto os atacarejos podem incluir em serviços e sortimento de produtos, mantendo margens saudáveis? Essa resposta ainda não está clara”, diz Yamashita.

Stéphane Maquaire, CEO do Carrefour no Brasil, afirmou que, apesar da queda, a empresa está firme nos testes de preços mais competitivos e próximos aos de atacarejo Foto: Daniel Teixeira / Estadão

Em entrevista sobre os números do primeiro trimestre, o CEO do grupo no Brasil, Stéphane Maquaire, afirmou que, apesar da queda, a empresa viu evolução desse formato ao longo do trimestre e está firme nos testes de preços mais competitivos e próximos aos de atacarejo. “Estamos seguindo a tendência de um consumidor mais endividado”, diz Maquaire. Ele explicou que a gestão tem cuidado da redução de custos para um melhor equilíbrio desse modelo. Assim, mesmo que as margens caiam, como aconteceu neste trimestre, seria possível equilibrar as contas.

O modelo de atacarejo é, por essência, um formato com menos itens disponíveis, prateleiras maiores para evitar a necessidade constante de reposição e menos serviços nas lojas, barateando os custos fixos dos estabelecimentos e se reflete em preços mais baixos. Assim, baixar os preços dos hipermercados, mas manter seus custos, teria um impacto direto nas margens do negócio. Na última divulgação do Carrefour, aliás, a margem bruta do varejo caiu 0,8 ponto porcentual em um ano, para 23,7%.

O curioso é que na época em que o GPA aplicou uma precificação parecida com o modelo de atacarejo à extinta bandeira do Extra Hiper, o então CEO do Carrefour, Noël Prioux, disse que a decisão levaria o modelo de hipermercado “ao cemitério”: “Um hipermercado que queira fazer o mesmo que o Atacarejo é um hipermercado que vai diretamente ao cemitério”. Em outubro de 2021, o hipermercado Extra de fato acabou, com as lojas sendo vendidas ao Assaí.

Outras receitas além das vendas

Yamashita explica, no entanto, que há motivos para fazer as bandeiras conviverem dentro do negócio. No braço financeiro da companhia, o Cartão Carrefour, usado no varejo do grupo, teve R$ 9 bilhões de faturamento no último trimestre ante R$ 5,9 bilhões do cartão Atacadão. Ou seja, o hipermercado traz mais fontes de receita do que apenas a venda para o negócio do grupo como um todo e, portanto, ainda é relevante para a companhia.

O presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, Eduardo Terra, lembra também que os formatos de hipermercado e atacarejo convivem em outras empresas no País com sucesso. “Temos diversos modelos no Nordeste praticando isso, inclusive com lojas divididas em metade da área dedicada ao atacarejo e metade para o hiper ou supermercado. Acredito que esse seja um modelo de adaptação para lojas mais antigas de super ou hipermercados que precisam de uma estratégia de preço para a jornada de abastecimento do cliente”, explica Terra.

No limite, o Grupo Carrefour poderia simplesmente converter mais pontos de hipermercados para sua bandeira de atacarejo, o Atacadão. No momento, porém, a empresa deve seguir testando os limites do formato. Maquaire disse a investidores, na última teleconferência de resultados, que a empresa acredita nas lojas de hipermercado mantidas na carteira da companhia.

Na estratégia divulgada pelo Grupo Carrefour até aqui, a lógica é que a empresa entende que, pelo seu tamanho, tem uma vantagem competitiva em comparação com os demais varejistas. Um dos pontos de vantagem seria justamente a possibilidade de sustentar uma diversidade de portfólio para atender diferentes perfis de clientes.

Nesse sentido, o Grupo não deixa de apostar no modelo hiper, principalmente em se tratando de regiões, localidades e unidades em que considera que o formato tem bom desempenho. Já em locais onde o desempenho não é satisfatório, as lojas do hipermercado entram na “revisão de portfólio”: conversões para outros formatos ou fechamento.

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