CBMM avança no setor de baterias para veículos elétricos com nova fábrica de óxidos de nióbio


Unidade teve investimento de quase R$ 120 milhões e fica em Araxá (MG); em setembro, empresa, controlada pela família Moreira Salles, criou divisão de novos materiais e aplicações que prevê faturar R$ 2,3 bilhões neste ano

Por Ivo Ribeiro
Atualização:

O negócio de baterias para veículos elétricos e outras aplicações ganha, a cada ano e a cada novo projeto, mais tração dentro da CBMM (Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração), líder global em produtos de nióbio. Tanto que a empresa criou há dois meses uma divisão dedicada a novos materiais e aplicações. Cerca de 70% da nova área de negócio, que conta com 150 profissionais, tem como foco o programa de produção de óxidos de nióbio para utilização em baterias. A projeção de faturamento para 2024 dessa divisão é de US$ 400 milhões (equivalente a R$ 2,3 bilhões pelo câmbio atual).

As vendas nessa área, este ano, serão de 11 mil toneladas de ferro-nióbio equivalente, segundo Rodrigo Amado, diretor executivo da divisão de Novos Materiais e Aplicações da CBMM. A liga ferro-nióbio é o principal produto da companhia e dela são obtidos os óxidos. Para aplicações em baterias, o volume previsto é de 1 mil toneladas, com receita na casa de US$ 23 milhões. “Cinco anos atrás, era zero”, diz o executivo. Já 10 mil toneladas são de ligas especiais usadas na indústria óptica, aeroespacial e médica em diversas outras aplicações.

Fábrica de oxido de nióbio da CBMM, em Araxá (MG): produto é usado na fabricação de baterias de veículos elétricos pesados Foto: CBMM/Divulgação
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Fundada em meados da década de 1950, a CBMM é controlada pela família Moreira Salles, que detém 70% do capital. Há quase 20 anos tem como sócios dois consórcios asiáticos de siderúrgicas - um da China e outro do Japão e Coreia do Sul. A CBMM explora reservas de pirocloro, minério de onde é extraído o nióbio após processos de metalurgia, na região de Araxá, em Minas Gerais.

A companhia informa que, em seu plano estratégico de crescimento, o objetivo é alcançar capacidade de 20 mil toneladas de óxido de nióbio para baterias até 2030. A preços de hoje, essa área renderia receita de quase US$ 500 milhões (R$ 2,88 bilhões pelo atual câmbio). A direção da CBMM aposta em forte expansão do setor de baterias nos próximos anos. Para atender a esse mercado, até 2027 será construída uma unidade fabril de óxidos de 10 mil toneladas de capacidade, com duplicação posterior.

Nesta terça-feira, 12, a CBMM coloca em operação uma planta que vai fazer óxido para uma aplicação específica, na qual a aposta é grande. É um material de ânodo ativo, com nióbio, que terá a função de carregamento ultrarrápido de baterias de veículos pesados e de outras aplicações muito demandantes de energia. A tecnologia do ânodo, batizada de XNO, foi desenvolvida e patenteada pela Echion Technologies, da Inglaterra, na qual a companhia brasileira tem participação acionária.

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O mercado alvo desse produto é o da “e-mobilidade” industrial e comercial, como veículos ferroviários, marítimos, de mineração e outros veículos off-road, ônibus elétricos e equipamentos de movimentação de materiais. A aplicação é voltada também para data centers e robôs utilizados em depósitos de distribuição de mercadorias, diz Rogério Ribas, gerente executivo de produtos para baterias da CBMM.

Localizada em edifício próprio, numa área de 2 mil metros quadrados, a fábrica de óxidos tem capacidade de produzir 2 mil toneladas ao ano. É a maior unidade de produção de ânodo à base de nióbio do mundo, com equivalência de 1 GWh de células de íons de lítio, dizem os executivos da CBMM.

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Segundo Amado, apenas na fábrica, a CBMM investiu US$ 20 milhões (R$ 116 milhões) e terá como foco suprir clientes da Echion. Não inclui os aportes feitos na empresa inglesa, que não são revelados. Após desenvolver a tecnologia, a Echion fez acordo de transferência para a brasileira, inicialmente para uma produção em planta-piloto, em 2022. A produção em escala industrial estará completada dentro de um ano. “Nesse período, vamos obter todas as homologações e ainda em 2025 vamos começar as vendas”, informa Ribas.

Foco nas aplicações para baterias de veículos elétricos

O projeto de produção do óxido do ânodo com tecnologia da Echion é um dos 42 projetos que a empresa desenvolve com parceiros no mundo, informa Ribas. Para isso, a CBMM tem um orçamento anual de R$ 250 milhões em Pesquisa e Tecnologia, sendo R$ 80 milhões para a área de baterias.

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O mercado global, informam os executivos, em dez anos alcançará 5 terawatts, ante 600 gigawatts no ano passado (é dessa forma que é medido - pelo consumo de energia). Para o ânodo com a tecnologia XNO estima-se demanda endereçada de 2% dessa capacidade. “Nossa meta é capturar 10% dessa fatia endereçada. Para isso, a capacidade da planta terá de atingir 5 mil toneladas em 2028″, informa Amado.

Cada Kwh de potência da bateria requer 2 quilos de nióbio. “É um teor elevado do metal no polo negativo, o grande diferencial para carregamentos ultrarrápidos”, informa o gerente executivo. Segundo a empresa, o material de ânodo à base de óxido de nióbio permite que as baterias de íons de lítio sejam carregadas com rapidez e com segurança, mesmo em temperaturas extremas, e terem vida útil longa, de mais de 10 mil ciclos. Foi desenvolvido especificamente para veículos pesados industriais, comerciais e de transporte.

A CBMM, que no ano passado alcançou receita líquida de R$ 11,4 bilhões, tem como meta atingir 30% da receita, até 2030, com produtos não siderúrgicos. No ano passado foram vendidas 92 mil toneladas de produtos de nióbio, incluindo ligas especiais metálicas. Mais de 90% do ferro-nióbio é exportado, e a China é seu principal cliente. As instalações de metalurgia ficam próximas das operações de extração do minério que contém nióbio, em Araxá.

O negócio de baterias para veículos elétricos e outras aplicações ganha, a cada ano e a cada novo projeto, mais tração dentro da CBMM (Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração), líder global em produtos de nióbio. Tanto que a empresa criou há dois meses uma divisão dedicada a novos materiais e aplicações. Cerca de 70% da nova área de negócio, que conta com 150 profissionais, tem como foco o programa de produção de óxidos de nióbio para utilização em baterias. A projeção de faturamento para 2024 dessa divisão é de US$ 400 milhões (equivalente a R$ 2,3 bilhões pelo câmbio atual).

As vendas nessa área, este ano, serão de 11 mil toneladas de ferro-nióbio equivalente, segundo Rodrigo Amado, diretor executivo da divisão de Novos Materiais e Aplicações da CBMM. A liga ferro-nióbio é o principal produto da companhia e dela são obtidos os óxidos. Para aplicações em baterias, o volume previsto é de 1 mil toneladas, com receita na casa de US$ 23 milhões. “Cinco anos atrás, era zero”, diz o executivo. Já 10 mil toneladas são de ligas especiais usadas na indústria óptica, aeroespacial e médica em diversas outras aplicações.

Fábrica de oxido de nióbio da CBMM, em Araxá (MG): produto é usado na fabricação de baterias de veículos elétricos pesados Foto: CBMM/Divulgação

Fundada em meados da década de 1950, a CBMM é controlada pela família Moreira Salles, que detém 70% do capital. Há quase 20 anos tem como sócios dois consórcios asiáticos de siderúrgicas - um da China e outro do Japão e Coreia do Sul. A CBMM explora reservas de pirocloro, minério de onde é extraído o nióbio após processos de metalurgia, na região de Araxá, em Minas Gerais.

A companhia informa que, em seu plano estratégico de crescimento, o objetivo é alcançar capacidade de 20 mil toneladas de óxido de nióbio para baterias até 2030. A preços de hoje, essa área renderia receita de quase US$ 500 milhões (R$ 2,88 bilhões pelo atual câmbio). A direção da CBMM aposta em forte expansão do setor de baterias nos próximos anos. Para atender a esse mercado, até 2027 será construída uma unidade fabril de óxidos de 10 mil toneladas de capacidade, com duplicação posterior.

Nesta terça-feira, 12, a CBMM coloca em operação uma planta que vai fazer óxido para uma aplicação específica, na qual a aposta é grande. É um material de ânodo ativo, com nióbio, que terá a função de carregamento ultrarrápido de baterias de veículos pesados e de outras aplicações muito demandantes de energia. A tecnologia do ânodo, batizada de XNO, foi desenvolvida e patenteada pela Echion Technologies, da Inglaterra, na qual a companhia brasileira tem participação acionária.

O mercado alvo desse produto é o da “e-mobilidade” industrial e comercial, como veículos ferroviários, marítimos, de mineração e outros veículos off-road, ônibus elétricos e equipamentos de movimentação de materiais. A aplicação é voltada também para data centers e robôs utilizados em depósitos de distribuição de mercadorias, diz Rogério Ribas, gerente executivo de produtos para baterias da CBMM.

Localizada em edifício próprio, numa área de 2 mil metros quadrados, a fábrica de óxidos tem capacidade de produzir 2 mil toneladas ao ano. É a maior unidade de produção de ânodo à base de nióbio do mundo, com equivalência de 1 GWh de células de íons de lítio, dizem os executivos da CBMM.

Segundo Amado, apenas na fábrica, a CBMM investiu US$ 20 milhões (R$ 116 milhões) e terá como foco suprir clientes da Echion. Não inclui os aportes feitos na empresa inglesa, que não são revelados. Após desenvolver a tecnologia, a Echion fez acordo de transferência para a brasileira, inicialmente para uma produção em planta-piloto, em 2022. A produção em escala industrial estará completada dentro de um ano. “Nesse período, vamos obter todas as homologações e ainda em 2025 vamos começar as vendas”, informa Ribas.

Foco nas aplicações para baterias de veículos elétricos

O projeto de produção do óxido do ânodo com tecnologia da Echion é um dos 42 projetos que a empresa desenvolve com parceiros no mundo, informa Ribas. Para isso, a CBMM tem um orçamento anual de R$ 250 milhões em Pesquisa e Tecnologia, sendo R$ 80 milhões para a área de baterias.

O mercado global, informam os executivos, em dez anos alcançará 5 terawatts, ante 600 gigawatts no ano passado (é dessa forma que é medido - pelo consumo de energia). Para o ânodo com a tecnologia XNO estima-se demanda endereçada de 2% dessa capacidade. “Nossa meta é capturar 10% dessa fatia endereçada. Para isso, a capacidade da planta terá de atingir 5 mil toneladas em 2028″, informa Amado.

Cada Kwh de potência da bateria requer 2 quilos de nióbio. “É um teor elevado do metal no polo negativo, o grande diferencial para carregamentos ultrarrápidos”, informa o gerente executivo. Segundo a empresa, o material de ânodo à base de óxido de nióbio permite que as baterias de íons de lítio sejam carregadas com rapidez e com segurança, mesmo em temperaturas extremas, e terem vida útil longa, de mais de 10 mil ciclos. Foi desenvolvido especificamente para veículos pesados industriais, comerciais e de transporte.

A CBMM, que no ano passado alcançou receita líquida de R$ 11,4 bilhões, tem como meta atingir 30% da receita, até 2030, com produtos não siderúrgicos. No ano passado foram vendidas 92 mil toneladas de produtos de nióbio, incluindo ligas especiais metálicas. Mais de 90% do ferro-nióbio é exportado, e a China é seu principal cliente. As instalações de metalurgia ficam próximas das operações de extração do minério que contém nióbio, em Araxá.

O negócio de baterias para veículos elétricos e outras aplicações ganha, a cada ano e a cada novo projeto, mais tração dentro da CBMM (Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração), líder global em produtos de nióbio. Tanto que a empresa criou há dois meses uma divisão dedicada a novos materiais e aplicações. Cerca de 70% da nova área de negócio, que conta com 150 profissionais, tem como foco o programa de produção de óxidos de nióbio para utilização em baterias. A projeção de faturamento para 2024 dessa divisão é de US$ 400 milhões (equivalente a R$ 2,3 bilhões pelo câmbio atual).

As vendas nessa área, este ano, serão de 11 mil toneladas de ferro-nióbio equivalente, segundo Rodrigo Amado, diretor executivo da divisão de Novos Materiais e Aplicações da CBMM. A liga ferro-nióbio é o principal produto da companhia e dela são obtidos os óxidos. Para aplicações em baterias, o volume previsto é de 1 mil toneladas, com receita na casa de US$ 23 milhões. “Cinco anos atrás, era zero”, diz o executivo. Já 10 mil toneladas são de ligas especiais usadas na indústria óptica, aeroespacial e médica em diversas outras aplicações.

Fábrica de oxido de nióbio da CBMM, em Araxá (MG): produto é usado na fabricação de baterias de veículos elétricos pesados Foto: CBMM/Divulgação

Fundada em meados da década de 1950, a CBMM é controlada pela família Moreira Salles, que detém 70% do capital. Há quase 20 anos tem como sócios dois consórcios asiáticos de siderúrgicas - um da China e outro do Japão e Coreia do Sul. A CBMM explora reservas de pirocloro, minério de onde é extraído o nióbio após processos de metalurgia, na região de Araxá, em Minas Gerais.

A companhia informa que, em seu plano estratégico de crescimento, o objetivo é alcançar capacidade de 20 mil toneladas de óxido de nióbio para baterias até 2030. A preços de hoje, essa área renderia receita de quase US$ 500 milhões (R$ 2,88 bilhões pelo atual câmbio). A direção da CBMM aposta em forte expansão do setor de baterias nos próximos anos. Para atender a esse mercado, até 2027 será construída uma unidade fabril de óxidos de 10 mil toneladas de capacidade, com duplicação posterior.

Nesta terça-feira, 12, a CBMM coloca em operação uma planta que vai fazer óxido para uma aplicação específica, na qual a aposta é grande. É um material de ânodo ativo, com nióbio, que terá a função de carregamento ultrarrápido de baterias de veículos pesados e de outras aplicações muito demandantes de energia. A tecnologia do ânodo, batizada de XNO, foi desenvolvida e patenteada pela Echion Technologies, da Inglaterra, na qual a companhia brasileira tem participação acionária.

O mercado alvo desse produto é o da “e-mobilidade” industrial e comercial, como veículos ferroviários, marítimos, de mineração e outros veículos off-road, ônibus elétricos e equipamentos de movimentação de materiais. A aplicação é voltada também para data centers e robôs utilizados em depósitos de distribuição de mercadorias, diz Rogério Ribas, gerente executivo de produtos para baterias da CBMM.

Localizada em edifício próprio, numa área de 2 mil metros quadrados, a fábrica de óxidos tem capacidade de produzir 2 mil toneladas ao ano. É a maior unidade de produção de ânodo à base de nióbio do mundo, com equivalência de 1 GWh de células de íons de lítio, dizem os executivos da CBMM.

Segundo Amado, apenas na fábrica, a CBMM investiu US$ 20 milhões (R$ 116 milhões) e terá como foco suprir clientes da Echion. Não inclui os aportes feitos na empresa inglesa, que não são revelados. Após desenvolver a tecnologia, a Echion fez acordo de transferência para a brasileira, inicialmente para uma produção em planta-piloto, em 2022. A produção em escala industrial estará completada dentro de um ano. “Nesse período, vamos obter todas as homologações e ainda em 2025 vamos começar as vendas”, informa Ribas.

Foco nas aplicações para baterias de veículos elétricos

O projeto de produção do óxido do ânodo com tecnologia da Echion é um dos 42 projetos que a empresa desenvolve com parceiros no mundo, informa Ribas. Para isso, a CBMM tem um orçamento anual de R$ 250 milhões em Pesquisa e Tecnologia, sendo R$ 80 milhões para a área de baterias.

O mercado global, informam os executivos, em dez anos alcançará 5 terawatts, ante 600 gigawatts no ano passado (é dessa forma que é medido - pelo consumo de energia). Para o ânodo com a tecnologia XNO estima-se demanda endereçada de 2% dessa capacidade. “Nossa meta é capturar 10% dessa fatia endereçada. Para isso, a capacidade da planta terá de atingir 5 mil toneladas em 2028″, informa Amado.

Cada Kwh de potência da bateria requer 2 quilos de nióbio. “É um teor elevado do metal no polo negativo, o grande diferencial para carregamentos ultrarrápidos”, informa o gerente executivo. Segundo a empresa, o material de ânodo à base de óxido de nióbio permite que as baterias de íons de lítio sejam carregadas com rapidez e com segurança, mesmo em temperaturas extremas, e terem vida útil longa, de mais de 10 mil ciclos. Foi desenvolvido especificamente para veículos pesados industriais, comerciais e de transporte.

A CBMM, que no ano passado alcançou receita líquida de R$ 11,4 bilhões, tem como meta atingir 30% da receita, até 2030, com produtos não siderúrgicos. No ano passado foram vendidas 92 mil toneladas de produtos de nióbio, incluindo ligas especiais metálicas. Mais de 90% do ferro-nióbio é exportado, e a China é seu principal cliente. As instalações de metalurgia ficam próximas das operações de extração do minério que contém nióbio, em Araxá.

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