Após renovar concessão da Via Dutra, CCR pisa no acelerador para crescer


Com o principal contrato garantido e solução da briga relativa à Autoban, empresa incorporou mais 18 ativos no último ano; novos negócios aliviam efeitos da pandemia

Por Renée Pereira
Atualização:

No início de 2021, a gigante de infraestrutura CCR estava prestes a perder uma de suas maiores concessões: a Nova Dutra. A empresa travava também uma briga com o governo de São Paulo envolvendo o prazo de concessão do Sistema Anhanguera-Bandeirantes (Autoban). Juntos, esses contratos representam 25% das receitas da companhia. Um ano depois, o quadro é diferente. A empresa não só garantiu a manutenção dessas rodovias como incorporou 18 novos ativos ao seu portfólio.

Nesse período, a CCR venceu quatro leilões de rodovias, de aeroportos e de ativos de mobilidade urbana, o que significa R$ 23 bilhões de investimentos contratados só com os novos ativos. Para este ano, a empresa vai elevar em cerca de 80% o investimento em expansão e melhoria das concessões, para R$ 4,5 bilhões.

Esse valor representa quase o dobro do montante investido pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e por estatais do setor em 2021, de R$ 2,5 bilhões, segundo a Confederação Nacional dos Transportes (CNT).

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Desde que assumiu o comando da CCR, em meados de 2020, o executivo Marco Cauduro iniciou um processo de mudança interna. Mexeu na parte organizacional e montou uma agenda de crescimento. “O objetivo é criar a mentalidade de que não somos só uma operadora de ativos, mas uma prestadora de serviço público essencial.”

Nos próximos cinco anos, a companhia vai concentrar suas forças em rodovias, mobilidade urbana e aeroportos. “Vamos continuar com protagonismo nos leilões”, afirma.

Em 2021, a empresa manteve a concessão da rodovia Dutra por mais 30 anos ao vencer o leilão em outubro do ano passado, com outorga de R$ 1,8 bilhão e investimentos de R$ 15 bilhões durante o contrato. “Esse era um ativo chave para a empresa. É quase 1 milhão de viagens por dia”, diz o presidente da CCR. Nesse caso, a maior obra que terá de ser feita é a duplicação de 16 quilômetros (km) da Serra das Araras, no Rio de Janeiro, que custará R$ 1,2 bilhão.

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CCR quer ser reconhecida como prestadora de serviços, diz Marco Cauduro, presidente da companhia Foto: Taba Benedicto/Estadão

Disputa encerrada

A empresa também resolveu a briga sobre a concessão do Sistema Autoban. Desde 2015, havia uma discussão em torno de um aditivo contratual que dava à CCR mais oito anos de concessão. Antes de deixar o governo de São Paulo, João Doria prorrogou até 2037 as concessões da Autoban, SPVias e Via Oeste, com contrapartida de a empresa pagar R$ 1,2 bilhão de outorga. “Essa disputa causava insegurança jurídica muito grande e impedia que uma série de projetos fosse executada na velocidade necessária”, diz Cauduro. A prorrogação dos contratos com o governo paulista envolve investimento total de R$ 2,3 bilhões na melhoria e expansão das rodovias.

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Fundada em 1999, durante as privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso, a empresa tem entre seus sócios a Andrade Gutierrez, Gupo Mover (antiga Camargo Corrêa) e Soares Penido – todos ligados à construção civil. A empresa vale na Bolsa R$ 26,6 bilhões, bem abaixo do início de 2020, antes da pandemia, quando alcançou R$ 40 bilhões. No ano passado, faturou R$ 11,9 bilhões, sendo quase 60% decorrentes das concessões rodoviárias.

A empresa sofreu com os efeitos da pandemia. Em 2021, faturou quase R$ 12 bilhões, sendo cerca de 60% vindo das concessões rodoviárias. Mas as receitas com pedágios cresceram apenas 1,6%. Em compensação, os demais negócios avançaram: mobilidade e aeroportos cresceram 73% (em parte pela incorporação de novos ativos).

Segundo relatório do Itaú BBA, esses ativos têm sido importantes para incrementar a receita. A expectativa é que os números melhorem, pois o volume de passageiros de aeroportos e de mobilidade urbana ainda está, respectivamente, 27% e 35% abaixo dos níveis pré-pandemia.

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Por causa das novas concessões, o nível de endividamento (dívida líquida sobre Ebitda) da empresa subiu para de 3 vezes no quarto trimestre do ano passado. O aumento, segundo o Itaú BBA, é devido aos pagamentos de outorgas realizados no período como a concessão da Dutra (R$ 2 bilhões) e dos Blocos de Aeroportos Sul e Central (R$ 3 bilhões).

Cauduro afirma que esses números não preocupam e que a empresa poderia elevar essa alavancagem sem prejuízos. “Ainda temos bastante poder de fogo.” Segundo ele, no entanto, daqui para frente a empresa deverá ser mais seletiva. “Nas rodovias, os melhores ativos já foram licitados no ano passado. Agora tem a Sétima Rodada de Aeroportos, que estamos bem interessados.”

Desde o ano passado, a empresa passou a administrar mais 16 aeroportos no País. “Saímos de 20 milhões de passageiros e hoje estamos com 42 milhões nos aeroportos administrados. Hoje temos uma maturidade maior nessa área”, diz Cauduro.

No início de 2021, a gigante de infraestrutura CCR estava prestes a perder uma de suas maiores concessões: a Nova Dutra. A empresa travava também uma briga com o governo de São Paulo envolvendo o prazo de concessão do Sistema Anhanguera-Bandeirantes (Autoban). Juntos, esses contratos representam 25% das receitas da companhia. Um ano depois, o quadro é diferente. A empresa não só garantiu a manutenção dessas rodovias como incorporou 18 novos ativos ao seu portfólio.

Nesse período, a CCR venceu quatro leilões de rodovias, de aeroportos e de ativos de mobilidade urbana, o que significa R$ 23 bilhões de investimentos contratados só com os novos ativos. Para este ano, a empresa vai elevar em cerca de 80% o investimento em expansão e melhoria das concessões, para R$ 4,5 bilhões.

Esse valor representa quase o dobro do montante investido pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e por estatais do setor em 2021, de R$ 2,5 bilhões, segundo a Confederação Nacional dos Transportes (CNT).

Desde que assumiu o comando da CCR, em meados de 2020, o executivo Marco Cauduro iniciou um processo de mudança interna. Mexeu na parte organizacional e montou uma agenda de crescimento. “O objetivo é criar a mentalidade de que não somos só uma operadora de ativos, mas uma prestadora de serviço público essencial.”

Nos próximos cinco anos, a companhia vai concentrar suas forças em rodovias, mobilidade urbana e aeroportos. “Vamos continuar com protagonismo nos leilões”, afirma.

Em 2021, a empresa manteve a concessão da rodovia Dutra por mais 30 anos ao vencer o leilão em outubro do ano passado, com outorga de R$ 1,8 bilhão e investimentos de R$ 15 bilhões durante o contrato. “Esse era um ativo chave para a empresa. É quase 1 milhão de viagens por dia”, diz o presidente da CCR. Nesse caso, a maior obra que terá de ser feita é a duplicação de 16 quilômetros (km) da Serra das Araras, no Rio de Janeiro, que custará R$ 1,2 bilhão.

CCR quer ser reconhecida como prestadora de serviços, diz Marco Cauduro, presidente da companhia Foto: Taba Benedicto/Estadão

Disputa encerrada

A empresa também resolveu a briga sobre a concessão do Sistema Autoban. Desde 2015, havia uma discussão em torno de um aditivo contratual que dava à CCR mais oito anos de concessão. Antes de deixar o governo de São Paulo, João Doria prorrogou até 2037 as concessões da Autoban, SPVias e Via Oeste, com contrapartida de a empresa pagar R$ 1,2 bilhão de outorga. “Essa disputa causava insegurança jurídica muito grande e impedia que uma série de projetos fosse executada na velocidade necessária”, diz Cauduro. A prorrogação dos contratos com o governo paulista envolve investimento total de R$ 2,3 bilhões na melhoria e expansão das rodovias.

Fundada em 1999, durante as privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso, a empresa tem entre seus sócios a Andrade Gutierrez, Gupo Mover (antiga Camargo Corrêa) e Soares Penido – todos ligados à construção civil. A empresa vale na Bolsa R$ 26,6 bilhões, bem abaixo do início de 2020, antes da pandemia, quando alcançou R$ 40 bilhões. No ano passado, faturou R$ 11,9 bilhões, sendo quase 60% decorrentes das concessões rodoviárias.

A empresa sofreu com os efeitos da pandemia. Em 2021, faturou quase R$ 12 bilhões, sendo cerca de 60% vindo das concessões rodoviárias. Mas as receitas com pedágios cresceram apenas 1,6%. Em compensação, os demais negócios avançaram: mobilidade e aeroportos cresceram 73% (em parte pela incorporação de novos ativos).

Segundo relatório do Itaú BBA, esses ativos têm sido importantes para incrementar a receita. A expectativa é que os números melhorem, pois o volume de passageiros de aeroportos e de mobilidade urbana ainda está, respectivamente, 27% e 35% abaixo dos níveis pré-pandemia.

Por causa das novas concessões, o nível de endividamento (dívida líquida sobre Ebitda) da empresa subiu para de 3 vezes no quarto trimestre do ano passado. O aumento, segundo o Itaú BBA, é devido aos pagamentos de outorgas realizados no período como a concessão da Dutra (R$ 2 bilhões) e dos Blocos de Aeroportos Sul e Central (R$ 3 bilhões).

Cauduro afirma que esses números não preocupam e que a empresa poderia elevar essa alavancagem sem prejuízos. “Ainda temos bastante poder de fogo.” Segundo ele, no entanto, daqui para frente a empresa deverá ser mais seletiva. “Nas rodovias, os melhores ativos já foram licitados no ano passado. Agora tem a Sétima Rodada de Aeroportos, que estamos bem interessados.”

Desde o ano passado, a empresa passou a administrar mais 16 aeroportos no País. “Saímos de 20 milhões de passageiros e hoje estamos com 42 milhões nos aeroportos administrados. Hoje temos uma maturidade maior nessa área”, diz Cauduro.

No início de 2021, a gigante de infraestrutura CCR estava prestes a perder uma de suas maiores concessões: a Nova Dutra. A empresa travava também uma briga com o governo de São Paulo envolvendo o prazo de concessão do Sistema Anhanguera-Bandeirantes (Autoban). Juntos, esses contratos representam 25% das receitas da companhia. Um ano depois, o quadro é diferente. A empresa não só garantiu a manutenção dessas rodovias como incorporou 18 novos ativos ao seu portfólio.

Nesse período, a CCR venceu quatro leilões de rodovias, de aeroportos e de ativos de mobilidade urbana, o que significa R$ 23 bilhões de investimentos contratados só com os novos ativos. Para este ano, a empresa vai elevar em cerca de 80% o investimento em expansão e melhoria das concessões, para R$ 4,5 bilhões.

Esse valor representa quase o dobro do montante investido pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e por estatais do setor em 2021, de R$ 2,5 bilhões, segundo a Confederação Nacional dos Transportes (CNT).

Desde que assumiu o comando da CCR, em meados de 2020, o executivo Marco Cauduro iniciou um processo de mudança interna. Mexeu na parte organizacional e montou uma agenda de crescimento. “O objetivo é criar a mentalidade de que não somos só uma operadora de ativos, mas uma prestadora de serviço público essencial.”

Nos próximos cinco anos, a companhia vai concentrar suas forças em rodovias, mobilidade urbana e aeroportos. “Vamos continuar com protagonismo nos leilões”, afirma.

Em 2021, a empresa manteve a concessão da rodovia Dutra por mais 30 anos ao vencer o leilão em outubro do ano passado, com outorga de R$ 1,8 bilhão e investimentos de R$ 15 bilhões durante o contrato. “Esse era um ativo chave para a empresa. É quase 1 milhão de viagens por dia”, diz o presidente da CCR. Nesse caso, a maior obra que terá de ser feita é a duplicação de 16 quilômetros (km) da Serra das Araras, no Rio de Janeiro, que custará R$ 1,2 bilhão.

CCR quer ser reconhecida como prestadora de serviços, diz Marco Cauduro, presidente da companhia Foto: Taba Benedicto/Estadão

Disputa encerrada

A empresa também resolveu a briga sobre a concessão do Sistema Autoban. Desde 2015, havia uma discussão em torno de um aditivo contratual que dava à CCR mais oito anos de concessão. Antes de deixar o governo de São Paulo, João Doria prorrogou até 2037 as concessões da Autoban, SPVias e Via Oeste, com contrapartida de a empresa pagar R$ 1,2 bilhão de outorga. “Essa disputa causava insegurança jurídica muito grande e impedia que uma série de projetos fosse executada na velocidade necessária”, diz Cauduro. A prorrogação dos contratos com o governo paulista envolve investimento total de R$ 2,3 bilhões na melhoria e expansão das rodovias.

Fundada em 1999, durante as privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso, a empresa tem entre seus sócios a Andrade Gutierrez, Gupo Mover (antiga Camargo Corrêa) e Soares Penido – todos ligados à construção civil. A empresa vale na Bolsa R$ 26,6 bilhões, bem abaixo do início de 2020, antes da pandemia, quando alcançou R$ 40 bilhões. No ano passado, faturou R$ 11,9 bilhões, sendo quase 60% decorrentes das concessões rodoviárias.

A empresa sofreu com os efeitos da pandemia. Em 2021, faturou quase R$ 12 bilhões, sendo cerca de 60% vindo das concessões rodoviárias. Mas as receitas com pedágios cresceram apenas 1,6%. Em compensação, os demais negócios avançaram: mobilidade e aeroportos cresceram 73% (em parte pela incorporação de novos ativos).

Segundo relatório do Itaú BBA, esses ativos têm sido importantes para incrementar a receita. A expectativa é que os números melhorem, pois o volume de passageiros de aeroportos e de mobilidade urbana ainda está, respectivamente, 27% e 35% abaixo dos níveis pré-pandemia.

Por causa das novas concessões, o nível de endividamento (dívida líquida sobre Ebitda) da empresa subiu para de 3 vezes no quarto trimestre do ano passado. O aumento, segundo o Itaú BBA, é devido aos pagamentos de outorgas realizados no período como a concessão da Dutra (R$ 2 bilhões) e dos Blocos de Aeroportos Sul e Central (R$ 3 bilhões).

Cauduro afirma que esses números não preocupam e que a empresa poderia elevar essa alavancagem sem prejuízos. “Ainda temos bastante poder de fogo.” Segundo ele, no entanto, daqui para frente a empresa deverá ser mais seletiva. “Nas rodovias, os melhores ativos já foram licitados no ano passado. Agora tem a Sétima Rodada de Aeroportos, que estamos bem interessados.”

Desde o ano passado, a empresa passou a administrar mais 16 aeroportos no País. “Saímos de 20 milhões de passageiros e hoje estamos com 42 milhões nos aeroportos administrados. Hoje temos uma maturidade maior nessa área”, diz Cauduro.

No início de 2021, a gigante de infraestrutura CCR estava prestes a perder uma de suas maiores concessões: a Nova Dutra. A empresa travava também uma briga com o governo de São Paulo envolvendo o prazo de concessão do Sistema Anhanguera-Bandeirantes (Autoban). Juntos, esses contratos representam 25% das receitas da companhia. Um ano depois, o quadro é diferente. A empresa não só garantiu a manutenção dessas rodovias como incorporou 18 novos ativos ao seu portfólio.

Nesse período, a CCR venceu quatro leilões de rodovias, de aeroportos e de ativos de mobilidade urbana, o que significa R$ 23 bilhões de investimentos contratados só com os novos ativos. Para este ano, a empresa vai elevar em cerca de 80% o investimento em expansão e melhoria das concessões, para R$ 4,5 bilhões.

Esse valor representa quase o dobro do montante investido pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e por estatais do setor em 2021, de R$ 2,5 bilhões, segundo a Confederação Nacional dos Transportes (CNT).

Desde que assumiu o comando da CCR, em meados de 2020, o executivo Marco Cauduro iniciou um processo de mudança interna. Mexeu na parte organizacional e montou uma agenda de crescimento. “O objetivo é criar a mentalidade de que não somos só uma operadora de ativos, mas uma prestadora de serviço público essencial.”

Nos próximos cinco anos, a companhia vai concentrar suas forças em rodovias, mobilidade urbana e aeroportos. “Vamos continuar com protagonismo nos leilões”, afirma.

Em 2021, a empresa manteve a concessão da rodovia Dutra por mais 30 anos ao vencer o leilão em outubro do ano passado, com outorga de R$ 1,8 bilhão e investimentos de R$ 15 bilhões durante o contrato. “Esse era um ativo chave para a empresa. É quase 1 milhão de viagens por dia”, diz o presidente da CCR. Nesse caso, a maior obra que terá de ser feita é a duplicação de 16 quilômetros (km) da Serra das Araras, no Rio de Janeiro, que custará R$ 1,2 bilhão.

CCR quer ser reconhecida como prestadora de serviços, diz Marco Cauduro, presidente da companhia Foto: Taba Benedicto/Estadão

Disputa encerrada

A empresa também resolveu a briga sobre a concessão do Sistema Autoban. Desde 2015, havia uma discussão em torno de um aditivo contratual que dava à CCR mais oito anos de concessão. Antes de deixar o governo de São Paulo, João Doria prorrogou até 2037 as concessões da Autoban, SPVias e Via Oeste, com contrapartida de a empresa pagar R$ 1,2 bilhão de outorga. “Essa disputa causava insegurança jurídica muito grande e impedia que uma série de projetos fosse executada na velocidade necessária”, diz Cauduro. A prorrogação dos contratos com o governo paulista envolve investimento total de R$ 2,3 bilhões na melhoria e expansão das rodovias.

Fundada em 1999, durante as privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso, a empresa tem entre seus sócios a Andrade Gutierrez, Gupo Mover (antiga Camargo Corrêa) e Soares Penido – todos ligados à construção civil. A empresa vale na Bolsa R$ 26,6 bilhões, bem abaixo do início de 2020, antes da pandemia, quando alcançou R$ 40 bilhões. No ano passado, faturou R$ 11,9 bilhões, sendo quase 60% decorrentes das concessões rodoviárias.

A empresa sofreu com os efeitos da pandemia. Em 2021, faturou quase R$ 12 bilhões, sendo cerca de 60% vindo das concessões rodoviárias. Mas as receitas com pedágios cresceram apenas 1,6%. Em compensação, os demais negócios avançaram: mobilidade e aeroportos cresceram 73% (em parte pela incorporação de novos ativos).

Segundo relatório do Itaú BBA, esses ativos têm sido importantes para incrementar a receita. A expectativa é que os números melhorem, pois o volume de passageiros de aeroportos e de mobilidade urbana ainda está, respectivamente, 27% e 35% abaixo dos níveis pré-pandemia.

Por causa das novas concessões, o nível de endividamento (dívida líquida sobre Ebitda) da empresa subiu para de 3 vezes no quarto trimestre do ano passado. O aumento, segundo o Itaú BBA, é devido aos pagamentos de outorgas realizados no período como a concessão da Dutra (R$ 2 bilhões) e dos Blocos de Aeroportos Sul e Central (R$ 3 bilhões).

Cauduro afirma que esses números não preocupam e que a empresa poderia elevar essa alavancagem sem prejuízos. “Ainda temos bastante poder de fogo.” Segundo ele, no entanto, daqui para frente a empresa deverá ser mais seletiva. “Nas rodovias, os melhores ativos já foram licitados no ano passado. Agora tem a Sétima Rodada de Aeroportos, que estamos bem interessados.”

Desde o ano passado, a empresa passou a administrar mais 16 aeroportos no País. “Saímos de 20 milhões de passageiros e hoje estamos com 42 milhões nos aeroportos administrados. Hoje temos uma maturidade maior nessa área”, diz Cauduro.

No início de 2021, a gigante de infraestrutura CCR estava prestes a perder uma de suas maiores concessões: a Nova Dutra. A empresa travava também uma briga com o governo de São Paulo envolvendo o prazo de concessão do Sistema Anhanguera-Bandeirantes (Autoban). Juntos, esses contratos representam 25% das receitas da companhia. Um ano depois, o quadro é diferente. A empresa não só garantiu a manutenção dessas rodovias como incorporou 18 novos ativos ao seu portfólio.

Nesse período, a CCR venceu quatro leilões de rodovias, de aeroportos e de ativos de mobilidade urbana, o que significa R$ 23 bilhões de investimentos contratados só com os novos ativos. Para este ano, a empresa vai elevar em cerca de 80% o investimento em expansão e melhoria das concessões, para R$ 4,5 bilhões.

Esse valor representa quase o dobro do montante investido pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e por estatais do setor em 2021, de R$ 2,5 bilhões, segundo a Confederação Nacional dos Transportes (CNT).

Desde que assumiu o comando da CCR, em meados de 2020, o executivo Marco Cauduro iniciou um processo de mudança interna. Mexeu na parte organizacional e montou uma agenda de crescimento. “O objetivo é criar a mentalidade de que não somos só uma operadora de ativos, mas uma prestadora de serviço público essencial.”

Nos próximos cinco anos, a companhia vai concentrar suas forças em rodovias, mobilidade urbana e aeroportos. “Vamos continuar com protagonismo nos leilões”, afirma.

Em 2021, a empresa manteve a concessão da rodovia Dutra por mais 30 anos ao vencer o leilão em outubro do ano passado, com outorga de R$ 1,8 bilhão e investimentos de R$ 15 bilhões durante o contrato. “Esse era um ativo chave para a empresa. É quase 1 milhão de viagens por dia”, diz o presidente da CCR. Nesse caso, a maior obra que terá de ser feita é a duplicação de 16 quilômetros (km) da Serra das Araras, no Rio de Janeiro, que custará R$ 1,2 bilhão.

CCR quer ser reconhecida como prestadora de serviços, diz Marco Cauduro, presidente da companhia Foto: Taba Benedicto/Estadão

Disputa encerrada

A empresa também resolveu a briga sobre a concessão do Sistema Autoban. Desde 2015, havia uma discussão em torno de um aditivo contratual que dava à CCR mais oito anos de concessão. Antes de deixar o governo de São Paulo, João Doria prorrogou até 2037 as concessões da Autoban, SPVias e Via Oeste, com contrapartida de a empresa pagar R$ 1,2 bilhão de outorga. “Essa disputa causava insegurança jurídica muito grande e impedia que uma série de projetos fosse executada na velocidade necessária”, diz Cauduro. A prorrogação dos contratos com o governo paulista envolve investimento total de R$ 2,3 bilhões na melhoria e expansão das rodovias.

Fundada em 1999, durante as privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso, a empresa tem entre seus sócios a Andrade Gutierrez, Gupo Mover (antiga Camargo Corrêa) e Soares Penido – todos ligados à construção civil. A empresa vale na Bolsa R$ 26,6 bilhões, bem abaixo do início de 2020, antes da pandemia, quando alcançou R$ 40 bilhões. No ano passado, faturou R$ 11,9 bilhões, sendo quase 60% decorrentes das concessões rodoviárias.

A empresa sofreu com os efeitos da pandemia. Em 2021, faturou quase R$ 12 bilhões, sendo cerca de 60% vindo das concessões rodoviárias. Mas as receitas com pedágios cresceram apenas 1,6%. Em compensação, os demais negócios avançaram: mobilidade e aeroportos cresceram 73% (em parte pela incorporação de novos ativos).

Segundo relatório do Itaú BBA, esses ativos têm sido importantes para incrementar a receita. A expectativa é que os números melhorem, pois o volume de passageiros de aeroportos e de mobilidade urbana ainda está, respectivamente, 27% e 35% abaixo dos níveis pré-pandemia.

Por causa das novas concessões, o nível de endividamento (dívida líquida sobre Ebitda) da empresa subiu para de 3 vezes no quarto trimestre do ano passado. O aumento, segundo o Itaú BBA, é devido aos pagamentos de outorgas realizados no período como a concessão da Dutra (R$ 2 bilhões) e dos Blocos de Aeroportos Sul e Central (R$ 3 bilhões).

Cauduro afirma que esses números não preocupam e que a empresa poderia elevar essa alavancagem sem prejuízos. “Ainda temos bastante poder de fogo.” Segundo ele, no entanto, daqui para frente a empresa deverá ser mais seletiva. “Nas rodovias, os melhores ativos já foram licitados no ano passado. Agora tem a Sétima Rodada de Aeroportos, que estamos bem interessados.”

Desde o ano passado, a empresa passou a administrar mais 16 aeroportos no País. “Saímos de 20 milhões de passageiros e hoje estamos com 42 milhões nos aeroportos administrados. Hoje temos uma maturidade maior nessa área”, diz Cauduro.

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