SÃO PAULO - O Grupo Pão de Açúcar (GPA) teve mais um trimestre em que as vendas do varejo alimentar foram puxadas pelo formato de lojas conhecido como "atacarejo", segmento no qual a companhia atua com a bandeira Assaí. As vendas da rede cresceram 35,8% entre outubro e dezembro do último ano na comparação com os mesmos meses de 2015, chegando a R$ 4,255 bilhões.
Com o crescimento do Assaí, as vendas do GPA no negócio de varejo de alimentos alcançaram crescimento de 12,1% na comparação anual, atingindo R$ 11,740 bilhões.
Parte do crescimento do Assaí ocorreu em razão da inauguração de novas lojas. Em 2016, foram abertas 13 unidades da bandeira de atacarejo. Desconsiderando esse efeito, as vendas em unidades abertas há mais de um ano registraram alta de 17,3% nas vendas no trimestre.
O ritmo de crescimento é mais lento, porém, nas outras redes. O Multivarejo, que inclui as bandeiras Extra e Pão de Açúcar, registrou receita líquida de R$ 7,484 bilhões no quarto trimestre de 2016, com crescimento de 1,9% ante o mesmo período de 2015. No critério mesmas lojas, a expansão do Multivarejo foi de 3,7%, na mesma base de comparação.
Analistas têm chamada a atenção para as vendas dos hipermercados da bandeira Extra. A rede vem sendo alvo de esforços promocionais que miram uma recuperação, depois de alguns trimestres fracos.
O GPA não deu muitos detalhes sobre o Extra em sua divulgação de desempenho de vendas, mas afirmou que a rede apresentou "aceleração sequencial ao longo do ano". Segundo o grupo, a rede de hipermercados registrou uma recuperação nas vendas de bens duráveis e itens que não são alimentos. A categoria era a que mais vinha ferindo os resultados.
O grupo divulgou ainda planos de expansão. Para 2017, reiterou que pretende abrir de seis a oito lojas do Assaí, além de converter de 15 a 20 lojas Extra em Assaí. No Multivarejo, serão aproximadamente cinco lojas novas do Pão de Açúcar e dez unidades da bandeira de minimercados chamada Minuto Pão de Açúcar.
Resultado. A Via Varejo, dona das Casas Bahia e do Pontofrio, registrou receita líquida de R$ 6,933 bilhões no quarto trimestre de 2016, com recuo de 0,7% na comparação com igual período do ano anterior.
O resultado de vendas já inclui a operação de comércio eletrônico recentemente incorporada pela Via Varejo e que antes fazia parte da Cnova. Nesse negócio, a receita caiu 13,1% no quarto trimestre, chegando a R$ 1,333 bilhão. A receita em lojas físicas cresceu 2,8%, atingindo R$ 5,600 bilhões.
Considerando o critério mesmas lojas, que leva em conta apenas unidades abertas há mais de um ano, as vendas em lojas físicas caíram 1,7% no trimestre. O número é ajustado para o efeito da reoneração da folha de pagamento.
Ainda no quarto trimestre, o comércio eletrônico teve queda de 10,4% no GMV (do inglês Gross Merchandise Volume), que é a soma das vendas, outras receitas e volumes do marketplace. As vendas do marketplace são aquelas feitas no modelo de negócios em que outros lojistas pagam comissão para vender na plataforma da companhia.