Ecorodovias ganha concessão no interior de SP sob dúvidas sobre endividamento


Companhia fez proposta muito acima à da segunda colocada, com ágio de 16.000%; papéis da companhia caíram quase 12% na quinta-feira, 15

Por Juliana Estigarríbia
Atualização:

A EcoRodovias conquistou na quinta-feira, 15, o bloco de 600 quilômetros de rodovias do Lote Noroeste Paulista com um lance bilionário, muito acima da proposta da segunda colocada CCR. Logo após o anúncio, as ações da vencedora do leilão despencaram, um sinal de que o mercado está atento ao endividamento do grupo e seu fôlego financeiro para disputar novos ativos.

Lote Noroeste é composto por cinco trechos de rodovias no interior de São Paulo nas regiões de São José do Rio Preto, Araraquara, São Carlos e Barretos Foto: Tiago Queiroz

A EcoRodovias foi a primeira a ter sua proposta lida pela comissão do leilão. Após o anúncio do lance, de R$ 1,23 bilhão – um ágio de 16.151% –, burburinhos de surpresa ecoaram pelo salão da B3, a Bolsa paulista. O fundo Infraestrutura Brasil Holding XXI, controlado pelo Pátria, foi o próximo, com oferta de R$ 321 milhões. Quando o lance da CCR foi anunciado, de R$ 753,8 milhões, executivos da EcoRodovias demoraram alguns segundos para comemorar, um pouco contidos, mas visivelmente satisfeitos.

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Imediatamente após a conquista, as ações da EcoRodovias despencaram, entrando em leilão três vezes. Os papéis da companhia lideraram as maiores baixas do Ibovespa, fechando com queda de 11,9%.

O presidente da empresa, Marcello Guidotti, minimizou a situação. “Estudamos muito bem esse lote, que é maduro, com histórico de tráfego consolidado. Estamos entrando em projetos com disciplina financeira, não temos que nos balizar pela proposta dos outros. Estamos absolutamente confiantes que conseguiremos agregar valor ao grupo”, disse o executivo após o leilão.

O critério do certame foi o de maior valor de outorga fixa, cujo mínimo era de R$ 7,6 milhões. Os investimentos estimados ao longo dos 30 anos de contrato são da ordem de R$ 10 bilhões.

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Rodovias do interior de São Paulo

O Lote Noroeste é composto por cinco trechos de rodovias no interior de São Paulo nas regiões de São José do Rio Preto, Araraquara, São Carlos e Barretos. Os encerramentos dos contratos de concessão dos atuais operadores estão previstos para os meses de março e abril de 2023.

De acordo com a EcoRodovias, a conquista do Lote Noroeste confere à companhia a liderança do mercado de concessões rodoviárias em extensão, totalizando 4.700 quilômetros de estradas sob sua gestão.

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Empresa fará empréstimo-ponte

Para viabilizar o projeto, Guidotti disse que a companhia fará um empréstimo-ponte inicial para levar a concessão nos primeiros três anos de contrato. “Já conversamos com o BNDES, (o banco) gosta muito do projeto. Provavelmente também usaremos debêntures de infraestrutura.” Segundo ele, 70% dos investimentos do projeto devem ser viabilizados por financiamentos e 30% por equity (bens).

O executivo destacou ainda que o lote de rodovias deve diminuir a alavancagem do grupo nos primeiros anos do contrato. “É importante ressaltar que a concessão já começa com geração de caixa muito forte, com Ebitda importante desde o primeiro dia. O Lote Noroeste gera mais caixa do que perda de dívida.”

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Para o analista da Mirae Asset, Pedro Galdi, não existem grandes concessões de rodovias no radar. “Para aumentar a carteira de negócios, a companhia precisa disputar esses ativos”, afirma. Ele aponta que as ações da EcoRodovias caíram, em parte, devido à grande diferença entre os lances da primeira e segunda colocadas no certame.

Para um analista do setor, que falou sob condição de anonimato, a EcoRodovias deu um importante passo, mas seu endividamento preocupa. “No mercado, não se esperava que a companhia fosse participar do leilão porque eles já estão bem alavancados e ainda por cima deram um lance muito maior do que a CCR, que tem grande conhecimento dos ativos e maior capacidade financeira.”

Próximos projetos

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O presidente da EcoRodovias disse ainda que o grupo segue avaliando oportunidades no mercado, com destaques para os lotes de rodovias do Paraná e a BR-381. Guidotti salientou que, num cenário macroeconômico desafiador, a companhia vai agir com disciplina.

“A inflação e os custos dos materiais são informações conhecidas. Conhecer essas informações nos deixa aptos para colocar isso nas propostas.”

A EcoRodovias conquistou na quinta-feira, 15, o bloco de 600 quilômetros de rodovias do Lote Noroeste Paulista com um lance bilionário, muito acima da proposta da segunda colocada CCR. Logo após o anúncio, as ações da vencedora do leilão despencaram, um sinal de que o mercado está atento ao endividamento do grupo e seu fôlego financeiro para disputar novos ativos.

Lote Noroeste é composto por cinco trechos de rodovias no interior de São Paulo nas regiões de São José do Rio Preto, Araraquara, São Carlos e Barretos Foto: Tiago Queiroz

A EcoRodovias foi a primeira a ter sua proposta lida pela comissão do leilão. Após o anúncio do lance, de R$ 1,23 bilhão – um ágio de 16.151% –, burburinhos de surpresa ecoaram pelo salão da B3, a Bolsa paulista. O fundo Infraestrutura Brasil Holding XXI, controlado pelo Pátria, foi o próximo, com oferta de R$ 321 milhões. Quando o lance da CCR foi anunciado, de R$ 753,8 milhões, executivos da EcoRodovias demoraram alguns segundos para comemorar, um pouco contidos, mas visivelmente satisfeitos.

Imediatamente após a conquista, as ações da EcoRodovias despencaram, entrando em leilão três vezes. Os papéis da companhia lideraram as maiores baixas do Ibovespa, fechando com queda de 11,9%.

O presidente da empresa, Marcello Guidotti, minimizou a situação. “Estudamos muito bem esse lote, que é maduro, com histórico de tráfego consolidado. Estamos entrando em projetos com disciplina financeira, não temos que nos balizar pela proposta dos outros. Estamos absolutamente confiantes que conseguiremos agregar valor ao grupo”, disse o executivo após o leilão.

O critério do certame foi o de maior valor de outorga fixa, cujo mínimo era de R$ 7,6 milhões. Os investimentos estimados ao longo dos 30 anos de contrato são da ordem de R$ 10 bilhões.

Rodovias do interior de São Paulo

O Lote Noroeste é composto por cinco trechos de rodovias no interior de São Paulo nas regiões de São José do Rio Preto, Araraquara, São Carlos e Barretos. Os encerramentos dos contratos de concessão dos atuais operadores estão previstos para os meses de março e abril de 2023.

De acordo com a EcoRodovias, a conquista do Lote Noroeste confere à companhia a liderança do mercado de concessões rodoviárias em extensão, totalizando 4.700 quilômetros de estradas sob sua gestão.

Empresa fará empréstimo-ponte

Para viabilizar o projeto, Guidotti disse que a companhia fará um empréstimo-ponte inicial para levar a concessão nos primeiros três anos de contrato. “Já conversamos com o BNDES, (o banco) gosta muito do projeto. Provavelmente também usaremos debêntures de infraestrutura.” Segundo ele, 70% dos investimentos do projeto devem ser viabilizados por financiamentos e 30% por equity (bens).

O executivo destacou ainda que o lote de rodovias deve diminuir a alavancagem do grupo nos primeiros anos do contrato. “É importante ressaltar que a concessão já começa com geração de caixa muito forte, com Ebitda importante desde o primeiro dia. O Lote Noroeste gera mais caixa do que perda de dívida.”

Para o analista da Mirae Asset, Pedro Galdi, não existem grandes concessões de rodovias no radar. “Para aumentar a carteira de negócios, a companhia precisa disputar esses ativos”, afirma. Ele aponta que as ações da EcoRodovias caíram, em parte, devido à grande diferença entre os lances da primeira e segunda colocadas no certame.

Para um analista do setor, que falou sob condição de anonimato, a EcoRodovias deu um importante passo, mas seu endividamento preocupa. “No mercado, não se esperava que a companhia fosse participar do leilão porque eles já estão bem alavancados e ainda por cima deram um lance muito maior do que a CCR, que tem grande conhecimento dos ativos e maior capacidade financeira.”

Próximos projetos

O presidente da EcoRodovias disse ainda que o grupo segue avaliando oportunidades no mercado, com destaques para os lotes de rodovias do Paraná e a BR-381. Guidotti salientou que, num cenário macroeconômico desafiador, a companhia vai agir com disciplina.

“A inflação e os custos dos materiais são informações conhecidas. Conhecer essas informações nos deixa aptos para colocar isso nas propostas.”

A EcoRodovias conquistou na quinta-feira, 15, o bloco de 600 quilômetros de rodovias do Lote Noroeste Paulista com um lance bilionário, muito acima da proposta da segunda colocada CCR. Logo após o anúncio, as ações da vencedora do leilão despencaram, um sinal de que o mercado está atento ao endividamento do grupo e seu fôlego financeiro para disputar novos ativos.

Lote Noroeste é composto por cinco trechos de rodovias no interior de São Paulo nas regiões de São José do Rio Preto, Araraquara, São Carlos e Barretos Foto: Tiago Queiroz

A EcoRodovias foi a primeira a ter sua proposta lida pela comissão do leilão. Após o anúncio do lance, de R$ 1,23 bilhão – um ágio de 16.151% –, burburinhos de surpresa ecoaram pelo salão da B3, a Bolsa paulista. O fundo Infraestrutura Brasil Holding XXI, controlado pelo Pátria, foi o próximo, com oferta de R$ 321 milhões. Quando o lance da CCR foi anunciado, de R$ 753,8 milhões, executivos da EcoRodovias demoraram alguns segundos para comemorar, um pouco contidos, mas visivelmente satisfeitos.

Imediatamente após a conquista, as ações da EcoRodovias despencaram, entrando em leilão três vezes. Os papéis da companhia lideraram as maiores baixas do Ibovespa, fechando com queda de 11,9%.

O presidente da empresa, Marcello Guidotti, minimizou a situação. “Estudamos muito bem esse lote, que é maduro, com histórico de tráfego consolidado. Estamos entrando em projetos com disciplina financeira, não temos que nos balizar pela proposta dos outros. Estamos absolutamente confiantes que conseguiremos agregar valor ao grupo”, disse o executivo após o leilão.

O critério do certame foi o de maior valor de outorga fixa, cujo mínimo era de R$ 7,6 milhões. Os investimentos estimados ao longo dos 30 anos de contrato são da ordem de R$ 10 bilhões.

Rodovias do interior de São Paulo

O Lote Noroeste é composto por cinco trechos de rodovias no interior de São Paulo nas regiões de São José do Rio Preto, Araraquara, São Carlos e Barretos. Os encerramentos dos contratos de concessão dos atuais operadores estão previstos para os meses de março e abril de 2023.

De acordo com a EcoRodovias, a conquista do Lote Noroeste confere à companhia a liderança do mercado de concessões rodoviárias em extensão, totalizando 4.700 quilômetros de estradas sob sua gestão.

Empresa fará empréstimo-ponte

Para viabilizar o projeto, Guidotti disse que a companhia fará um empréstimo-ponte inicial para levar a concessão nos primeiros três anos de contrato. “Já conversamos com o BNDES, (o banco) gosta muito do projeto. Provavelmente também usaremos debêntures de infraestrutura.” Segundo ele, 70% dos investimentos do projeto devem ser viabilizados por financiamentos e 30% por equity (bens).

O executivo destacou ainda que o lote de rodovias deve diminuir a alavancagem do grupo nos primeiros anos do contrato. “É importante ressaltar que a concessão já começa com geração de caixa muito forte, com Ebitda importante desde o primeiro dia. O Lote Noroeste gera mais caixa do que perda de dívida.”

Para o analista da Mirae Asset, Pedro Galdi, não existem grandes concessões de rodovias no radar. “Para aumentar a carteira de negócios, a companhia precisa disputar esses ativos”, afirma. Ele aponta que as ações da EcoRodovias caíram, em parte, devido à grande diferença entre os lances da primeira e segunda colocadas no certame.

Para um analista do setor, que falou sob condição de anonimato, a EcoRodovias deu um importante passo, mas seu endividamento preocupa. “No mercado, não se esperava que a companhia fosse participar do leilão porque eles já estão bem alavancados e ainda por cima deram um lance muito maior do que a CCR, que tem grande conhecimento dos ativos e maior capacidade financeira.”

Próximos projetos

O presidente da EcoRodovias disse ainda que o grupo segue avaliando oportunidades no mercado, com destaques para os lotes de rodovias do Paraná e a BR-381. Guidotti salientou que, num cenário macroeconômico desafiador, a companhia vai agir com disciplina.

“A inflação e os custos dos materiais são informações conhecidas. Conhecer essas informações nos deixa aptos para colocar isso nas propostas.”

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