A corrida pela eleição presencial com o presidente Jair Bolsonaro (PL) atrás de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno deu um gás para que sua base de apoiadores colocassem a mão no bolso e ampliassem as doações à campanha. O dinheiro vindo das pessoas físicas para ajudar a campanha de Bolsonaro mais que dobrou nas últimas três semanas, chegando em R$ 77 milhões até o momento, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Às vésperas do primeiro turno, estava em cerca de R$ 25 milhões.
Desde a reforma eleitoral em 2015, as empresas foram proibidas de doar para legendas e candidatos. Já as doações de pessoas físicas para campanhas eleitoras podem ser feitas, segundo o TSE, por transferência bancária, com a devida indicação do CPF do doador. O valor pode ser de até 10% dos rendimentos brutos da pessoa no ano anterior à eleição.
O maior doador de Bolsonaro entre as pessoas físicas até o momento é o advogado Fabiano Campos Zettel, com R$ 3 milhões, seguido de José Salim Mattar Junior, dono da Localiza e ex-secretário de Desestatização do governo Bolsonaro, com R$ 1,8 milhão.
Na sequência está o agropecuarista Hugo de Carvalho Ribeiro, que doou R$ 1,2 milhão até aqui. O dono da varejista Havan, Luciano Hang, apoiador de primeira hora de Bolsonaro, foi um dos que fizeram doação apenas antes do segundo turno. No seu caso, o empresário bolsonarista doou R$ 1,022 milhão.
Os donos da calçadista gaúcha Grendene também estão na lista dos maiores doadores de Bolsonaro. Alexandre Grendene Bartelle doou R$ 1 milhão até o momento, o mesmo que Pedro Grendene Bartelle.
A grande massa de doações segue, contudo, vindo dos empresários do setor agro. Dentre as maiores doações está o de Cordélio Sanders, do Grupo Progresso, com R$ 1 milhão. Oscar Luiz Cervi, com R$ 1 milhão, é empresário do agronegócio de Mato Grosso. Ao doar R$ 500 mil, Celso Gomes dos Santos, conhecido como Celso Bala, é mais um nome forte de Mato Grosso que investiu na campanha de Bolsonaro.
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‘Vaquinha’
Outra fonte de recursos de pessoas físicas para a campanha de Bolsonaro tem sido as vaquinhas, que vem sendo incentivada pelos seus apoiadores. O chamado financiamento coletivo, segundo dados do TSE, já somam R$ 257 mil a Bolsonaro.
Lula
O mesmo impulso não tem sido observado na campanha de Lula, que recebeu até aqui apenas R$ 1,6 milhão de doações de pessoas físicas. De qualquer forma , Lula teve mais recursos para gastar na campanha, com R$ 126 milhões, ao passo que o atual presidente registrou R$ 96 milhões de recursos recebidos até aqui.