Empresas da Bolsa fecham trimestre com receitas em alta, mas lucros menores


Geração de caixa das companhias caiu 5,9% no período e ganhos encolheram 30%

Por Cristiane Barbieri
Atualização:

‘As empresas do Ibovespa - principal índice da B3 - tiveram um terceiro trimestre fraco. Apesar da alta de 13,6% das receitas, a geração de caixa medida pelo Ebitda (lucros antes de impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) caiu 5,9% e os lucros encolheram 30% na média, segundo levantamento feito pela XP.

Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, um outro levantamento, do Bank of America (BofA), mostrou queda de 6% na receita e 8% na geração de caixa das companhias que fazem parte do índice. Os ganhos por ação (EPS), indicador usado no mercado americano, caiu 25% na comparação anual.

Apesar dos resultados mais fracos, os resultados não trouxeram surpresas e o terceiro trimestre pode ter sido um momento de inflexão, segundo Jennie Li, estrategista de ações da XP. “A tendência que víamos nos últimos trimestres, de contração por causa de um cenário macroeconômico nacional e global difíceis, por causa da alta de juros, pode estar no final”, diz ela. “Começamos a entrar num período de corte de juros, que apesar de ainda continuar alto, aponta para um caminho mais positivo, com a redução de incertezas, sobretudo lá fora.”

continua após a publicidade

Mineração e siderurgia, petróleo e energia elétrica, que têm grande peso no Ibovespa, puxaram para baixo os indicadores do trimestre passado. Entre elas, estão os maiores nomes corporativos brasileiros, como Petrobras e Vale.

Lucro da Petrobras caiu 42,2% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado Foto: Pedro Kirilos/Estadão

A Petrobras lucrou R$ 26,7 bilhões no terceiro trimestre, com queda de 42,2% em relação ao mesmo período do ano passado e 7,5% a menos do que o trimestre anterior. A queda foi explicada pela derrubada do preço do petróleo e também pela redução das margens de lucro obtidas com os derivados de petróleo.

continua após a publicidade

Da mesma área de atuação, a 3R Petroleum acompanhou o movimento. Apesar de a receita ter crescido quase 400%, a empresa registrou prejuízo de R$ 77,5 milhões no terceiro trimestre, com a reversão dos lucros dos três meses anteriores (R$ 79,4 milhões) e do mesmo período de 2022 (R$ 469,8 milhões). O motivo, segundo a 3R, foi o pagamento de dívidas, juros e mecanismos financeiros de proteção, sem efeito no caixa.

Já a Vale viu o lucro líquido encolher 40,4% sobre o mesmo período do ano passado. Enquanto o resultado do terceiro trimestre de 2022 foi de R$ 23,3 bilhões, entre julho e setembro deste ano, o dado ficou em R$ 13,9 bilhões. Os principais motivos, de acordo com a mineradora, foram o ajuste de variação cambial e a marcação a mercado do valor das debêntures (títulos de dívida).

A Suzano, por sua vez, teve prejuízo líquido de R$ 729 milhões no terceiro trimestre deste ano. No mesmo período do ano passado, o lucro líquido havia sido de R$ 5,5 bilhões. Segundo a companhia, a variação é explicada, em grande parte, pela redução no resultado operacional (queda da receita líquida) e por impactos financeiros, como a desvalorização cambial sobre a dívida e as operações com derivativos.

continua após a publicidade
Geração de caixa da Suzano encolheu 57% Foto: Ricardo Teles/Suzano

A geração de caixa da empresa também encolheu 57%. Entre os motivos estão o menor preço médio líquido da celulose em dólar (-33%), menor volume vendido (-10%), desvalorização do dólar ante o real (-7%); e mais despesas administrativas decorrentes de maiores gastos com pessoal (remuneração variável) e despesas como resultado da aquisição do negócio de tissue da Kimberly Clark no Brasil.

De acordo com Li, da XP, apesar de várias empresas terem apresentado resultados negativos, eles já eram esperados pelos analistas. “Mais do que a queda na lucratividade, o que importa é o que as empresas conseguiram realizar, em relação às estimativas dos analistas”, diz ela. “Elas atenderam às expectativas em relação à geração de caixa, crescimento e pagamento de dividendos, fatores muito importantes para o investidor.”

continua após a publicidade

Empresas menores, resultados melhores

No grupo das companhias abertas que melhoraram seus resultados, estão empresas bem menores. A Rumo, por exemplo, viu seu lucro líquido subir 56% no terceiro trimestre de 2023, em relação ao mesmo período de 2022, para R$ 483 milhões, com melhoria de volumes de serviços prestados e margens.

continua após a publicidade

A Natura, por sua vez, alcançou lucro líquido de R$ 7 bilhões, revertendo prejuízo de R$ 560 milhões apurado no mesmo intervalo de 2022. O principal motivo foi a venda da Aesop, concluída no trimestre.

Para o BofA, a queda nas taxas de juros abre espaço para a retomada do mercado interno. “Em nossa pesquisa com gestores de fundos, as expectativas de lucros estão sendo mais revisadas para cima em 2024 (34% vs 26% no mês passado)”, escreve o banco, em relatório.

Palavras em destaque

continua após a publicidade

Para a equipe de analistas do Santander, as empresas brasileiras continuaram sofrendo com as condições financeiras apertadas no terceiro trimestre. Como no período imediatamente anterior, essa realidade foi mostrada pelo declínio médio de 23% no lucro líquido das companhias que o banco cobre. Na comparação anual, a queda da lucratividade foi de 4% e a geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de impostos, depreciações e amortizações, em inglês), de 8%.

“A palavra mais usada nas teleconferências de resultados é ‘crescimento’”, escreveu o banco, em relatório. “O motivo diz respeito à preocupação dos investidores sobre quando essa retomada voltará a acontecer.” Essa sensação também foi reforçada, diz o Santander, pela perspectiva de queda no crescimento econômico brasileiro, durante o terceiro trimestre. A expectativa do banco é que o PIB caia 0,3% no período.

A percepção foi ainda sinalizada pelo maior uso, nas apresentações dos balanços, de palavras como “desaceleração, incerteza e desafios”, em relação a trimestres anteriores. “Nesse sentido, a frequência de palavras como ‘inovação e digital’ permaneceram nos mesmos patamares, em linha com o objetivo das empresas de preservar caixa e margens”, escrevem. A palavra “inflação”, porém, caiu em desuso, conforme a alta de preços passou a ser mais bem controlada.

Os destaques de baixa nos balanços trimestrais foram os setores de papel e celulose, óleo, gás e petroquímicos, cujas empresas foram afetadas pelas condições de crédito. Já as áreas de transporte, instituições financeiras, educação e construção civil reportaram os maiores crescimentos em relação ao mesmo período do ano anterior.

“Em termos de empresas, os destaques positivos foram Hapvida, Rumo, Banco Inter, e Ultrapar, enquanto os negativos foram Bradesco, Usiminas, Eztec e Lojas Renner”, disseram.

‘As empresas do Ibovespa - principal índice da B3 - tiveram um terceiro trimestre fraco. Apesar da alta de 13,6% das receitas, a geração de caixa medida pelo Ebitda (lucros antes de impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) caiu 5,9% e os lucros encolheram 30% na média, segundo levantamento feito pela XP.

Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, um outro levantamento, do Bank of America (BofA), mostrou queda de 6% na receita e 8% na geração de caixa das companhias que fazem parte do índice. Os ganhos por ação (EPS), indicador usado no mercado americano, caiu 25% na comparação anual.

Apesar dos resultados mais fracos, os resultados não trouxeram surpresas e o terceiro trimestre pode ter sido um momento de inflexão, segundo Jennie Li, estrategista de ações da XP. “A tendência que víamos nos últimos trimestres, de contração por causa de um cenário macroeconômico nacional e global difíceis, por causa da alta de juros, pode estar no final”, diz ela. “Começamos a entrar num período de corte de juros, que apesar de ainda continuar alto, aponta para um caminho mais positivo, com a redução de incertezas, sobretudo lá fora.”

Mineração e siderurgia, petróleo e energia elétrica, que têm grande peso no Ibovespa, puxaram para baixo os indicadores do trimestre passado. Entre elas, estão os maiores nomes corporativos brasileiros, como Petrobras e Vale.

Lucro da Petrobras caiu 42,2% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado Foto: Pedro Kirilos/Estadão

A Petrobras lucrou R$ 26,7 bilhões no terceiro trimestre, com queda de 42,2% em relação ao mesmo período do ano passado e 7,5% a menos do que o trimestre anterior. A queda foi explicada pela derrubada do preço do petróleo e também pela redução das margens de lucro obtidas com os derivados de petróleo.

Da mesma área de atuação, a 3R Petroleum acompanhou o movimento. Apesar de a receita ter crescido quase 400%, a empresa registrou prejuízo de R$ 77,5 milhões no terceiro trimestre, com a reversão dos lucros dos três meses anteriores (R$ 79,4 milhões) e do mesmo período de 2022 (R$ 469,8 milhões). O motivo, segundo a 3R, foi o pagamento de dívidas, juros e mecanismos financeiros de proteção, sem efeito no caixa.

Já a Vale viu o lucro líquido encolher 40,4% sobre o mesmo período do ano passado. Enquanto o resultado do terceiro trimestre de 2022 foi de R$ 23,3 bilhões, entre julho e setembro deste ano, o dado ficou em R$ 13,9 bilhões. Os principais motivos, de acordo com a mineradora, foram o ajuste de variação cambial e a marcação a mercado do valor das debêntures (títulos de dívida).

A Suzano, por sua vez, teve prejuízo líquido de R$ 729 milhões no terceiro trimestre deste ano. No mesmo período do ano passado, o lucro líquido havia sido de R$ 5,5 bilhões. Segundo a companhia, a variação é explicada, em grande parte, pela redução no resultado operacional (queda da receita líquida) e por impactos financeiros, como a desvalorização cambial sobre a dívida e as operações com derivativos.

Geração de caixa da Suzano encolheu 57% Foto: Ricardo Teles/Suzano

A geração de caixa da empresa também encolheu 57%. Entre os motivos estão o menor preço médio líquido da celulose em dólar (-33%), menor volume vendido (-10%), desvalorização do dólar ante o real (-7%); e mais despesas administrativas decorrentes de maiores gastos com pessoal (remuneração variável) e despesas como resultado da aquisição do negócio de tissue da Kimberly Clark no Brasil.

De acordo com Li, da XP, apesar de várias empresas terem apresentado resultados negativos, eles já eram esperados pelos analistas. “Mais do que a queda na lucratividade, o que importa é o que as empresas conseguiram realizar, em relação às estimativas dos analistas”, diz ela. “Elas atenderam às expectativas em relação à geração de caixa, crescimento e pagamento de dividendos, fatores muito importantes para o investidor.”

Empresas menores, resultados melhores

No grupo das companhias abertas que melhoraram seus resultados, estão empresas bem menores. A Rumo, por exemplo, viu seu lucro líquido subir 56% no terceiro trimestre de 2023, em relação ao mesmo período de 2022, para R$ 483 milhões, com melhoria de volumes de serviços prestados e margens.

A Natura, por sua vez, alcançou lucro líquido de R$ 7 bilhões, revertendo prejuízo de R$ 560 milhões apurado no mesmo intervalo de 2022. O principal motivo foi a venda da Aesop, concluída no trimestre.

Para o BofA, a queda nas taxas de juros abre espaço para a retomada do mercado interno. “Em nossa pesquisa com gestores de fundos, as expectativas de lucros estão sendo mais revisadas para cima em 2024 (34% vs 26% no mês passado)”, escreve o banco, em relatório.

Palavras em destaque

Para a equipe de analistas do Santander, as empresas brasileiras continuaram sofrendo com as condições financeiras apertadas no terceiro trimestre. Como no período imediatamente anterior, essa realidade foi mostrada pelo declínio médio de 23% no lucro líquido das companhias que o banco cobre. Na comparação anual, a queda da lucratividade foi de 4% e a geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de impostos, depreciações e amortizações, em inglês), de 8%.

“A palavra mais usada nas teleconferências de resultados é ‘crescimento’”, escreveu o banco, em relatório. “O motivo diz respeito à preocupação dos investidores sobre quando essa retomada voltará a acontecer.” Essa sensação também foi reforçada, diz o Santander, pela perspectiva de queda no crescimento econômico brasileiro, durante o terceiro trimestre. A expectativa do banco é que o PIB caia 0,3% no período.

A percepção foi ainda sinalizada pelo maior uso, nas apresentações dos balanços, de palavras como “desaceleração, incerteza e desafios”, em relação a trimestres anteriores. “Nesse sentido, a frequência de palavras como ‘inovação e digital’ permaneceram nos mesmos patamares, em linha com o objetivo das empresas de preservar caixa e margens”, escrevem. A palavra “inflação”, porém, caiu em desuso, conforme a alta de preços passou a ser mais bem controlada.

Os destaques de baixa nos balanços trimestrais foram os setores de papel e celulose, óleo, gás e petroquímicos, cujas empresas foram afetadas pelas condições de crédito. Já as áreas de transporte, instituições financeiras, educação e construção civil reportaram os maiores crescimentos em relação ao mesmo período do ano anterior.

“Em termos de empresas, os destaques positivos foram Hapvida, Rumo, Banco Inter, e Ultrapar, enquanto os negativos foram Bradesco, Usiminas, Eztec e Lojas Renner”, disseram.

‘As empresas do Ibovespa - principal índice da B3 - tiveram um terceiro trimestre fraco. Apesar da alta de 13,6% das receitas, a geração de caixa medida pelo Ebitda (lucros antes de impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) caiu 5,9% e os lucros encolheram 30% na média, segundo levantamento feito pela XP.

Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, um outro levantamento, do Bank of America (BofA), mostrou queda de 6% na receita e 8% na geração de caixa das companhias que fazem parte do índice. Os ganhos por ação (EPS), indicador usado no mercado americano, caiu 25% na comparação anual.

Apesar dos resultados mais fracos, os resultados não trouxeram surpresas e o terceiro trimestre pode ter sido um momento de inflexão, segundo Jennie Li, estrategista de ações da XP. “A tendência que víamos nos últimos trimestres, de contração por causa de um cenário macroeconômico nacional e global difíceis, por causa da alta de juros, pode estar no final”, diz ela. “Começamos a entrar num período de corte de juros, que apesar de ainda continuar alto, aponta para um caminho mais positivo, com a redução de incertezas, sobretudo lá fora.”

Mineração e siderurgia, petróleo e energia elétrica, que têm grande peso no Ibovespa, puxaram para baixo os indicadores do trimestre passado. Entre elas, estão os maiores nomes corporativos brasileiros, como Petrobras e Vale.

Lucro da Petrobras caiu 42,2% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado Foto: Pedro Kirilos/Estadão

A Petrobras lucrou R$ 26,7 bilhões no terceiro trimestre, com queda de 42,2% em relação ao mesmo período do ano passado e 7,5% a menos do que o trimestre anterior. A queda foi explicada pela derrubada do preço do petróleo e também pela redução das margens de lucro obtidas com os derivados de petróleo.

Da mesma área de atuação, a 3R Petroleum acompanhou o movimento. Apesar de a receita ter crescido quase 400%, a empresa registrou prejuízo de R$ 77,5 milhões no terceiro trimestre, com a reversão dos lucros dos três meses anteriores (R$ 79,4 milhões) e do mesmo período de 2022 (R$ 469,8 milhões). O motivo, segundo a 3R, foi o pagamento de dívidas, juros e mecanismos financeiros de proteção, sem efeito no caixa.

Já a Vale viu o lucro líquido encolher 40,4% sobre o mesmo período do ano passado. Enquanto o resultado do terceiro trimestre de 2022 foi de R$ 23,3 bilhões, entre julho e setembro deste ano, o dado ficou em R$ 13,9 bilhões. Os principais motivos, de acordo com a mineradora, foram o ajuste de variação cambial e a marcação a mercado do valor das debêntures (títulos de dívida).

A Suzano, por sua vez, teve prejuízo líquido de R$ 729 milhões no terceiro trimestre deste ano. No mesmo período do ano passado, o lucro líquido havia sido de R$ 5,5 bilhões. Segundo a companhia, a variação é explicada, em grande parte, pela redução no resultado operacional (queda da receita líquida) e por impactos financeiros, como a desvalorização cambial sobre a dívida e as operações com derivativos.

Geração de caixa da Suzano encolheu 57% Foto: Ricardo Teles/Suzano

A geração de caixa da empresa também encolheu 57%. Entre os motivos estão o menor preço médio líquido da celulose em dólar (-33%), menor volume vendido (-10%), desvalorização do dólar ante o real (-7%); e mais despesas administrativas decorrentes de maiores gastos com pessoal (remuneração variável) e despesas como resultado da aquisição do negócio de tissue da Kimberly Clark no Brasil.

De acordo com Li, da XP, apesar de várias empresas terem apresentado resultados negativos, eles já eram esperados pelos analistas. “Mais do que a queda na lucratividade, o que importa é o que as empresas conseguiram realizar, em relação às estimativas dos analistas”, diz ela. “Elas atenderam às expectativas em relação à geração de caixa, crescimento e pagamento de dividendos, fatores muito importantes para o investidor.”

Empresas menores, resultados melhores

No grupo das companhias abertas que melhoraram seus resultados, estão empresas bem menores. A Rumo, por exemplo, viu seu lucro líquido subir 56% no terceiro trimestre de 2023, em relação ao mesmo período de 2022, para R$ 483 milhões, com melhoria de volumes de serviços prestados e margens.

A Natura, por sua vez, alcançou lucro líquido de R$ 7 bilhões, revertendo prejuízo de R$ 560 milhões apurado no mesmo intervalo de 2022. O principal motivo foi a venda da Aesop, concluída no trimestre.

Para o BofA, a queda nas taxas de juros abre espaço para a retomada do mercado interno. “Em nossa pesquisa com gestores de fundos, as expectativas de lucros estão sendo mais revisadas para cima em 2024 (34% vs 26% no mês passado)”, escreve o banco, em relatório.

Palavras em destaque

Para a equipe de analistas do Santander, as empresas brasileiras continuaram sofrendo com as condições financeiras apertadas no terceiro trimestre. Como no período imediatamente anterior, essa realidade foi mostrada pelo declínio médio de 23% no lucro líquido das companhias que o banco cobre. Na comparação anual, a queda da lucratividade foi de 4% e a geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de impostos, depreciações e amortizações, em inglês), de 8%.

“A palavra mais usada nas teleconferências de resultados é ‘crescimento’”, escreveu o banco, em relatório. “O motivo diz respeito à preocupação dos investidores sobre quando essa retomada voltará a acontecer.” Essa sensação também foi reforçada, diz o Santander, pela perspectiva de queda no crescimento econômico brasileiro, durante o terceiro trimestre. A expectativa do banco é que o PIB caia 0,3% no período.

A percepção foi ainda sinalizada pelo maior uso, nas apresentações dos balanços, de palavras como “desaceleração, incerteza e desafios”, em relação a trimestres anteriores. “Nesse sentido, a frequência de palavras como ‘inovação e digital’ permaneceram nos mesmos patamares, em linha com o objetivo das empresas de preservar caixa e margens”, escrevem. A palavra “inflação”, porém, caiu em desuso, conforme a alta de preços passou a ser mais bem controlada.

Os destaques de baixa nos balanços trimestrais foram os setores de papel e celulose, óleo, gás e petroquímicos, cujas empresas foram afetadas pelas condições de crédito. Já as áreas de transporte, instituições financeiras, educação e construção civil reportaram os maiores crescimentos em relação ao mesmo período do ano anterior.

“Em termos de empresas, os destaques positivos foram Hapvida, Rumo, Banco Inter, e Ultrapar, enquanto os negativos foram Bradesco, Usiminas, Eztec e Lojas Renner”, disseram.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.