Evino compra a Grand Cru e se torna a 3ª maior importadora brasileira de vinhos


Negócio, cujo valor não foi revelado, cria uma empresa com receita estimada na casa dos R$ 700 milhões

Por Suzana Barelli

A Evino, segundo maior e-commerce de vinhos da América Latina, comprou a Grand Cru, misto de importadora e loja de vinhos no Brasil e que pertencia, desde 2014, ao fundo de private equity Aqua Capital. Depois de seis meses de negociações, o contrato foi assinado neste final de semana. Com a aquisição, a Evino torna-se o terceiro maior importador do Brasil, segundo ranking da Ideal Consulting. Está atrás da Wine.com.br, que chegou à liderança com a aquisição da importadora Cantu em maio deste ano, e da VCT, o braço da chilena Concha Y Toro no Brasil, que ocupa o segundo lugar.

O valor da transação não foi revelado. "Por contrato, não podemos divulgar o valor, mas os acionistas ficaram bem satisfeitos", afirma Alexandre Bratt, CEO da Grand Cru. A compra gera uma empresa com faturamento estimado na casa dos R$ 700 milhões e a transação precisa da aprovação do Cade. No acumulado dos últimos 12 meses, terminados em agosto de 2021, a Wine detém 10,6% do volume de vinhos importados; a VCT está em segundo lugar, com 10,3% e a Evino e Grand Cru juntas somam 6,8%, segundo a Ideal. Em quarto lugar, está a Interfood, com 5,7% e em quinto, o grupo Pão de Açúcar, com 4,8%. 

Da esquerda para a direita: Alexandre Bratt, Ari Gorenstein eMarcos Leal Foto: Jussara Martins/Evino
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Agora, as três maiores importadoras detêm mais de 25% do mercado. "O movimento é para uma concentração, muito maior do que em anos anteriores", analisa Felipe Galtaroça, CEO da Ideal. Estas compras, ao menos por enquanto, são de empresas de atuações complementares no mundo do vinho. Ao adquirir a Cantu, por exemplo, a Wine se fortaleceu na área de B2B, onde não tinha uma participação relevante. "As empresas tradicionais estão na mira dos investidores, e eles não compram uma empresa só", acrescenta Galtaroça. São fortes as conversas de bastidores de que uma outra importadora familiar brasileira será vendida em breve.

A Evino comprou 100% da Grand Cru, o que inclui a participação de 77,5% do Aqua Capital e os 22,5% que ainda pertenciam às duas famílias argentinas que fundaram a importadora: os Levy tinham 15% e os Shayo,7,5%. Mariano Levy, da segunda geração, segue como executivo da nova empresa, mas sem participação acionária, e deve ajudar na conversa com os produtores sobre a venda da Grand Cru. Na semana passada, inclusive, Levy e Ari Gorenstein, co-CEO da Evino, já visitaram juntos alguns produtores em Portugal, com propostas de novos rótulos exclusivos para o mercado brasileiro.

Na junção de portfólios, a Evino se consolida como a maior importadora de vinhos italianos e franceses e passa a ter uma relevância significativa nos rótulos argentinos. 

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A aquisição, afirma Gorenstein, será paga com recursos da geração de caixa do e-commerce e com uma linha de crédito. No mundo do vinho, o e-commerce foi um dos canais que mais cresceu com a pandemia no Brasil, com as facilidades das compras on-line. No ano passado, a Evino teve uma receita bruta de R$ 423 milhões, contra R$ 259 milhões de 2019. O ebitda também cresceu, de R$ 10,3 milhões em 2019 para R$ 46 milhões no ano seguinte. Além do crescimento das vendas pelos canais digitais, as empresas de e-commerce foram favorecidas pelo efeito da Difal, que é a diferença entre as alíquotas do ICMS entre os estados. Com a ausência de uma lei que regulamente a sua cobrança para o comércio eletrônico, várias empresas de e-commerce entraram na Justiça (e ganharam) o direito de não pagar esta diferença. Gorenstein estima que isso ajudou com cerca de R$ 50 milhões no caixa da Evino.

Durante as negociações, a Evino chegou a discutir com a XP um plano de captação de recursos, que não está descartado para outras aquisições. 

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A ideia, agora, é criar uma holding, de nome ainda não definido, que gerenciará as duas empresas, e as duas marcas vão continuar a existir no mercado. A compra contou com a ajuda de uma grande empresa internacional de consultoria que, ao longo das negociações, foi apontando como há uma grande complementaridade entre as duas empresas, seja nos canais de venda, no portólio de vinhos e na base de clientes. "É aqueles casos em que 1+1 é maior que 2", resume Gorenstein. 

A Evino passa a se beneficiar da rede de lojas da Grand Cru - atualmente a empresa tem 110 lojas pelo Brasil, entre próprias e franqueadas, e até o final do ano serão 127 - e do seu canal direto com restaurantes e hotéis. O e-commerce herda, ainda, as cobiçadas vinícolas premium do portfólio da importadora, como as argentinas Viña Cobos e Zuccardi, a portuguesa Niepoort, a italiana Allegrini, entre outros.

Desde meados da quarentena a Evino foca também em ampliar a linha de produtores renomados. "A 'premiunização' é uma das estratégias que estamos trabalhando", afirma Gorenstein. Por outro lado, a Grand Cru terá ganhos de escala com a força da Evino no mundo online. É previsto também o redesenho dos dois clubes de vinho, tanto o da Evino como o da Grand Cru. 

A Evino, segundo maior e-commerce de vinhos da América Latina, comprou a Grand Cru, misto de importadora e loja de vinhos no Brasil e que pertencia, desde 2014, ao fundo de private equity Aqua Capital. Depois de seis meses de negociações, o contrato foi assinado neste final de semana. Com a aquisição, a Evino torna-se o terceiro maior importador do Brasil, segundo ranking da Ideal Consulting. Está atrás da Wine.com.br, que chegou à liderança com a aquisição da importadora Cantu em maio deste ano, e da VCT, o braço da chilena Concha Y Toro no Brasil, que ocupa o segundo lugar.

O valor da transação não foi revelado. "Por contrato, não podemos divulgar o valor, mas os acionistas ficaram bem satisfeitos", afirma Alexandre Bratt, CEO da Grand Cru. A compra gera uma empresa com faturamento estimado na casa dos R$ 700 milhões e a transação precisa da aprovação do Cade. No acumulado dos últimos 12 meses, terminados em agosto de 2021, a Wine detém 10,6% do volume de vinhos importados; a VCT está em segundo lugar, com 10,3% e a Evino e Grand Cru juntas somam 6,8%, segundo a Ideal. Em quarto lugar, está a Interfood, com 5,7% e em quinto, o grupo Pão de Açúcar, com 4,8%. 

Da esquerda para a direita: Alexandre Bratt, Ari Gorenstein eMarcos Leal Foto: Jussara Martins/Evino

Agora, as três maiores importadoras detêm mais de 25% do mercado. "O movimento é para uma concentração, muito maior do que em anos anteriores", analisa Felipe Galtaroça, CEO da Ideal. Estas compras, ao menos por enquanto, são de empresas de atuações complementares no mundo do vinho. Ao adquirir a Cantu, por exemplo, a Wine se fortaleceu na área de B2B, onde não tinha uma participação relevante. "As empresas tradicionais estão na mira dos investidores, e eles não compram uma empresa só", acrescenta Galtaroça. São fortes as conversas de bastidores de que uma outra importadora familiar brasileira será vendida em breve.

A Evino comprou 100% da Grand Cru, o que inclui a participação de 77,5% do Aqua Capital e os 22,5% que ainda pertenciam às duas famílias argentinas que fundaram a importadora: os Levy tinham 15% e os Shayo,7,5%. Mariano Levy, da segunda geração, segue como executivo da nova empresa, mas sem participação acionária, e deve ajudar na conversa com os produtores sobre a venda da Grand Cru. Na semana passada, inclusive, Levy e Ari Gorenstein, co-CEO da Evino, já visitaram juntos alguns produtores em Portugal, com propostas de novos rótulos exclusivos para o mercado brasileiro.

Na junção de portfólios, a Evino se consolida como a maior importadora de vinhos italianos e franceses e passa a ter uma relevância significativa nos rótulos argentinos. 

A aquisição, afirma Gorenstein, será paga com recursos da geração de caixa do e-commerce e com uma linha de crédito. No mundo do vinho, o e-commerce foi um dos canais que mais cresceu com a pandemia no Brasil, com as facilidades das compras on-line. No ano passado, a Evino teve uma receita bruta de R$ 423 milhões, contra R$ 259 milhões de 2019. O ebitda também cresceu, de R$ 10,3 milhões em 2019 para R$ 46 milhões no ano seguinte. Além do crescimento das vendas pelos canais digitais, as empresas de e-commerce foram favorecidas pelo efeito da Difal, que é a diferença entre as alíquotas do ICMS entre os estados. Com a ausência de uma lei que regulamente a sua cobrança para o comércio eletrônico, várias empresas de e-commerce entraram na Justiça (e ganharam) o direito de não pagar esta diferença. Gorenstein estima que isso ajudou com cerca de R$ 50 milhões no caixa da Evino.

Durante as negociações, a Evino chegou a discutir com a XP um plano de captação de recursos, que não está descartado para outras aquisições. 

A ideia, agora, é criar uma holding, de nome ainda não definido, que gerenciará as duas empresas, e as duas marcas vão continuar a existir no mercado. A compra contou com a ajuda de uma grande empresa internacional de consultoria que, ao longo das negociações, foi apontando como há uma grande complementaridade entre as duas empresas, seja nos canais de venda, no portólio de vinhos e na base de clientes. "É aqueles casos em que 1+1 é maior que 2", resume Gorenstein. 

A Evino passa a se beneficiar da rede de lojas da Grand Cru - atualmente a empresa tem 110 lojas pelo Brasil, entre próprias e franqueadas, e até o final do ano serão 127 - e do seu canal direto com restaurantes e hotéis. O e-commerce herda, ainda, as cobiçadas vinícolas premium do portfólio da importadora, como as argentinas Viña Cobos e Zuccardi, a portuguesa Niepoort, a italiana Allegrini, entre outros.

Desde meados da quarentena a Evino foca também em ampliar a linha de produtores renomados. "A 'premiunização' é uma das estratégias que estamos trabalhando", afirma Gorenstein. Por outro lado, a Grand Cru terá ganhos de escala com a força da Evino no mundo online. É previsto também o redesenho dos dois clubes de vinho, tanto o da Evino como o da Grand Cru. 

A Evino, segundo maior e-commerce de vinhos da América Latina, comprou a Grand Cru, misto de importadora e loja de vinhos no Brasil e que pertencia, desde 2014, ao fundo de private equity Aqua Capital. Depois de seis meses de negociações, o contrato foi assinado neste final de semana. Com a aquisição, a Evino torna-se o terceiro maior importador do Brasil, segundo ranking da Ideal Consulting. Está atrás da Wine.com.br, que chegou à liderança com a aquisição da importadora Cantu em maio deste ano, e da VCT, o braço da chilena Concha Y Toro no Brasil, que ocupa o segundo lugar.

O valor da transação não foi revelado. "Por contrato, não podemos divulgar o valor, mas os acionistas ficaram bem satisfeitos", afirma Alexandre Bratt, CEO da Grand Cru. A compra gera uma empresa com faturamento estimado na casa dos R$ 700 milhões e a transação precisa da aprovação do Cade. No acumulado dos últimos 12 meses, terminados em agosto de 2021, a Wine detém 10,6% do volume de vinhos importados; a VCT está em segundo lugar, com 10,3% e a Evino e Grand Cru juntas somam 6,8%, segundo a Ideal. Em quarto lugar, está a Interfood, com 5,7% e em quinto, o grupo Pão de Açúcar, com 4,8%. 

Da esquerda para a direita: Alexandre Bratt, Ari Gorenstein eMarcos Leal Foto: Jussara Martins/Evino

Agora, as três maiores importadoras detêm mais de 25% do mercado. "O movimento é para uma concentração, muito maior do que em anos anteriores", analisa Felipe Galtaroça, CEO da Ideal. Estas compras, ao menos por enquanto, são de empresas de atuações complementares no mundo do vinho. Ao adquirir a Cantu, por exemplo, a Wine se fortaleceu na área de B2B, onde não tinha uma participação relevante. "As empresas tradicionais estão na mira dos investidores, e eles não compram uma empresa só", acrescenta Galtaroça. São fortes as conversas de bastidores de que uma outra importadora familiar brasileira será vendida em breve.

A Evino comprou 100% da Grand Cru, o que inclui a participação de 77,5% do Aqua Capital e os 22,5% que ainda pertenciam às duas famílias argentinas que fundaram a importadora: os Levy tinham 15% e os Shayo,7,5%. Mariano Levy, da segunda geração, segue como executivo da nova empresa, mas sem participação acionária, e deve ajudar na conversa com os produtores sobre a venda da Grand Cru. Na semana passada, inclusive, Levy e Ari Gorenstein, co-CEO da Evino, já visitaram juntos alguns produtores em Portugal, com propostas de novos rótulos exclusivos para o mercado brasileiro.

Na junção de portfólios, a Evino se consolida como a maior importadora de vinhos italianos e franceses e passa a ter uma relevância significativa nos rótulos argentinos. 

A aquisição, afirma Gorenstein, será paga com recursos da geração de caixa do e-commerce e com uma linha de crédito. No mundo do vinho, o e-commerce foi um dos canais que mais cresceu com a pandemia no Brasil, com as facilidades das compras on-line. No ano passado, a Evino teve uma receita bruta de R$ 423 milhões, contra R$ 259 milhões de 2019. O ebitda também cresceu, de R$ 10,3 milhões em 2019 para R$ 46 milhões no ano seguinte. Além do crescimento das vendas pelos canais digitais, as empresas de e-commerce foram favorecidas pelo efeito da Difal, que é a diferença entre as alíquotas do ICMS entre os estados. Com a ausência de uma lei que regulamente a sua cobrança para o comércio eletrônico, várias empresas de e-commerce entraram na Justiça (e ganharam) o direito de não pagar esta diferença. Gorenstein estima que isso ajudou com cerca de R$ 50 milhões no caixa da Evino.

Durante as negociações, a Evino chegou a discutir com a XP um plano de captação de recursos, que não está descartado para outras aquisições. 

A ideia, agora, é criar uma holding, de nome ainda não definido, que gerenciará as duas empresas, e as duas marcas vão continuar a existir no mercado. A compra contou com a ajuda de uma grande empresa internacional de consultoria que, ao longo das negociações, foi apontando como há uma grande complementaridade entre as duas empresas, seja nos canais de venda, no portólio de vinhos e na base de clientes. "É aqueles casos em que 1+1 é maior que 2", resume Gorenstein. 

A Evino passa a se beneficiar da rede de lojas da Grand Cru - atualmente a empresa tem 110 lojas pelo Brasil, entre próprias e franqueadas, e até o final do ano serão 127 - e do seu canal direto com restaurantes e hotéis. O e-commerce herda, ainda, as cobiçadas vinícolas premium do portfólio da importadora, como as argentinas Viña Cobos e Zuccardi, a portuguesa Niepoort, a italiana Allegrini, entre outros.

Desde meados da quarentena a Evino foca também em ampliar a linha de produtores renomados. "A 'premiunização' é uma das estratégias que estamos trabalhando", afirma Gorenstein. Por outro lado, a Grand Cru terá ganhos de escala com a força da Evino no mundo online. É previsto também o redesenho dos dois clubes de vinho, tanto o da Evino como o da Grand Cru. 

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