Grandes empresas criam novas marcas para ampliar vendas no delivery


Redes de restaurantes como Giraffas, Applebee’s e dona do Outback apostam em ‘spin-offs’ para alcançar diferentes públicos

Por Andre Jankavski
Atualização:

A pandemia transformou o negócio da maior parte dos setores e empresas do País e do mundo. Mas segmento de restaurantes, de certo, foi um dos que mais mudaram durante os lockdowns. Atualmente, segundo estimativas da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o delivery representa entre 20% a 30% do faturamento do setor, sendo que antes não chegava a 5%. Não por acaso, diversas empresas começaram a surgir totalmente focadas nas entregas, especialmente com cozinhas ocultas (dark kitchens, no conceito em inglês). Porém, há também um movimento de grandes empresas criando ou trazendo novas marcas totalmente focadas nas entregas para aumentar a sua fatia das vendas no delivery.

É o caso da Bloomin’ Brands. A dona dos restaurantes Outback e Abraccio, especializadas em comidas australiana e italiana, respectivamente, viu as suas vendas por delivery dispararem nos últimos dois anos. Se antes os clientes da companhia mal pediam a comida dos restaurantes em casa (mesmo os estabelecimentos sendo conhecidos por grandes filas), agora 25% de todo o faturamento da companhia vem das refeições originadas de aplicativos como o iFood. Não à toa, dos 44 restaurantes da rede que faziam entregas pré-pandemia, esse número saltou para 135 atualmente.

Para a Bloomin' Brands,dona dos restaurantes Outback e Abraccio,as refeições originadas de aplicativos de delivery significam hoje 25% de todo o seufaturamento Foto: Taba Benedicto/Estadão
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Diante desse crescimento, a Bloomin’ Brands decidiu tirar do papel o projeto de trazer uma marca dos Estados Unidos totalmente focada em delivery. No fim de 2020, a companhia fez a estreia da Aussie Grill, especializada na venda de frangos fritos e sanduíches e, para atrair um público diferente do Outback e do Abraccio, com um tíquete mais baixo do que os seus outros restaurantes. O detalhe é que nenhuma loja ou cozinha precisou ser levantada para que a Aussie Grill vendesse seus produtos: tudo é feito dentro da cozinha de mais de 100 Outbacks.

Segundo Pierre Berenstein, presidente da Bloomin’ Brands no Brasil, a aposta deu resultado. A empresa não divulga a participação do Aussie Grill nas vendas por delivery do grupo, que chegam a 100 mil por semana, mas Berenstein diz que os pratos caíram no gosto do brasileiro. “É a nossa marca super jovem e um novo negócio que se tornou bem significativo”, afirma o executivo.

Trata-se de um movimento que começa a ocorrer no Brasil, mas que virou rotina em cadeias de restaurantes mundo afora. A Applebee’s, por exemplo, criou a Comisc Wings, especializada em frango. Já a rede de pizzarias americana Chuck E. Cheese, com mais de 600 lojas espalhadas nos Estados Unidos, criou a Pasqually’s Pizza & Wings. De acordo com o especialista em marcas e presidente da TM20 Branding, Eduardo Tomiya, esse tipo de movimento faz sentido para as marcas que querem vender produtos diferentes ou com uma faixa de preço diferente da marca mãe.

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“É uma forma de proteger um dos principais ativos de toda a empresa, que é a marca. Podem se tratar de negócios diferentes ou distantes para uma marca já estabelecida explorar e confundir os consumidores”, diz Tomiya.

Marmitas

Outra empresa que está partindo para esse movimento, apesar de ainda estar em período de testes, é a Giraffas. A companhia sofreu muito durante a pandemia: depois da sua receita cair 40% em 2020, o valor saltou 42% no ano passado. Ainda assim, foi insuficiente para recuperar os R$ 747 milhões faturados em 2019. Agora, a meta do presidente da empresa, Carlos Guerra, é potencializar todas as receitas possíveis e aproveitar da recuperação do segmento com o fim dos lockdowns para retomar os números pré-pandemia.

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Daí a importância da venda à distância. Antes dos fechamentos por causa da covid-19, o faturamento do grupo no delivery era de 6%, mas agora já dobrou e chega a 12%. Mas Guerra quer alcançar o porcentual de 20% nos próximos três anos. Para isso, lançou duas marcas: a Saffari, voltada para a venda de marmitas a fim de alcançar consumidores que optam pela alimentação fora de casa quase que diariamente, e a Storo, de hambúrgueres.

Por enquanto, apenas algumas lojas do Giraffas estão produzindo os pedidos para ambas as marcas, porém de acordo com o executivo a ideia é, se os negócios escalarem, começaram a criar dark kitchens totalmente focadas nas marcas. “Mas ainda temos um potencial instalado enorme dentro das lojas para fazer os negócios funcionarem”, diz Guerra.

Delivery de nascença

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Ao mesmo tempo, outras companhias já nascem totalmente focadas em delivery. A ATW Delivery Brands surgiu em 2016 com o conceito de dark kitchen. De lá para cá, a empresa criou seis marcas: Number One Chicken, Gringo, Julius Dog, O que comer Fernando?, Arroz e Feijão e Uma Yá, cada uma voltada para uma culinária diferente. Hoje, são mais de 320 lojas, todas elas franquias de um ou mais marcas, espalhadas pelo Brasil, Portugal e México.

O faturamento da empresa chegou a R$ 160 milhões no ano passado e a meta é alcançar R$ 300 milhões neste ano e 450 franquias. Segundo Rafael Matos, um dos sócios fundadores da empresa, a ATW está investindo em tecnologia para atrair novos investidores e ajudarem na expansão – a companhia prevê alcançar R$ 1 bilhão de receitas em 2023.

A pandemia transformou o negócio da maior parte dos setores e empresas do País e do mundo. Mas segmento de restaurantes, de certo, foi um dos que mais mudaram durante os lockdowns. Atualmente, segundo estimativas da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o delivery representa entre 20% a 30% do faturamento do setor, sendo que antes não chegava a 5%. Não por acaso, diversas empresas começaram a surgir totalmente focadas nas entregas, especialmente com cozinhas ocultas (dark kitchens, no conceito em inglês). Porém, há também um movimento de grandes empresas criando ou trazendo novas marcas totalmente focadas nas entregas para aumentar a sua fatia das vendas no delivery.

É o caso da Bloomin’ Brands. A dona dos restaurantes Outback e Abraccio, especializadas em comidas australiana e italiana, respectivamente, viu as suas vendas por delivery dispararem nos últimos dois anos. Se antes os clientes da companhia mal pediam a comida dos restaurantes em casa (mesmo os estabelecimentos sendo conhecidos por grandes filas), agora 25% de todo o faturamento da companhia vem das refeições originadas de aplicativos como o iFood. Não à toa, dos 44 restaurantes da rede que faziam entregas pré-pandemia, esse número saltou para 135 atualmente.

Para a Bloomin' Brands,dona dos restaurantes Outback e Abraccio,as refeições originadas de aplicativos de delivery significam hoje 25% de todo o seufaturamento Foto: Taba Benedicto/Estadão

Diante desse crescimento, a Bloomin’ Brands decidiu tirar do papel o projeto de trazer uma marca dos Estados Unidos totalmente focada em delivery. No fim de 2020, a companhia fez a estreia da Aussie Grill, especializada na venda de frangos fritos e sanduíches e, para atrair um público diferente do Outback e do Abraccio, com um tíquete mais baixo do que os seus outros restaurantes. O detalhe é que nenhuma loja ou cozinha precisou ser levantada para que a Aussie Grill vendesse seus produtos: tudo é feito dentro da cozinha de mais de 100 Outbacks.

Segundo Pierre Berenstein, presidente da Bloomin’ Brands no Brasil, a aposta deu resultado. A empresa não divulga a participação do Aussie Grill nas vendas por delivery do grupo, que chegam a 100 mil por semana, mas Berenstein diz que os pratos caíram no gosto do brasileiro. “É a nossa marca super jovem e um novo negócio que se tornou bem significativo”, afirma o executivo.

Trata-se de um movimento que começa a ocorrer no Brasil, mas que virou rotina em cadeias de restaurantes mundo afora. A Applebee’s, por exemplo, criou a Comisc Wings, especializada em frango. Já a rede de pizzarias americana Chuck E. Cheese, com mais de 600 lojas espalhadas nos Estados Unidos, criou a Pasqually’s Pizza & Wings. De acordo com o especialista em marcas e presidente da TM20 Branding, Eduardo Tomiya, esse tipo de movimento faz sentido para as marcas que querem vender produtos diferentes ou com uma faixa de preço diferente da marca mãe.

“É uma forma de proteger um dos principais ativos de toda a empresa, que é a marca. Podem se tratar de negócios diferentes ou distantes para uma marca já estabelecida explorar e confundir os consumidores”, diz Tomiya.

Marmitas

Outra empresa que está partindo para esse movimento, apesar de ainda estar em período de testes, é a Giraffas. A companhia sofreu muito durante a pandemia: depois da sua receita cair 40% em 2020, o valor saltou 42% no ano passado. Ainda assim, foi insuficiente para recuperar os R$ 747 milhões faturados em 2019. Agora, a meta do presidente da empresa, Carlos Guerra, é potencializar todas as receitas possíveis e aproveitar da recuperação do segmento com o fim dos lockdowns para retomar os números pré-pandemia.

Daí a importância da venda à distância. Antes dos fechamentos por causa da covid-19, o faturamento do grupo no delivery era de 6%, mas agora já dobrou e chega a 12%. Mas Guerra quer alcançar o porcentual de 20% nos próximos três anos. Para isso, lançou duas marcas: a Saffari, voltada para a venda de marmitas a fim de alcançar consumidores que optam pela alimentação fora de casa quase que diariamente, e a Storo, de hambúrgueres.

Por enquanto, apenas algumas lojas do Giraffas estão produzindo os pedidos para ambas as marcas, porém de acordo com o executivo a ideia é, se os negócios escalarem, começaram a criar dark kitchens totalmente focadas nas marcas. “Mas ainda temos um potencial instalado enorme dentro das lojas para fazer os negócios funcionarem”, diz Guerra.

Delivery de nascença

Ao mesmo tempo, outras companhias já nascem totalmente focadas em delivery. A ATW Delivery Brands surgiu em 2016 com o conceito de dark kitchen. De lá para cá, a empresa criou seis marcas: Number One Chicken, Gringo, Julius Dog, O que comer Fernando?, Arroz e Feijão e Uma Yá, cada uma voltada para uma culinária diferente. Hoje, são mais de 320 lojas, todas elas franquias de um ou mais marcas, espalhadas pelo Brasil, Portugal e México.

O faturamento da empresa chegou a R$ 160 milhões no ano passado e a meta é alcançar R$ 300 milhões neste ano e 450 franquias. Segundo Rafael Matos, um dos sócios fundadores da empresa, a ATW está investindo em tecnologia para atrair novos investidores e ajudarem na expansão – a companhia prevê alcançar R$ 1 bilhão de receitas em 2023.

A pandemia transformou o negócio da maior parte dos setores e empresas do País e do mundo. Mas segmento de restaurantes, de certo, foi um dos que mais mudaram durante os lockdowns. Atualmente, segundo estimativas da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o delivery representa entre 20% a 30% do faturamento do setor, sendo que antes não chegava a 5%. Não por acaso, diversas empresas começaram a surgir totalmente focadas nas entregas, especialmente com cozinhas ocultas (dark kitchens, no conceito em inglês). Porém, há também um movimento de grandes empresas criando ou trazendo novas marcas totalmente focadas nas entregas para aumentar a sua fatia das vendas no delivery.

É o caso da Bloomin’ Brands. A dona dos restaurantes Outback e Abraccio, especializadas em comidas australiana e italiana, respectivamente, viu as suas vendas por delivery dispararem nos últimos dois anos. Se antes os clientes da companhia mal pediam a comida dos restaurantes em casa (mesmo os estabelecimentos sendo conhecidos por grandes filas), agora 25% de todo o faturamento da companhia vem das refeições originadas de aplicativos como o iFood. Não à toa, dos 44 restaurantes da rede que faziam entregas pré-pandemia, esse número saltou para 135 atualmente.

Para a Bloomin' Brands,dona dos restaurantes Outback e Abraccio,as refeições originadas de aplicativos de delivery significam hoje 25% de todo o seufaturamento Foto: Taba Benedicto/Estadão

Diante desse crescimento, a Bloomin’ Brands decidiu tirar do papel o projeto de trazer uma marca dos Estados Unidos totalmente focada em delivery. No fim de 2020, a companhia fez a estreia da Aussie Grill, especializada na venda de frangos fritos e sanduíches e, para atrair um público diferente do Outback e do Abraccio, com um tíquete mais baixo do que os seus outros restaurantes. O detalhe é que nenhuma loja ou cozinha precisou ser levantada para que a Aussie Grill vendesse seus produtos: tudo é feito dentro da cozinha de mais de 100 Outbacks.

Segundo Pierre Berenstein, presidente da Bloomin’ Brands no Brasil, a aposta deu resultado. A empresa não divulga a participação do Aussie Grill nas vendas por delivery do grupo, que chegam a 100 mil por semana, mas Berenstein diz que os pratos caíram no gosto do brasileiro. “É a nossa marca super jovem e um novo negócio que se tornou bem significativo”, afirma o executivo.

Trata-se de um movimento que começa a ocorrer no Brasil, mas que virou rotina em cadeias de restaurantes mundo afora. A Applebee’s, por exemplo, criou a Comisc Wings, especializada em frango. Já a rede de pizzarias americana Chuck E. Cheese, com mais de 600 lojas espalhadas nos Estados Unidos, criou a Pasqually’s Pizza & Wings. De acordo com o especialista em marcas e presidente da TM20 Branding, Eduardo Tomiya, esse tipo de movimento faz sentido para as marcas que querem vender produtos diferentes ou com uma faixa de preço diferente da marca mãe.

“É uma forma de proteger um dos principais ativos de toda a empresa, que é a marca. Podem se tratar de negócios diferentes ou distantes para uma marca já estabelecida explorar e confundir os consumidores”, diz Tomiya.

Marmitas

Outra empresa que está partindo para esse movimento, apesar de ainda estar em período de testes, é a Giraffas. A companhia sofreu muito durante a pandemia: depois da sua receita cair 40% em 2020, o valor saltou 42% no ano passado. Ainda assim, foi insuficiente para recuperar os R$ 747 milhões faturados em 2019. Agora, a meta do presidente da empresa, Carlos Guerra, é potencializar todas as receitas possíveis e aproveitar da recuperação do segmento com o fim dos lockdowns para retomar os números pré-pandemia.

Daí a importância da venda à distância. Antes dos fechamentos por causa da covid-19, o faturamento do grupo no delivery era de 6%, mas agora já dobrou e chega a 12%. Mas Guerra quer alcançar o porcentual de 20% nos próximos três anos. Para isso, lançou duas marcas: a Saffari, voltada para a venda de marmitas a fim de alcançar consumidores que optam pela alimentação fora de casa quase que diariamente, e a Storo, de hambúrgueres.

Por enquanto, apenas algumas lojas do Giraffas estão produzindo os pedidos para ambas as marcas, porém de acordo com o executivo a ideia é, se os negócios escalarem, começaram a criar dark kitchens totalmente focadas nas marcas. “Mas ainda temos um potencial instalado enorme dentro das lojas para fazer os negócios funcionarem”, diz Guerra.

Delivery de nascença

Ao mesmo tempo, outras companhias já nascem totalmente focadas em delivery. A ATW Delivery Brands surgiu em 2016 com o conceito de dark kitchen. De lá para cá, a empresa criou seis marcas: Number One Chicken, Gringo, Julius Dog, O que comer Fernando?, Arroz e Feijão e Uma Yá, cada uma voltada para uma culinária diferente. Hoje, são mais de 320 lojas, todas elas franquias de um ou mais marcas, espalhadas pelo Brasil, Portugal e México.

O faturamento da empresa chegou a R$ 160 milhões no ano passado e a meta é alcançar R$ 300 milhões neste ano e 450 franquias. Segundo Rafael Matos, um dos sócios fundadores da empresa, a ATW está investindo em tecnologia para atrair novos investidores e ajudarem na expansão – a companhia prevê alcançar R$ 1 bilhão de receitas em 2023.

A pandemia transformou o negócio da maior parte dos setores e empresas do País e do mundo. Mas segmento de restaurantes, de certo, foi um dos que mais mudaram durante os lockdowns. Atualmente, segundo estimativas da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o delivery representa entre 20% a 30% do faturamento do setor, sendo que antes não chegava a 5%. Não por acaso, diversas empresas começaram a surgir totalmente focadas nas entregas, especialmente com cozinhas ocultas (dark kitchens, no conceito em inglês). Porém, há também um movimento de grandes empresas criando ou trazendo novas marcas totalmente focadas nas entregas para aumentar a sua fatia das vendas no delivery.

É o caso da Bloomin’ Brands. A dona dos restaurantes Outback e Abraccio, especializadas em comidas australiana e italiana, respectivamente, viu as suas vendas por delivery dispararem nos últimos dois anos. Se antes os clientes da companhia mal pediam a comida dos restaurantes em casa (mesmo os estabelecimentos sendo conhecidos por grandes filas), agora 25% de todo o faturamento da companhia vem das refeições originadas de aplicativos como o iFood. Não à toa, dos 44 restaurantes da rede que faziam entregas pré-pandemia, esse número saltou para 135 atualmente.

Para a Bloomin' Brands,dona dos restaurantes Outback e Abraccio,as refeições originadas de aplicativos de delivery significam hoje 25% de todo o seufaturamento Foto: Taba Benedicto/Estadão

Diante desse crescimento, a Bloomin’ Brands decidiu tirar do papel o projeto de trazer uma marca dos Estados Unidos totalmente focada em delivery. No fim de 2020, a companhia fez a estreia da Aussie Grill, especializada na venda de frangos fritos e sanduíches e, para atrair um público diferente do Outback e do Abraccio, com um tíquete mais baixo do que os seus outros restaurantes. O detalhe é que nenhuma loja ou cozinha precisou ser levantada para que a Aussie Grill vendesse seus produtos: tudo é feito dentro da cozinha de mais de 100 Outbacks.

Segundo Pierre Berenstein, presidente da Bloomin’ Brands no Brasil, a aposta deu resultado. A empresa não divulga a participação do Aussie Grill nas vendas por delivery do grupo, que chegam a 100 mil por semana, mas Berenstein diz que os pratos caíram no gosto do brasileiro. “É a nossa marca super jovem e um novo negócio que se tornou bem significativo”, afirma o executivo.

Trata-se de um movimento que começa a ocorrer no Brasil, mas que virou rotina em cadeias de restaurantes mundo afora. A Applebee’s, por exemplo, criou a Comisc Wings, especializada em frango. Já a rede de pizzarias americana Chuck E. Cheese, com mais de 600 lojas espalhadas nos Estados Unidos, criou a Pasqually’s Pizza & Wings. De acordo com o especialista em marcas e presidente da TM20 Branding, Eduardo Tomiya, esse tipo de movimento faz sentido para as marcas que querem vender produtos diferentes ou com uma faixa de preço diferente da marca mãe.

“É uma forma de proteger um dos principais ativos de toda a empresa, que é a marca. Podem se tratar de negócios diferentes ou distantes para uma marca já estabelecida explorar e confundir os consumidores”, diz Tomiya.

Marmitas

Outra empresa que está partindo para esse movimento, apesar de ainda estar em período de testes, é a Giraffas. A companhia sofreu muito durante a pandemia: depois da sua receita cair 40% em 2020, o valor saltou 42% no ano passado. Ainda assim, foi insuficiente para recuperar os R$ 747 milhões faturados em 2019. Agora, a meta do presidente da empresa, Carlos Guerra, é potencializar todas as receitas possíveis e aproveitar da recuperação do segmento com o fim dos lockdowns para retomar os números pré-pandemia.

Daí a importância da venda à distância. Antes dos fechamentos por causa da covid-19, o faturamento do grupo no delivery era de 6%, mas agora já dobrou e chega a 12%. Mas Guerra quer alcançar o porcentual de 20% nos próximos três anos. Para isso, lançou duas marcas: a Saffari, voltada para a venda de marmitas a fim de alcançar consumidores que optam pela alimentação fora de casa quase que diariamente, e a Storo, de hambúrgueres.

Por enquanto, apenas algumas lojas do Giraffas estão produzindo os pedidos para ambas as marcas, porém de acordo com o executivo a ideia é, se os negócios escalarem, começaram a criar dark kitchens totalmente focadas nas marcas. “Mas ainda temos um potencial instalado enorme dentro das lojas para fazer os negócios funcionarem”, diz Guerra.

Delivery de nascença

Ao mesmo tempo, outras companhias já nascem totalmente focadas em delivery. A ATW Delivery Brands surgiu em 2016 com o conceito de dark kitchen. De lá para cá, a empresa criou seis marcas: Number One Chicken, Gringo, Julius Dog, O que comer Fernando?, Arroz e Feijão e Uma Yá, cada uma voltada para uma culinária diferente. Hoje, são mais de 320 lojas, todas elas franquias de um ou mais marcas, espalhadas pelo Brasil, Portugal e México.

O faturamento da empresa chegou a R$ 160 milhões no ano passado e a meta é alcançar R$ 300 milhões neste ano e 450 franquias. Segundo Rafael Matos, um dos sócios fundadores da empresa, a ATW está investindo em tecnologia para atrair novos investidores e ajudarem na expansão – a companhia prevê alcançar R$ 1 bilhão de receitas em 2023.

A pandemia transformou o negócio da maior parte dos setores e empresas do País e do mundo. Mas segmento de restaurantes, de certo, foi um dos que mais mudaram durante os lockdowns. Atualmente, segundo estimativas da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o delivery representa entre 20% a 30% do faturamento do setor, sendo que antes não chegava a 5%. Não por acaso, diversas empresas começaram a surgir totalmente focadas nas entregas, especialmente com cozinhas ocultas (dark kitchens, no conceito em inglês). Porém, há também um movimento de grandes empresas criando ou trazendo novas marcas totalmente focadas nas entregas para aumentar a sua fatia das vendas no delivery.

É o caso da Bloomin’ Brands. A dona dos restaurantes Outback e Abraccio, especializadas em comidas australiana e italiana, respectivamente, viu as suas vendas por delivery dispararem nos últimos dois anos. Se antes os clientes da companhia mal pediam a comida dos restaurantes em casa (mesmo os estabelecimentos sendo conhecidos por grandes filas), agora 25% de todo o faturamento da companhia vem das refeições originadas de aplicativos como o iFood. Não à toa, dos 44 restaurantes da rede que faziam entregas pré-pandemia, esse número saltou para 135 atualmente.

Para a Bloomin' Brands,dona dos restaurantes Outback e Abraccio,as refeições originadas de aplicativos de delivery significam hoje 25% de todo o seufaturamento Foto: Taba Benedicto/Estadão

Diante desse crescimento, a Bloomin’ Brands decidiu tirar do papel o projeto de trazer uma marca dos Estados Unidos totalmente focada em delivery. No fim de 2020, a companhia fez a estreia da Aussie Grill, especializada na venda de frangos fritos e sanduíches e, para atrair um público diferente do Outback e do Abraccio, com um tíquete mais baixo do que os seus outros restaurantes. O detalhe é que nenhuma loja ou cozinha precisou ser levantada para que a Aussie Grill vendesse seus produtos: tudo é feito dentro da cozinha de mais de 100 Outbacks.

Segundo Pierre Berenstein, presidente da Bloomin’ Brands no Brasil, a aposta deu resultado. A empresa não divulga a participação do Aussie Grill nas vendas por delivery do grupo, que chegam a 100 mil por semana, mas Berenstein diz que os pratos caíram no gosto do brasileiro. “É a nossa marca super jovem e um novo negócio que se tornou bem significativo”, afirma o executivo.

Trata-se de um movimento que começa a ocorrer no Brasil, mas que virou rotina em cadeias de restaurantes mundo afora. A Applebee’s, por exemplo, criou a Comisc Wings, especializada em frango. Já a rede de pizzarias americana Chuck E. Cheese, com mais de 600 lojas espalhadas nos Estados Unidos, criou a Pasqually’s Pizza & Wings. De acordo com o especialista em marcas e presidente da TM20 Branding, Eduardo Tomiya, esse tipo de movimento faz sentido para as marcas que querem vender produtos diferentes ou com uma faixa de preço diferente da marca mãe.

“É uma forma de proteger um dos principais ativos de toda a empresa, que é a marca. Podem se tratar de negócios diferentes ou distantes para uma marca já estabelecida explorar e confundir os consumidores”, diz Tomiya.

Marmitas

Outra empresa que está partindo para esse movimento, apesar de ainda estar em período de testes, é a Giraffas. A companhia sofreu muito durante a pandemia: depois da sua receita cair 40% em 2020, o valor saltou 42% no ano passado. Ainda assim, foi insuficiente para recuperar os R$ 747 milhões faturados em 2019. Agora, a meta do presidente da empresa, Carlos Guerra, é potencializar todas as receitas possíveis e aproveitar da recuperação do segmento com o fim dos lockdowns para retomar os números pré-pandemia.

Daí a importância da venda à distância. Antes dos fechamentos por causa da covid-19, o faturamento do grupo no delivery era de 6%, mas agora já dobrou e chega a 12%. Mas Guerra quer alcançar o porcentual de 20% nos próximos três anos. Para isso, lançou duas marcas: a Saffari, voltada para a venda de marmitas a fim de alcançar consumidores que optam pela alimentação fora de casa quase que diariamente, e a Storo, de hambúrgueres.

Por enquanto, apenas algumas lojas do Giraffas estão produzindo os pedidos para ambas as marcas, porém de acordo com o executivo a ideia é, se os negócios escalarem, começaram a criar dark kitchens totalmente focadas nas marcas. “Mas ainda temos um potencial instalado enorme dentro das lojas para fazer os negócios funcionarem”, diz Guerra.

Delivery de nascença

Ao mesmo tempo, outras companhias já nascem totalmente focadas em delivery. A ATW Delivery Brands surgiu em 2016 com o conceito de dark kitchen. De lá para cá, a empresa criou seis marcas: Number One Chicken, Gringo, Julius Dog, O que comer Fernando?, Arroz e Feijão e Uma Yá, cada uma voltada para uma culinária diferente. Hoje, são mais de 320 lojas, todas elas franquias de um ou mais marcas, espalhadas pelo Brasil, Portugal e México.

O faturamento da empresa chegou a R$ 160 milhões no ano passado e a meta é alcançar R$ 300 milhões neste ano e 450 franquias. Segundo Rafael Matos, um dos sócios fundadores da empresa, a ATW está investindo em tecnologia para atrair novos investidores e ajudarem na expansão – a companhia prevê alcançar R$ 1 bilhão de receitas em 2023.

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