GWM, fabricante chinesa de carros eletrificados, pretende produzir no Brasil com 60% de peças locais


Companhia deve inaugurar fábrica em Iracemápolis (SP) no primeiro semestre de 2025, após dois anos de atraso

Por Luciana Dyniewicz

A montadora chinesa Great Wall Motors (GWM), que pretende inaugurar sua fábrica no Brasil no primeiro semestre de 2025 – após dois anos de atraso –, estabeleceu uma meta ambiciosa para o índice de nacionalização de peças. Segundo o presidente da GWM International, Parker Shi, até o fim de 2026, a companhia deverá ter 60% das peças usadas nos carros produzidos no Brasil fabricadas localmente. Ele mesmo, no entanto, reconhece que não será fácil atingir o objetivo.

“60% é o alvo. Não sei se posso atingir, para ser honesto. Mas preciso de uma meta agressiva para pressionar nossas equipes”, disse o executivo em conversa com jornalistas na semana passada, em São Paulo. Shi acrescentou que ter fornecedores próximos à fábrica é a “chave do sucesso” para uma montadora, dado que o custo de logística diminui. Ainda de acordo com ele, a empresa poderá trazer para o Brasil subsidiárias que produzem autopeças. “Faz parte de um possível projeto, mais para frente.”

continua após a publicidade

A intenção da chinesa é aproveitar o tamanho do mercado brasileiro (de pouco mais de dois milhões de veículos por ano) para estabelecer aqui uma “plataforma de crescimento”, o que inclui concessionários, rede de fornecedores, mão de obra e exportação para países vizinhos. Hoje, o Brasil já é o terceiro maior mercado da GWM no exterior, depois da Rússia e da Austrália.

A GWM vem trabalhando para adaptar uma antiga fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP) em uma planta de carros eletrificados. Na unidade, produzirá inicialmente veículos híbridos (com dois motores, um elétrico e outro a combustão). O primeiro modelo será o Haval.

A montadora não tem previsão de começar a produzir carros totalmente elétricos no Brasil, devido à dificuldade de esses modelos competirem aqui com os veículos abastecidos com etanol. “Um 100% elétrico não vai ter crescimento tão rápido no País. Mas um plug-in (veículo híbrido cujo motor elétrico pode receber carga pela tomada) vai funcionar bem”, disse Shi.

continua após a publicidade
Shi: 'Um 100% elétrico não vai ter crescimento tão rápido no País' Foto: Felipe Rau/Estadão

O projeto da GWM no Brasil prevê R$ 10 bilhões em investimentos até 2032. Quando o plano foi divulgado, em janeiro de 2022, a montadora anunciou que a produção começaria no primeiro semestre de 2023 e que a unidade empregaria 2 mil pessoas. Um ano depois, no entanto, adiou o início das operações para 2024 e, no começo deste ano, postergou a abertura novamente.

A necessidade de mais tempo para definir as tecnologias adequadas para o mercado brasileiro estão entre os motivos que explicam o atraso. A montadora também alterou estratégias durante esses dois anos. Inicialmente, a intenção era começar a produção no País com uma picape, que, apesar do custo pesado do motor elétrico, poderia competir em preço com as concorrentes movidas a diesel. A empresa, porém, mudou de ideia no meio do caminho para apostar no Haval.

continua após a publicidade
Segundo Andy Zhang, presidente da GWM no Brasil e no México, empresa deve encerrar ano com 28 mil carros vendidos no País Foto: Felipe Rau/Estadão

A meta de nacionalização de peças também foi alterada nesse período. No fim de 2023, o então presidente da empresa no Brasil e na América Latina, James Yang, afirmou ao Estadão que o objetivo era atingir 40% no médio prazo, o que permitiria a exportação de veículos para países da região que têm acordo comercial com o Brasil. Agora, o número foi ampliado para 60%.

Para tentar se aproximar do objetivo, executivos da companhia conversaram na semana passada com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, sobre incentivos a fornecedores. De acordo com Shi e com o novo presidente da GWM no Brasil e no México, Andy Zhang, foi discutida a possibilidade de concessão de financiamento a empresas fornecedoras que se instalarem em um raio de 50 quilômetros da fábrica da empresa, sejam elas brasileiras ou estrangeiras. Também se falou de melhorar a infraestrutura na região para facilitar a logística. Por ora, já está confirmada a instalação da fabricante chinesa de pneus LingLong em Santa Bárbara d’Oeste (a 25 km de Iracemápolis).

continua após a publicidade

Para dar início às operações em 2025, a montadora promete contratar cem funcionários até o fim de dezembro – hoje são apenas 40 empregados na fábrica. Outros 600 estão previstos para o primeiro semestre do ano que vem, de acordo com o presidente da empresa no Brasil.

Zhang afirmou ainda que a GWM deve encerrar este ano com 28 mil carros vendidos no Brasil. Até outubro, haviam sido 23.452 veículos, ou 1,5% do total comercializado no País, de acordo com a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Para 2025, a previsão é de um crescimento de 11% nas vendas, atingindo 31 mil automóveis. Parte desses carros será importada e parte, produzida no Brasil – a companhia, no entanto, não divulgou quantos serão fabricados aqui.

continua após a publicidade

Hoje, a GWM é a 13ª maior montadora no Brasil em número de vendas. Sua grande concorrente, a também chinesa BYD, está em 10º lugar, com 3,74% do mercado e 58.456 carros comercializados entre janeiro e outubro de 2024.

Segundo Shi, mesmo após a inauguração da fábrica brasileira, a GWM continuará com uma estratégia mais conservadora de marketing e crescimento no País. “Olhamos mais para o crescimento estável e de longo prazo. Não gostamos de sobe e desce (nos resultados), porque, quando há quedas, os custos aumentam. Não estamos em uma corrida de 100 metros, mas em uma maratona.” O executivo acrescentou que o foco da empresa é criar uma marca confiável e de qualidade para, depois, avançar com a propaganda boca a boca.

A montadora chinesa Great Wall Motors (GWM), que pretende inaugurar sua fábrica no Brasil no primeiro semestre de 2025 – após dois anos de atraso –, estabeleceu uma meta ambiciosa para o índice de nacionalização de peças. Segundo o presidente da GWM International, Parker Shi, até o fim de 2026, a companhia deverá ter 60% das peças usadas nos carros produzidos no Brasil fabricadas localmente. Ele mesmo, no entanto, reconhece que não será fácil atingir o objetivo.

“60% é o alvo. Não sei se posso atingir, para ser honesto. Mas preciso de uma meta agressiva para pressionar nossas equipes”, disse o executivo em conversa com jornalistas na semana passada, em São Paulo. Shi acrescentou que ter fornecedores próximos à fábrica é a “chave do sucesso” para uma montadora, dado que o custo de logística diminui. Ainda de acordo com ele, a empresa poderá trazer para o Brasil subsidiárias que produzem autopeças. “Faz parte de um possível projeto, mais para frente.”

A intenção da chinesa é aproveitar o tamanho do mercado brasileiro (de pouco mais de dois milhões de veículos por ano) para estabelecer aqui uma “plataforma de crescimento”, o que inclui concessionários, rede de fornecedores, mão de obra e exportação para países vizinhos. Hoje, o Brasil já é o terceiro maior mercado da GWM no exterior, depois da Rússia e da Austrália.

A GWM vem trabalhando para adaptar uma antiga fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP) em uma planta de carros eletrificados. Na unidade, produzirá inicialmente veículos híbridos (com dois motores, um elétrico e outro a combustão). O primeiro modelo será o Haval.

A montadora não tem previsão de começar a produzir carros totalmente elétricos no Brasil, devido à dificuldade de esses modelos competirem aqui com os veículos abastecidos com etanol. “Um 100% elétrico não vai ter crescimento tão rápido no País. Mas um plug-in (veículo híbrido cujo motor elétrico pode receber carga pela tomada) vai funcionar bem”, disse Shi.

Shi: 'Um 100% elétrico não vai ter crescimento tão rápido no País' Foto: Felipe Rau/Estadão

O projeto da GWM no Brasil prevê R$ 10 bilhões em investimentos até 2032. Quando o plano foi divulgado, em janeiro de 2022, a montadora anunciou que a produção começaria no primeiro semestre de 2023 e que a unidade empregaria 2 mil pessoas. Um ano depois, no entanto, adiou o início das operações para 2024 e, no começo deste ano, postergou a abertura novamente.

A necessidade de mais tempo para definir as tecnologias adequadas para o mercado brasileiro estão entre os motivos que explicam o atraso. A montadora também alterou estratégias durante esses dois anos. Inicialmente, a intenção era começar a produção no País com uma picape, que, apesar do custo pesado do motor elétrico, poderia competir em preço com as concorrentes movidas a diesel. A empresa, porém, mudou de ideia no meio do caminho para apostar no Haval.

Segundo Andy Zhang, presidente da GWM no Brasil e no México, empresa deve encerrar ano com 28 mil carros vendidos no País Foto: Felipe Rau/Estadão

A meta de nacionalização de peças também foi alterada nesse período. No fim de 2023, o então presidente da empresa no Brasil e na América Latina, James Yang, afirmou ao Estadão que o objetivo era atingir 40% no médio prazo, o que permitiria a exportação de veículos para países da região que têm acordo comercial com o Brasil. Agora, o número foi ampliado para 60%.

Para tentar se aproximar do objetivo, executivos da companhia conversaram na semana passada com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, sobre incentivos a fornecedores. De acordo com Shi e com o novo presidente da GWM no Brasil e no México, Andy Zhang, foi discutida a possibilidade de concessão de financiamento a empresas fornecedoras que se instalarem em um raio de 50 quilômetros da fábrica da empresa, sejam elas brasileiras ou estrangeiras. Também se falou de melhorar a infraestrutura na região para facilitar a logística. Por ora, já está confirmada a instalação da fabricante chinesa de pneus LingLong em Santa Bárbara d’Oeste (a 25 km de Iracemápolis).

Para dar início às operações em 2025, a montadora promete contratar cem funcionários até o fim de dezembro – hoje são apenas 40 empregados na fábrica. Outros 600 estão previstos para o primeiro semestre do ano que vem, de acordo com o presidente da empresa no Brasil.

Zhang afirmou ainda que a GWM deve encerrar este ano com 28 mil carros vendidos no Brasil. Até outubro, haviam sido 23.452 veículos, ou 1,5% do total comercializado no País, de acordo com a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Para 2025, a previsão é de um crescimento de 11% nas vendas, atingindo 31 mil automóveis. Parte desses carros será importada e parte, produzida no Brasil – a companhia, no entanto, não divulgou quantos serão fabricados aqui.

Hoje, a GWM é a 13ª maior montadora no Brasil em número de vendas. Sua grande concorrente, a também chinesa BYD, está em 10º lugar, com 3,74% do mercado e 58.456 carros comercializados entre janeiro e outubro de 2024.

Segundo Shi, mesmo após a inauguração da fábrica brasileira, a GWM continuará com uma estratégia mais conservadora de marketing e crescimento no País. “Olhamos mais para o crescimento estável e de longo prazo. Não gostamos de sobe e desce (nos resultados), porque, quando há quedas, os custos aumentam. Não estamos em uma corrida de 100 metros, mas em uma maratona.” O executivo acrescentou que o foco da empresa é criar uma marca confiável e de qualidade para, depois, avançar com a propaganda boca a boca.

A montadora chinesa Great Wall Motors (GWM), que pretende inaugurar sua fábrica no Brasil no primeiro semestre de 2025 – após dois anos de atraso –, estabeleceu uma meta ambiciosa para o índice de nacionalização de peças. Segundo o presidente da GWM International, Parker Shi, até o fim de 2026, a companhia deverá ter 60% das peças usadas nos carros produzidos no Brasil fabricadas localmente. Ele mesmo, no entanto, reconhece que não será fácil atingir o objetivo.

“60% é o alvo. Não sei se posso atingir, para ser honesto. Mas preciso de uma meta agressiva para pressionar nossas equipes”, disse o executivo em conversa com jornalistas na semana passada, em São Paulo. Shi acrescentou que ter fornecedores próximos à fábrica é a “chave do sucesso” para uma montadora, dado que o custo de logística diminui. Ainda de acordo com ele, a empresa poderá trazer para o Brasil subsidiárias que produzem autopeças. “Faz parte de um possível projeto, mais para frente.”

A intenção da chinesa é aproveitar o tamanho do mercado brasileiro (de pouco mais de dois milhões de veículos por ano) para estabelecer aqui uma “plataforma de crescimento”, o que inclui concessionários, rede de fornecedores, mão de obra e exportação para países vizinhos. Hoje, o Brasil já é o terceiro maior mercado da GWM no exterior, depois da Rússia e da Austrália.

A GWM vem trabalhando para adaptar uma antiga fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP) em uma planta de carros eletrificados. Na unidade, produzirá inicialmente veículos híbridos (com dois motores, um elétrico e outro a combustão). O primeiro modelo será o Haval.

A montadora não tem previsão de começar a produzir carros totalmente elétricos no Brasil, devido à dificuldade de esses modelos competirem aqui com os veículos abastecidos com etanol. “Um 100% elétrico não vai ter crescimento tão rápido no País. Mas um plug-in (veículo híbrido cujo motor elétrico pode receber carga pela tomada) vai funcionar bem”, disse Shi.

Shi: 'Um 100% elétrico não vai ter crescimento tão rápido no País' Foto: Felipe Rau/Estadão

O projeto da GWM no Brasil prevê R$ 10 bilhões em investimentos até 2032. Quando o plano foi divulgado, em janeiro de 2022, a montadora anunciou que a produção começaria no primeiro semestre de 2023 e que a unidade empregaria 2 mil pessoas. Um ano depois, no entanto, adiou o início das operações para 2024 e, no começo deste ano, postergou a abertura novamente.

A necessidade de mais tempo para definir as tecnologias adequadas para o mercado brasileiro estão entre os motivos que explicam o atraso. A montadora também alterou estratégias durante esses dois anos. Inicialmente, a intenção era começar a produção no País com uma picape, que, apesar do custo pesado do motor elétrico, poderia competir em preço com as concorrentes movidas a diesel. A empresa, porém, mudou de ideia no meio do caminho para apostar no Haval.

Segundo Andy Zhang, presidente da GWM no Brasil e no México, empresa deve encerrar ano com 28 mil carros vendidos no País Foto: Felipe Rau/Estadão

A meta de nacionalização de peças também foi alterada nesse período. No fim de 2023, o então presidente da empresa no Brasil e na América Latina, James Yang, afirmou ao Estadão que o objetivo era atingir 40% no médio prazo, o que permitiria a exportação de veículos para países da região que têm acordo comercial com o Brasil. Agora, o número foi ampliado para 60%.

Para tentar se aproximar do objetivo, executivos da companhia conversaram na semana passada com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, sobre incentivos a fornecedores. De acordo com Shi e com o novo presidente da GWM no Brasil e no México, Andy Zhang, foi discutida a possibilidade de concessão de financiamento a empresas fornecedoras que se instalarem em um raio de 50 quilômetros da fábrica da empresa, sejam elas brasileiras ou estrangeiras. Também se falou de melhorar a infraestrutura na região para facilitar a logística. Por ora, já está confirmada a instalação da fabricante chinesa de pneus LingLong em Santa Bárbara d’Oeste (a 25 km de Iracemápolis).

Para dar início às operações em 2025, a montadora promete contratar cem funcionários até o fim de dezembro – hoje são apenas 40 empregados na fábrica. Outros 600 estão previstos para o primeiro semestre do ano que vem, de acordo com o presidente da empresa no Brasil.

Zhang afirmou ainda que a GWM deve encerrar este ano com 28 mil carros vendidos no Brasil. Até outubro, haviam sido 23.452 veículos, ou 1,5% do total comercializado no País, de acordo com a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Para 2025, a previsão é de um crescimento de 11% nas vendas, atingindo 31 mil automóveis. Parte desses carros será importada e parte, produzida no Brasil – a companhia, no entanto, não divulgou quantos serão fabricados aqui.

Hoje, a GWM é a 13ª maior montadora no Brasil em número de vendas. Sua grande concorrente, a também chinesa BYD, está em 10º lugar, com 3,74% do mercado e 58.456 carros comercializados entre janeiro e outubro de 2024.

Segundo Shi, mesmo após a inauguração da fábrica brasileira, a GWM continuará com uma estratégia mais conservadora de marketing e crescimento no País. “Olhamos mais para o crescimento estável e de longo prazo. Não gostamos de sobe e desce (nos resultados), porque, quando há quedas, os custos aumentam. Não estamos em uma corrida de 100 metros, mas em uma maratona.” O executivo acrescentou que o foco da empresa é criar uma marca confiável e de qualidade para, depois, avançar com a propaganda boca a boca.

A montadora chinesa Great Wall Motors (GWM), que pretende inaugurar sua fábrica no Brasil no primeiro semestre de 2025 – após dois anos de atraso –, estabeleceu uma meta ambiciosa para o índice de nacionalização de peças. Segundo o presidente da GWM International, Parker Shi, até o fim de 2026, a companhia deverá ter 60% das peças usadas nos carros produzidos no Brasil fabricadas localmente. Ele mesmo, no entanto, reconhece que não será fácil atingir o objetivo.

“60% é o alvo. Não sei se posso atingir, para ser honesto. Mas preciso de uma meta agressiva para pressionar nossas equipes”, disse o executivo em conversa com jornalistas na semana passada, em São Paulo. Shi acrescentou que ter fornecedores próximos à fábrica é a “chave do sucesso” para uma montadora, dado que o custo de logística diminui. Ainda de acordo com ele, a empresa poderá trazer para o Brasil subsidiárias que produzem autopeças. “Faz parte de um possível projeto, mais para frente.”

A intenção da chinesa é aproveitar o tamanho do mercado brasileiro (de pouco mais de dois milhões de veículos por ano) para estabelecer aqui uma “plataforma de crescimento”, o que inclui concessionários, rede de fornecedores, mão de obra e exportação para países vizinhos. Hoje, o Brasil já é o terceiro maior mercado da GWM no exterior, depois da Rússia e da Austrália.

A GWM vem trabalhando para adaptar uma antiga fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP) em uma planta de carros eletrificados. Na unidade, produzirá inicialmente veículos híbridos (com dois motores, um elétrico e outro a combustão). O primeiro modelo será o Haval.

A montadora não tem previsão de começar a produzir carros totalmente elétricos no Brasil, devido à dificuldade de esses modelos competirem aqui com os veículos abastecidos com etanol. “Um 100% elétrico não vai ter crescimento tão rápido no País. Mas um plug-in (veículo híbrido cujo motor elétrico pode receber carga pela tomada) vai funcionar bem”, disse Shi.

Shi: 'Um 100% elétrico não vai ter crescimento tão rápido no País' Foto: Felipe Rau/Estadão

O projeto da GWM no Brasil prevê R$ 10 bilhões em investimentos até 2032. Quando o plano foi divulgado, em janeiro de 2022, a montadora anunciou que a produção começaria no primeiro semestre de 2023 e que a unidade empregaria 2 mil pessoas. Um ano depois, no entanto, adiou o início das operações para 2024 e, no começo deste ano, postergou a abertura novamente.

A necessidade de mais tempo para definir as tecnologias adequadas para o mercado brasileiro estão entre os motivos que explicam o atraso. A montadora também alterou estratégias durante esses dois anos. Inicialmente, a intenção era começar a produção no País com uma picape, que, apesar do custo pesado do motor elétrico, poderia competir em preço com as concorrentes movidas a diesel. A empresa, porém, mudou de ideia no meio do caminho para apostar no Haval.

Segundo Andy Zhang, presidente da GWM no Brasil e no México, empresa deve encerrar ano com 28 mil carros vendidos no País Foto: Felipe Rau/Estadão

A meta de nacionalização de peças também foi alterada nesse período. No fim de 2023, o então presidente da empresa no Brasil e na América Latina, James Yang, afirmou ao Estadão que o objetivo era atingir 40% no médio prazo, o que permitiria a exportação de veículos para países da região que têm acordo comercial com o Brasil. Agora, o número foi ampliado para 60%.

Para tentar se aproximar do objetivo, executivos da companhia conversaram na semana passada com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, sobre incentivos a fornecedores. De acordo com Shi e com o novo presidente da GWM no Brasil e no México, Andy Zhang, foi discutida a possibilidade de concessão de financiamento a empresas fornecedoras que se instalarem em um raio de 50 quilômetros da fábrica da empresa, sejam elas brasileiras ou estrangeiras. Também se falou de melhorar a infraestrutura na região para facilitar a logística. Por ora, já está confirmada a instalação da fabricante chinesa de pneus LingLong em Santa Bárbara d’Oeste (a 25 km de Iracemápolis).

Para dar início às operações em 2025, a montadora promete contratar cem funcionários até o fim de dezembro – hoje são apenas 40 empregados na fábrica. Outros 600 estão previstos para o primeiro semestre do ano que vem, de acordo com o presidente da empresa no Brasil.

Zhang afirmou ainda que a GWM deve encerrar este ano com 28 mil carros vendidos no Brasil. Até outubro, haviam sido 23.452 veículos, ou 1,5% do total comercializado no País, de acordo com a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Para 2025, a previsão é de um crescimento de 11% nas vendas, atingindo 31 mil automóveis. Parte desses carros será importada e parte, produzida no Brasil – a companhia, no entanto, não divulgou quantos serão fabricados aqui.

Hoje, a GWM é a 13ª maior montadora no Brasil em número de vendas. Sua grande concorrente, a também chinesa BYD, está em 10º lugar, com 3,74% do mercado e 58.456 carros comercializados entre janeiro e outubro de 2024.

Segundo Shi, mesmo após a inauguração da fábrica brasileira, a GWM continuará com uma estratégia mais conservadora de marketing e crescimento no País. “Olhamos mais para o crescimento estável e de longo prazo. Não gostamos de sobe e desce (nos resultados), porque, quando há quedas, os custos aumentam. Não estamos em uma corrida de 100 metros, mas em uma maratona.” O executivo acrescentou que o foco da empresa é criar uma marca confiável e de qualidade para, depois, avançar com a propaganda boca a boca.

A montadora chinesa Great Wall Motors (GWM), que pretende inaugurar sua fábrica no Brasil no primeiro semestre de 2025 – após dois anos de atraso –, estabeleceu uma meta ambiciosa para o índice de nacionalização de peças. Segundo o presidente da GWM International, Parker Shi, até o fim de 2026, a companhia deverá ter 60% das peças usadas nos carros produzidos no Brasil fabricadas localmente. Ele mesmo, no entanto, reconhece que não será fácil atingir o objetivo.

“60% é o alvo. Não sei se posso atingir, para ser honesto. Mas preciso de uma meta agressiva para pressionar nossas equipes”, disse o executivo em conversa com jornalistas na semana passada, em São Paulo. Shi acrescentou que ter fornecedores próximos à fábrica é a “chave do sucesso” para uma montadora, dado que o custo de logística diminui. Ainda de acordo com ele, a empresa poderá trazer para o Brasil subsidiárias que produzem autopeças. “Faz parte de um possível projeto, mais para frente.”

A intenção da chinesa é aproveitar o tamanho do mercado brasileiro (de pouco mais de dois milhões de veículos por ano) para estabelecer aqui uma “plataforma de crescimento”, o que inclui concessionários, rede de fornecedores, mão de obra e exportação para países vizinhos. Hoje, o Brasil já é o terceiro maior mercado da GWM no exterior, depois da Rússia e da Austrália.

A GWM vem trabalhando para adaptar uma antiga fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP) em uma planta de carros eletrificados. Na unidade, produzirá inicialmente veículos híbridos (com dois motores, um elétrico e outro a combustão). O primeiro modelo será o Haval.

A montadora não tem previsão de começar a produzir carros totalmente elétricos no Brasil, devido à dificuldade de esses modelos competirem aqui com os veículos abastecidos com etanol. “Um 100% elétrico não vai ter crescimento tão rápido no País. Mas um plug-in (veículo híbrido cujo motor elétrico pode receber carga pela tomada) vai funcionar bem”, disse Shi.

Shi: 'Um 100% elétrico não vai ter crescimento tão rápido no País' Foto: Felipe Rau/Estadão

O projeto da GWM no Brasil prevê R$ 10 bilhões em investimentos até 2032. Quando o plano foi divulgado, em janeiro de 2022, a montadora anunciou que a produção começaria no primeiro semestre de 2023 e que a unidade empregaria 2 mil pessoas. Um ano depois, no entanto, adiou o início das operações para 2024 e, no começo deste ano, postergou a abertura novamente.

A necessidade de mais tempo para definir as tecnologias adequadas para o mercado brasileiro estão entre os motivos que explicam o atraso. A montadora também alterou estratégias durante esses dois anos. Inicialmente, a intenção era começar a produção no País com uma picape, que, apesar do custo pesado do motor elétrico, poderia competir em preço com as concorrentes movidas a diesel. A empresa, porém, mudou de ideia no meio do caminho para apostar no Haval.

Segundo Andy Zhang, presidente da GWM no Brasil e no México, empresa deve encerrar ano com 28 mil carros vendidos no País Foto: Felipe Rau/Estadão

A meta de nacionalização de peças também foi alterada nesse período. No fim de 2023, o então presidente da empresa no Brasil e na América Latina, James Yang, afirmou ao Estadão que o objetivo era atingir 40% no médio prazo, o que permitiria a exportação de veículos para países da região que têm acordo comercial com o Brasil. Agora, o número foi ampliado para 60%.

Para tentar se aproximar do objetivo, executivos da companhia conversaram na semana passada com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, sobre incentivos a fornecedores. De acordo com Shi e com o novo presidente da GWM no Brasil e no México, Andy Zhang, foi discutida a possibilidade de concessão de financiamento a empresas fornecedoras que se instalarem em um raio de 50 quilômetros da fábrica da empresa, sejam elas brasileiras ou estrangeiras. Também se falou de melhorar a infraestrutura na região para facilitar a logística. Por ora, já está confirmada a instalação da fabricante chinesa de pneus LingLong em Santa Bárbara d’Oeste (a 25 km de Iracemápolis).

Para dar início às operações em 2025, a montadora promete contratar cem funcionários até o fim de dezembro – hoje são apenas 40 empregados na fábrica. Outros 600 estão previstos para o primeiro semestre do ano que vem, de acordo com o presidente da empresa no Brasil.

Zhang afirmou ainda que a GWM deve encerrar este ano com 28 mil carros vendidos no Brasil. Até outubro, haviam sido 23.452 veículos, ou 1,5% do total comercializado no País, de acordo com a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Para 2025, a previsão é de um crescimento de 11% nas vendas, atingindo 31 mil automóveis. Parte desses carros será importada e parte, produzida no Brasil – a companhia, no entanto, não divulgou quantos serão fabricados aqui.

Hoje, a GWM é a 13ª maior montadora no Brasil em número de vendas. Sua grande concorrente, a também chinesa BYD, está em 10º lugar, com 3,74% do mercado e 58.456 carros comercializados entre janeiro e outubro de 2024.

Segundo Shi, mesmo após a inauguração da fábrica brasileira, a GWM continuará com uma estratégia mais conservadora de marketing e crescimento no País. “Olhamos mais para o crescimento estável e de longo prazo. Não gostamos de sobe e desce (nos resultados), porque, quando há quedas, os custos aumentam. Não estamos em uma corrida de 100 metros, mas em uma maratona.” O executivo acrescentou que o foco da empresa é criar uma marca confiável e de qualidade para, depois, avançar com a propaganda boca a boca.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.