Discurso de Haddad a banqueiros sobre reforma tributária não empolga; Bolsa cai


Cotado para o Ministério da Fazenda participou de evento da Febraban, mas não abordou gastos públicos e teve fala classificada como genérica; B3 intensificou perdas após declarações

Por Fernanda Guimarães
Atualização:

Cotado para assumir o Ministério da Fazenda a partir do ano que vem, Fernando Haddad já foi tratado como o ocupante de uma das cadeiras mais importantes no novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante o almoço organizado nesta sexta-feira, 25, pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). Apesar de ter tocado na questão da reforma tributária em seu discurso no evento, garantindo que o governo está comprometido com sua aprovação, o discurso do petista diante do PIB brasileiro não empolgou.

A fala de Haddad foi considerada genérica e não tocou na questão do rombo das contas públicas, uma das maiores preocupações do mercado financeiro neste momento. Segundo um banqueiro presente no evento, a fala de Haddad foi protocolar e “sem nada de concreto”.

Outra fonte, que pediu para não ser identificada, disse que “o mercado está no escuro”, o que se refletiu na queda da Bolsa e na alta do dólar, que se intensificaram depois do discurso de Haddad na Febraban. A Bolsa brasileira, a B3, caía 2,09% pouco depois das 15h, aos 109.498 pontos.

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A equipe de transição teria a intenção de escolher Haddad para assumir a Fazenda, ao passo que o economista Persio Arida deve ocupar o Planejamento, em uma espécie de dobradinha. Dessa forma haveria uma cisão do Ministério de Economia, criado pelo governo de Jair Bolsonaro e ocupado pelos últimos quatro anos por Paulo Guedes.

Compromisso com a reforma tributária

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Em seu discurso, Haddad frisou que uma das prioridades do terceiro governo de Lula será na reforma tributária. O ex-ministro da Educação citou também que Lula pretende encaminhar uma proposta para reformular impostos sobre bens e patrimônio. Ele disse ainda que é consenso entre economistas que a qualidade das despesas publicas no Brasil “piorou muito”, com um “orçamento com dificuldade de atingir o objetivo programado”.

(Será necessário) melhorar a qualidade da receita, pela reforma tributaria, e melhorar muito a qualidade das despesas”, destacou. “Será preciso repensar vários gastos autorizados e outros represados, como na área de ciência e tecnologia, controle ambiental e cultura.”

Aos banqueiros, Haddad disse também que as famílias brasileiras estão muito endividadas, não necessariamente com os bancos. Por isso, uma agenda de credito e de acesso ao sistema bancário é relevante para novo governo.

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Fernando Haddad (centro), em almoço com a Febraban nesta sexta-feira, 25; à sua esquerda, André Esteves, do BTG Foto: Reprodução/TV Globo

O petista citou a necessidade de spreads (que é a diferença ente a taxa que o banco capta daquele que ele empresta) menores. Ainda no discurso, Haddad disse que Lula é um democrata e que “não fará nada que não passará pelos poderes constituídos e que irá dialogar”. “É um chefe de Estado que não impõe sua vontade”, concluiu.

Haddad também criticou o baixo ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Para o petista, o desempenho da economia torna impossível resolver a disparidade de renda no País. “Não há conflito distributivo superável crescendo 0,5% ao ano. Nós não vamos nos entender com esse crescimento”, afirmou.

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Cobrança por estabilidade econômica

Em sua fala, Isaac Sidney, presidente da Febraban, afirmou que se espera para a economia, de modo a se atrair investimentos ao País, que o Brasil volte a ter previsibilidade, incluindo “estabilidade macroeconômica” e destacou a necessidade de inflação baixa.

Disse ainda que, em 2023, seria importante que o Brasil se debruçasse sobre a reforma tributária. “Temos que por fim a um modelo tributário falido”, disse. “O que os bancos querem é uma economia saudável”. Em mensagem direta ao governo eleito, Sidney disse que os bancos são favoráveis à distribuição de renda, mas que é preciso que o País cresça para sustentar políticas sociais.

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Encontro com os banqueiros

O encontro da Febraban ocorre todos os finais de ano e voltou a ser presencial pela primeira vez desde 2019. O evento começou às 11h, mas os presidentes de bancos se reuniram em um espaço separado, à espera de Haddad, que se uniu ao grupo um pouco antes do meio-dia. Pouco depois disso, todos os executivos se sentaram à mesa.

À frente de Haddad ficou ao o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Júnior, que também é presidente do conselho Febraban, Octávio de Lazari Jr. Perto dele também estavam André Esteves, do BTG Pactual, e Isaac Sidney, da Febraban. / COLABORARAM ALTAMIRO SILVA JÚNIOR, CÍCERO COTRIM, CYNTHIA DECLOEDT, MATHEUS PIOVESANA E SOFIA AGUIAR

Cotado para assumir o Ministério da Fazenda a partir do ano que vem, Fernando Haddad já foi tratado como o ocupante de uma das cadeiras mais importantes no novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante o almoço organizado nesta sexta-feira, 25, pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). Apesar de ter tocado na questão da reforma tributária em seu discurso no evento, garantindo que o governo está comprometido com sua aprovação, o discurso do petista diante do PIB brasileiro não empolgou.

A fala de Haddad foi considerada genérica e não tocou na questão do rombo das contas públicas, uma das maiores preocupações do mercado financeiro neste momento. Segundo um banqueiro presente no evento, a fala de Haddad foi protocolar e “sem nada de concreto”.

Outra fonte, que pediu para não ser identificada, disse que “o mercado está no escuro”, o que se refletiu na queda da Bolsa e na alta do dólar, que se intensificaram depois do discurso de Haddad na Febraban. A Bolsa brasileira, a B3, caía 2,09% pouco depois das 15h, aos 109.498 pontos.

A equipe de transição teria a intenção de escolher Haddad para assumir a Fazenda, ao passo que o economista Persio Arida deve ocupar o Planejamento, em uma espécie de dobradinha. Dessa forma haveria uma cisão do Ministério de Economia, criado pelo governo de Jair Bolsonaro e ocupado pelos últimos quatro anos por Paulo Guedes.

Compromisso com a reforma tributária

Em seu discurso, Haddad frisou que uma das prioridades do terceiro governo de Lula será na reforma tributária. O ex-ministro da Educação citou também que Lula pretende encaminhar uma proposta para reformular impostos sobre bens e patrimônio. Ele disse ainda que é consenso entre economistas que a qualidade das despesas publicas no Brasil “piorou muito”, com um “orçamento com dificuldade de atingir o objetivo programado”.

(Será necessário) melhorar a qualidade da receita, pela reforma tributaria, e melhorar muito a qualidade das despesas”, destacou. “Será preciso repensar vários gastos autorizados e outros represados, como na área de ciência e tecnologia, controle ambiental e cultura.”

Aos banqueiros, Haddad disse também que as famílias brasileiras estão muito endividadas, não necessariamente com os bancos. Por isso, uma agenda de credito e de acesso ao sistema bancário é relevante para novo governo.

Fernando Haddad (centro), em almoço com a Febraban nesta sexta-feira, 25; à sua esquerda, André Esteves, do BTG Foto: Reprodução/TV Globo

O petista citou a necessidade de spreads (que é a diferença ente a taxa que o banco capta daquele que ele empresta) menores. Ainda no discurso, Haddad disse que Lula é um democrata e que “não fará nada que não passará pelos poderes constituídos e que irá dialogar”. “É um chefe de Estado que não impõe sua vontade”, concluiu.

Haddad também criticou o baixo ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Para o petista, o desempenho da economia torna impossível resolver a disparidade de renda no País. “Não há conflito distributivo superável crescendo 0,5% ao ano. Nós não vamos nos entender com esse crescimento”, afirmou.

Cobrança por estabilidade econômica

Em sua fala, Isaac Sidney, presidente da Febraban, afirmou que se espera para a economia, de modo a se atrair investimentos ao País, que o Brasil volte a ter previsibilidade, incluindo “estabilidade macroeconômica” e destacou a necessidade de inflação baixa.

Disse ainda que, em 2023, seria importante que o Brasil se debruçasse sobre a reforma tributária. “Temos que por fim a um modelo tributário falido”, disse. “O que os bancos querem é uma economia saudável”. Em mensagem direta ao governo eleito, Sidney disse que os bancos são favoráveis à distribuição de renda, mas que é preciso que o País cresça para sustentar políticas sociais.

Encontro com os banqueiros

O encontro da Febraban ocorre todos os finais de ano e voltou a ser presencial pela primeira vez desde 2019. O evento começou às 11h, mas os presidentes de bancos se reuniram em um espaço separado, à espera de Haddad, que se uniu ao grupo um pouco antes do meio-dia. Pouco depois disso, todos os executivos se sentaram à mesa.

À frente de Haddad ficou ao o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Júnior, que também é presidente do conselho Febraban, Octávio de Lazari Jr. Perto dele também estavam André Esteves, do BTG Pactual, e Isaac Sidney, da Febraban. / COLABORARAM ALTAMIRO SILVA JÚNIOR, CÍCERO COTRIM, CYNTHIA DECLOEDT, MATHEUS PIOVESANA E SOFIA AGUIAR

Cotado para assumir o Ministério da Fazenda a partir do ano que vem, Fernando Haddad já foi tratado como o ocupante de uma das cadeiras mais importantes no novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante o almoço organizado nesta sexta-feira, 25, pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). Apesar de ter tocado na questão da reforma tributária em seu discurso no evento, garantindo que o governo está comprometido com sua aprovação, o discurso do petista diante do PIB brasileiro não empolgou.

A fala de Haddad foi considerada genérica e não tocou na questão do rombo das contas públicas, uma das maiores preocupações do mercado financeiro neste momento. Segundo um banqueiro presente no evento, a fala de Haddad foi protocolar e “sem nada de concreto”.

Outra fonte, que pediu para não ser identificada, disse que “o mercado está no escuro”, o que se refletiu na queda da Bolsa e na alta do dólar, que se intensificaram depois do discurso de Haddad na Febraban. A Bolsa brasileira, a B3, caía 2,09% pouco depois das 15h, aos 109.498 pontos.

A equipe de transição teria a intenção de escolher Haddad para assumir a Fazenda, ao passo que o economista Persio Arida deve ocupar o Planejamento, em uma espécie de dobradinha. Dessa forma haveria uma cisão do Ministério de Economia, criado pelo governo de Jair Bolsonaro e ocupado pelos últimos quatro anos por Paulo Guedes.

Compromisso com a reforma tributária

Em seu discurso, Haddad frisou que uma das prioridades do terceiro governo de Lula será na reforma tributária. O ex-ministro da Educação citou também que Lula pretende encaminhar uma proposta para reformular impostos sobre bens e patrimônio. Ele disse ainda que é consenso entre economistas que a qualidade das despesas publicas no Brasil “piorou muito”, com um “orçamento com dificuldade de atingir o objetivo programado”.

(Será necessário) melhorar a qualidade da receita, pela reforma tributaria, e melhorar muito a qualidade das despesas”, destacou. “Será preciso repensar vários gastos autorizados e outros represados, como na área de ciência e tecnologia, controle ambiental e cultura.”

Aos banqueiros, Haddad disse também que as famílias brasileiras estão muito endividadas, não necessariamente com os bancos. Por isso, uma agenda de credito e de acesso ao sistema bancário é relevante para novo governo.

Fernando Haddad (centro), em almoço com a Febraban nesta sexta-feira, 25; à sua esquerda, André Esteves, do BTG Foto: Reprodução/TV Globo

O petista citou a necessidade de spreads (que é a diferença ente a taxa que o banco capta daquele que ele empresta) menores. Ainda no discurso, Haddad disse que Lula é um democrata e que “não fará nada que não passará pelos poderes constituídos e que irá dialogar”. “É um chefe de Estado que não impõe sua vontade”, concluiu.

Haddad também criticou o baixo ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Para o petista, o desempenho da economia torna impossível resolver a disparidade de renda no País. “Não há conflito distributivo superável crescendo 0,5% ao ano. Nós não vamos nos entender com esse crescimento”, afirmou.

Cobrança por estabilidade econômica

Em sua fala, Isaac Sidney, presidente da Febraban, afirmou que se espera para a economia, de modo a se atrair investimentos ao País, que o Brasil volte a ter previsibilidade, incluindo “estabilidade macroeconômica” e destacou a necessidade de inflação baixa.

Disse ainda que, em 2023, seria importante que o Brasil se debruçasse sobre a reforma tributária. “Temos que por fim a um modelo tributário falido”, disse. “O que os bancos querem é uma economia saudável”. Em mensagem direta ao governo eleito, Sidney disse que os bancos são favoráveis à distribuição de renda, mas que é preciso que o País cresça para sustentar políticas sociais.

Encontro com os banqueiros

O encontro da Febraban ocorre todos os finais de ano e voltou a ser presencial pela primeira vez desde 2019. O evento começou às 11h, mas os presidentes de bancos se reuniram em um espaço separado, à espera de Haddad, que se uniu ao grupo um pouco antes do meio-dia. Pouco depois disso, todos os executivos se sentaram à mesa.

À frente de Haddad ficou ao o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Júnior, que também é presidente do conselho Febraban, Octávio de Lazari Jr. Perto dele também estavam André Esteves, do BTG Pactual, e Isaac Sidney, da Febraban. / COLABORARAM ALTAMIRO SILVA JÚNIOR, CÍCERO COTRIM, CYNTHIA DECLOEDT, MATHEUS PIOVESANA E SOFIA AGUIAR

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