Amazônia: grupo canadense avança em projeto de R$ 13,7 bilhões para extração de potássio


Brazil Potash recebeu em abril a licença para iniciar instalações da mina que prevê produzir 2,2 milhões de toneladas de cloreto de potássio ao ano a partir de 2028; foco é mercado brasileiro

Por Ivo Ribeiro

A agricultura brasileira é grande dependente de insumos importados para fabricação de fertilizantes. Estima-se que cerca de 80% dos fertilizantes consumidos no País são de origem estrangeira. A participação mais evidente ocorre com o potássio, um dos três elementos para se obter o NPK - mistura de nitrogênio, fósforo e potássio -, que resulta no adubo propriamente dito.

Do volume que o País consome atualmente de potássio por ano, segundo dados do governo e de associações do setor agrícola, 95% é trazido do exterior - Canadá, Rússia, Bielorrússia, Alemanha e Israel. O volume importado somou 7 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2024, projetando ao menos 12 milhões de toneladas no ano.

Visando abocanhar uma fatia desse volume de potássio importado, o grupo canadense Brazil Potash Corp. planeja começar, até meados de 2025, a instalação de uma mina de extração e beneficiamento de potássio em Autazes, município amazonense a 113 km de Manaus. As reservas minerais encontram-se próximas do rio Madeira, que será usado como rota de escoamento para o principal mercado brasileiro de consumo de fertilizantes, o Centro-Oeste.

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Segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM), as reservas brasileiras de potássio estão localizadas nos Estados de Sergipe e Amazonas. Na Amazônia, a reserva em Autazes tem 800 milhões de toneladas. Com sua descoberta em 2011, o Brasil se consolidou como uma das dez maiores reservas do mineral no mundo.

O investimento previsto pela canadense é de US$ 2,5 bilhões (equivalente a R$ 13,7 bilhões) e o projeto prevê capacidade anual de produção de 2,2 milhões de toneladas de cloreto de potássio. A vida útil da mina, que será subterrânea (800 metros de profundidade), é estimada em 23 anos, considerando as atuais reservas de silvinita (minério que abriga os sais de potássio) autorizadas para extração.

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A previsão da empresa é iniciar a produção em 2028, ou início de 2029. Do minério extraído do subsolo, a silvinita, 30% são gerados como cloreto de potássio (KCL) e o restante (70%) é cloreto de sódio (NaCl), o sal de cozinha, separado na planta de beneficiamento. A unidade de concentração do minério será alimentada com 8,5 milhões de toneladas por ano de minério.

Por estar na Amazônia, o sal de cozinha não consegue chegar, competitivamente, aos mercados consumidores do País, que se abastece com sal-gema oriundo do Nordeste e do Rio de Janeiro. Um possível destino para uma parte desse produto será exportação para países como o Canadá, afirma Adriano Espeschit, CEO da subsidiária Brasil Potássio desde 2021.

Maquete das instalações de beneficiamento de potássio na mina da Brazil Potash em Autazes (AM), quando ficarem prontas em 2028 Foto: Potássio Brasil/Divulgação
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O executivo diz que o projeto em Autazes é importante para o Brasil por substituir quase 20% das importações de potássio. O volume contribuirá para amenizar a dependência brasileira. Ele lembra que somente lavouras de grãos do Centro-Oeste consomem 5 milhões de toneladas de potássio por ano. E que a empresa já tem acertado contrato de fornecimento de 500 mil toneladas anuais para o grupo Amaggi.

A empresa obteve em abril a licença de instalação do empreendimento pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), órgão do governo estadual. Porém, contou com a decisão, em segunda instância, do Tribunal Regional Federal da 1.ª região (TRF1), que derrubou um despacho da juíza Jaíza Fraxe que impedia o licenciamento ambiental, alegando que o Ipaam não teria competência para dar o aval, e que isso seria prerrogativa do Ibama, um órgão federal.

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O projeto também foi alvo de questionamento do Ministério Público Federal do Amazonas (MPF-AM), que barrou a exploração da mina durante vários anos. O órgão apontou impactos ao meio ambiente e também às comunidades indígenas situadas nas proximidades, principalmente o povo Mura (36 aldeias). Espeschit afirma que essas pendências foram resolvidas. “No projeto apresentado ao órgão ambiental há 333 condicionantes que temos de atender”. E acrescenta que acordos foram firmados com representantes dos Mura, que em assembleia no ano passado aprovaram a instalação da mina.

Adriano Espeschit, CEO da Brasil Potássio, diz que plano de licenciamento prevê 333 condicionantes a serem cumpridas Foto: Potássio Brasil/Divulgação

Juliano Valente, presidente do Ipaam, disse ao Estadão que cabe à Brasil Potássio, a partir de agora, com as licenças de instalação, cumprir todas as condicionantes durante a implantação do projeto para, então, poder receber a licença de operação. Segundo ele, o órgão ambiental fará o monitoramento nesse período.

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O projeto, segundo a empresa, vai ocupar 9 hectares para instalação de dois poços de acesso às camadas de minério no subsolo, onde a mineração será feita em sistema de galerias, pilares e câmaras; 350 hectares para as instalações de beneficiamento (maior parte em áreas usadas para pastagens de animais); e até 100 hectares para instalação do terminal privado às margens do rio Urucurituba, próximo do rio Madeira.

Escoamento por barcaças

Uma boa parte do cloreto de sódio, explicou o executivo, inicialmente será empilhada a seco em áreas específicas próximas das instalações de beneficiamento. A ideia é, após alguns anos, quando frentes de lavras ficarem exauridas, usar o sal estocado para preencher as galerias/cavas.

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Já o cloreto de potássio granulado será transportado até o terminal portuário privado no rio Madeira em caminhões por uma rodovia revitalizada de 12 km desde a mina. No local, será colocado em barcaças e subirá o rio. Outra alternativa é também o escoamento pelo rio Tapajós, até Miritituba, e de lá chegar às frentes de consumo pela BR-163 e no futuro pelos trilhos da ferrovia Ferrogrão.

Segundo a empresa, já foram investidos no projeto US$ 230 milhões (R$ 1,26 bilhão) em pesquisas minerais na área (sondagens geológicas e análises sísmicas), estudos ambientais e de engenharia e aquisições de terras. A área da reserva, localizada no subsolo, tem 13 km de extensão por 10 km de largura e a camada de minério tem 2,5 metros de espessura. As áreas na superfície - entre as localidades do Lago do Soares e de Urucurituba -, são tradicionalmente ocupadas por pastagens, conforme a Potássio Brasil.

IPO em Nova York para levantar capital

A empresa canadense, em agosto, entrou com pedido de oferta pública de ações (IPO) na Bolsa de Nova York para levantar recursos financeiros para a etapa inicial do projeto. Segundo informação do site especializado Reset, o objetivo é captar nessa fase US$ 150 milhões (R$ 819 milhões) ainda este ano para dar suporte de capital à subsidiária Potássio do Brasil.

O dinheiro será alocado em trabalhos complementares de engenharia do projeto e de licenciamento ambiental, em linha de transmissão de energia, compra de terras adicionais (para depositar os rejeitos em pilhas), reforço de capital de giro e pagamento de acordos firmados com comunidades indígenas na área de influência da mina. Conforme a Reset, o prospecto da oferta pública informa que o início das obras em Autazes começou neste semestre e a conclusão do trabalho de engenharia básica está prevista para a segunda metade de 2025.

Espeschit disse ao Estadão que até o final do ano a companhia vai iniciar obras ligadas à mina, como a perfuração dos dois poços (shafts) para acesso à mina subterrânea. Em 2025, o plano é avançar nas obras de terraplenagem e a seguir dar curso à implantação completa do projeto, que deverá durar de 36 a 42 meses.

Histórico da mina

Fundada em 2009, a Brazil Potash começou os estudos ambientais para a instalação do projeto em Autazes, após investimentos em pesquisas e prospecção das reservas minerais existentes na região. A concessão de licença ambiental prévia pelo Ipaam foi aprovada pela ANM em 2015. Quase nove anos depois, entre idas e vindas na Justiça, foi emitida em abril deste ano a licença de instalação para iniciar as obras do projeto - mina e instalações de beneficiamento.

A exploração da silvinita será feita em reservas do minério localizadas entre o Lago do Soares e Urucurituba, duas localidades no município em Autazes. Segundo informações, a reserva mineral lavrável tem potencial para mais de 170 milhões de toneladas de cloreto de potássio.

O Ipaam informa que concedeu 21 Licenças de instalação, ambientais únicas e autorizações de captura, coleta e transporte de fauna silvestre, que permitem a construção do empreendimento. O projeto envolve dois poços, a mina subterrânea, uma planta de processamento de lixiviação à quente, um porto de barcaças fluviais e a construção de cerca de 13 km de uma estrada ligando a planta de processamento ao porto.

A previsão da empresa é que durante as obras do empreendimento deverão ser gerados cerca de 2,6 mil empregos diretos, enquanto a fase de operação vai requerer aproximadamente 1,3 mil pessoas, mais a geração de 17 mil empregos indiretos.

A mineradora Brazil Potash tem vários acionistas: o principal deles é o CD Capital, fundo de private equity focado em recursos naturais (30,7%); o segundo maior é o Sentient Equity Partners, fundo de capital privado apoiado por investidores institucionais (20,9%); o Forbes & Manhattan Barbados, ligado ao canadense Forbes & Manhattan Inc. (12,2%), investidores brasileiros (family offices e investidores individuais (12%) e cerca de 7 mil acionistas minoritários, com 24,2%, segundo informação no site da companhia.

A agricultura brasileira é grande dependente de insumos importados para fabricação de fertilizantes. Estima-se que cerca de 80% dos fertilizantes consumidos no País são de origem estrangeira. A participação mais evidente ocorre com o potássio, um dos três elementos para se obter o NPK - mistura de nitrogênio, fósforo e potássio -, que resulta no adubo propriamente dito.

Do volume que o País consome atualmente de potássio por ano, segundo dados do governo e de associações do setor agrícola, 95% é trazido do exterior - Canadá, Rússia, Bielorrússia, Alemanha e Israel. O volume importado somou 7 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2024, projetando ao menos 12 milhões de toneladas no ano.

Visando abocanhar uma fatia desse volume de potássio importado, o grupo canadense Brazil Potash Corp. planeja começar, até meados de 2025, a instalação de uma mina de extração e beneficiamento de potássio em Autazes, município amazonense a 113 km de Manaus. As reservas minerais encontram-se próximas do rio Madeira, que será usado como rota de escoamento para o principal mercado brasileiro de consumo de fertilizantes, o Centro-Oeste.

Segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM), as reservas brasileiras de potássio estão localizadas nos Estados de Sergipe e Amazonas. Na Amazônia, a reserva em Autazes tem 800 milhões de toneladas. Com sua descoberta em 2011, o Brasil se consolidou como uma das dez maiores reservas do mineral no mundo.

O investimento previsto pela canadense é de US$ 2,5 bilhões (equivalente a R$ 13,7 bilhões) e o projeto prevê capacidade anual de produção de 2,2 milhões de toneladas de cloreto de potássio. A vida útil da mina, que será subterrânea (800 metros de profundidade), é estimada em 23 anos, considerando as atuais reservas de silvinita (minério que abriga os sais de potássio) autorizadas para extração.

A previsão da empresa é iniciar a produção em 2028, ou início de 2029. Do minério extraído do subsolo, a silvinita, 30% são gerados como cloreto de potássio (KCL) e o restante (70%) é cloreto de sódio (NaCl), o sal de cozinha, separado na planta de beneficiamento. A unidade de concentração do minério será alimentada com 8,5 milhões de toneladas por ano de minério.

Por estar na Amazônia, o sal de cozinha não consegue chegar, competitivamente, aos mercados consumidores do País, que se abastece com sal-gema oriundo do Nordeste e do Rio de Janeiro. Um possível destino para uma parte desse produto será exportação para países como o Canadá, afirma Adriano Espeschit, CEO da subsidiária Brasil Potássio desde 2021.

Maquete das instalações de beneficiamento de potássio na mina da Brazil Potash em Autazes (AM), quando ficarem prontas em 2028 Foto: Potássio Brasil/Divulgação

O executivo diz que o projeto em Autazes é importante para o Brasil por substituir quase 20% das importações de potássio. O volume contribuirá para amenizar a dependência brasileira. Ele lembra que somente lavouras de grãos do Centro-Oeste consomem 5 milhões de toneladas de potássio por ano. E que a empresa já tem acertado contrato de fornecimento de 500 mil toneladas anuais para o grupo Amaggi.

A empresa obteve em abril a licença de instalação do empreendimento pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), órgão do governo estadual. Porém, contou com a decisão, em segunda instância, do Tribunal Regional Federal da 1.ª região (TRF1), que derrubou um despacho da juíza Jaíza Fraxe que impedia o licenciamento ambiental, alegando que o Ipaam não teria competência para dar o aval, e que isso seria prerrogativa do Ibama, um órgão federal.

O projeto também foi alvo de questionamento do Ministério Público Federal do Amazonas (MPF-AM), que barrou a exploração da mina durante vários anos. O órgão apontou impactos ao meio ambiente e também às comunidades indígenas situadas nas proximidades, principalmente o povo Mura (36 aldeias). Espeschit afirma que essas pendências foram resolvidas. “No projeto apresentado ao órgão ambiental há 333 condicionantes que temos de atender”. E acrescenta que acordos foram firmados com representantes dos Mura, que em assembleia no ano passado aprovaram a instalação da mina.

Adriano Espeschit, CEO da Brasil Potássio, diz que plano de licenciamento prevê 333 condicionantes a serem cumpridas Foto: Potássio Brasil/Divulgação

Juliano Valente, presidente do Ipaam, disse ao Estadão que cabe à Brasil Potássio, a partir de agora, com as licenças de instalação, cumprir todas as condicionantes durante a implantação do projeto para, então, poder receber a licença de operação. Segundo ele, o órgão ambiental fará o monitoramento nesse período.

O projeto, segundo a empresa, vai ocupar 9 hectares para instalação de dois poços de acesso às camadas de minério no subsolo, onde a mineração será feita em sistema de galerias, pilares e câmaras; 350 hectares para as instalações de beneficiamento (maior parte em áreas usadas para pastagens de animais); e até 100 hectares para instalação do terminal privado às margens do rio Urucurituba, próximo do rio Madeira.

Escoamento por barcaças

Uma boa parte do cloreto de sódio, explicou o executivo, inicialmente será empilhada a seco em áreas específicas próximas das instalações de beneficiamento. A ideia é, após alguns anos, quando frentes de lavras ficarem exauridas, usar o sal estocado para preencher as galerias/cavas.

Já o cloreto de potássio granulado será transportado até o terminal portuário privado no rio Madeira em caminhões por uma rodovia revitalizada de 12 km desde a mina. No local, será colocado em barcaças e subirá o rio. Outra alternativa é também o escoamento pelo rio Tapajós, até Miritituba, e de lá chegar às frentes de consumo pela BR-163 e no futuro pelos trilhos da ferrovia Ferrogrão.

Segundo a empresa, já foram investidos no projeto US$ 230 milhões (R$ 1,26 bilhão) em pesquisas minerais na área (sondagens geológicas e análises sísmicas), estudos ambientais e de engenharia e aquisições de terras. A área da reserva, localizada no subsolo, tem 13 km de extensão por 10 km de largura e a camada de minério tem 2,5 metros de espessura. As áreas na superfície - entre as localidades do Lago do Soares e de Urucurituba -, são tradicionalmente ocupadas por pastagens, conforme a Potássio Brasil.

IPO em Nova York para levantar capital

A empresa canadense, em agosto, entrou com pedido de oferta pública de ações (IPO) na Bolsa de Nova York para levantar recursos financeiros para a etapa inicial do projeto. Segundo informação do site especializado Reset, o objetivo é captar nessa fase US$ 150 milhões (R$ 819 milhões) ainda este ano para dar suporte de capital à subsidiária Potássio do Brasil.

O dinheiro será alocado em trabalhos complementares de engenharia do projeto e de licenciamento ambiental, em linha de transmissão de energia, compra de terras adicionais (para depositar os rejeitos em pilhas), reforço de capital de giro e pagamento de acordos firmados com comunidades indígenas na área de influência da mina. Conforme a Reset, o prospecto da oferta pública informa que o início das obras em Autazes começou neste semestre e a conclusão do trabalho de engenharia básica está prevista para a segunda metade de 2025.

Espeschit disse ao Estadão que até o final do ano a companhia vai iniciar obras ligadas à mina, como a perfuração dos dois poços (shafts) para acesso à mina subterrânea. Em 2025, o plano é avançar nas obras de terraplenagem e a seguir dar curso à implantação completa do projeto, que deverá durar de 36 a 42 meses.

Histórico da mina

Fundada em 2009, a Brazil Potash começou os estudos ambientais para a instalação do projeto em Autazes, após investimentos em pesquisas e prospecção das reservas minerais existentes na região. A concessão de licença ambiental prévia pelo Ipaam foi aprovada pela ANM em 2015. Quase nove anos depois, entre idas e vindas na Justiça, foi emitida em abril deste ano a licença de instalação para iniciar as obras do projeto - mina e instalações de beneficiamento.

A exploração da silvinita será feita em reservas do minério localizadas entre o Lago do Soares e Urucurituba, duas localidades no município em Autazes. Segundo informações, a reserva mineral lavrável tem potencial para mais de 170 milhões de toneladas de cloreto de potássio.

O Ipaam informa que concedeu 21 Licenças de instalação, ambientais únicas e autorizações de captura, coleta e transporte de fauna silvestre, que permitem a construção do empreendimento. O projeto envolve dois poços, a mina subterrânea, uma planta de processamento de lixiviação à quente, um porto de barcaças fluviais e a construção de cerca de 13 km de uma estrada ligando a planta de processamento ao porto.

A previsão da empresa é que durante as obras do empreendimento deverão ser gerados cerca de 2,6 mil empregos diretos, enquanto a fase de operação vai requerer aproximadamente 1,3 mil pessoas, mais a geração de 17 mil empregos indiretos.

A mineradora Brazil Potash tem vários acionistas: o principal deles é o CD Capital, fundo de private equity focado em recursos naturais (30,7%); o segundo maior é o Sentient Equity Partners, fundo de capital privado apoiado por investidores institucionais (20,9%); o Forbes & Manhattan Barbados, ligado ao canadense Forbes & Manhattan Inc. (12,2%), investidores brasileiros (family offices e investidores individuais (12%) e cerca de 7 mil acionistas minoritários, com 24,2%, segundo informação no site da companhia.

A agricultura brasileira é grande dependente de insumos importados para fabricação de fertilizantes. Estima-se que cerca de 80% dos fertilizantes consumidos no País são de origem estrangeira. A participação mais evidente ocorre com o potássio, um dos três elementos para se obter o NPK - mistura de nitrogênio, fósforo e potássio -, que resulta no adubo propriamente dito.

Do volume que o País consome atualmente de potássio por ano, segundo dados do governo e de associações do setor agrícola, 95% é trazido do exterior - Canadá, Rússia, Bielorrússia, Alemanha e Israel. O volume importado somou 7 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2024, projetando ao menos 12 milhões de toneladas no ano.

Visando abocanhar uma fatia desse volume de potássio importado, o grupo canadense Brazil Potash Corp. planeja começar, até meados de 2025, a instalação de uma mina de extração e beneficiamento de potássio em Autazes, município amazonense a 113 km de Manaus. As reservas minerais encontram-se próximas do rio Madeira, que será usado como rota de escoamento para o principal mercado brasileiro de consumo de fertilizantes, o Centro-Oeste.

Segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM), as reservas brasileiras de potássio estão localizadas nos Estados de Sergipe e Amazonas. Na Amazônia, a reserva em Autazes tem 800 milhões de toneladas. Com sua descoberta em 2011, o Brasil se consolidou como uma das dez maiores reservas do mineral no mundo.

O investimento previsto pela canadense é de US$ 2,5 bilhões (equivalente a R$ 13,7 bilhões) e o projeto prevê capacidade anual de produção de 2,2 milhões de toneladas de cloreto de potássio. A vida útil da mina, que será subterrânea (800 metros de profundidade), é estimada em 23 anos, considerando as atuais reservas de silvinita (minério que abriga os sais de potássio) autorizadas para extração.

A previsão da empresa é iniciar a produção em 2028, ou início de 2029. Do minério extraído do subsolo, a silvinita, 30% são gerados como cloreto de potássio (KCL) e o restante (70%) é cloreto de sódio (NaCl), o sal de cozinha, separado na planta de beneficiamento. A unidade de concentração do minério será alimentada com 8,5 milhões de toneladas por ano de minério.

Por estar na Amazônia, o sal de cozinha não consegue chegar, competitivamente, aos mercados consumidores do País, que se abastece com sal-gema oriundo do Nordeste e do Rio de Janeiro. Um possível destino para uma parte desse produto será exportação para países como o Canadá, afirma Adriano Espeschit, CEO da subsidiária Brasil Potássio desde 2021.

Maquete das instalações de beneficiamento de potássio na mina da Brazil Potash em Autazes (AM), quando ficarem prontas em 2028 Foto: Potássio Brasil/Divulgação

O executivo diz que o projeto em Autazes é importante para o Brasil por substituir quase 20% das importações de potássio. O volume contribuirá para amenizar a dependência brasileira. Ele lembra que somente lavouras de grãos do Centro-Oeste consomem 5 milhões de toneladas de potássio por ano. E que a empresa já tem acertado contrato de fornecimento de 500 mil toneladas anuais para o grupo Amaggi.

A empresa obteve em abril a licença de instalação do empreendimento pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), órgão do governo estadual. Porém, contou com a decisão, em segunda instância, do Tribunal Regional Federal da 1.ª região (TRF1), que derrubou um despacho da juíza Jaíza Fraxe que impedia o licenciamento ambiental, alegando que o Ipaam não teria competência para dar o aval, e que isso seria prerrogativa do Ibama, um órgão federal.

O projeto também foi alvo de questionamento do Ministério Público Federal do Amazonas (MPF-AM), que barrou a exploração da mina durante vários anos. O órgão apontou impactos ao meio ambiente e também às comunidades indígenas situadas nas proximidades, principalmente o povo Mura (36 aldeias). Espeschit afirma que essas pendências foram resolvidas. “No projeto apresentado ao órgão ambiental há 333 condicionantes que temos de atender”. E acrescenta que acordos foram firmados com representantes dos Mura, que em assembleia no ano passado aprovaram a instalação da mina.

Adriano Espeschit, CEO da Brasil Potássio, diz que plano de licenciamento prevê 333 condicionantes a serem cumpridas Foto: Potássio Brasil/Divulgação

Juliano Valente, presidente do Ipaam, disse ao Estadão que cabe à Brasil Potássio, a partir de agora, com as licenças de instalação, cumprir todas as condicionantes durante a implantação do projeto para, então, poder receber a licença de operação. Segundo ele, o órgão ambiental fará o monitoramento nesse período.

O projeto, segundo a empresa, vai ocupar 9 hectares para instalação de dois poços de acesso às camadas de minério no subsolo, onde a mineração será feita em sistema de galerias, pilares e câmaras; 350 hectares para as instalações de beneficiamento (maior parte em áreas usadas para pastagens de animais); e até 100 hectares para instalação do terminal privado às margens do rio Urucurituba, próximo do rio Madeira.

Escoamento por barcaças

Uma boa parte do cloreto de sódio, explicou o executivo, inicialmente será empilhada a seco em áreas específicas próximas das instalações de beneficiamento. A ideia é, após alguns anos, quando frentes de lavras ficarem exauridas, usar o sal estocado para preencher as galerias/cavas.

Já o cloreto de potássio granulado será transportado até o terminal portuário privado no rio Madeira em caminhões por uma rodovia revitalizada de 12 km desde a mina. No local, será colocado em barcaças e subirá o rio. Outra alternativa é também o escoamento pelo rio Tapajós, até Miritituba, e de lá chegar às frentes de consumo pela BR-163 e no futuro pelos trilhos da ferrovia Ferrogrão.

Segundo a empresa, já foram investidos no projeto US$ 230 milhões (R$ 1,26 bilhão) em pesquisas minerais na área (sondagens geológicas e análises sísmicas), estudos ambientais e de engenharia e aquisições de terras. A área da reserva, localizada no subsolo, tem 13 km de extensão por 10 km de largura e a camada de minério tem 2,5 metros de espessura. As áreas na superfície - entre as localidades do Lago do Soares e de Urucurituba -, são tradicionalmente ocupadas por pastagens, conforme a Potássio Brasil.

IPO em Nova York para levantar capital

A empresa canadense, em agosto, entrou com pedido de oferta pública de ações (IPO) na Bolsa de Nova York para levantar recursos financeiros para a etapa inicial do projeto. Segundo informação do site especializado Reset, o objetivo é captar nessa fase US$ 150 milhões (R$ 819 milhões) ainda este ano para dar suporte de capital à subsidiária Potássio do Brasil.

O dinheiro será alocado em trabalhos complementares de engenharia do projeto e de licenciamento ambiental, em linha de transmissão de energia, compra de terras adicionais (para depositar os rejeitos em pilhas), reforço de capital de giro e pagamento de acordos firmados com comunidades indígenas na área de influência da mina. Conforme a Reset, o prospecto da oferta pública informa que o início das obras em Autazes começou neste semestre e a conclusão do trabalho de engenharia básica está prevista para a segunda metade de 2025.

Espeschit disse ao Estadão que até o final do ano a companhia vai iniciar obras ligadas à mina, como a perfuração dos dois poços (shafts) para acesso à mina subterrânea. Em 2025, o plano é avançar nas obras de terraplenagem e a seguir dar curso à implantação completa do projeto, que deverá durar de 36 a 42 meses.

Histórico da mina

Fundada em 2009, a Brazil Potash começou os estudos ambientais para a instalação do projeto em Autazes, após investimentos em pesquisas e prospecção das reservas minerais existentes na região. A concessão de licença ambiental prévia pelo Ipaam foi aprovada pela ANM em 2015. Quase nove anos depois, entre idas e vindas na Justiça, foi emitida em abril deste ano a licença de instalação para iniciar as obras do projeto - mina e instalações de beneficiamento.

A exploração da silvinita será feita em reservas do minério localizadas entre o Lago do Soares e Urucurituba, duas localidades no município em Autazes. Segundo informações, a reserva mineral lavrável tem potencial para mais de 170 milhões de toneladas de cloreto de potássio.

O Ipaam informa que concedeu 21 Licenças de instalação, ambientais únicas e autorizações de captura, coleta e transporte de fauna silvestre, que permitem a construção do empreendimento. O projeto envolve dois poços, a mina subterrânea, uma planta de processamento de lixiviação à quente, um porto de barcaças fluviais e a construção de cerca de 13 km de uma estrada ligando a planta de processamento ao porto.

A previsão da empresa é que durante as obras do empreendimento deverão ser gerados cerca de 2,6 mil empregos diretos, enquanto a fase de operação vai requerer aproximadamente 1,3 mil pessoas, mais a geração de 17 mil empregos indiretos.

A mineradora Brazil Potash tem vários acionistas: o principal deles é o CD Capital, fundo de private equity focado em recursos naturais (30,7%); o segundo maior é o Sentient Equity Partners, fundo de capital privado apoiado por investidores institucionais (20,9%); o Forbes & Manhattan Barbados, ligado ao canadense Forbes & Manhattan Inc. (12,2%), investidores brasileiros (family offices e investidores individuais (12%) e cerca de 7 mil acionistas minoritários, com 24,2%, segundo informação no site da companhia.

A agricultura brasileira é grande dependente de insumos importados para fabricação de fertilizantes. Estima-se que cerca de 80% dos fertilizantes consumidos no País são de origem estrangeira. A participação mais evidente ocorre com o potássio, um dos três elementos para se obter o NPK - mistura de nitrogênio, fósforo e potássio -, que resulta no adubo propriamente dito.

Do volume que o País consome atualmente de potássio por ano, segundo dados do governo e de associações do setor agrícola, 95% é trazido do exterior - Canadá, Rússia, Bielorrússia, Alemanha e Israel. O volume importado somou 7 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2024, projetando ao menos 12 milhões de toneladas no ano.

Visando abocanhar uma fatia desse volume de potássio importado, o grupo canadense Brazil Potash Corp. planeja começar, até meados de 2025, a instalação de uma mina de extração e beneficiamento de potássio em Autazes, município amazonense a 113 km de Manaus. As reservas minerais encontram-se próximas do rio Madeira, que será usado como rota de escoamento para o principal mercado brasileiro de consumo de fertilizantes, o Centro-Oeste.

Segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM), as reservas brasileiras de potássio estão localizadas nos Estados de Sergipe e Amazonas. Na Amazônia, a reserva em Autazes tem 800 milhões de toneladas. Com sua descoberta em 2011, o Brasil se consolidou como uma das dez maiores reservas do mineral no mundo.

O investimento previsto pela canadense é de US$ 2,5 bilhões (equivalente a R$ 13,7 bilhões) e o projeto prevê capacidade anual de produção de 2,2 milhões de toneladas de cloreto de potássio. A vida útil da mina, que será subterrânea (800 metros de profundidade), é estimada em 23 anos, considerando as atuais reservas de silvinita (minério que abriga os sais de potássio) autorizadas para extração.

A previsão da empresa é iniciar a produção em 2028, ou início de 2029. Do minério extraído do subsolo, a silvinita, 30% são gerados como cloreto de potássio (KCL) e o restante (70%) é cloreto de sódio (NaCl), o sal de cozinha, separado na planta de beneficiamento. A unidade de concentração do minério será alimentada com 8,5 milhões de toneladas por ano de minério.

Por estar na Amazônia, o sal de cozinha não consegue chegar, competitivamente, aos mercados consumidores do País, que se abastece com sal-gema oriundo do Nordeste e do Rio de Janeiro. Um possível destino para uma parte desse produto será exportação para países como o Canadá, afirma Adriano Espeschit, CEO da subsidiária Brasil Potássio desde 2021.

Maquete das instalações de beneficiamento de potássio na mina da Brazil Potash em Autazes (AM), quando ficarem prontas em 2028 Foto: Potássio Brasil/Divulgação

O executivo diz que o projeto em Autazes é importante para o Brasil por substituir quase 20% das importações de potássio. O volume contribuirá para amenizar a dependência brasileira. Ele lembra que somente lavouras de grãos do Centro-Oeste consomem 5 milhões de toneladas de potássio por ano. E que a empresa já tem acertado contrato de fornecimento de 500 mil toneladas anuais para o grupo Amaggi.

A empresa obteve em abril a licença de instalação do empreendimento pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), órgão do governo estadual. Porém, contou com a decisão, em segunda instância, do Tribunal Regional Federal da 1.ª região (TRF1), que derrubou um despacho da juíza Jaíza Fraxe que impedia o licenciamento ambiental, alegando que o Ipaam não teria competência para dar o aval, e que isso seria prerrogativa do Ibama, um órgão federal.

O projeto também foi alvo de questionamento do Ministério Público Federal do Amazonas (MPF-AM), que barrou a exploração da mina durante vários anos. O órgão apontou impactos ao meio ambiente e também às comunidades indígenas situadas nas proximidades, principalmente o povo Mura (36 aldeias). Espeschit afirma que essas pendências foram resolvidas. “No projeto apresentado ao órgão ambiental há 333 condicionantes que temos de atender”. E acrescenta que acordos foram firmados com representantes dos Mura, que em assembleia no ano passado aprovaram a instalação da mina.

Adriano Espeschit, CEO da Brasil Potássio, diz que plano de licenciamento prevê 333 condicionantes a serem cumpridas Foto: Potássio Brasil/Divulgação

Juliano Valente, presidente do Ipaam, disse ao Estadão que cabe à Brasil Potássio, a partir de agora, com as licenças de instalação, cumprir todas as condicionantes durante a implantação do projeto para, então, poder receber a licença de operação. Segundo ele, o órgão ambiental fará o monitoramento nesse período.

O projeto, segundo a empresa, vai ocupar 9 hectares para instalação de dois poços de acesso às camadas de minério no subsolo, onde a mineração será feita em sistema de galerias, pilares e câmaras; 350 hectares para as instalações de beneficiamento (maior parte em áreas usadas para pastagens de animais); e até 100 hectares para instalação do terminal privado às margens do rio Urucurituba, próximo do rio Madeira.

Escoamento por barcaças

Uma boa parte do cloreto de sódio, explicou o executivo, inicialmente será empilhada a seco em áreas específicas próximas das instalações de beneficiamento. A ideia é, após alguns anos, quando frentes de lavras ficarem exauridas, usar o sal estocado para preencher as galerias/cavas.

Já o cloreto de potássio granulado será transportado até o terminal portuário privado no rio Madeira em caminhões por uma rodovia revitalizada de 12 km desde a mina. No local, será colocado em barcaças e subirá o rio. Outra alternativa é também o escoamento pelo rio Tapajós, até Miritituba, e de lá chegar às frentes de consumo pela BR-163 e no futuro pelos trilhos da ferrovia Ferrogrão.

Segundo a empresa, já foram investidos no projeto US$ 230 milhões (R$ 1,26 bilhão) em pesquisas minerais na área (sondagens geológicas e análises sísmicas), estudos ambientais e de engenharia e aquisições de terras. A área da reserva, localizada no subsolo, tem 13 km de extensão por 10 km de largura e a camada de minério tem 2,5 metros de espessura. As áreas na superfície - entre as localidades do Lago do Soares e de Urucurituba -, são tradicionalmente ocupadas por pastagens, conforme a Potássio Brasil.

IPO em Nova York para levantar capital

A empresa canadense, em agosto, entrou com pedido de oferta pública de ações (IPO) na Bolsa de Nova York para levantar recursos financeiros para a etapa inicial do projeto. Segundo informação do site especializado Reset, o objetivo é captar nessa fase US$ 150 milhões (R$ 819 milhões) ainda este ano para dar suporte de capital à subsidiária Potássio do Brasil.

O dinheiro será alocado em trabalhos complementares de engenharia do projeto e de licenciamento ambiental, em linha de transmissão de energia, compra de terras adicionais (para depositar os rejeitos em pilhas), reforço de capital de giro e pagamento de acordos firmados com comunidades indígenas na área de influência da mina. Conforme a Reset, o prospecto da oferta pública informa que o início das obras em Autazes começou neste semestre e a conclusão do trabalho de engenharia básica está prevista para a segunda metade de 2025.

Espeschit disse ao Estadão que até o final do ano a companhia vai iniciar obras ligadas à mina, como a perfuração dos dois poços (shafts) para acesso à mina subterrânea. Em 2025, o plano é avançar nas obras de terraplenagem e a seguir dar curso à implantação completa do projeto, que deverá durar de 36 a 42 meses.

Histórico da mina

Fundada em 2009, a Brazil Potash começou os estudos ambientais para a instalação do projeto em Autazes, após investimentos em pesquisas e prospecção das reservas minerais existentes na região. A concessão de licença ambiental prévia pelo Ipaam foi aprovada pela ANM em 2015. Quase nove anos depois, entre idas e vindas na Justiça, foi emitida em abril deste ano a licença de instalação para iniciar as obras do projeto - mina e instalações de beneficiamento.

A exploração da silvinita será feita em reservas do minério localizadas entre o Lago do Soares e Urucurituba, duas localidades no município em Autazes. Segundo informações, a reserva mineral lavrável tem potencial para mais de 170 milhões de toneladas de cloreto de potássio.

O Ipaam informa que concedeu 21 Licenças de instalação, ambientais únicas e autorizações de captura, coleta e transporte de fauna silvestre, que permitem a construção do empreendimento. O projeto envolve dois poços, a mina subterrânea, uma planta de processamento de lixiviação à quente, um porto de barcaças fluviais e a construção de cerca de 13 km de uma estrada ligando a planta de processamento ao porto.

A previsão da empresa é que durante as obras do empreendimento deverão ser gerados cerca de 2,6 mil empregos diretos, enquanto a fase de operação vai requerer aproximadamente 1,3 mil pessoas, mais a geração de 17 mil empregos indiretos.

A mineradora Brazil Potash tem vários acionistas: o principal deles é o CD Capital, fundo de private equity focado em recursos naturais (30,7%); o segundo maior é o Sentient Equity Partners, fundo de capital privado apoiado por investidores institucionais (20,9%); o Forbes & Manhattan Barbados, ligado ao canadense Forbes & Manhattan Inc. (12,2%), investidores brasileiros (family offices e investidores individuais (12%) e cerca de 7 mil acionistas minoritários, com 24,2%, segundo informação no site da companhia.

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