Itaú agrada ao mercado com 3º trimestre de lucro após ‘limpar’ e acelerar a carteira de crédito


Com a ‘limpeza’ concluída no 3º trimestre, dando lugar à seletividade, a carteira de crédito atingiu crescimento anual de 9,9% e o índice de inadimplência caiu para 2,6%, baixa de 0,4 ponto porcentual

Por Matheus Piovesana

O balanço do Itaú Unibanco no terceiro trimestre deste ano colocou as ações do banco na contramão da Bolsa brasileira, que cai em um dia de cautela com as contas públicas do País e a eleição presidencial americana. O maior banco da América Latina mostrou aceleração na carteira de crédito após o fim de um longo processo de “limpeza”, além de uma expansão do lucro que deve abrir espaço para dividendos extras.

“É muito provável que sim (haja dividendo extra), porque estamos no final do terceiro trimestre com capital de 13,7%, olhando para o CET 1 (capital principal)”, disse na segunda-feira, 4, ao Estadão/Broadcast o diretor de Estratégia Corporativa, RI e M&A Proprietário do banco, Renato Lulia.

No terceiro trimestre deste ano, o Itaú teve lucro líquido de R$ 10,675 bilhões, crescimento de 18,1% no comparativo anual, e de 6% em relação ao segundo trimestre. O desempenho foi impulsionado pela ampliação das receitas, tanto com crédito quanto com serviços, e pela redução das provisões contra a inadimplência, diante da queda dos índices de atraso e da maior qualidade dos empréstimos mais recentes.

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O maior lucro fez com que os índices de capital do banco ampliassem a folga frente aos patamares mínimos definidos internamente. No capital principal, o Itaú tem como meta manter índice de pelo menos 11,5%, e distribui aos acionistas o montante que exceder o patamar de 12%. A visão do banco é que pagar dividendos é mais eficiente do que reter excesso de capital.

'Nós tendemos a ter um dividendo extraordinário maior do que o do ano passado', diz o presidente do Itaú, Milton Maluhy Foto: Taba Benedicto/Estadão

“Nós tendemos a ter um dividendo extraordinário maior do que o do ano passado”, disse a analistas o presidente do banco, Milton Maluhy. Sobre o resultado de 2023, o banco pagou R$ 11 bilhões extras aos acionistas. A decisão sobre o valor referente a 2024 ainda não foi tomada, mas levará em conta um balanço mais capitalizado e incertezas menores na frente regulatória.

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O mercado recebeu as informações. Por volta do meio-dia desta terça-feira, 5, as ações do Itaú subiam 2,1%, na maior alta do Ibovespa, que caía 0,44%. “Imaginamos o Itaú como o representante mais capaz dentro de seu segmento para manobrar de forma mais resiliente esse provável contexto menos benigno que se avizinha”, afirmou o analista Rafael Reis, do BB Investimentos, ao mencionar que a alta da Selic deve gerar um cenário mais incerto para o crédito.

Carteira acelerada

A carteira do Itaú acelerou no trimestre e atingiu crescimento anual de 9,9%, puxada por segmentos como o de grandes empresas, em que a variação do câmbio influencia os saldos. O desempenho levou o banco a aumentar de 6,5% a 9,5% para 9,5% a 12,5% o intervalo de alta esperada para o portfólio no final deste ano.

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O principal motivador da mudança foi o efeito do câmbio sobre o saldo das carteiras. Isso explica por que o banco não mexeu nas projeções para margens com clientes e provisões contra a inadimplência, números que têm relação direta com o tamanho da carteira de crédito.

À reportagem, Lulia afirmou que enquanto o saldo da carteira leva em conta o dólar do fechamento do trimestre, a margem é contabilizada de acordo com o saldo médio da carteira no período, que, por sua vez, é afetado pelo dólar médio, que no terceiro trimestre, foi menor que o de fechamento. “Tudo o mais constante, essa mudança de guidance (tendência) não deveria trazer impactos substanciais no resultado implícito”, disse ele.

Não foi apenas o câmbio que fez com que o crédito do banco crescesse mais. “Embora o segmento de pessoas físicas tenha ficado atrás dos de grandes e de pequenas e médias empresas, com crescimento de 5,1% em um ano, também acelerou sequencialmente”, escreveram Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre, analistas da XP Investimentos.

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Maluhy afirmou que o Itaú não alterou até aqui o apetite de crédito, mais aberto do que no ano passado. No entanto, esse apetite não está distribuído de maneira uniforme entre todos os segmentos.

Foco no cliente de menor risco

O Itaú tem concentrado o crescimento em clientes que têm menor risco. Em pessoas físicas, isso significa que produtos como o cartão de crédito têm crescido mais entre os públicos do Uniclass e do Personnalité, marcas de média e alta renda, relançadas ao longo dos últimos dois anos.

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Esse movimento não é novo, mas ficava menos evidente porque o banco estava reduzindo a exposição a clientes de maior risco. A ”limpeza” foi concluída no terceiro trimestre, e graças à seletividade, o índice de inadimplência caiu para 2,6% no terceiro trimestre, baixa de 0,4 ponto porcentual em um ano.

Exceto pela carteira dos bancos do conglomerado fora do Brasil, houve melhora em todos os segmentos. Em pessoas físicas, os atrasos ficaram em 4%, abaixo inclusive da média de antes da pandemia.

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“Nós estamos em um ciclo virtuoso de gestão, e os números provam isso”, afirmou o diretor Financeiro do Itaú, Gabriel Moura, a jornalistas. “Nós conseguimos crescer controlando o risco, e isso gera mais engajamento, mais engajamento gera mais principalidade, mais principalidade gera mais resultado e isso gera mais capital.”

O balanço do Itaú Unibanco no terceiro trimestre deste ano colocou as ações do banco na contramão da Bolsa brasileira, que cai em um dia de cautela com as contas públicas do País e a eleição presidencial americana. O maior banco da América Latina mostrou aceleração na carteira de crédito após o fim de um longo processo de “limpeza”, além de uma expansão do lucro que deve abrir espaço para dividendos extras.

“É muito provável que sim (haja dividendo extra), porque estamos no final do terceiro trimestre com capital de 13,7%, olhando para o CET 1 (capital principal)”, disse na segunda-feira, 4, ao Estadão/Broadcast o diretor de Estratégia Corporativa, RI e M&A Proprietário do banco, Renato Lulia.

No terceiro trimestre deste ano, o Itaú teve lucro líquido de R$ 10,675 bilhões, crescimento de 18,1% no comparativo anual, e de 6% em relação ao segundo trimestre. O desempenho foi impulsionado pela ampliação das receitas, tanto com crédito quanto com serviços, e pela redução das provisões contra a inadimplência, diante da queda dos índices de atraso e da maior qualidade dos empréstimos mais recentes.

O maior lucro fez com que os índices de capital do banco ampliassem a folga frente aos patamares mínimos definidos internamente. No capital principal, o Itaú tem como meta manter índice de pelo menos 11,5%, e distribui aos acionistas o montante que exceder o patamar de 12%. A visão do banco é que pagar dividendos é mais eficiente do que reter excesso de capital.

'Nós tendemos a ter um dividendo extraordinário maior do que o do ano passado', diz o presidente do Itaú, Milton Maluhy Foto: Taba Benedicto/Estadão

“Nós tendemos a ter um dividendo extraordinário maior do que o do ano passado”, disse a analistas o presidente do banco, Milton Maluhy. Sobre o resultado de 2023, o banco pagou R$ 11 bilhões extras aos acionistas. A decisão sobre o valor referente a 2024 ainda não foi tomada, mas levará em conta um balanço mais capitalizado e incertezas menores na frente regulatória.

O mercado recebeu as informações. Por volta do meio-dia desta terça-feira, 5, as ações do Itaú subiam 2,1%, na maior alta do Ibovespa, que caía 0,44%. “Imaginamos o Itaú como o representante mais capaz dentro de seu segmento para manobrar de forma mais resiliente esse provável contexto menos benigno que se avizinha”, afirmou o analista Rafael Reis, do BB Investimentos, ao mencionar que a alta da Selic deve gerar um cenário mais incerto para o crédito.

Carteira acelerada

A carteira do Itaú acelerou no trimestre e atingiu crescimento anual de 9,9%, puxada por segmentos como o de grandes empresas, em que a variação do câmbio influencia os saldos. O desempenho levou o banco a aumentar de 6,5% a 9,5% para 9,5% a 12,5% o intervalo de alta esperada para o portfólio no final deste ano.

O principal motivador da mudança foi o efeito do câmbio sobre o saldo das carteiras. Isso explica por que o banco não mexeu nas projeções para margens com clientes e provisões contra a inadimplência, números que têm relação direta com o tamanho da carteira de crédito.

À reportagem, Lulia afirmou que enquanto o saldo da carteira leva em conta o dólar do fechamento do trimestre, a margem é contabilizada de acordo com o saldo médio da carteira no período, que, por sua vez, é afetado pelo dólar médio, que no terceiro trimestre, foi menor que o de fechamento. “Tudo o mais constante, essa mudança de guidance (tendência) não deveria trazer impactos substanciais no resultado implícito”, disse ele.

Não foi apenas o câmbio que fez com que o crédito do banco crescesse mais. “Embora o segmento de pessoas físicas tenha ficado atrás dos de grandes e de pequenas e médias empresas, com crescimento de 5,1% em um ano, também acelerou sequencialmente”, escreveram Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre, analistas da XP Investimentos.

Maluhy afirmou que o Itaú não alterou até aqui o apetite de crédito, mais aberto do que no ano passado. No entanto, esse apetite não está distribuído de maneira uniforme entre todos os segmentos.

Foco no cliente de menor risco

O Itaú tem concentrado o crescimento em clientes que têm menor risco. Em pessoas físicas, isso significa que produtos como o cartão de crédito têm crescido mais entre os públicos do Uniclass e do Personnalité, marcas de média e alta renda, relançadas ao longo dos últimos dois anos.

Esse movimento não é novo, mas ficava menos evidente porque o banco estava reduzindo a exposição a clientes de maior risco. A ”limpeza” foi concluída no terceiro trimestre, e graças à seletividade, o índice de inadimplência caiu para 2,6% no terceiro trimestre, baixa de 0,4 ponto porcentual em um ano.

Exceto pela carteira dos bancos do conglomerado fora do Brasil, houve melhora em todos os segmentos. Em pessoas físicas, os atrasos ficaram em 4%, abaixo inclusive da média de antes da pandemia.

“Nós estamos em um ciclo virtuoso de gestão, e os números provam isso”, afirmou o diretor Financeiro do Itaú, Gabriel Moura, a jornalistas. “Nós conseguimos crescer controlando o risco, e isso gera mais engajamento, mais engajamento gera mais principalidade, mais principalidade gera mais resultado e isso gera mais capital.”

O balanço do Itaú Unibanco no terceiro trimestre deste ano colocou as ações do banco na contramão da Bolsa brasileira, que cai em um dia de cautela com as contas públicas do País e a eleição presidencial americana. O maior banco da América Latina mostrou aceleração na carteira de crédito após o fim de um longo processo de “limpeza”, além de uma expansão do lucro que deve abrir espaço para dividendos extras.

“É muito provável que sim (haja dividendo extra), porque estamos no final do terceiro trimestre com capital de 13,7%, olhando para o CET 1 (capital principal)”, disse na segunda-feira, 4, ao Estadão/Broadcast o diretor de Estratégia Corporativa, RI e M&A Proprietário do banco, Renato Lulia.

No terceiro trimestre deste ano, o Itaú teve lucro líquido de R$ 10,675 bilhões, crescimento de 18,1% no comparativo anual, e de 6% em relação ao segundo trimestre. O desempenho foi impulsionado pela ampliação das receitas, tanto com crédito quanto com serviços, e pela redução das provisões contra a inadimplência, diante da queda dos índices de atraso e da maior qualidade dos empréstimos mais recentes.

O maior lucro fez com que os índices de capital do banco ampliassem a folga frente aos patamares mínimos definidos internamente. No capital principal, o Itaú tem como meta manter índice de pelo menos 11,5%, e distribui aos acionistas o montante que exceder o patamar de 12%. A visão do banco é que pagar dividendos é mais eficiente do que reter excesso de capital.

'Nós tendemos a ter um dividendo extraordinário maior do que o do ano passado', diz o presidente do Itaú, Milton Maluhy Foto: Taba Benedicto/Estadão

“Nós tendemos a ter um dividendo extraordinário maior do que o do ano passado”, disse a analistas o presidente do banco, Milton Maluhy. Sobre o resultado de 2023, o banco pagou R$ 11 bilhões extras aos acionistas. A decisão sobre o valor referente a 2024 ainda não foi tomada, mas levará em conta um balanço mais capitalizado e incertezas menores na frente regulatória.

O mercado recebeu as informações. Por volta do meio-dia desta terça-feira, 5, as ações do Itaú subiam 2,1%, na maior alta do Ibovespa, que caía 0,44%. “Imaginamos o Itaú como o representante mais capaz dentro de seu segmento para manobrar de forma mais resiliente esse provável contexto menos benigno que se avizinha”, afirmou o analista Rafael Reis, do BB Investimentos, ao mencionar que a alta da Selic deve gerar um cenário mais incerto para o crédito.

Carteira acelerada

A carteira do Itaú acelerou no trimestre e atingiu crescimento anual de 9,9%, puxada por segmentos como o de grandes empresas, em que a variação do câmbio influencia os saldos. O desempenho levou o banco a aumentar de 6,5% a 9,5% para 9,5% a 12,5% o intervalo de alta esperada para o portfólio no final deste ano.

O principal motivador da mudança foi o efeito do câmbio sobre o saldo das carteiras. Isso explica por que o banco não mexeu nas projeções para margens com clientes e provisões contra a inadimplência, números que têm relação direta com o tamanho da carteira de crédito.

À reportagem, Lulia afirmou que enquanto o saldo da carteira leva em conta o dólar do fechamento do trimestre, a margem é contabilizada de acordo com o saldo médio da carteira no período, que, por sua vez, é afetado pelo dólar médio, que no terceiro trimestre, foi menor que o de fechamento. “Tudo o mais constante, essa mudança de guidance (tendência) não deveria trazer impactos substanciais no resultado implícito”, disse ele.

Não foi apenas o câmbio que fez com que o crédito do banco crescesse mais. “Embora o segmento de pessoas físicas tenha ficado atrás dos de grandes e de pequenas e médias empresas, com crescimento de 5,1% em um ano, também acelerou sequencialmente”, escreveram Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre, analistas da XP Investimentos.

Maluhy afirmou que o Itaú não alterou até aqui o apetite de crédito, mais aberto do que no ano passado. No entanto, esse apetite não está distribuído de maneira uniforme entre todos os segmentos.

Foco no cliente de menor risco

O Itaú tem concentrado o crescimento em clientes que têm menor risco. Em pessoas físicas, isso significa que produtos como o cartão de crédito têm crescido mais entre os públicos do Uniclass e do Personnalité, marcas de média e alta renda, relançadas ao longo dos últimos dois anos.

Esse movimento não é novo, mas ficava menos evidente porque o banco estava reduzindo a exposição a clientes de maior risco. A ”limpeza” foi concluída no terceiro trimestre, e graças à seletividade, o índice de inadimplência caiu para 2,6% no terceiro trimestre, baixa de 0,4 ponto porcentual em um ano.

Exceto pela carteira dos bancos do conglomerado fora do Brasil, houve melhora em todos os segmentos. Em pessoas físicas, os atrasos ficaram em 4%, abaixo inclusive da média de antes da pandemia.

“Nós estamos em um ciclo virtuoso de gestão, e os números provam isso”, afirmou o diretor Financeiro do Itaú, Gabriel Moura, a jornalistas. “Nós conseguimos crescer controlando o risco, e isso gera mais engajamento, mais engajamento gera mais principalidade, mais principalidade gera mais resultado e isso gera mais capital.”

O balanço do Itaú Unibanco no terceiro trimestre deste ano colocou as ações do banco na contramão da Bolsa brasileira, que cai em um dia de cautela com as contas públicas do País e a eleição presidencial americana. O maior banco da América Latina mostrou aceleração na carteira de crédito após o fim de um longo processo de “limpeza”, além de uma expansão do lucro que deve abrir espaço para dividendos extras.

“É muito provável que sim (haja dividendo extra), porque estamos no final do terceiro trimestre com capital de 13,7%, olhando para o CET 1 (capital principal)”, disse na segunda-feira, 4, ao Estadão/Broadcast o diretor de Estratégia Corporativa, RI e M&A Proprietário do banco, Renato Lulia.

No terceiro trimestre deste ano, o Itaú teve lucro líquido de R$ 10,675 bilhões, crescimento de 18,1% no comparativo anual, e de 6% em relação ao segundo trimestre. O desempenho foi impulsionado pela ampliação das receitas, tanto com crédito quanto com serviços, e pela redução das provisões contra a inadimplência, diante da queda dos índices de atraso e da maior qualidade dos empréstimos mais recentes.

O maior lucro fez com que os índices de capital do banco ampliassem a folga frente aos patamares mínimos definidos internamente. No capital principal, o Itaú tem como meta manter índice de pelo menos 11,5%, e distribui aos acionistas o montante que exceder o patamar de 12%. A visão do banco é que pagar dividendos é mais eficiente do que reter excesso de capital.

'Nós tendemos a ter um dividendo extraordinário maior do que o do ano passado', diz o presidente do Itaú, Milton Maluhy Foto: Taba Benedicto/Estadão

“Nós tendemos a ter um dividendo extraordinário maior do que o do ano passado”, disse a analistas o presidente do banco, Milton Maluhy. Sobre o resultado de 2023, o banco pagou R$ 11 bilhões extras aos acionistas. A decisão sobre o valor referente a 2024 ainda não foi tomada, mas levará em conta um balanço mais capitalizado e incertezas menores na frente regulatória.

O mercado recebeu as informações. Por volta do meio-dia desta terça-feira, 5, as ações do Itaú subiam 2,1%, na maior alta do Ibovespa, que caía 0,44%. “Imaginamos o Itaú como o representante mais capaz dentro de seu segmento para manobrar de forma mais resiliente esse provável contexto menos benigno que se avizinha”, afirmou o analista Rafael Reis, do BB Investimentos, ao mencionar que a alta da Selic deve gerar um cenário mais incerto para o crédito.

Carteira acelerada

A carteira do Itaú acelerou no trimestre e atingiu crescimento anual de 9,9%, puxada por segmentos como o de grandes empresas, em que a variação do câmbio influencia os saldos. O desempenho levou o banco a aumentar de 6,5% a 9,5% para 9,5% a 12,5% o intervalo de alta esperada para o portfólio no final deste ano.

O principal motivador da mudança foi o efeito do câmbio sobre o saldo das carteiras. Isso explica por que o banco não mexeu nas projeções para margens com clientes e provisões contra a inadimplência, números que têm relação direta com o tamanho da carteira de crédito.

À reportagem, Lulia afirmou que enquanto o saldo da carteira leva em conta o dólar do fechamento do trimestre, a margem é contabilizada de acordo com o saldo médio da carteira no período, que, por sua vez, é afetado pelo dólar médio, que no terceiro trimestre, foi menor que o de fechamento. “Tudo o mais constante, essa mudança de guidance (tendência) não deveria trazer impactos substanciais no resultado implícito”, disse ele.

Não foi apenas o câmbio que fez com que o crédito do banco crescesse mais. “Embora o segmento de pessoas físicas tenha ficado atrás dos de grandes e de pequenas e médias empresas, com crescimento de 5,1% em um ano, também acelerou sequencialmente”, escreveram Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre, analistas da XP Investimentos.

Maluhy afirmou que o Itaú não alterou até aqui o apetite de crédito, mais aberto do que no ano passado. No entanto, esse apetite não está distribuído de maneira uniforme entre todos os segmentos.

Foco no cliente de menor risco

O Itaú tem concentrado o crescimento em clientes que têm menor risco. Em pessoas físicas, isso significa que produtos como o cartão de crédito têm crescido mais entre os públicos do Uniclass e do Personnalité, marcas de média e alta renda, relançadas ao longo dos últimos dois anos.

Esse movimento não é novo, mas ficava menos evidente porque o banco estava reduzindo a exposição a clientes de maior risco. A ”limpeza” foi concluída no terceiro trimestre, e graças à seletividade, o índice de inadimplência caiu para 2,6% no terceiro trimestre, baixa de 0,4 ponto porcentual em um ano.

Exceto pela carteira dos bancos do conglomerado fora do Brasil, houve melhora em todos os segmentos. Em pessoas físicas, os atrasos ficaram em 4%, abaixo inclusive da média de antes da pandemia.

“Nós estamos em um ciclo virtuoso de gestão, e os números provam isso”, afirmou o diretor Financeiro do Itaú, Gabriel Moura, a jornalistas. “Nós conseguimos crescer controlando o risco, e isso gera mais engajamento, mais engajamento gera mais principalidade, mais principalidade gera mais resultado e isso gera mais capital.”

O balanço do Itaú Unibanco no terceiro trimestre deste ano colocou as ações do banco na contramão da Bolsa brasileira, que cai em um dia de cautela com as contas públicas do País e a eleição presidencial americana. O maior banco da América Latina mostrou aceleração na carteira de crédito após o fim de um longo processo de “limpeza”, além de uma expansão do lucro que deve abrir espaço para dividendos extras.

“É muito provável que sim (haja dividendo extra), porque estamos no final do terceiro trimestre com capital de 13,7%, olhando para o CET 1 (capital principal)”, disse na segunda-feira, 4, ao Estadão/Broadcast o diretor de Estratégia Corporativa, RI e M&A Proprietário do banco, Renato Lulia.

No terceiro trimestre deste ano, o Itaú teve lucro líquido de R$ 10,675 bilhões, crescimento de 18,1% no comparativo anual, e de 6% em relação ao segundo trimestre. O desempenho foi impulsionado pela ampliação das receitas, tanto com crédito quanto com serviços, e pela redução das provisões contra a inadimplência, diante da queda dos índices de atraso e da maior qualidade dos empréstimos mais recentes.

O maior lucro fez com que os índices de capital do banco ampliassem a folga frente aos patamares mínimos definidos internamente. No capital principal, o Itaú tem como meta manter índice de pelo menos 11,5%, e distribui aos acionistas o montante que exceder o patamar de 12%. A visão do banco é que pagar dividendos é mais eficiente do que reter excesso de capital.

'Nós tendemos a ter um dividendo extraordinário maior do que o do ano passado', diz o presidente do Itaú, Milton Maluhy Foto: Taba Benedicto/Estadão

“Nós tendemos a ter um dividendo extraordinário maior do que o do ano passado”, disse a analistas o presidente do banco, Milton Maluhy. Sobre o resultado de 2023, o banco pagou R$ 11 bilhões extras aos acionistas. A decisão sobre o valor referente a 2024 ainda não foi tomada, mas levará em conta um balanço mais capitalizado e incertezas menores na frente regulatória.

O mercado recebeu as informações. Por volta do meio-dia desta terça-feira, 5, as ações do Itaú subiam 2,1%, na maior alta do Ibovespa, que caía 0,44%. “Imaginamos o Itaú como o representante mais capaz dentro de seu segmento para manobrar de forma mais resiliente esse provável contexto menos benigno que se avizinha”, afirmou o analista Rafael Reis, do BB Investimentos, ao mencionar que a alta da Selic deve gerar um cenário mais incerto para o crédito.

Carteira acelerada

A carteira do Itaú acelerou no trimestre e atingiu crescimento anual de 9,9%, puxada por segmentos como o de grandes empresas, em que a variação do câmbio influencia os saldos. O desempenho levou o banco a aumentar de 6,5% a 9,5% para 9,5% a 12,5% o intervalo de alta esperada para o portfólio no final deste ano.

O principal motivador da mudança foi o efeito do câmbio sobre o saldo das carteiras. Isso explica por que o banco não mexeu nas projeções para margens com clientes e provisões contra a inadimplência, números que têm relação direta com o tamanho da carteira de crédito.

À reportagem, Lulia afirmou que enquanto o saldo da carteira leva em conta o dólar do fechamento do trimestre, a margem é contabilizada de acordo com o saldo médio da carteira no período, que, por sua vez, é afetado pelo dólar médio, que no terceiro trimestre, foi menor que o de fechamento. “Tudo o mais constante, essa mudança de guidance (tendência) não deveria trazer impactos substanciais no resultado implícito”, disse ele.

Não foi apenas o câmbio que fez com que o crédito do banco crescesse mais. “Embora o segmento de pessoas físicas tenha ficado atrás dos de grandes e de pequenas e médias empresas, com crescimento de 5,1% em um ano, também acelerou sequencialmente”, escreveram Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre, analistas da XP Investimentos.

Maluhy afirmou que o Itaú não alterou até aqui o apetite de crédito, mais aberto do que no ano passado. No entanto, esse apetite não está distribuído de maneira uniforme entre todos os segmentos.

Foco no cliente de menor risco

O Itaú tem concentrado o crescimento em clientes que têm menor risco. Em pessoas físicas, isso significa que produtos como o cartão de crédito têm crescido mais entre os públicos do Uniclass e do Personnalité, marcas de média e alta renda, relançadas ao longo dos últimos dois anos.

Esse movimento não é novo, mas ficava menos evidente porque o banco estava reduzindo a exposição a clientes de maior risco. A ”limpeza” foi concluída no terceiro trimestre, e graças à seletividade, o índice de inadimplência caiu para 2,6% no terceiro trimestre, baixa de 0,4 ponto porcentual em um ano.

Exceto pela carteira dos bancos do conglomerado fora do Brasil, houve melhora em todos os segmentos. Em pessoas físicas, os atrasos ficaram em 4%, abaixo inclusive da média de antes da pandemia.

“Nós estamos em um ciclo virtuoso de gestão, e os números provam isso”, afirmou o diretor Financeiro do Itaú, Gabriel Moura, a jornalistas. “Nós conseguimos crescer controlando o risco, e isso gera mais engajamento, mais engajamento gera mais principalidade, mais principalidade gera mais resultado e isso gera mais capital.”

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